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SOCIOLOGIA
Professore:
2023
VITÓRIA - ES
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ÍNDICE
UNIDADE I
1. Histórico
O século XVIII foi à época em que uma série de modificações na sociedade
proporcionou o surgimento da sociologia. A dupla revolução que este século
testemunha - a industrial e a francesa - constituía os dois lados de um mesmo processo,
qual seja, a instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia
apareceria somente um século depois, por volta de 1830, mas são os acontecimentos
desencadeados pela dupla revolução que a precipitam e a tornam possível.
A revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor e dos
sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. Ela representou o triunfo da
indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco a pouco
concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo
grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.
Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a
desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a
introdução de novas formas de organizar a vida social. A utilização da máquina na
produção não apenas destruiu o artesão independente, que possuía um pequeno
pedaço de terra, cultivado nos seus momentos livres. Este foi também submetido á uma
severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho, completamente
diferentes das vividas anteriormente por ele.
Num período de oitenta anos, ou seja, entre 1780 e 1860, a Inglaterra havia mudado de
forma marcante a sua fisionomia. País com pequenas cidades, com uma população rural
dispersa, passou a comportar enormes cidades, nas quais se concentravam suas
nascentes indústrias, que espalharam produtos para o mundo inteiro.
Tais modificações não poderiam deixar de produzir novas realidades para os homens
dessa época. A formação de uma sociedade que se industrializava e urbanizava em
ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o
desmantelamento da família patricial etc. A transformação da atividade artesanal em
manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do
campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho
de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência.
Em alguns setores da indústria inglesa, mais da metade dos trabalhadores era
constituída por mulheres e crianças, que ganhavam salários inferiores dos homens.
Um dos fatos de maior importância relacionados com a revolução industrial é sem dúvida
o aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade
capitalista. Os efeitos catastróficos que esta revolução acarretava para a classe
trabalhadora levaram-na a negar suas condições de vida. As manifestações de revolta
dos trabalhadores atravessaram diversas fases, como a destruição das máquinas, atos
de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a
criação de associações livres, formação de sindicatos etc. A conseqüência desta
crescente organização foi a de que os "pobres" deixaram de se confrontar com os
"ricos"; mas uma classe específica, a classe operária, com consciência de seus
interesses, começava a organizar-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de
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trabalho. Nesta trajetória, iam produzindo seus jornais, sua própria literatura, procedendo
a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para o socialismo como alternativa
de mudança.
Qual a importância desses acontecimentos para a sociologia? O que merece ser
salientado é que a profundidade das transformações em curso colocava a sociedade
num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto"
que deveria ser investigado. Os pensadores ingleses que testemunhavam estas
transformações e com elas se preocupam não eram, no entanto, homens de ciência
Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes
liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejavam produzir um mero
conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas
procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar
ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo. Tal fato significa que os
precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre indivíduos
que participavam e se envolviam profundamente com os problemas de suas sociedades.
A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações
colocadas pela revolução industrial. Boa parte de seus temas de análise e de reflexão foi
retirada das novas situações, como, por exemplo, a situação da classe trabalhadora, o
surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do
trabalho na fábrica etc. É a formação de uma estrutura social muito específica - a
sociedade capitalista - que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade, sobre suas
transformações, suas crises, seus antagonismos de classe. O visível progresso das
formas de pensar, fruto das novas maneiras de produzir e viver, contribuía para afastar
interpretações baseadas em superstições e crenças infundadas, assim como abria um
espaço para a constituição de um saber sobre os fenômenos histórico-sociais. Esta
crescente racionalização da vida social, que gerava um clima propício à constituição de
um estudo científico da sociedade, não era, porém, um privilégio de filósofos e homens
que se dedicavam ao conhecimento.
A burguesia, ao tomar o poder em 1789, investiu decididamente contra os fundamentos
da sociedade feudal, procurando construir um Estado que assegurasse sua autonomia
em face da Igreja e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista.
O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas
abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, seus
costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na
economia, na política, na vida cultural etc
Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir
uma "higiene" na sociedade, para "reorganizá-la", seria necessário fundar uma nova
ciência. Durkheim, ao discutir a formação da sociologia na França do século XIX, refere-
se a Saint-Simon da seguinte forma: "O desmoronamento do antigo sistema social, ao
instigar a reflexão à busca de um remédio para os males de que a sociedade padecia,
incitava-o por isso mesmo a aplicar-se às coisas coletivas. Partindo da idéia de que a
perturbação que atingia as sociedades européias resultava do seu estado de
desorganização intelectual, ele entregou-se à tarefa de pôr termo a isto. Para refazer
uma consciência nas sociedades, são estas que importa, antes de tudo, conhecer. Ora,
esta ciência das sociedades, a mais importante de todas, não existia; era necessário,
portanto, num interesse prático, fundá-la sem demora". Como se percebe pela afirmação
de Durkheim, esta ciência surge com interesses práticos e não "como que por encanto",
como certa vez afirmara.
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Enquanto resposta intelectual à "crise social" de seu tempo, os primeiros sociólogos irão
revalorizar determinadas instituições que segundo eles desempenham papéis
fundamentais na integração e na coesão da vida social. A jovem ciência assumia como
tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância de
instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua
importância teórica para o estudo da sociedade.
Montesquieu, Saint-Simon, Comte e muitos outros foram os verdadeiros pioneiros da
sociologia, a maioria dos sociólogos identifica as origens da sociologia no início do
século XIX, com a obra do filósofo francês Augusto Comte (1798-1857), que foi o
primeiro a empregar o termo “sociologia” e defini-la como “ciência da sociedade”.
Entretanto, no século XIX e início do século XX, quatro pensadores europeus tiveram
especial importância e juntos podem ser considerados “os sociólogos clássicos”: Karl
Marx, Max Weber, Emile Durkheim e Georg Simmel.1 Esse último preocupou-se com
fenômenos mais prosaicos, tal como “o estrangeiro”, “o pobre”, “o aventureiro”, “o
mediano”, “o renegado”, e tantos outros mais, concebendo-os, cada um deles, com
reações e expectativas próprias mas pertencentes ao todo e que se moviam num circulo
muito singular, deduzindo então que o fenômeno social mais evidente provocado pela
industrialização e urbanização, foi a ampliação assombrosa dos círculos em que cada
um se inseria. O que o atraia Simmel era a diversidade social da cidade.
2. Conceito
Sociologia é o estudo científico das relações sociais, das formas de associação,
destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais,
fenômenos que produzem nas relações de grupos entre seres humanos. Estuda o
homem e o meio humano em suas interações recíprocas. A sociologia não é normativa,
nem emite juízos de valor sobre os tipos de associação e relações estudados, pois se
baseia em estudos objetivos que melhor podem revelar a verdadeira natureza dos
fenômenos sociais. A sociologia é o estudo e o conhecimento objetivo da realidade
social.
3. Método Científico
A Sociologia utiliza o método científico de encontrar respostas, respeitando as seguintes
condições de ciência:
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George Simmel (1858-1918) preocupou-se primordialmente com as reações do indivíduo frente ao mundo urbano.
Inicio do século XX , em 1900, tido como o Século do Dinheiro, Simmel publicou o "Philosophie des Geldes", a
Filosofia do Dinheiro, ensaio no qual, além de apresentar uma outra visão, não pecaminosa, da função do dinheiro,
chamou a atenção para as conseqüências da impessoalidade na sociedade moderna e seus efeitos sobre os
indivíduos. A monetarização da vida moderna foi a decorrência natural da necessidade da substituição dos vínculos de
sangue e de parentesco por algo impessoal, inodoro, prático e universal como o dinheiro. Os laços históricos
tradicionais haviam sido rompidos ou perdidos. Os laços históricos que, anteriormente, prendiam o vassalo ao
suserano, o servo ao seu senhor, o mestre à guilda, o artesão ao grêmio local, o filho e a mulher ao pai e este, por sua
vez, ao avô na família patriarcal, todas as relações estabelecidas pelos vínculos de fidelidade e compromisso que
caracterizavam os hábitos e costumes na vida pré-moderna.
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4. Sociologia no Brasil
O desenvolvimento da sociologia no Brasil obedeceu às condições de desenvolvimento
do capitalismo e à dinâmica própria de inserção do país na ordem capitalista mundial.
Nesse sentido ela surge na década de 1930, quando do crescimento da burguesia, do
incremento da industrialização e da centralização do poder com o golpe de 1937, que
instaurou o Estado Novo. Em 1933, é criada a Escola Livre de Sociologia e Política cujos
estudos são de orientação americana em São Paulo, onde a sociologia passa a ser
ensinada em nível universitário com o objetivo de formar técnicos, assessores e
consultores capazes de produzir conhecimento científico sobre a realidade brasileira a
ser aliada à tomada de decisões estatal/governamental federal, estadual e municipal. .
A faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo surge em
1934, sob influência da sociologia francesa com objetivo de formar professores para o
ensino médio, principalmente escolas normais, formadoras de professores para o ensino
fundamental. Dela sairão importantes nomes da sociologia brasileira, como um dos mais
importantes sociólogos brasileiros: Florestan Fernandes, fundador da sociologia crítica
no Brasil. Em continuidade, Gilberto Freire, Oliveira Vianna, Fernando Azevedo, Sérgio
Buarque de Holanda e Caio Prado júnior, já a partir das décadas 1960/70 Octavio Ianni,
Fernando Henrique Cardoso, entre outros.
Na obra ‘As regras do Método Sociológico’ publicada em 1895, definiu o método a ser
usado pela Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia tornar-se uma
ciência, separada da Psicologia e Filosofia.
Ele formulou o tipo de acontecimentos sobre os quais o sociólogo deveria se debruçar :
os fatos sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia.
Para Durkheim, fatos sociais são maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao
indivíduo, dotadas de um poder coercitivo e compartilhadas coletivamente. Variam de
cultura para cultura e tem como base a moral social, estabelecendo um conjunto de
regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido. Não podem ser
confundidos com os fenômenos orgânicos nem com os psíquicos, constituem uma
espécie nova de fatos.
Pelo poder de coerção que exerce ou que pode exercer sobre os indivíduos, identificado
pelas sanções ou resistências a alguma atitude individual contrária e quando é exterior a
ele. Ex: se um aluno chega no colégio de roupa de praia, ele estará em desacordo com
a regra e sofrerá sanção por isso, seja voltar para casa ou uma advertência por escrito.
O social é o entre nós. Onde se dá a interação, troca.
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Coerção : repressão, restrição de direitos, que limita a liberdade de agir individual. Ex : a regra da
escola é usar uniforme composto de blusa com logotipo do colégio, calça jeans azul e tênis.
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Para Durkheim o social não pertence a nenhum indivíduo, mas ao grupo que sofre
pressões e sansões sendo obrigado a aceitá-lo.
Partindo do princípio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da
sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, e que essa harmonia é
conseguida através do consenso social, a ‘saúde’ do organismo social se confunde com
a generalidade dos acontecimentos e com a função destes na preservação dessa
harmonia, desse acordo coletivo que se expressa sob a forma de sanções sociais.
Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a
adaptação e evolução da sociedade, estamos diante de um acontecimento de caráter
mórbido e de uma sociedade doente.
Portanto, normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais
gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas
pela maior parte da população. Patológico é aquele que se encontra fora dos limites
permitidos pela ordem social e pela moral vigente.
Em seu livro ‘Da divisão do trabalho social’ de 1893, Durkheim reconhecia a existência
de duas consciências:
Para Durkheim, o social é modelado pela Consciência Coletiva3, que é uma realidade
social resultante do contato social. Essa consciência difere da consciência individual4,
pertencendo a todos enquanto integrados e a nenhum em particular. Os fenômenos
sociais refletem a estrutura do grupo social que os produz (idéia da Sociologia Moderna).
Se a sociedade é o corpo, o Estado é o seu cérebro e por isso tem a função de
organizar essa sociedade, reelaborando aspectos da consciência coletiva.
Durkheim admitia que o Estado é uma instituição que tem o dever do elaborar leis que
corrijam os casos patológicos da sociedade.
Em resumo: Se cabe a Sociologia observar, entender e classificar os casos patológicos,
procurando criar uma nova moral social, cabe ao Estado colocar em pratica os princípios
dessa nova moral.
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consciência coletiva : conjunto das maneiras de agir, pensar e agir, característica de determinado
grupo ou sociedade. Impõe-se à consciência individual. É a forma moral vigente na sociedade. Ela
aparece como regras estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais. Ela define o que,
numa sociedade, é considerado ‘imoral’, ‘reprovável’ ou ‘criminoso’. A punição é o meio de voltar a
consciência coletiva.
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consciência Individual : traços de caráter ou temperamento e acúmulo de experiências pesoais que
permite relativa autonomia no uso e adaptação das maneiras de agir, pensar e sentir.
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O meio natural e necessário a essa sociedade é o meio natal, onde o lugar de cada um
é estabelecido pela consangüinidade e a estrutura dessa sociedade é simples.
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Na solidariedade mecânica, o direito é repressivo ( Penal ). Crime é tudo aquilo que diz
respeito à consciência coletiva, ao consenso. O crime é o rompimento de uma
solidariedade social. Todo ato criminoso é criminoso porque fere a consciência comum,
que determina as formas de solidariedade necessárias ao grupo social.
Não reprovamos uma coisa porque é crime, mas sim é crime porque a reprovamos. A
solidariedade social representada pelo Direito Penal é a mais elementar, espontânea e
forte.
É fruto das diferenças sociais, já que são essas diferenças que unem os indivíduos pela
necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência. Os membros da
sociedade onde predomina a Solidariedade Orgânica estão unidos em virtude da divisão
do trabalho social.
Os costumes são a fontes do direito, mas tudo aquilo que é mais importante para a
consciência coletiva, torna-se direito, regra.
Durkheim admite que a solidariedade orgânica seja superior à mecânica, pois ao se
especializarem as funções, a individualidade de certo modo, é ressaltada, permitindo
maior liberdade de ação.
AÇÃO
Para Weber a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em
Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações
individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia
a ação social.
O que é ação social?
É qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação de outros. Por exemplo, um
eleitor. Ele define seu voto orientando-se pela ação dos demais eleitores. Ou seja, temos
a ação de um indivíduo, mas essa ação só é compreensível se percebemos que a
escolha feita por ele tem como referência o conjunto dos demais eleitores.
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é,
algum tipo de sentido entre várias ações sociais, teremos então relações sociais.
A ação social é a conduta humana dotada de sentido. O sentido motiva a ação
individual.
Para Weber, cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por
interesses racionais ou pela emotividade.
O objetivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social
na medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou reação de outros
indivíduos.
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre.
É o indivíduo que através dos valores sociais5 e de sua motivação, produz o sentido da
ação social.
A transmissão destes valores comuns de uma geração para outra é chamada
socialização, que é uma forma inconsciente de coerção social. Ex. de valores sociais:
respeito, virgindade, honestidade, solidariedade, etc.
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação,
a partir de suas ações, com os demais.
A partir dessa definição, Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação
social, agrupando-as de acordo com o modo pelo quais os indivíduos orientam suas
ações. Assim, ele estabelece 5 tipos de ação social:
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Valores : níveis de preferência estabelecidos pelo ser humano para objetos, conhecimentos,
comportamentos ou sentimentos, tenham eles origem individual ou coletiva. Mas todos eles geram algum
tipo de conduta, isto é, servem de referência para a ação. É o valor moral, ético. Os valores sociais são
aqueles gerados por um grupo e que contribuem para sua manutenção. Durkheim atribuiu aos valores a
característica de coerção social, ou seja, o poder de induzir pessoas a um determinado comportamento.
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Weber afirma que a Ciência Social que ele pretende exercitar é uma “Ciência da
Realidade”, voltada para a compreensão da significação cultural atual dos fenômenos e
para o entendimento de sua origem histórica.
Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra um pedaço de papel, esse fato, em si mesmo,
é irrelevante para o cientista social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu
o papel para a outra como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque)
é que se está diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma ação carregada
de sentido. O fato em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um
complexo de significações sociais, na medida em que as duas pessoas envolvidas
atribuem ao pedaço de papel a função do servir como meio de troca ou pagamento;
além disso, essa função é reconhecida por uma comunidade maior de pessoas.
TIPO IDEAL
O tipo ideal é uma construção do pensamento e sua característica principal é não existir
na realidade, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente
existentes.
As construções de tipo ideal fazem parte do método tipológico criado por Max Weber. Ao
comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais,
construídos a partir de aspectos essenciais dos fenômenos.
- Dominação legal: legitimada pelas leis a partir dos costumes e tornado possível pela
burocracia, trazendo a especialização e a organização racional e legal das funções.
BUROCRACIA
O objetivo de Marx não era apenas contribuir para o desenvolvimento da ciência, mas
propor uma ampla transformação política, econômica e social. A teoria marxista compõe-
se de uma teoria científica, o materialismo histórico e de uma filosofia, o materialismo
dialético.
Para Hegel, o mundo é a manifestação da idéia. Marx e Engels ao contrário, diz que a
matéria é a fonte da consciência e esta é um reflexo da matéria. Marx diz que:
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Os conceitos desenvolvidos por Marx em sua teoria são: mercadoria, capital, lei da mais-
valia, classes sociais, Estado e ideologia.
Em seu livro mais importante, O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade aparece
inicialmente como um grande depósito de mercadorias.
Por exemplo: relaciono-me com o padeiro, porque compro seu pão; relaciono-me com o
cobrador do ônibus, pois pago a passagem. Tudo acaba sendo mercadoria. O
trabalhador vende sua capacidade de trabalhar em troca de um salário e assim por
diante.
A produção social de bens, segundo Marx, engloba dois fatores básicos: as forças
produtivas e as relações de produção.
As forças produtivas e relações de produção constituem o modo de produção e são as
condições naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre na sociedade.
Por outro lado jamais aparecem novas relações de produção superiores às antigas antes
que as condições materiais de sua existência se tenham desenvolvido completamente
no seio da velha sociedade.
Marx diz que as desigualdades sociais são provocadas pelas relações de produção do
sistema capitalista, as quais dividem os homens em proprietários e não-proprietários
dos meios de produção. As desigualdades são a base da formação das classes sociais.
Ele não acreditava no consenso de Durkheim, mas sim que a história do homem é a
história da luta de classes, uma luta constante entre interesses opostos. Por outro
lado, as relações entre as classes são complementares, pois uma só existe em relação à
outra. Só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos cuja única
propriedade é sua força de trabalho, que precisam vender para assegurar a
sobrevivência. As classes sociais são, pois, complementares e interdependentes.
Fixando conceitos
CLASSE SOCIAL: O conceito cientifico das classes sociais exige análise dos seguintes níveis:
modo de produção, estrutura social, situação social e a conjuntura. Em uma explicação mais
simples, classe social é um grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios
diversos, especialmente o econômico. Segundo a ótica marxista, em praticamente toda
sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a
classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por
ela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante.
Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de
classes, de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe
dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura
social mais adequada.
MERCADORIA
Em seu livro O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade aparece inicialmente com
um grande depósito de mercadorias. O trabalhador vende sua capacidade de trabalhar
em troca de um salário, e assim por diante. No entanto, o que pode existir por trás de
uma simples troca de mercadoria?
Para sobreviver, as pessoas produzem os bens materiais para seu consumo,
transformando assim a natureza com seu trabalho, porém é impossível um só homem
fabricar todos os bens de consumo de que necessita, dado que a exigência humana,
para a satisfação da vida, é grande e variada. Para resolver este problema as pessoas
trocam entre si os produtos de que necessitam. Na troca, as mercadorias equivalem-se
pelo tempo de trabalho socialmente necessário para sua produção.
A mercadoria caracteriza-se por possuir um valor de troca, isto é, uma capacidade para
ser trocada e possui um valor de uso, isto é, uma utilidade.
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Lei da mais-valia
O excedente de valor produzido que não é devolvido ao trabalhador, sendo apropriado
pelo capitalista é o que Marx define como a mais-valia. Essa mais-valia caracterizará o
capital, pois parte dela é reempregada no processo de acumulação capitalista. As
mercadorias nada mais são do que a materialização do trabalho que não foi pago ao
empregado.
Idéia de alienação
EM SINTESE:
ESTUDO DIRIGIDO
1. O que é Sociologia?
2. A Sociologia afirma ser uma disciplina científica. O que isso significa?
3. Que fatos históricos contribuíram para o surgimento da sociologia?
4. Como ocorreu o desenvolvimento da Sociologia no Brasil?
5. O Sociólogo Max Weber se propõe a realizar uma Sociologia diferente de Durkheim.
Qual é o objetivo da Sociologia Weberiana?
6. Para Max Weber o que é ação social?E, como se dão as relações sociais?
7. O que são tipos Ideais?
8. Quais são os quatros tipos ideais de ação social? Defina-os.
9. Quais são os três tipos ideais de dominação? Defina-os.
10. O que é Sociologia para Durkheim?
11. Qual é o objeto da Sociologia Durkheimiana?
12. O que são Fatos Sociais?
13. Quais são os dois tipos de solidariedade?
14. Qual a função da solidariedade?
15. O que é Anomia para Durkheim?
16. O que Marx entende por alienação?
17. Qual é o elemento básico que caracteriza a Sociedade Capitalista?
18. O que é mais-valia?
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