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No contexto criado pela revolução industrial, surge a figura do proletariado, com papel
histórico na sociedade capitalista. Ela passa a negar sua condição de vida e se organiza contra
os donos dos instrumentos de trabalho: não era pobre contra rico; era uma nova classe
emergindo, a classe operaria, com consciência dos seus interesses. O proletariado vai dos
movimentos de revolta com atos de destruição de maquinas e sabotagens diversas até a
formação dos sindicatos, com a produção de jornais, literatura própria, com críticas ao sistema
capitalista e se inclinando ao socialismo como alternativa.
A nova estrutura social surgida pós revolução industrial e as discussões e debates sobre
essa nova sociedade e suas contradições levam, em boa parte ao surgimento da sociologia. A
outra parte cabe a uma nova forma de pensamento. O homem renuncia a uma visão
sobrenatural das coisas em detrimento da indagação racional: o método científico para
explicação da natureza se utiliza da observação e da experimentação. Com efeito, nega a
autoridade, o dogmatismo e a percepção de providencia divina das coisas.
Ferguson, porém, também estuda a sociedade a partir de seus grupos e não apenas a
partir da individualidade.
A função da sociologia com vistas a mudar não apenas as formas do conhecimento, mas
a sociedade em si, é percebido, no século XVIII, entre os pensadores franceses.
Na mesma mão dos filósofos e estudiosos, o cidadão comum também se distanciava das
instituições sociais, do sobrenatural. Esse fenômeno é importante para a ascensão da burguesia
ao poder, em 1789 (início da revolução francesa), uma vez que fazem coro às reivindicações
contrarias à manutenção do estado das coisas, sob a não conformação da manutenção de, por
exemplo, privilégios a uma parcela pequena da sociedade, mantida pela monarquia.
O que os burgueses planejaram, contudo, era uma mudança total na forma da sociedade
vigente. E isso incluía um levante contra as organizações dos trabalhadores (sindicatos), mas
também contra a Igreja, levando ao estado as atribuições que antes eram desta instituição como
a educação, além de confiscar propriedades e suprimir votos monásticos.
Para encontrar um equilíbrio para esta nova sociedade e reestabelecer a ordem e a paz,
os pensadores propõem a necessidade de se conhecer as leis que regem os fatos sociais,
instituindo uma ciência da sociedade. Com vistas a controlar e neutralizar novas investidas de
grupos revolucionários, a burguesia supera o pensamento iluminista: a filosofia agora deve
empreender esforços no sentido de estudar a sociedade na mão de conduzi-la, agora, a
organização. A substituição da revolução pela aceitação (segundo Saint-Simon e Comte).
Nessa busca por estabilizar a sociedade, Comte trata a sociologia como física social, em
que os fenômenos sociais devem ser estudados sob os mesmos aspectos que as ciências física,
química, fisiologia, etc., não submetida a leis mutáveis. Assim, é evidente a ligação entre
sociologia e positivismo. E, sendo positivista, não questionará a sociedade capitalista.