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Serviço Social na cena contemporânea

– IAMAMOTO e NETTO
Tanany Frederico dos Reis
Serviço Social e (re) produção das
relações sociais
 Desde a década de 1980 é o Serviço Social é reconhecido
como especialização do trabalho, inscrita na divisão social e
técnica do trabalho e que possui um significado no processo
de produção e reprodução das relações sociais na sociedade
capitalista.

 A reprodução das relações sociais na sociedade é a


reprodução desta sociedade em seu movimento e em suas
contradições; é a reprodução de um modo de vida e de
trabalho que envolve o cotidiano da vida social.
Serviço Social e (re) produção das
relações sociais
 O processo de reprodução das relações sociais não é mera
repetição ou reposição do instituído, na medida em que
possibilita a criação de novas necessidades e de novas relações
sociais e hegemonias.

 A reprodução das relações sociais imprime uma dimensão


contraditória às demandas e requisições colocadas ao
Serviço Social.
Serviço Social e (re) produção das
relações sociais
 A particularidade do Serviço Social no âmbito da divisão sócio-
técnica do trabalho coletivo se encontra organicamente vinculada às
configurações estruturais e conjunturais da questão social e às formas
históricas de seu enfrentamento, que são permeadas pela ação dos
trabalhadores, do capital e do Estado.

 A questão social, base de fundação histórico-social da profissão, tem


sua gênese na lei geral da acumulação capitalista.

 Lei geral da acumulação capitalista: a crescente pauperização


relativa do trabalhador corresponde ao crescimento do capital.
Serviço Social e (re) produção das
relações sociais
 As condições que circunscrevem o trabalho dos assistentes
sociais expressam a dinâmica das relações sociais vigentes na
sociedade.

 Os assistentes sociais participam tanto dos mecanismos de


exploração e dominação, quanto ao mesmo tempo e pela
mesma atividade, da resposta às necessidades de
sobrevivência das classes trabalhadoras e da reprodução do
antagonismo dos interesses sociais.
Transformações societárias
 As profundas transformações societárias emergentes desde a
década de 1970 redesenharam amplamente o perfil do capitalismo
contemporâneo.

 Estas transformações estão vinculadas às significativas


mudanças que ocorreram no chamado “mundo do
trabalho”, as quais se conectam aos impactos causados nos
circuitos produtivos pela revolução científica e técnica em curso
desde meados do século XX (potenciada em seus desdobramentos,
por exemplo, pela “revolução informacional” e pelos avanços da
microeletrônica, da biologia, da física e da química).
Transformações societárias
 Essas transformações ultrapassam os circuitos
produtivos e envolvem a totalidade social,
configurando a sociedade “tardo-burguesa” que emerge da
restauração do capital operada desde fins dos anos 1970.

 Projeto neoliberal restaurador: resumido no tríplice


mote da “flexibilização” (da produção, das relações de
trabalho), da “desregulamentação” (das relações
comerciais e dos circuitos financeiros) e da “privatização”
(do patrimônio estatal).
Transformações societárias
 Reestruturação produtiva:
 Produção segmentada, horizontalizada e descentralizada (a
“fábrica difusa”), fomentada em vários ramos, que propicia
uma “mobilidade” (ou “desterritorialização”) dos polos
produtivos, encadeados em lábeis (êfemeras, transitórias)
redes supranacionais, passíveis de rápida reconversão;
Transformações societárias
 Reestruturação produtiva:
 extraordinária economia de trabalho vivo;
 significativa elevação da composição orgânica do capital;
 apresenta como resultado direto na sociedade capitalista o
crescimento exponencial da força de trabalho excedentária
em face dos interesses do capital (exército industrial de
reserva);
 palavra chave: flexibilidade
Transformações societárias
 Globalização econômica:
 Vincula-se, não por acaso à “financeirização” do
capitalismo e à articulação supranacional das grandes
corporações;

 Acentua o padrão de competitividade intermonopolista;

 Redesenha o mapa político-econômico do mundo;


Transformações societárias
 Globalização econômica:
 Grandes corporações imperialistas conduzem processos
supranacionais de integração, materializados nos chamados
megablocos, os quais não se mostram como espaços livres de
problemas para a concertação dos interesses do grande capital;

 O grande capital, levando ao limite os históricos processos de


concentração e centralização, dispõe de um potencial de poder
superior ao de boa parte dos Estados nacionais e opera o
controle estratégico dos recursos necessários à produção de
ponta;
Transformações societárias
 Globalização econômica:
 BHERING e IAMAMOTO referem-se à globalização como
mundialização, incorporando a contribuição de Chesnais;

 Para Chesnais, a globalização é um processo de mundialização da


economia, de constituição de um regime de acumulação mundial
predominantemente financeiro, ou melhor, “uma nova
configuração do capitalismo e dos mecanismos que comandam seu
desempenho e sua regulação”;

 Elementos característicos da mundialização: 1. financeirização; 2.


mobilidade / volatilidade do capital; 3. regulação
Consequências das transformações
societárias
 Estratificação social:
 Mudança significativa na estrutura de classes da sociedade burguesa, inclusive
com a desaparição de antigas classes e camadas sociais;

 Alterações profundas no plano econômico-objetivo da produção/reprodução


das classes e suas relações e no plano ideosubjetivo do reconhecimento da
pertença de classe;

 A classe operária que fixou a sua identidade classista (sindical e


político-partidária) enfrentando o capitalismo monopolista experimenta
mudanças significativas, na medida em que é afetada por diferenciações,
divisões, cortes e recomposições determinadas por alterações na divisão
social e técnica do trabalho.
Consequências das transformações
societárias
 Estratificação social:
 Contemporaneamente também se modificam as hierarquias e as articulações
de camadas médias, “tradicionais” (como a pequena burguesia urbana) ou
não. Mais do que nunca esses segmentos se configuram de forma heteróclita
(irregular, estranha, “fora de ordem”).

 A existência das camadas “rés do chão da ordem tardo-burguesa” vem sendo


degradada progressivamente pelo capitalismo contemporâneo.
 OBSERVAÇÃO: estas camadas são compostas por segmentos desprotegidos,
que não podem ser sumariamente identificados ao lumpem “clássico”,
compreendendo universos heterogêneos, desde aposentados com pensões
miseráveis, crianças e adolescentes sem qualquer cobertura social,
migrantes e refugiados, doentes estigmatizados e trabalhadores expulsos
do mercado de trabalho (formal e informal).
Consequências das transformações
societárias
 Estratificação social:
 Os portadores do grande capital veem estruturando uma
oligarquia financeira global, concentradora de um enorme poderio
econômico e político.

 As mudanças no quadro da estratificação da sociedade


burguesa contemporânea são acompanhadas de alterações no
perfil demográfico das populações, no processo de urbanização, no
crescimento das atividades de serviço, na difusão da educação formal
e nos circuitos da comunicação social.
Consequências das transformações
societárias
 A dinâmica cultural do capitalismo contemporâneo
incorpora as características próprias da mercadoria no
tardo-capitalismo (obsolescência programada,
fungibilidade, imediaticidade reificante) e é parametrada
por dois vetores, de natureza econômico-política e técnica:
 1. a translação da lógica do capital para todos os processos do espaço
cultural (criação/produção, divulgação, fruição/consumo);

 2. o desenvolvimento de formas culturais socializáveis pelos


meios eletrônicos (a televisão, o vídeo, a multimídia).
Consequências das transformações
societárias
A imediaticidade da vida social planetariamente mercantilizada é
proposta como a realidade – e, não por acaso, a distinção epistemológica
clássica entre aparência e essência é desqualificada. A realidade, na
complexidade ontológica dos seus vários níveis, é apreendida no
efêmero, no molecular, no descontínuo, no fragmentário, que se tornam
a pedra de toque da nova “sensibilidade”: o dado, na sua singularidade
empírica, desloca a totalidade e a universalidade, suspeitas de
“totalitarismo”.

Crise dos paradigmas


Pós-modernismo
Consequências das transformações
societárias
 Crise dos paradigmas: negação e superação das “metanarrativas” e
das abordagens teóricas ancoradas na categoria de totalidade.

 Pós-modernismo: rejeição categórica do conhecimento


‘totalizante’ e de ‘valores universalistas’ – incluindo as concepções
ocidentais de ‘racionalidade’, ideias gerais de igualdade (sejam elas
liberais ou socialistas) e a concepção marxista de emancipação
humana geral. Ao invés disso, os pós-modernistas enfatizam a
‘diferença’: identidades particulares, tais como sexo, raça, etnia,
sexualidade; suas opressões e lutas distintas, particulares e variadas; e
conhecimentos particulares” (WOOD apud SANTOS, 2008)
Consequências das transformações
societárias
 Do ponto de vista dos seus fundamentos teórico-epistemológicos
o movimento do pós-modernismo é funcional à lógica
cultural do tardo-capitalismo porque:

 Afiança acriticamente as expressões imediatas da ordem


burguesa contemporânea;

 Rompe com os vetores críticos da modernidade (cuja


racionalidade os pós-modernos reduzem, abstrata e
arbitrariamente, à dimensão instrumental, abrindo a via aos
mais diversos irracionalismos).
Consequências das transformações
societárias
 “Cultura global”:
 movimenta-se entre a produção/divulgação/consumo mercantilizados de
“artefatos globais” e a incorporação/consagração de expressões
particularistas;
 movimenta-se entre o cosmopolitismo e o localismo/singularismo;
 movimenta-se entre a indiferenciação abstrata de “valores globais” e
particularismos fundamentalistas.

 Tanto no cosmopolitismo quanto no localismo/singularismo, há uma nítida


desqualificação da esfera pública universalizadora: no primeiro, o privilégio
é conferido a um individualismo de caráter possessivo; no segundo, o
“direito à diferença” se impõe abstrata e arbitrariamente “não há
sociedade, só indivíduos”.
Consequências das transformações
societárias
 Transformações no plano político – sociedade civil:
 a oligarquia financeira global se movimenta de maneira
crescentemente articulada, encontrando e forjando canais e
instituições para dar forma a seus projetos;
 as tradicionais expressões e representações das classes e camadas
subalternas experimentam crises visíveis (dessindicalização e
nos impasses dos partidos políticos democrático-populares e/ou
operários);
 Emergem “novos sujeitos coletivos”, de que os chamados novos
movimentos sociais são o sinal mais significativo.
Consequências das transformações
societárias
 Transformações no plano político – Estado burguês:
 O Estado mantém o seu caráter de classe, mas experimenta um
considerável redimensionamento, sendo a mudança mais imediata a
diminuição da sua ação reguladora, especialmente o encolhimento
de suas “funções legitimadoras” (a defesa do “Estado mínimo”
pretende, fundamentalmente, “o Estado máximo para o capital”);
 O tardo-capitalismo não liquidou com o Estado nacional, mas vem
operando no sentido de erodir a sua soberania — porém, cumpre
assinalar a diferencialidade dessa erosão, que atinge diversamente
Estados centrais e Estados periféricos (ou mais débeis);
 Desqualificação do Estado como a pedra de toque do privatismo da
ideologia neoliberal.
Consequências das transformações
societárias
 Transformações no plano político – Estado burguês:
 desenvolvimento de uma “cultura política” antiestatal;
 implementação, pelas corporações imperialistas e pelo
grande capital, de erosão das regulações estatais visando à
liquidação de direitos sociais e ao assalto ao patrimônio e ao
fundo público;
 “desregulamentação” apresentada como “modernização” que
valoriza a “sociedade civil”, liberando-a da tutela do “Estado
protetor”
 defesa da “liberdade”, da “cidadania” e da “democracia”.
Consequências das transformações
societárias
 Transformações no plano político – relações entre Estado
burguês e sociedade civil:
 A incorporação, pelas frações opositivas ao capital, do antiestatismo
como priorização da sociedade civil e, também, como demanda
democrática, fazer emergir dois fenômenos:
 1. a transferência, para a sociedade civil, a título de “iniciativa
autônoma”, de responsabilidades antes alocadas à ação estatal (aqui,
a multiplicação assombrosa de ONGs é emblemática);
 2. a minimização das lutas democráticas dirigidas a afetar as
instituições estatais.
 Essa incorporação pode significar não uma politização de novos
espaços sociais (ou a repolitização de espaços abandonados), mas a
despolitização de demandas democráticas.
Consequências das transformações
societárias
 Impactos diretos para os trabalhadores:
 Aumento do desemprego, tomadas as cifras mundiais, desde os anos
1980;
 Aumento da exploração e compressões sobre os salários daqueles
trabalhadores que conseguiram manter seus empregos => ponderável
aviltamento do padrão de vida;
 Forte ataque aos sistemas públicos de seguridade social;
 Depois de quase três décadas de “flexibilização” do tardo-capitalismo,
a pauperização absoluta e a relativa, conjugadas ou não, cresceram,
mesmo que diferencialmente, para a maioria esmagadora da
população do planeta (constatações verificáveis até nos documentos
do Banco Mundial a partir de 1991 e nos vários relatórios do PNUD,
em especial a partir de 2005).
Consequências das transformações
societárias
 Impactos diretos para os trabalhadores:
 Acuados e postos na defensiva por uma complexa conjugação de
processos de que não tiveram o controle (desde as
transformações societárias referidas ao colapso do “socialismo
real”), os trabalhadores encontraram forças para uma
resistência pontuada por ações de natureza
dominantemente molecular, mas com episódios
massivos;
 As lutas sociais, ainda que defensivas, marcaram e marcam a
presença dos trabalhadores na contracorrente política e são
indicadoras da permanência, nesta quadra histórica, das lutas de
classes.
Consequências das transformações
societárias
 A magnitude dos problemas postos pela ordem do capital se
expressa em três ordens de fenômenos:
 1. o crescente alargamento da distância entre o mundo rico
e o pobre;
 2. a ascensão do racismo e da xenofobia;
 3. a crise ecológica.
 Contra elas o tardo-capitalismo oferecerá respostas
dominantemente regressivas, operando na direção de
um novo barbarismo, de que as formas contemporâneas
de apartheid social são já suficientemente nítidas.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Nenhuma das transformações ocorridas nos
últimos trinta anos modificou a essência
exploradora da relação capital/trabalho; pelo
contrário, tal essência, conclusivamente planetarizada e
universalizada, exponencia-se a cada dia;

 A ordem do capital esgotou completamente as suas


potencialidades progressistas, constituindo-se,
contemporaneamente, em vetor de travagem e reversão de
todas as conquistas civilizatórias;
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Em todos os níveis da vida social, a ordem tardia do
capital não tem mais condições de propiciar quaisquer
alternativas progressistas para a massa dos trabalhadores
e mesmo para a humanidade;

 A especificidade do tardo-capitalismo é a produção


destrutiva, que presentifica a crise estrutural do
capital.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Fenômenos contemporâneos que indicam o exaurimento
das possibilidades civilizatórias da ordem tardia do capital:
 Financeirização especulativa e parasitária do tardo-capitalismo;
 Economia do desperdício e da obsolescência programada;
 Tentativas de centralização monopolista da biodiversidade;
 Crimes ambientais;
 Na esfera da cultura, destaca-se o alto grau da decadência
ideológica;
 Manipulação das consciências;
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha e das suas
novas expressões) •da questão social.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha e
das suas novas expressões) • da questão social:
 No tardo-capitalismo a funcionalidade da guerra (como um
resposta autoprodutiva do capitalismo) não só se mantém,
mas se acentua, inclusive porque “a guerra e a
globalização caminham juntas”;
 O belicismo passa a incluir as políticas de segurança pública
em períodos de paz formal e se estende como negócio
capitalista privado à vida na paz e na guerra, configurando a
emergência da militarização da vida social;
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha e das
suas novas expressões) • da questão social:
 Substituição do “Estado de Bem-Estar Social” pelo “Estado penal”
 Generalização da repressão estatal sobre as “classes
perigosas”, ao mesmo tempo em que avulta a utilização das
“empresas de segurança” e de “vigilância” privadas (e mais:
produção industrial, de alta tecnologia, vinculada a esses “novos
negócios” e o processo de privatização dos estabelecimentos
penais);
 Manutenção de Estado de guerra permanente, cuja natureza se
exprime menos no encarceramento massivo que no extermínio
executado ou não em nome da lei.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha
e das suas novas expressões) • da questão social:
 À hipertrofia da dimensão/ação repressiva do
Estado burguês conjuga-se outra dimensão, coesiva e
legitimadora: o novo assistencialismo, a nova
filantropia que satura as várias iniciativas – estatais,
privadas e estatal/privadas, mediante as chamadas
“parcerias público-privado” – que configuram as políticas
sociais implementadas desde os anos 1980-90 para
enfrentar o quadro da pauperização contemporânea, isto é,
da “questão social”, “velha” e/ou “nova”.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da
(velha e das suas novas expressões) • da questão
social:
 As estratégias de enfrentamento da questão social na
contemporaneidade não se configuram como
tradicional filantropia (de base confessional e/ou laica)
nem, muito menos, como programas protetores ou de
promoção social que vieram a institucionalizar-se a
partir do Estado de Bem-Estar Social.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha e
das suas novas expressões) • da questão social – política
social:
 Dirige-se aos agora qualificados como excluídos,
reivindicando-se como inscrita no domínio dos direitos;
 Não tem nem mesmo a formal pretensão de erradicar a
pobreza, mas de enfrentar apenas a penúria mais extrema, a
indigência;
 Pretende confrontar-se com a pobreza absoluta (vale dizer, a
miséria extrema);
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
 Formas do enfrentamento contemporâneo da (velha e
das suas novas expressões) • da questão social – política
social:
 O minimalismo das políticas sociais contemporâneas pode ser
apreciado na “Declaração do Milênio” (2000);
 Esse minimalismo tem caracterizado os vários programas que,
por via de transferências de renda – os chamados “programas de
rendas mínimas” – não se conjugam efetivamente com
transformações estruturais (e esta é uma das condições políticas
para que o tardo-capitalismo os suporte) e que acabam por
cronificar-se como programas emergenciais e basicamente
assistencialistas.
A barbárie do capitalismo
contemporâneo
A articulação orgânica de repressão às
“classes perigosas” e assistencialização
minimalista das políticas sociais dirigidas ao
enfrentamento da “questão social” constitui
uma das faces contemporâneas mais
evidentes da barbárie atual. E é no seu
marco que, majoritariamente, operam,
enquanto profissionais, os assistentes sociais.
Serviço Social em tempo de capital
fetiche
 As transformações societárias em curso reafirmam a
dimensão contraditória das demandas e requisições
sociais que se apresentam à profissão:
 Focalização, descentralização, desfinanciamento das
políticas públicas;
 Regressão do legado dos direitos dos trabalho;
 Radicalização das desigualdades;
 Retração das lutas sociais;
Serviço Social em tempo de capital
fetiche
 As transformações societárias em curso reafirmam a dimensão
contraditória das demandas e requisições sociais que se apresentam
à profissão:
 Barbarização da vida social;
 “Assistencialização da pobreza contra o direito ao trabalho”;
 Articulação orgânica de repressão às “classes perigosas” e
assistencialização minimalista das políticas sociais dirigidas ao
enfrentamento da “questão social”;
 Resistências e lutas travadas no dia-a-dia da conjuntura adversa
aos trabalhadores (onde nos incluímos), ainda que precisem de
maior organicidade para terem força na cena pública.
05 desafios profissionais e acadêmicos que se
apresentam ao Serviço Social na atualidade (ATENÇÃO! JÁ
CAIU EM PROVA!!!):
 1) a exigência de rigorosa formação teórico-
metodológica (entender o processo de desenvolvimento
capitalista na era das finanças no mundo e no Brasil);
 2) o rigoroso acompanhamento da qualidade
acadêmica da formação universitária (expansão do
ensino superior privado e da graduação à distância no país;
 3) a articulação com entidades, forças políticas e
movimentos dos trabalhadores no campo e na cidade
em defesa do trabalho e dos direitos civis, políticos e sociais;
05 desafios profissionais e acadêmicos que se
apresentam ao Serviço Social na atualidade (ATENÇÃO! JÁ
CAIU EM PROVA!!!):

 4) a afirmação do horizonte social e ético-político


do projeto profissional no trabalho cotidiano (lutas
pela preservação e ampliação dos direitos, participação
qualificada nos espaços de representação e fortalecimento das
formas de democracia direta);
 5) o cultivo de uma atitude crítica e ofensiva na
defesa das condições de trabalho e da qualidade dos
atendimentos, potenciando a nossa autonomia profissional.
Bibliografia
 IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena
contemporânea. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
 IAMAMOTO, Marilda Vilela. Os espaços ocupacionais dos
assistentes sociais. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
 NETTO, José Paulo. Crise do capital e consequências
societárias. In: Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.
111, p. 413-429, jul./set. 2012

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