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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIA HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

ANA CECÍLIA, BRENDA NASCIMENTO, KAYLANE ALVES, THAISSA LAISE E


VICTORIA CAROLINE

SETEMBRO DE 2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................4
1.1. Ascensão do capitalismo e as lutas
operárias............................................................4
1.2. Questão social e serviço
social...................................................................................6
1.3. Surgimento do serviço social na Europa do século
XIX............................................7
3. CONCLUSÃO................................................................................................................9
4. REFERÊNCIAS ...........................................................................................................10

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1. INTRODUÇÃO

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ASCENSAO DO CAPITALISMO E LUTAS OPERARIAS

O sistema capitalista se iniciou a partir do declínio da sociedade feudal nos séculos XI e XV


quando os camponeses deixam o feudo e criam grupos urbanos (burgos), nessas pequenas
cidades o comércio era baseado na troca de mercadorias e haviam eventos reunindo
mercadores de várias partes do mundo, impulsionando o uso de moedas e dando início a
pratica de empréstimos a juros, que possibilitou o acumulo de capital e ajudou no surgimento
da burguesia. A classe social que nascia aspirava por uma economia baseada na burguesia
mercantil, e com as cruzadas (expedições religiosas organizadas pela igreja) o capitalismo
comercial se intensificou ainda mais.

Por meio da revolução industrial, o modo de produção mudou da manufatura para a produção
industrial, mudança necessária por causa da expansão da cidade e do crescimento
demográfico, logo, com o surgimento das máquinas, a burguesia conquistava cada vez mais
poder econômico, político e social, enquanto os camponeses que abandonaram o feudo
procuravam nos centros urbanos melhor qualidade de vida, trabalhando nas fábricas recém
abertas, vendendo sua força de trabalho por salário se tornando assim a classe trabalhadora, o
proletariado.

A revolução industrial trouxe grandes avanços, mas por outro lado, a população que veio do
campo sofria com jornadas de trabalho excessivas e baixos salários. Por diversas vezes a
burguesia tentou controlar os trabalhadores que buscavam por melhorias nas suas condições
de trabalho, a partir de leis, como por exemplo, a lei francesa de Le Chapelier, que proibia
greves.

O primeiro movimento operário que surgiu foi o Ludismo, liderado por Nedd Ludd, na
Inglaterra durante o século XVIII, as máquinas reduziam as demandas por mão de obra
causando desemprego, o que fazia com que os operários que trabalhavam nos centros fabris se
submetessem a salários baixíssimos, por isso, os ludistas quebravam as máquinas e

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instalações industriais em forma de protesto, após meses de ações o movimento foi
abandonado por ineficiência, mas foi de extrema importância para que o sistema capitalista
começasse a ser questionado, pois foi a primeira vez que o proletariado conseguiu chamar
atenção da burguesia para suas reivindicações. Logo depois, surgiu o cartismo, movimento
reformista que aconteceu na Inglaterra, quando o trabalhador radical William Lovett escreveu
uma carta, chamada carta do povo e enviou para o parlamento inglês em maio de 1838,
almejando melhorias, a carta continha seis exigências, voto universal, igualdade entre os
distritos eleitorais, voto secreto por meio de cédula, eleição anual, pagamento aos membros
do parlamento e abolição da qualificação segundo as posses para a participação no
Parlamento. Os cartistas atuaram durante alguns anos realizando comícios e manifestações.
Em 1848, a causa cartista motivou cerca de 500 mil trabalhadores para uma manifestação no
dia 10 de abril, mas devido a uma tempestade a manifestação não foi como esperada.

As reivindicações da carta foram rejeitadas, mas por demonstrar uma melhor organização em
relação a outros movimentos anteriores o cartismo foi essencial para o surgimento do
sindicalismo. Nos sindicatos, o proletariado entende que é necessário se unirem para
negociarem suas condições de trabalho. O sindicalismo é a associação de trabalhadores que
visam a negociação entre o operário e o patrão. A distância entre a burguesia e proletariado
trouxe questionamentos a respeito do sistema capitalista, algumas ideologias acreditam que
existe duas principais propostas, a reforma e a revolução. A teoria reformista busca a
preservação do sistema, e a busca por modificações que o torne mais justo e eficiente, já os
revolucionários, acreditam que a solução é mudar o sistema.

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2.2. QUESTAO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL

Segundo Netto, em Cinco Notas a Propósito da "Questão Social", a expressão questão social
se origina no século XIX, na Europa, durante o processo de industrialização na Inglaterra com
o encetamento do capitalismo, que resultou no fenômeno da pauperização, agravando a
situação da população trabalhadora explorada, dessa forma, surge a discussão sobre a questão
social.

O autor aborda diferentes compreensões em relação a questão social, entretanto, Netto afirma
que a questão social é constitutiva da amplificação do capitalismo, pois, segundo a tradição
marxista é um termo que está ligado aos fundamentos da sociedade capitalista, da contradição
capital e trabalho, que segundo o texto gera as desigualdades, que se evidenciam de diversas
maneiras e em diferentes estágios, mas todas indissociáveis do capitalismo.

A acumulação de capital é muito importante para o funcionamento do modo de produção


capitalista, que tem de um lado o capitalista e do outro o assalariado, e esse acúmulo traz
impactos negativos para os trabalhadores, pois, gera a pauperização. A ampliação capitalista
produz, a questão social, que está estabelecida pela relação capital/trabalho a exploração. O
cunho explorador do regime capitalista se efetiva no marco das contradições e oposições onde
se cria a riqueza social. Segundo Netto, a questão social tem a ver, exclusivamente, com a
sociabilidade erguida sob o comando do capital. O desenvolvimento do capitalismo e a
acumulação do capital, que coloca as condições e o desenvolvimento da questão social, dessa
forma, não se extingue uma perpetuando a outra.

A negligência do Estado com a questão social e suas expressões, como a divisão desigual da
riqueza produzida socialmente, diante das formas de atuação do Estado com essas
problemáticas, os casos de política vão ser encarados como caso de polícia, em decorrência
disso há o enxugamento das políticas sociais, que ficam cada vez mais, precárias e seletivas.
As expressões da questão social, como fome, desigualdade, violência e desemprego, é vista
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como algo normal na sociedade moderna. Perspectiva ideológica funcionalista, onde estas
expressões são encaradas como anomia, exterior a qualquer relação entre o capital e o
trabalho.

As chamadas “Novas Expressões da Questão Social” se tornam um debate no meio


acadêmico, esse debate começa a ser estudado a partir dos anos 70 a 80, quando começou a
surgir os movimentos sociais, que trouxe uma visão da função das necessidades criadas por
este sistema. Essas necessidades se dividem em grupos dependendo do grau de envolvimento,
ou seja, em relação ao quanto esse grupo é afetado por determinado fator. Até que chega um
ponto em que esses grupos começam a compartilhar essa realidade e se mobilizam em prol da
conscientização e em um momento posterior, debate com um Estado omisso ao cotidiano dos
mesmos.

Assim, como afirma José Paulo Netto não há uma nova questão social, mas sim, novas
expressões da mesma. É preciso compreender que os desafios para seu enfrentamento são os
mesmos de toda história do capitalismo, a existência desse sistema econômico. Como Netto
explica, não há como suprimir a questão social e suas expressões sem trabalharmos em sua
origem, que é a exploração e o sistema de acumulação de capital. E a sociedade burguesa, que
é detentora dos meios de produção da propriedade privada, necessita da manutenção da
questão social para a manutenção do sistema capitalista, pois, as expressões da questão social
levam ao desespero de aceitar situações degradantes como trabalhos subservientes.

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2.3. SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NA EUROPA DO SÉCULO XIX

O serviço social nas escolas da Europa data em épocas distintas do século XIX, sendo a
Inglaterra a mais antiga, concebida no ano de 1886 e posteriormente a Alemanha, no ano de
1889. Vinte anos após o surgimento das primeiras escolas, os demais países europeus
incorporaram o serviço social em suas instituições. Até a década de oitenta, 10 países se
associaram ao estudo do serviço social.

Os assistentes sociais, Giarchi e Lankshear (1998) asseguram que a igreja participou do


desenvolvimento do serviço social nos países europeus, como a Bélgica, Inglaterra, Finlândia
e outros em que as organizações protestantes foram ativas nas instituições do serviço social,
sem mencionar a influência da igreja católica nas regiões da Europa, eles também acolhem a
ideia de que o serviço social foi influenciado pelo movimento de trabalhadores, visto que, o
serviço social intencionou preparar a massa operária para a era industrial, período
denominado de “conservador”.

A concepção do serviço social também esteve envolvida em causas sociais, como movimentos
femininos e religiosos. Sem embargo, entre as influências citadas, apenas a relação com a
igreja mostrou-se contínua. O autor Lorenz afirma que o serviço social surgiu durante a
modernização europeia, quando a transformação nos setores sociais e os pensamentos
religiosos estavam sendo cada vez mais privatizados. As igrejas, entenderam que a resposta
para a reconstrução de sua legitimidade, seria a prestação de serviço às pessoas, não mais a
exibição de poder e privilégios. Dessa forma, achavam que a igreja poderia competir com os
movimentos sociais para a melhoria das situações precárias da sociedade através de prestação
de serviços, não apenas a pregação.

Na Inglaterra, o serviço social deixou sua herança por meio do desenvolvimento das
profissões antigas como o direito, medicina, a educação e as sociedades de serviço
humanitário. O serviço social presente na Inglaterra, também contribuiu com o protagonismo
do feminismo e destacaram a importância das relações sociais na profissão e no processo de
reabilitação social.

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Na maior parte dos países europeus como Suécia, Reino unido, Portugal e outros, o trabalho
social situou-se numa situação singular e paradoxal do sistema do ensino superior, pelo fato
de não estar presente no mesmo, mas estava se aproximando cada vez mais. Na tália, a
reforma dos estudos universitários com a instauração dos cursos de especialização e de
aperfeiçoamento ocorreu em 1982, mas apenas em 1987 que a formação dos assistentes
sociais foi introduzida na universidade.

No Reino Unido, apenas em 1971 se instaurou o conselho central da educação e formação em


trabalho social, que teve o poder para aprovar os ciclos de formação e definir o nível
necessário para a formação. Na Finlândia, a formação de trabalhadores sociais desenvolveu-se
na década de 50 na universidade de Helsinque em conjunto com as políticas sociais.

Em relação a Espanha, a evolução do trabalho social é caracterizada por um atraso na


profissão a qual a igreja desempenhou um papel nas primeiras fases de seu desenvolvimento.
Devido à época da ditadura, foi necessária uma certa espera do final dos anos 50 para os anos
60, para finalmente a Espanha desenvolver o trabalho social.

O termo “assistente social”, surgiu no ano de 1964 pelo decreto do Ministério da Educação
Nacional e das ciências. O controle da formação pelo Estado da Espanha tomou amplitude no
ano de 1967 com a criação da única escola oficial de assistentes sociais em Madrid. Então, em
1980, por influência da Federação espanhola das associações das assistentes sociais, em razão
da apresentação de um projeto de licença, o parlamento aprovou a criação do “título de
diplomado em trabalho social” e a transformação das escolas de assistentes sociais em escolas
universitárias de trabalho social.

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2. CONCLUSÃO

Vale destacar, primeiramente. a importância deste trabalho para o desenvolvimento do nosso


conhecimento acerca da origem do serviço social, suas questões e da sua intrínseca relação
com a sociedade capitalista. Com este trabalho compreendemos o surgimento do capitalismo
marcado pelo enfraquecimento do feudalismo e o nascimento da nova classe dominante: a
burguesia e também compreendemos o desenvolvimento desse sistema por meio das
revoluções tecnológicas e políticas que mudaram o modo de produção e trouxeram
significativas mudanças no âmbito social, como por exemplo, a precarização da vida social
dos trabalhadores.

As primeiras formas de resistência da classe trabalhadora contra o seu modo precário de se


viver aconteceram por meio de greves, manifestações e diferentes movimentos a fim de
publicizar e politizar os problemas que estavam enfrentando. Geralmente o poder público não
atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era dono de indústrias e não tratavam
essas questões como um problema coletivo e sim como um problema individual,
responsabilizando o próprio trabalhador pelas condições em que se encontrava.

Vimos que, a questão social se dá justamente por essa forma de precarização específica do
modo de produção capitalista, e tem como ferramenta de intervenção o serviço social, que em
um primeiro momento, serviu para o estado como um apaziguador das massas, servindo mais
aos burgueses do que aos proletários.

O Serviço social surgiu na Europa sendo fortemente influenciado pela igreja católica, e pelas
causas sociais, baseada na moral e assistencialismo, a igreja tentava aproxima-se dos fiéis e
estabelecer uma boa relação entre as pessoas e o estado e com as demandas do mundo
capitalista, estava também presente nas instituições.

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4. REFERÊNCIAS

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