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Segundo Hankinson (1996), do Grego “ethiké” e do latim “ethica” (ciência relativa aos costumes),
a Ética é um ramo de Filosofia que tem por objectivos o estudo do que distingue o bem e o mal,
comportamento correcto e o incorrecto. E os princípios éticos constituem directrizes pelas quais o
Homem rege o seu comportamento, tendo em vista uma filosofia moral dignificante.
Para Donaldson (1996) a discussão dos fundamentos da ética é, provavelmente, uma actividade
interessante para os filósofos, sociólogos e outros especialistas em ciências sociais. Os engenheiros
não estão, em geral, vocacionados para essas discussões, o que obviamente não os isenta de
atenderem às questões éticas que se encontram intimamente associadas à sua actividade
profissional, dada a elevada responsabilidade das suas funções que frequentemente desempenham.
De acordo com Donaldson, para engenheiros importa então um conhecimento do tópico que nas
sociedades anglo-saxónicas é designado por “Applied Ethics”, que não trata dos problemas éticos
em geral, mas sim do conjunto circunscrito do problema resultante do, ou envolvidos no exercício
de determinada actividade profissional. É assim que aparecem especializações, em função do
objecto de cada profissão. Por exemplo, um código de ética profissional de Engenharia aborda
questões diferentes das abordadas num código de ética profissional de Medicina
O termo Deontologia, Segundo Hankinson (1996), surge pela combinação das palavras gregas
“déontos” que significa dever e “logos” que se traduz como discurso ou tratado. Sendo assim, a
Deontologia é uma parte da Ética especialmente adaptada ao exercício de uma determinada
profissão.
Segundo Harris (1996), geralmente os engenheiros debatem-se com problemas típicos, inerentes
ao ramo das suas actividades, no exercício das suas funções. Por exemplo:
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“Não é sempre a mesma coisa ser um bom homem e ser um bom cidadão.” – Aristóteles 1
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• Situação de conflitos de interesses;
• Responsabilidade pela saúde e segurança do público;
• Segredos industriais e propriedades intelectual;
• Ofertas de fornecedores;
• Honestidade na apresentação de resultados de estudos; etc.
b) Os engenheiros devem ser honestos, imparciais e servir com fidelidade o publico, seus
empregadores e seus clientes; e
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d) O engenheiro deve agir em assuntos profissionais para cada empregador ou cliente como
um agente leal e de confiança e deve evitar conflito de interesses;
e) O engenheiro deve construir a sua reputação profissional com mérito do seu trabalho e
não deve competir ilegitimamente com os outros;
f) O engenheiro deve se associar apenas com pessoas e organizações com boa reputação;
g) O engenheiro deve fazer declarações públicas apenas de forma fiável, clara e objectiva
A prática da profissão de engenharia é universalmente fundamentada nos deveres éticos aos quais
o engenheiro deve pautar a sua conduta. Estes são:
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iii. Ante à profissão, o engenheiro deve:
d) Desempenhar as suas actividades dentro dos limites das suas atribuições e da sua
capacidade;
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c) preservar e defender os direitos profissionais.
No exercício das suas actividades de profissão, o engenheiro é vedado a prática das seguintes
condutas:
a) aceitar trabalho, contracto, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha
uma efectiva qualificação;
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b) apresentar propostas de honorários com valores exorbitantes ou extorsivos,
desrespeitando a tabela de honorários aplicáveis;
i. Direitos Colectivos:
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b) ao gozo de exclusividade do exercício profissional;
c) ao reconhecimento legal; e
d) a representação institucional.
Constitui infracção ética todo acto cometido pelo engenheiro, no exercício das suas funções, que:
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c) pratique condutas expressamente vedadas; ou
Existem três factores que diferenciam um grupo profissional de uma sociedade ou de um clube, a
saber:
• Os membros admitidos num grupo profissional são exigidos a possuir um certo grau
académico;
• Os padrões de desempenho, éticos e técnicos, dos membros dum grupo profissional são
específicos; e
• Os corpos gerentes dos grupos profissionais são criados para orientar as actividades e
regulamentar os padrões de desempenho dos seus membros.
Na sociedade moderna, Segundo considera Markel (1993), as profissões são caracterizadas por
seus próprios perfis, pelo saber científico e tecnológico que incorporam as expressões técnicas e
artísticas que utilizam, os resultados sociais e económicos e impactos ambientais do trabalho que
realizam. E os profissionais são detentores do saber especializado de suas profissões e os sujeitos
provocativos do desenvolvimento.
Além disso, os objectivos e a acção dos profissionais são, geralmente, voltadas para o bem estar
da humanidade e o desenvolvimento do Homem, em seu ambiente e na sua diversa dimensão,
como:
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Deste modo, a profissão deve ser exercida com base nos preceitos de desenvolvimento sustentável
na intervenção sobre os ambientes natural e artificial e da segurança das pessoas e dos seus bens.
A profissão de engenheiro, de acordo com Markel, apesar de ser de livre exercício dos seus
profissionais, a segurança da sua prática é de interesse colectivo. Por isso, o seu exercício deve ser
regulado e adequadamente fiscalizado. Assim, surge a necessidade de criação de associações
profissionais de engenharia, cujas principais atribuições são, geralmente, de:
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3.8.2.1. Estatuto da Ordem dos Engenheiros de Moçambique (Lei n0 16/2002 de 26 de Junho)
A Ordem dos Engenheiros de Moçambique foi criada para regular a actividade de engenharia,
através do registo e certificação e do exercício da acção disciplinar e de controlo sobre os
profissionais do ramo de Engenharia em actividade em Moçambique.
A diante apresenta-se alguns artigos, de interesse comum, do estatuto da Ordem dos Engenheiros
de Moçambique.
Artigo 5
(Atribuição)”
A Ordem dos Engenheiros tem como atribuições:
a) liderar o processo da engenharia pondo-a ao serviço do desenvolvimento nacional;
b) registar e acreditar os engenheiros que querem exercitar a engenharia em
Moçambique;
c) zelar pelo cumprimento das regras de ética profissional e o nível de qualificação
profissional dos engenheiros;
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m) exercer jurisdição disciplinar sobre os engenheiros;
p) exercer as outras funções que resultem da lei e das disposições deste Estatuto.
Artigo 32
(Deveres do Engenheiro para com comunidade)
1. É dever fundamental do engenheiro, possuir uma boa preparação, de modo a
desempenhar com competência as suas funções e contribuir para o progresso da
engenharia e da sua aplicação ao serviço da humanidade.
Artigo 34
(Deveres do engenheiro no exercício da profissão)
1. O engenheiro, na sua actividade associativa profissional, deve pugnar pelo
prestígio da profissão e impor-se pelo valor da sua colaboração e por uma conduta
irreprensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e isenção, que actuando em
associação que indivividualmente.
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2. O engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência desleal.
3. O engenheiro deve usar a maior sobriedade nos anúncios profissionais que fizer ou
autorizar.
4. O engenheiro não deve aceitar trabalhar ou exercer funções que ultrapassem a sua
competência ou exijam mais tempo do que aquele que ele disponha.
Artigo 35
(Deveres recíprocos dos engenheiros)
1. O engenheiro deve avaliar com objectividade o trabalho dos colaboradores,
contribuindo para a sua valorização e promoção profissional.
3. O engenheiro deve prestar aos colegas, desde que solicitada, toda a colaboração
possível.
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5. O engenheiro deve recusar substituir o outro engenheiro, numa posição
contractual ou em negociação, só o fazendo quando as razões dessa substituição
forem correctas e dando ao colega a necessária satisfação.
Artigo 40
(Sansões disciplinares)
As sansões correspondentes às infracções disciplinares são as seguintes:
a) advertência;
b) repreensão registada;
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