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AULA 1
a) Apresentação da disciplina e de sua importância para o aluno de Direito. Bibliografia
básica e método de avaliação.
Bibliografia básica:
CHARON, J. Sociologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002.
LEMOS Filho, Arnaldo et alii (org.). Sociologia Geral e do Direito. 2 ed. Campinas: Alínea,
2005
MARTINS, C.B. O que é Sociologia (Coleção Primeiros Passos). São Paulo: Brasiliense,
1982.
www.cpolitica.tk
b) O que é sociologia?
Bibliografia:
CHARON, J. Sociologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002. (pág. 12-15)
MARTINS, C.B. O que é Sociologia (Coleção Primeiros Passos). São Paulo: Brasiliense,
1982.
Sociedade: é o grupo dentro do qual os homens vivem uma vida comum total, e não
somente uma organização limitada a um propósito ou a propósitos específicos. Em qualquer
sociedade podem encontrar-se grupos menores dentro de grupos maiores e os indivíduos
pertencem, simultaneamente, a vários grupos. Cada pessoa pode participar de uma família,
de um grupo de iguais, de uma empresa comercial ou de um sindicato ou organização
profissional. Uma sociedade, portanto, pode ser analisada em função de seus grupos
constituintes e suas relações recíprocas.
Somos parte de uma organização social, não só em certas ocasiões, mas o tempo todo. Boa
parte do que fazemos resulta da organização. Sendo assim, somos muito menos livres do
que imaginamos.
Sociologia: disciplina acadêmica que examina o ser humano como um ser social, resultado
de interação, socialização e padrões sociais. É uma perspectiva que se preocupa com a
natureza do ser humano, o significado e a base da ordem social, e as causas e
conseqüências da desigualdade social. Concentra-se na sociedade, organização social,
instituições sociais, interação social e problemas sociais. Em suma, a sociologia é uma
abordagem científica para compreender a vida social do homem.
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A neutralidade deve ser buscada e portanto a sociologia deve ser isenta de valores, ou seja,
conscientemente, tentar manter em xeque seus próprios valores ao realizar o trabalho
científico. Não existem verdades absolutas em ciência.
Bibliografia:
CHARON, J. Sociologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002. (pág. 25-31)
O caráter central dessa natureza social do ser humano é por onde a sociologia começa. O
sociólogo afirma que os seres humanos nascem em sociedade. A sociedade precede todos
nós. Não podemos conceber o ser humano separado da sociedade.
Bibliografia:
CHARON, J. Sociologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002. (pág. 25-31)
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O filme Natureza Quase Humana é uma sátira bem humorada sobre o processo de socialização humano. Vale
a pena ser visto.
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Os filmes Tarzan, Mogli o menino lobo e Nell são bons exemplos de seres humanos que não passaram pelo
processo de socialização tradicional.
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AULA 2 – O Surgimento da Sociologia
Bibliografia:
LEMOS Filho (2005) (pp. 38-43)
MARTINS (1982) (pp. 10-33)
- Principais Impactos3:
1) crescimento das desigualdades sociais;
2) capitalismo que se desenvolve através da expropriação “legítima” da força de trabalho do
proletariado;
3) rompimento com os modos de vida tradicionais (moral, coletividade, individualização);
4) racionalização estrutural das sociedades (relações utilitaristas, burocratização do Estado e
laicização das instituições)
- Conseqüências econômicas:
1) destruição dos laços de servidão, desmantelamento da família patriarcal, desapropriação
dos pequenos proprietários rurais, longas jornadas de trabalho;
2) aumento da prostituição, suicídio, alcoolismo, infanticídio e criminalidade;
3) surgimento da proletariado e dos conflitos trabalhistas → sindicatos.
Bibliografia:
LEMOS Filho (2005) (pp. 43-51)
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Os filmes Oliver Twist, O Germinal, O Boi e Os Miseráveis são bastante ilustrativos desse período histórico.
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manutenção da ordem, incompatível com a revolução violenta vislumbrada sob a forma do
caos absoluto.
-Obras:
*Opúsculos de filosofia social: uma apreciação sumária sobre o passado moderno.
*Prospectos científicos necessários para a reordenação do social.
-Temas centrais:
-a afirmação da superioridade orgânica das sociedades européias.
-a afirmação da progressividade da história das sociedades.
-a apresentação da lei dos três estados.
-Obras:
*Curso de política positiva necessário para a instauração da religião da humanidade.
-Temas centrais:
- a necessidade de uma reforma moral e intelectual dos homens nas sociedades modernas.
- a reforma institucional e a nova instituição das Providências (material, moral e intelectual).
- a divisão da Sociologia em duas partes: estática e dinâmica sociais.
Bibliografia:
LEMOS Filho (2005) (pp. 57-69)
- Projeto de Durkheim:
1) estabelecer a sociologia como uma disciplina científica rigorosa;
- 1887-1902 → professor da primeira cátedra de sociologia → era preciso provar verdades
científicas através de métodos específicos → delimitar a especialidade do objeto da
sociologia → As Regras do Método Sociológico (1895).
2) proporcionar a base da unidade e unificação das Ciências Sociais;
- unificação das bases científicas e positivistas, a unidade do conhecimento científico se
completaria com a Sociologia.
3) proporcionar a base empírica, racional e sistemática da religião civil da sociedade
moderna.
- religião civil = substituir os ensinamentos cristãos tradicionais; o ensino se tornou gratuito e
obrigatório; ensino religioso deu lugar ao ensino de instrução moral e cívica.
- Função da Sociologia para Durkheim: “Tornar a sociologia uma Ciência capaz de curar e
estabilizar, uma Ciência que encontrará uma base vital para restabelecer o consenso social e
fomentar a integração societal”.
Método: histórico-comparativo
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Conceitos Principais:
Idéias Principais:
1) A diferenciação social é a condição criadora da liberdade individual.
2) É necessário manter o mínimo de consciência coletiva, pois a falta da solidariedade
orgânica provocaria a desintegração social.
Conceito de fato social = “são maneiras de agir, de pensar, e de sentir que apresentam
propriedade marcante de existir fora das consciências sociais.” Exemplos: direito, costume,
moral e instituições sociais.
São exteriores aos indivíduos e dotados de um poder imperativo e coerctivo. São
constituídos por crenças, tendências e práticas do grupo tomadas coletivamente. O Fato
social é geral porque é coletivo.
A coerção externa pode ser observada com facilidade no caso do Direito, da Moral,
das Crenças e com maior dificuldade quando é indireto. Exemplos: grupos neonazistas, leis,
moda, idioma → socialização e padrões sociais.
Características Principais = exterioridade, coercitividade, objetividade e generalidade.
Suicídio
Durkheim interessou-se pelo estudo das taxas de suicídios por julgar que um estudo
assim ajudaria a alçar a sociologia à categoria de disciplina científica. Ele queria mostrar a
importância dos fatos sociais (padrões sociais). O suicídio sempre será uma escolha pessoal,
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e há todo tipo de razões psicológicas que levarão um ator e não outro a decidir suicidar-se.
Contudo, até mesmo nessa escolha extremamente individual atuam fatos sociais – a taxa
(alta ou baixa) de suicídios numa sociedade influencia a probabilidade de suicídio de um
indivíduo.
O que causa as taxas elevadas ou reduzidas de suicídio é um outro fato social
denominado de solidariedade social (o grau em que uma sociedade é integrada, unida,
mantida coesa por todo sólido). O oposto da solidariedade social elevada é o individualismo.
A baixa solidariedade social (individualismo) levará a uma taxa de suicídio elevada.
Durkheim teve acesso a dados sobre suicídios em registros governamentais de vários
países e províncias européias. Dividiu esses países e províncias em católicos e protestantes.
Hipóteses:
1) os países protestantes apresentariam taxas de suicídios mais elevadas.
2) As pequenas comunidades apresentariam taxas de suicídios mais baixas do que as
cidades grandes;
3) O grupo de pessoas casadas, do sexo feminino, com filhos e sem instrução superior
apresentaria taxas de suicídio mais baixas;
4) A comunidade judaica apresentaria uma taxa de suicídio mais baixa;
Resultados:
1) a existência de fatos socais (forças sociais, padrões sociais), influencia a ação
individual;
2) mostra como um cientista pensa e depois testa seu raciocínio de maneira criativa e
sistemática. Sistematiza seus resultados.
Tipos de suicídio
Ao ampliar sua teoria, demonstrou que a solidariedade social tem uma relação muito
mais complexa com a taxa de suicídios. Onde há pouquíssima solidariedade social ocorre
uma taxa elevada de suicídios egoístas. Por outro lado, níveis demasiado altos de
solidariedade social também levavam a taxas de suicídios altas, o que ele denominava de
suicídios altruístas.
A teoria de Durkheim é interessante, pois nos mostra que a relação entre
solidariedade social e taxas de suicídios é curvilinear, isto é, as taxas são mais elevadas nos
dois extremos da escala: em sociedades onde existem taxas muito elevadas ou muito baixas
de solidariedade social.
Analisando o grau de mudança da sociedade, verificou que onde os velhos padrões
não funcionam mais; o indivíduo terá de tomar cada vez mais decisões por conta própria,
com cada vez menos alicerce na vida social gera suicídios anômicos. (Revoluções e crises
financeiras).
Bibliografia:
LEMOS Filho (2005) (pp. 81-94)
- A observação da vida social revela uma multidão de ações humanas, cujo próprio caráter
social reside em seu significado interior, ou seja, no sentido objetivo que possuem para os
indivíduos que as praticam.
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- Weber tem como objetivo interpretar as ações sociais para explicá-las de forma causal. Seu
método é o compreensivo = captação do sentido subjetivo da ação.
- Tipo ideal = são generalizações tipológicas e portanto, são abstratas, são construções do
pesquisador → dados estatísticos que possibilitam comprovar a relação causal dos
fenômenos sociais.
- Ação Social = é social a ação cujo sentido visado subjetivamente se refere a ações dos
outros, de tal maneira que o seu sentido não seria o mesmo se – segundo a percepção do
sujeito - , os outros não agissem ou pudessem agir desta ou daquela maneira (subjetivo).
Ação racional, visando fins = determinada por expectativas em relação ao
comportamento, tanto de objetos do mundo exterior quanto de outros homens, sendo
essas expectativas utilizadas como “condições” ou “meios” para alcançar fins próprios,
racionalmente avaliados e procurados. Exemplo: o agente ao comprar um tênis se
preocupa com o tipo ou o preço.
Ação racional, visando aos valores = determinada pela crença consciente em um valor
(ético, estético, religioso ou qualquer outro) próprio de uma conduta específica, sem
relação alguma com o resultado, ou seja, baseada nos méritos desse valor. Exemplo: o
agente ao comprar um tênis se preocupa com a marca.
Ação afetiva = especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais.
Exemplo: o agente ao comprar um tênis se preocupa em escolher o que gosta mais.
Ação tradicional = determinada por um costume arraigado. Exemplo: o agente compra o
tênis que está acostumado a comprar sempre.
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AULA 6– Karl Marx (1818-1883)
Bibliografia:
LEMOS Filho (2005) (pp. 101-108)
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das leis e do Estado (relações mútuas, ação recíproca, modificações mútuas → nascimento,
desenvolvimento e decadência das coisas).
1) Tudo se relaciona;
2) Tudo se transforma;
3) Mudança qualitativa;
4) A luta dos contrários.
Ideologia: A ideologia é o processo pelo qual as idéias da classe dominante se tornam idéias
de todas as classes sociais, se tornando idéias dominantes. Isto significa que:
1) a dominação de uma classe sobre a outra, faz com que só sejam consideradas válidas,
verdadeiras e racionais as idéias da classe dominante.
2) para que isso ocorra, é preciso que os membros da sociedade não se percebam como
estando divididos em classes;
3) para que todos os membros da sociedade se identifiquem com estas características
supostamente comuns a todos, é preciso que elas sejam convertidas em idéias comuns a
todos;
4) como tais idéias não exprimem a realidade real, mas representam a aparência social é
preciso inverter a relação fazendo com que a realidade concreta seja tida como a realização
dessas idéias.
Luta de classes : Existem contradições no capitalismo e é a partir daí que a luta de classes
se dá. A primeira contradição se dá entre as forças e as relações de produção. Apesar do
sistema capitalista produzir cada vez mais, as relações de propriedade a distribuição de
renda não acompanham esse ritmo. A segunda contradição diz respeito ao aumento das
riquezas e a miséria crescente da maioria. Essa contradição criará então uma crise
revolucionária. Através da consciência de classe, os proletários lutarão pelo poder e pela
transformação das relações sociais. A revolução proletária marcará assim o fim das classes
e do caráter antagônico da sociedade capitalista, criando uma sociedade sem classes.
Existem duas características cruciais no sistema capitalista:
1) Alienação4 = cria seus produtos com caráter de mercadoria, esse caráter é predominante
e determinante. Como o sistema capitalista cria mercadorias, o homem ao vender sua
força de trabalho, pois foi separado dos meios de produção pela divisão do trabalho,
transforma-se em mercadoria também, consequentemente o trabalhador aparece como
trabalhador livre assalariado e vira escravo do sistema capitalista.
2) Mais-valia: o capital produz capital e para isso tem que produzir mais valia. Para se obter
a mais valia deve reduzir-se o tempo de trabalho necessário para produção de uma
mercadoria. A mais valia funda a acumulação do capital, pois tem suas raízes na
exploração do proletariado. A mais valia aparece para o capitalista como lucro, como
riqueza adicional disponível. O lucro não é uma simples categoria de distribuição do
produto, entregue ao consumo individual. O trabalho assalariado não determina o valor e
sim o tempo social de trabalho. O trabalho humano é a única mercadoria que cria valor,
por isso tem um peso social tão grande.
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