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ROBERT ANDERSON ROCHA BRAGA

RESUMO: O QUE É SOCIOLOGIA

PARAÍSO DO TOCANTINS – TO
2021
ROBERT ANDERSON ROCHA BRAGA

RESUMO: O QUE É SOCIOLOGIA

Resumo apresentado a disciplina Sociologia, do curso de


Direito, da Universidade Estadual do Tocantins, campus
de Paraíso do Tocantins-TO, como atividade avaliativa 1.
Sob orientação da Profa. Leila Dias Pereira do Amaral.

PARAÍSO DO TOCANTINS – TO
2021
ATIVIDADE 01: SOCIOLOGIA

INTRODUÇÃO

O livro “O que é Sociologia”, em específico os capítulos I e II, discorre a


respeito do surgimento e formação da Sociologia em sociedade. O autor Carlos
Benedito Martins objetiva a partir de uma lógica histórica de narração que
perpassa desde as Revoluções Francesa e Industrial até a era contemporânea,
respaldando seus conceitos por meio de autores clássicos como Auguste Comte,
Saint-Simon, Émile Durkeim, Max Weber e Karl Marx, principais pensadores que
moldaram o desenvolvimento desta ciência.

AUTOR

O autor da obra é o Carlos Benedito de Campo Martins, graduado em


Ciências Sociais pela PUC/SP. Mestre em Ciências Sociais pela mesma
universidade, Doutor pela Univerdité Paris Descartes V Paris. Realizou pós-
doutorado na Universidade de Columbia; aproximação com a sociologia norte-
americana; o segundo pós-doutorado em Oxford; o ensino superior como tema
de pesquisa. Atualmente, é professor titular do Departamentno de Sociologia da
Universidade de Brasília-UNB. Livros escritos pelo autor: O Que é Sociologia,
Caderno Cedes 27, Diálogos entre Brasil e França, Ensino Pago: Um Retrato
Sem Retoques, Sete Faces da Primeira Vez, Sete Faces do Humor.

ATUALIDADE DO TEMA

A sociologia é uma ciência de extrema importância para o mundo


contemporâneo, pois dentre várias temáticas abordadas na mesma, ela volta
especificadamente para a compreensão dos problemas sociais, ou melhor, as
soluções para tais problemas, visto que, por meio dela é possível adquirir
reflexões e debates sobre tais problemas gerando pensamento e resoluções.

REFERÊNCIAS UTILIZADA PELO AUTOR

O autor se respalda em diversos pensadores e filósofos clássicos, que


moldaram o desenvolvimento desta ciência, como: Le Play, Auguste Comte,
William Thompson, Condorcet, Saint-Simon, Émile Durkeim, Max Weber, Karl
Marx, dentre outros.

RESUMO – CAPÍTULO 1: O SURGIMENTO

Entende-se a sociologia como uma das manifestações do pensamento


moderno, cujo surgimento é posterior ao das chamadas Ciências Naturais e das
diversas ciências sociais. É resultante do trabalho conjunto de elaboração de
diversos pensadores, que tinham por objetivo compreender as profundas
transformações e as novas situações de existência a partir do século XVIII,
decorrentes das Revoluções Francesa e Industrial. Isso porque as
transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleraram a partir
dessa época colocaram problemas inéditos para os homens que
experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu.
Cada avanço com relação a consolidação da sociedade capitalista
representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até
então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social. Com
essas mudanças tão profundas.
De 1780 a 1860, a Inglaterra havia mudado de forma marcante a sua
fisionomia, de modo que, tais modificações não poderiam deixar de produzir
novas realidades para homens dessa época. A população que antes trabalhava
nos campos, artesanalmente, passou a constituir o operariado das grandes
fábricas e a lotar os centros urbanos: miséria, exploração, urbanização
descontrolada e não planejada, aumento nos índices de violência e surtos de
doença marcaram a fase inicial do capitalismo. Nasce, aí, o proletariado, essa
classe operária, com consciência de seus interesses, começava a organizar-se
para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho.
A profundidade das transformações em curso colocava a sociedade num
plano de análise, ou seja, esta passava em “problema”, em “objeto” que deveria
ser investigado. Com mudanças tão profundas e estruturação totalmente nova,
a sociedade passa a ser objeto necessário de estudo científico. Não se tratava
apenas de mera produção de conhecimento sobre as novas condições de vida
geradas pela revolução industrial, mas a procura por orientações que
norteassem a ação prática que possibilitasse modificação social e resolução de
problemas. Dessa forma os precursores da sociologia foram recrutados entre
militantes políticos, entre indivíduos que participavam e se envolviam
profundamente com os problemas de suas sociedades.
A sociologia constitui em certa medida, uma resposta intelectual as novas
situações colocadas pela revolução industrial. Como pode se perceber a
sociologia prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial,
pelas novas condições de existência por ela criadas. Não obstante, as formas de
pensamento também alterava-se ao longo do tempo. Passa-se a valorizar o que
é científico e racional, o emprego sistemático da observação e do emprego da
mesma enquanto instrumento para obtenção de conhecimento.
O emprego sistemático da razão, traço que caracterizava os pensadores
do século XVIII, os chamados racionalistas, representou um grande avanço para
libertar o conhecimento do controle teológico da tradição e consequentemente
para formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da
natureza e da cultura. Data também dessa época a disposição de tratar a
sociedade a partir do estudo de grupos e não dos indivíduos isolados. No
entanto, é entre os pensadores franceses do século XVIII que um grupo de
filósofos procuraram transformar não apenas as velhas formas de conhecimento,
baseada na tradição e na autoridade, mas a própria sociedade. Combinando o
uso da razão e da observação, os iluministas analisaram quase todos os
aspectos da sociedade.
A intensidade a crítica as instituições feudais levada a cabo pelos
iluministas constituía indisfarçável indicio de virulência da luta que a burguesia
tratava no plano político contra as classes que sustentavam a dominação feudal.
A burguesia ao tomar o poder em 1789, investiu decididamente contra os
fundamentos da sociedade feudal, procurando construir um Estado que
assegurasse a sua autonomia em face da igreja e protegesse e incentivasse a
empresa capitalista. O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a
estrutura de Estado, mas abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, com
suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo
tempo promover profundas inovações na economia, na política, etc.
Durkekim, um dos fundadores da sociologia, saliente que a partir do
momento em que a “tempestade revolucionária passou, constitui-se como que
por encanto a noção de ciência social”. A tarefa que os pensadores se propõem
é a de racionalizar a nova ordem, encontrando soluções para o estado de
“desorganização” então existente. A tarefa que os fundadores da sociologia
assumem é, portanto, a de estabilização da nova ordem. A oficialização da
sociologia foi portanto em larga medida uma criação do positivismo, e uma vez
assim constituída procurará realizar a legitimação intelectual do novo regime.
Envolvendo-se desde o seu início nos debates entre as classes sociais,
nas disputas e nos antagonismos que ocorriam no interior da sociedade, a
sociologia sempre foi algo mais do que mera tentativa de reflexão sobre a
moderna sociedade. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas,
um desejo de interferir no rumo desta civilização, tanto para manter como para
alterar os fundamentos da sociedade que impulsionaram e a tornaram possíveis.

RESUMO - CAPÍTULO 2: A FORMAÇÃO

A falta de entendimento comum por parte dos sociólogos sobre a sua


ciência possui, em boa medida, uma relação com a formação de uma sociedade
dividida pelos antagonistas de classe. Em face do caráter antagônico da
sociedade capitalista, foi possível o surgimento de variadas correntes e tradições
sociológicas, com visões distintas a respeito da organização social do
capitalismo, dos valores e das formas de trabalho.
Os conservadores construíram suas obras posicionando-se contra a
herança iluminista, com inspiração na sociedade feudal. Julgavam os impactos
da Revolução Francesa como “castigo de Deus” e as crenças iluministas como
viés de destruição. Baseiam-se na defesa das instituições monárquicas,
aristocráticas e religiosas que decaiam progressivamente. Alguns dos seus
expoentes são Edmund Burke, Joseph de Maistre e Louis de Bonald. Suas ideias
constituíram um ponto de referência para a sociologia.
Alguns dos pioneiros da sociologia, preocupados com a defesa da nova
ordem social, chegavam mesmo a considerar algumas ideias dos conservadores
como reacionárias, mas ficavam decididamente encantados com a devoção que
eles dedicavam à manutenção da ordem e admiravam seus estudos sobre esta
questão.
Os autores positivistas Saint-Simon, Comte, Émile Durkheim e Saint-
Simon de modo destacado, realizaram a “revisão” dos trabalhos de uma série de
conservadores, porém, tendo por objetivo defender os interesses capitalistas.
Saint-Simon tem também reconhecimento na tradição socialista, uma vez que
seus ideais influenciaram o nascimento do ideal socialistas. Simon admitia a
existência de conflitos entre detentores e não detentores dos meios de produção,
acreditando que tais conflitos poderiam ser solucionados a partida da repressão
ou de uma normatização que orientasse a conduta dos indivíduos, tomando
como mais eficiente a segunda escolha. O papel da sociologia seria, exatamente,
promover a criação de tais leis. A ciência, para ele, poderia desempenhar a
mesma função de conservação social que a religião tivera no período feudal.
Auguste Comte sofreu influência do pensamento de Saint-Simon, todavia,
caracterizou-se como defender veemente da nova sociedade, conservador. Seu
ideal reside que para haver coesão e equilíbrio na sociedade seria necessário a
criação de uma crença comum a todos os homens e na necessidade de ordem
na sociedade, tendo ciência como ponto de partida. O advento da sociologia
representava para Comte o coroamento da evolução no conhecimento científico,
já constituído em várias áreas do saber. A sociologia positivista considerava que
a ordem existente era, sem dúvida alguma, o ponto de partida para a construção
da nova sociedade.
Durkheim, por sua vez, também preocupou-se com a questão da ordem
social e buscou definir o objetivo de estudo da sociologia, bem como seu método
de investigação. Émile Durkheim conhecia muito bem as teorias socialistas
devido a ascensão das mesmas, porém as criticava, uma vez que acreditava que
os problemas sociais não tinham origem econômica, mas sim na fragilidade
moral. Para ele, seria fundamental importância encontrar novas ideias morais
capazes de guiar a conduta dos indivíduos, considerando ainda que a ciência
poderia, através de suas investigações, encontrar soluções nesse sentido. A
divisão do trabalho deveria gerar sentimento de cooperação e solidariedade
entre os homens.
O positivismo durkheimiano acreditava que a sociedade poderia ser
analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza, ainda definiu que o
fato social e outros conceitos fundamentais ao estudo da Sociologia, e,
outrossim, manifestou visão otimista a respeito da sociedade. A função da
sociologia, nessa perspectiva, seria a de detectar e buscar soluções para os
“problemas sociais” restaurando a “normalidade social” e se convertendo dessa
forma numa métrica de controle social e de manutenção do poder vigente.
A formação e desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e
negador da sociedade capitalista sem dúvida liga-se à tradição do pensamento
socialista, que encontra em Marx e Engels a sua elaboração mais expressiva.
Precedido pelo socialismo utópico, o socialismo marxista ganharia expressão e
crença. A partir da observação da filosofia do alemão Hegel e sai dialética, Marx
definiu o chamado “materialismo histórico”, norteador sociológico. A sociologia,
aqui, tem a função não apenas de solucionar problemas sócias, mas de contribuir
para a promoção de mudanças radicais na sociedade. Umas das principais
críticas que dirigiam aos economistas clássicos dizia respeito ao fato destes
suporem que a produção dos bens materiais da sociedade era obra de homens
isolados, que perseguiam egoisticamente seus interesses particulares.
A contrário do positivismo, que procurou elaborar uma ciência social
suspostamente “neutra” e “imparcial”, Marx e vários de seus seguidores
deixaram claro a íntima relação entre o conhecimento por eles produzido e os
interesses da classe revolucionária existente na sociedade capitalista – o
proletariado. Comprometido com a transformação revolucionária da sociedade,
o pensamento marxista procurou tomar as contradições do capitalismo como um
de seus focos centrais. Para Marx, assim como a maioria dos marxistas, a luta
de classes, e não a “harmonia” social, constituía a realidade concreta da
sociedade capitalista. A sociologia encontrou na teoria social elaborada por Marx
e Engels um rico legado de temas para posteriores pesquisas. A sociologia
encontrou também, nessa vertente de pensamento, inspiração para se tornar um
empreendimento crítico e militante, desmistificador da civilização burguesa, e
também um compromisso com a construção de uma ordem social na qual
fossem eliminadas as relações da exploração entre as classes sociais.
Max Weber assinala a busca pela neutralidade científica, estabelecendo
a fronteira entre o homem que toma ações práticas e homem do saber, que
analisa, tal postura contribui para a profissionalização da disciplina, colocada
enquanto ciência social neutra. O trabalho de Weber foi bastante influenciado
pelo contexto da Alemanha de sua época, que passava por um grande surto de
crescimento econômico e classe intelectual vai-se enriquecer, ao mesmo passo
que passou a ter mais tempo e menos pressão para exercer suas funções.
Recebeu grande influência marxista, apesar de não trazer consigo a certeza que
a economia fosse o cerne dominante da sociedade. Em Weber, o ponto de
partida da sociologia é a compreensão da ação dos indivíduos, considerando a
realidade empírica onde o pesquisador tem o papel central nas investigações de
Weber, como demonstra a importantíssima obra “A ética protestante e o espírito
do capitalismo. Considerou o capitalismo com um sistema pautado na
organização racional, expressão de modernização e racionalização do homem.

LISTA DE DÚVIDAS

Pelo contexto histórico e de evolução, nota-se que a sociologia interferiu


diretamente ou indiretamente nas decisões políticas. Até que ponto a sociologia
pode interferir nas decisões políticas atuais?

PERGUNTAS SUGESTIVAS

É possível dizer que a sociologia resolve os problemas sociais?

Quais fatores contribuíram para o surgimento da sociologia?

Pelo contexto histórico e de evolução, nota-se que a sociologia interferiu


diretamente ou indiretamente nas decisões políticas. Até que ponto a sociologia
pode interferir nas decisões políticas atuais?
CONCLUSÃO

Carlos Benedito Martins explica por meio de sua obra todo o contexto em
que a sociologia se envolve buscando explicar os vários fatores que influenciam
o comportamento humano. O autor de forma simples e objetiva consegue
elucidar todo o contexto histórico para a surgimento e formação da sociologia.
Concilia perspectivas de diversos autores que contribuíram para o
desenvolvimento dessa ciência. De forma precisa é esclarecido o que é a ciência
sociologia e todo o contexto que a envolve.

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