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Fichamento do livro “O que é Sociologia", de Carlos Benedito

 Sobre o autor:

Nascido em 1948, na cidade de Itaberaí, interior de Goiás. Carlos Benedito de


Campos Martins é graduado em Ciências Sociais pela PUC-SP no ano de
1971. Concluiu seu mestrado no ano de 1979, pela mesma universidade.
Recebeu, em 1986, o título de doutor em Sociologia pela Universidade de Paris
V e, posteriormente, o de pós-doutor em 2007, pela Universidade de Columbia.
Atualmente, desempenha função de professor do Departamento de Sociologia
na UNB-Brasília.

 Capítulo 1: O surgimento

O surgimento da Sociologia partiu de um momento histórico de colapso do


sistema feudal e consolidação do capitalismo, que trouxe à tona uma nova
ordem social. Partindo disso, houve a necessidade de se compreender as
transformações e características dessa nova forma de organização da
sociedade.
O século XVIII foi de suma importância para o crescimento e desenvolvimento
da Sociologia. Tendo em vista as duas importantíssimas revoluções ocorridas
na época. São elas: a Revolução Industrial (1760-1840) e a Revolução
Francesa (1789-1799).
Com início na Inglaterra, a primeira delas foi um período de grande
desenvolvimento tecnológico na Europa. Marcado pelo nascimento da
indústria, a partir da substituição do trabalho artesanal pelo com uso de
máquinas.
Essa revolução foi fundamental na transformação da sociedade na época.
Tendo em vista que mudou o processo produtivo, as relações de trabalho e a
forma de organização do tempo.
O surgimento de uma classe operária foi de extrema importância para o
desenvolvimento da Sociologia. Muito por conta de seu papel histórico no
arranjo comunitário.
Comunidade essa que tornou-se objeto de estudo de pensadores ingleses do
período.
Já a Revolução Francesa, muito influenciada pelo iluminismo, surgiu com
intuito de converter a estrutura do Estado. Rompendo radicalmente com o
tradicionalismo da época. Promovendo inovações políticas e econômicas.
Essa revolta teve um papel crucial no desenvolvimento dessa ciência. Tendo
em vista que grandes nomes surgiram a partir desses ideais. Como, por
exemplo, Augusto Comte.
Que concentrou seus esforços a pensar em uma nova ordem social, buscando
recuperar a organização. Estabelecendo uma ciência da sociedade.

 Capítulo 2: A formação

A Sociologia não surge como uma escola de entendimento geral. Tendo em


vista que os ideais entre os sociólogos não estavam sempre alinhados, muito
por conta da realidade em que cada um se encontrava.
A rivalidade de classes possibilitou diversas vertentes nessa ciência, por conta
de interesses opostos na sociedade capitalista do período.
Dentre os vários ideais, é possível citar:
Saint-Simon, considerado um dos primeiros pensadores socialistas. Acreditava
que as empresas deveriam assumir responsabilidades sociais sobre as classes
trabalhadoras e defendia o progresso econômico como solução de uma
sociedade desordenada.
Augusto Comte, considerado o pai da Sociologia. Contrário aos princípios
iluministas, defendia o reestabelecimento da ordem social por meio de ideais e
conhecimentos comuns a todos. Defendia “o amor como princípio, a ordem
como base, o progresso como fim.”.
Durkheim, introduziu a ideia dos fatos sociais. Protegia os valores morais como
solução dos problemas econômicos. Focando na formação da conduta popular
a partir de um novo conjunto de ideias.
Em contrapartida ao capitalismo, surge o socialismo. Idealizado por Marx e
Engels, observaram que a divisão do trabalho como uma das responsáveis
pela exploração. Afirmavam que o homem possui caráter coletivista. Trazendo
consigo o ideal de revolução do proletariado contra as classes dominantes.
Por outro lado, Max Weber não dava tanta importância ao conflito de classes.
Defendia que as ações individuais guiariam os processos de mudança social.

 Capítulo 3: O desenvolvimento

O desenvolvimento da Sociologia se da a partir das disparidades causadas por


uma burguesia que aproveita de diversos artifícios para manter seu poder.
A Sociologia começou a ser aplicada como forma de prosseguimento das
relações dominantes entre classes. Levando em conta que os financiadores
dos sociólogos, o fazem afim de alcançar certos objetivos. Que, em muitas
vezes, acaba inviabilizando um conhecimento autônomo e crítico.
A partir da Primeira Guerra Mundial, pôde-se observar um grande avanço
dessa ciência. Porém, o surgimento de regimes totalitários, que perseguiam os
intelectuais e cientistas, e o pós-Segunda Guerra Mundial, resultaram em
retrocesso da Sociologia na Europa.
Dada a soberania dos Estados Unidos ao fim dessa guerra, o estudo
sociológico passa a ser utilizada na contenção do socialismo e na manutenção
das relações de dominação das potências aos emergentes.
Os novos sociólogos recusaram-se a tratar dos problemas que pudessem
levantar a compreensão da vida social. E, nesse contexto, aparece a sociologia
profissional. Voltada à legitimação dos interesses dominantes. Algo que, sem
querer, abriu brechas para a ascensão de uma classe média mais intelectual.
Atualmente, os sociólogos têm criticado a produção de Sociologia para
conservação da ordem. Essa sociologia crítica possibilita a melhor
compreensão da sociedade contemporânea, analisando a história e as atuais
formas de dominação capitalista.
Nos diversos países à margem desse capitalismo, há a elaboração de uma
ciência questionadora sobre os diversos aspectos de dominação. Executando,
dessa forma, um importante instrumento de transformação social.

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