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Aula 06
A SOCIOLOGIA CLÁSSICA
PROBLEMATIZAÇÃO
• Como surgiu a Sociologia? Quais foram seus fundadores? Quais foram as primeiras
ideias formuladas por esses pensadores? Como os primeiros sociólogos explicavam a realidade
social que se trnsformava profundamente com as mudanças provocadas pela Revolução
industrial?
• Para Karl Marx, “Os homens fazem a História, mas o fazem em condições
determinadas”.
• Como herdamos uma realidade social que não foi escolhida por nós, Marx também
afirmou: “Os homens fazem a História, mas não sabem que a fazem”.
• Quais as principais diferenças entre o pensamento Positivista e o Pensamento
sociológico crítico?
• Em que base conceitual cada corrente sustenta a compreensão de sociedade?
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• O que então distingue o homem dos outros animais? Seria a capacidades de produzir
cultura? Como ele transmite esses conhecimentos às novas gerações?
• Como o homem consegue transformar sua experiência em discurso, com significado,
e transmiti-la aos demais seres de sua espécie e a seus descendentes através dos símbolos?
• Usando a sua capacidade de imaginar ações e reações sob forma simbólica, o
homem seria capaz de reviver as situações que o estimulam e desafiam para a reconstrução
da realidade?
• Além disso, você concorda que ele é o único a diferenciar as experiências no tempo
e, em consequência, a projetar ações futuras?
• A tudo isso poderíamos denominar CULTURA? OU TRABALHO? O que é
CULTURA E O QUE É TRABALHO?
VEJA MAIS!
• CIÊNCIA: destinada à descoberta das relações entre as coisas, das leis que regem o
mundo natural, através dela se aprimoram as técnicas e os utensílios de medição, a imprensa,
etc.
O termo Sociologie foi criado por Auguste Comte, que esperava unificar todos os
estudos relativos ao homem — inclusive a História, a Psicologia e a Economia. Seu esquema
sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande força no século XIX). Ele
acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e
que, se a pessoa pudesse compreender esse progresso, poderia prescrever os remédios para
os problemas de ordem social.
As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII com
as Revoluções Industrial e Francesa, trouxeram muitos problemas. A Sociologia surge no
século XIX como forma de entender esses problemas e explicá-los. No entanto, é necessário
frisar, de forma muito clara, que a Sociologia é datada historicamente e seu surgimento está
vinculado à consolidação do capitalismo moderno.
A Revolução Industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor.
Ela representou o triunfo da indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista, que
foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle,
convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos. Nesse
momento, instala-se a sociedade capitalista, que dividia a sociedade em: Burgueses – os
donos dos meios de produção – e Proletariados – os possuidores apenas de sua força de
trabalho.
O surgimento da Sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos da
Revolução Industrial, pelas novas condições de existência por ela criada. Mas uma outra
circunstância concorreria também para a sua formação.
Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento,
originada pelo Iluminismo. As transformações econômicas, que se achavam em curso no
ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar modificações na
forma de conhecer a natureza e a cultura.
Porém, a Sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teórico-
metodológica dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação
da realidade social. Assim, pode-se claramente observar que a Sociologia tem ao menos
três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podemos
citar, não necessariamente em ordem de importância: (1) a Positivista-Funcionalista, tento
como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de
fundamentação analítica; (2) a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz
teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva; e (3) a linha de explicação sociológica
dialética, iniciada por Karl Marx, que mesmo não sendo um sociológo e sequer se pretendendo
a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica.
A Sociologia, assim, se debruçará sobre todos os aspectos da vida social. Desde o
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uma unidade ou sistema organizado de relações permanentes e mais ou menos definido, com
leis naturais de desenvolvimento que são baseadas na articulação de suas partes. É por isso
que para Dürkheim, a sociedade é semelhante a um corpo vivo, em que cada órgão cumpre
uma função, ou seja, as partes (os fatos sociais) existem em função do todo (a sociedade)
A sociedade prevalece sobre o indivíduo. A sociedade é um conjunto de normas
de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas nas consciências dos indivíduos,
mas que são construídas exteriormente, isto é, fora das consciências individuais. Na vida em
sociedade o homem se defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas
por ele, mas que existem e são aceitas na vida em sociedade e são seguidas por todos, pois
exercem uma ação coercitiva. Ex.: as leis.
Fatos sociais:
São regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade –
têm sua origem na sociedade e não na natureza (como nas ciências naturais) ou no indivíduo
(como na psicologia).
Características:
• São exteriores: consistem em ideias, normas ou regras de conduta que não são
criadas isoladamente pelos indivíduos, mas que foram criadas pela coletividade e já existem
fora de nós quando nascemos.
• São coercitivos: As ideias, normas ou regras devem ser seguidas pelos membros da
sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas é punido, de alguma maneira,
pelo resto do grupo.
• São gerais: Repetem-se em todos os indivíduos, ou pelo menos, na maioria deles.
As formas de habitação, os sentimentos, a linguagem e a moral.
Como ocorrem?
Nas instituições que socializam os indivíduos e fazem com que eles assimilem as
regras e normas necessárias à vida em comum.
Consciência coletiva: O espírito da sociedade (sentimentos, ideias, crenças, tradições)
compartilhado pela média dos membros de uma sociedade, conjunto de semelhanças sociais,
o que os homens tem de igual. Ela exerce pressão direta sobre o indivíduo e não precisa estar
institucionalizada. Age-se por semelhança.
A Consciência coletiva é: Exterior; coercitiva e generalizada (não é de uma só
pessoa ou grupo, pois está “espalhada” em toda a sociedade).
• Dado ao caráter exterior e coercitivo dos fatos sociais, a regra básica para o
pesquisador é analisar os fatos sociais como coisas, isto é, como se fossem objetos que
existem independentemente de nossas ideias e vontades.
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Exemplo:
Numa instituição, uma prática costumeira, uma regra moral, serão consideradas
normais ou patológicas conforme se aproximem ou afastem, respectivamente, do tipo médio
da sociedade.
Exemplo:
02 ciclistas que andam na mesma rodovia em sentidos opostos. O simples choque não
é uma ação social, mas a tentativa de se desviarem um do outro é uma ação (intencionalidade
na ação).
4. Racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e
organiza os meios necessários.
Exemplo:
A compra de um tênis por um consumidor – o ato de comprar é significativo, portanto,
é uma ação social.
Como ele orienta sua ação?
-Se escolher o modelo que mais gosta (ação afetiva).
-Se escolher o que tradicionalmente compra, assim como sua família é acostumada
a comprar (ação tradicional).
-Se comprar pelo valor que atribui a determinada marca de tênis (ação racional com
relação a valores).
-Se comprar o tênis que estiver mais de acordo com o fim proposto, como para jogar
vôlei, por exemplo, (ação racional com relação a fins).
Os positivistas (como eram chamados os teóricos da identidade fundamental
entre as ciências exatas e as ciências humanas) tinham suas origens, sobretudo na tradição
empirista inglesa, que remonta a Francis Bacon (1561-1626) e encontrou expressão em David
Hume (1711-1776), nos utilitaristas do século XIX e outros. Nessa linha metodológica de
abordagem dos fatos humanos se colocariam Augusto Comte (1798-1857) e Émile Durkheim
(1858-1917), este considerado por muitos como o fundador da sociologia como disciplina
científica.
VEJA MAIS
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O conceito de práxis é a atividade por meio da qual a teoria se integra à prática, “mordendo-a”, e a prática “educa” e “reeduca” a teoria,
abre caminho para que seja repensada a relação teoria/prática. E a teoria só pode corresponder plenamente a essa demanda se integrar à
prática que a solicitou, participando dela. A práxis é a atividade por meio da qual a teoria se integra à prática, “mordendo-a”, e a prática
“educa” e “reeduca” a teoria.
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diz ele em O Capital). Ele também reparou que o lucro dependia, pelo menos em parte, da
produtividade física do capital, o que fez com que buscasse sair das constatações simples
de seus predecessores para elaborar uma teoria mais aprofundada das causas efetivamente
sociais do lucro capitalista.
TEXTO INFORMATIVO
É importante lembrar que, segundo Marx, o valor do trabalho não é uma grandeza
concreta: o operário não vende sua “força” (caso contrário um operário fisiculturista deveria
ser mais bem remunerado que um outro de físico normal que realizasse o mesmo trabalho)
ou sua “habilidade”.
Para Marx, o juro é apenas e tão somente uma forma pela qual a Mais Valia Social
Geral- a soma das várias mais-valias particulares - circula ao nível microeconômico e é
redistribuída entre os vários capitalistas - fundamentalmente, daqueles que realizam a produção
industrial para os portadores do Capital Financeiro. Ao analisar o Juro como uma variável
autônoma, Marx de certa forma antecipa a teoria monetária de Keynes, que considerava que
a igualdade entre poupança e investimento, longe de representar um equilíbrio entre oferta e
procura de capitais, seria uma simples identidade contábil.
Existe aí, portanto, entre o Marxismo e a Economia Neoclássica, uma base conceitual
não facilmente resolvível - especialmente quando se trata de autores da Escola Austríaca, que,
seguindo os princípios estritos dos fundadores da escola neoclássica, tentam explicar todos
os fenômenos econômicos com base na ideia de utilidade marginal e não dão nenhum papel
à quantidade de mão de obra na determinação do valor, contrariamente à Escola neoclássica
inglesa de Alfred Marshall, que busca uma síntese entre a Economia Clássica Inglesa (ou
Escola Ricardiana), e o Neoclassicismo Jevoniano.
Para Marx,
Uma elevação geral do nível dos salários originaria uma queda geral da taxa dos lucros,
mas não afetaria, de um modo geral, os preços das mercadorias. [...] A tendência geral da
produção capitalista não consiste em elevar o nível do salário, mas em o reduzir. [...] Os
‘Sindicatos’ atuam com utilidade como centros de resistência às usurpações do capital.
Deixam, em parte, de atingir o seu objetivo quando utilizam a sua força de forma pouco
inteligente. No entanto, deixam inteiramente de o atingir, quando se limitam a uma guerra
de escaramuças, contra os efeitos do regime existente, em vez de trabalharem, ao mesmo
tempo, para a sua transformação e servirem–se da sua força organizada como de uma
alavanca para a emancipação definitiva da classe trabalhadora, isto é, para a abolição do
sistema de trabalho assalariado. (MARX, K. Salário, Preço e Lucro).
com sua alienação e suas respectivas explorações. Onde quer que o capital imponha relações
entre mercadorias, a alienação se manifesta; é a relação social engendrada pelo capital, seu
jeito de ser humano.
Para melhor compreender o problema da alienação é importante observar sua dupla
contradição. Por um lado, há a ruptura do indivíduo com o seu próprio destino e há uma
síntese de ruptura anterior, que apresenta novas possibilidades de romper à mesma alienação.
O outro lado se apresenta como uma contradição externa, sendo o capital tentando a tirar
suas características como humano, que leva o homem a lutar pela reapropriação de seus
propósitos.
A alienação somente constrói uma consciência fragmentada, que vem a ser algumas
visões que as pessoas têm de um determinado assunto, algumas alienadas sem saber e outras
que não esboçam nenhum posicionamento.
A IDEIA DE ALIENAÇÃO
ação política. Marx propôs não apenas um novo método de pensar, mas também um projeto
para a ação.
AS CLASSES SOCIAIS
ATIVIDADES
As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta
“Atividades”. Após respondê-las, envie-nas por meio do Portfólio- ferramenta do
ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas
apropriadas para se comunicar com o professor.
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