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Registre-se que as audiências são públicas, devendo ocorrer entre 8hs e 18hs em
dias úteis, conforme prevê o art. 813 da CLT.
02 – Audiência e publicidade.
A publicidade dos atos processuais encontra fundamento não apenas no art. 770 da
CLT, mas no próprio art. 93, IX da Constituição Federal.
03 – Abertura da audiência.
Na hora designada, o juiz declarará aberta a audiência, sendo que as partes serão
apregoadas.
O mesmo não ocorre com a parte, eis que a lei não prevê qualquer tolerância.
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06 – Dever de comparecimento.
Note-se que a lei não exige que o preposto tenha presenciado os fatos apontados na
petição inicial ou tenha trabalhado com o reclamante. Basta o mero conhecimento dos fatos,
não importando o meio. Assim, revela-se comum a presença de empregados do
departamento de pessoal na condição de prepostos.
Neste contexto, a Súmula 377 do TST foi readequada, passando a contar com a
seguinte redação:
Tal entendimento está superado pela Reforma Trabalhista, conforme § 3º do art. 843
da CLT, acima transcrito. Neste ponto, por aplicação da teoria do isolamento dos atos
processuais, lembro que para as audiência realizadas após 11/11/2017, na vigência da Lei
nº 13.467/2017, o preposto não precisará ser empregado, ainda que a ação tenha sido
proposta antes da Reforma.
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Embora a lei não preveja justificativa para a ausência do réu, não se pode negar que
tal pode na prática ocorrer, como no caso de enfermidade que impeça sua locomoção. O
próprio TST editou súmula a respeito:
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§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: CÓPIA DA REGRA DO CPC:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
14 – Fracionamento da audiência.
Na sistemática una, após a rejeição da tentativa conciliatória, da apresentação da
defesa e da apresentação de réplica, passa-se geralmente à prova oral.
Note-se que a ciência é dada na audiência anterior, quando as parte também ficam
sabendo a data da audiência de instrução.
15 – Ausência do reclamante.
A ausência de comparecimento de qualquer das partes à audiência de instrução
provoca a presunção de veracidade dos fatos alegados pela parte contrária.
17 – Tentativas conciliatórias.
Existem duas tentativas obrigatórias de conciliação, sendo que a primeira delas
ocorre logo após o início da audiência (art. 846 da CLT).
Assim, cumpre ao magistrado aplicar seus bons ofícios em busca de uma tentativa
conciliatória, a qual pode surgir a qualquer tempo, conforme indica o § 3º da mesma regra.
Efetuada a conciliação, lavra-se termo assinado pelo juiz e pelas partes, fazendo-se
constar as condições de pagamento.
Registre-se que se estipula multa por eventual descumprimento (art. 846, parágrafo
segundo), multa esta limitada a 100% do valor da própria avença, dada sua natureza típica
de cláusula penal (art. 412 da CC).
Nesta linha, o juiz deverá verificar se a avença é justa, podendo recusar caso
conclua não ser a solução adequada ao feito.
A jurisprudência definiu, por meio da súmula 418 do TST, que as partes não tem
direito líquido e certo à homologação, não cabendo mandado de segurança contra a decisão
que a nega:
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SÚMULA 418 - A HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO É UMA FACULDADE DO JUIZ, NÃO EXISTINDO DIREITO LIQUIDO E CERTO
ATACÁVEL PELA VIA DO MANDADO DE SEGURANÇA.
Ou seja, se o reclamante aceita dar quitação ao objeto da lide por valor equivalente a
80% do que foi deferido na sentença, os recolhimentos previdenciários seguiriam tal
proporção, conforme o cálculo original das parcelas previdenciárias.
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A súmula terá que ser revista, haja vista que o art. 966, § 4º do novo CPC prevê ação
anulatória, e não mais ação rescisória para retirar a eficácia da sentença homologatória.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de
processo judicial eletrônico até a audiência.
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Muito embora a CLT aduza, no art. 799, que “Nas causas da jurisdição da Justiça do
Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição
ou incompetência”, não se pode negar a possibilidade de exceção de impedimento, eis que
tanto a suspeição quanto o impedimento revelam-se matérias de interesse público.
29 – Exceção de suspeição.
Quanto à suspeição, dispõe o art. 801 da CLT:
Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser
recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: a)
inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consangüinidade ou
afinidade até o terceiro grau civil; d) interesse particular na causa.
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo
sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo
constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou
que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de
propósito o motivo de que ela se originou.
Há precedente do TST, porém, validando o julgamento pelo juiz tido por suspeito.
NÃO CABE RECURSO DE IMEDITADO DA DECISÃO QUE JULGA A EXCEÇÃO - TANTO A MONOCRATICA QUANTO A JULGADA PELO
TRIBUNAL.
31 – Exceção de incompetência.
Quanto à exceção de incompetência, resta patente que a mesma se refere à
incompetência relativa, porquanto a incompetência absoluta deve ser alegada como
preliminar da contestação.
A SDI do TST admite fixar a competência pelo domicílio do reclamante, desde que tal
não implique em prejuízo do exercício do direito de defesa.
O art. 799, § 2º deve, contudo, ser analisado com vagar: § 2º - Das decisões sobre
exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não
caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber
da decisão final.
Primeiramente, registre-se que o termo “terminativas do feito” não pode ser aplicado
em relação a uma exceção de suspeição ou incompetência. No caso da incompetência,
sendo a mesma reconhecida, os autos serão remetidos ao juízo competente, não havendo
qualquer extinção processual.
A reconvenção apresenta-se como uma ação incidental movida pelo réu, ora
reconvinte, em relação ao autor, reconvindo.
Tal tipo de resposta deve ser apresentado no momento próprio para a defesa.
37 – Noção de contestação.
A contestação revela-se a resposta mais usual do réu, que se justifica por ser a
modalidade através da qual o mesmo se insurge contra os pleitos aduzidos na petição
vestibular, bem como em relação à própria relação processual.
O art. 336 do CPC preceitua que “Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do
autor e especificando as provas que pretende produzir”.
38 – Preliminares à contestação.
Quanto às preliminares, o CPC aponta:
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a
alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e
pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e
cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo
da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com
as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta
de indicação.
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à
alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o
parágrafo único do art. 338.
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para
incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
39 – Vício de citação.
Inexistente a citação ou sendo a mesma irregular (ex. houve citação por edital
quando o réu não se encontrava em lugar incerto e não sabido), tal matéria deve ser
alegada em preliminar.
40 – Incompetência.
Havendo incompetência absoluta, deve a mesma ser alegada em preliminar. Por ser
matéria de ordem pública, nada impede que a mesma seja levantada a qualquer tempo ou
grau de jurisdição.
O CPC preceitua:
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar
de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação
de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso,
pelo juízo competente.
41 – Inépcia da inicial.
Quanto à inépcia da inicial, o CPC preceitua:
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará
a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.
minutos e que as horas extras anotadas nas fichas eram pagas, revela-se ilógico o
pedido de recebimento dos minutos residuais com base no exame dessas fichas-. 2.
Trata-se de recurso de embargos interpostos em 07/11/2011, sob a égide, portanto,
da Lei 11.496/2007, em que foi conferida nova redação ao art. 894, II, da CLT,
segundo o qual cabe recurso de embargos apenas quando demonstrada divergência
entre decisões proferidas por Turmas desta Corte superior, ou destas com julgados
da Seção de Dissídios Individuais. Nesse contexto, inviável a análise do recurso por
violação do art. 840, § 1º, da CLT. 3. Os arestos apresentados são inespecíficos, à
luz da Súmula 296, I, TST. O primeiro deles, oriundo da Oitava Turma, decide pela
inexistência da inépcia da petição inicial na hipótese de haver pedido expresso de
reflexos de horas extras, sendo diverso do caso em análise, em que discute inépcia
em relação às horas extras e não a seus reflexos. O segundo, oriundo da Quarta
Turma, decide genericamente pelo enfoque da inexistência de inépcia da petição
inicial na hipótese em que é possibilitada a defesa pelo réu, aspecto não apreciado
na decisão recorrida. Recurso de embargos não conhecido, no tema. HORAS
EXTRAS. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. CONCESSÃO DE PRAZO. SÚMULA
263/TST. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Turma entendeu que -(...) tratando-se das
hipóteses do art. 295 do CPC não há falar em concessão de prazo. A propósito
dessa matéria, a Súmula 263 desta Corte dispõe o seguinte: (...) Realizando-se uma
interpretação 'a contrario sensu' desse verbete sumular se chega a idêntica
conclusão, isto é, em se tratando de alguma das hipóteses do art. 295 do CPC, não
se exige a concessão do prazo de 10 dias para a supressão de irregularidade na
petição inicial. Nesse sentido, vale lembrar o seguinte precedente da SDI-1 desta
Corte: (...)- 2. Trata-se de recurso de recurso de embargos interposto sob a égide da
Lei 11.496/2007, em que foi conferida nova redação ao art. 894, II, da CLT, segundo
o qual cabe recurso de embargos apenas quando demonstrada divergência entre
decisões proferidas por Turmas desta Corte superior, ou destas com julgados da
Seção de Dissídios Individuais. Nesse contexto, inviável a análise do recurso por
violação do art. 284 do CPC. 3. Nos termos da Súmula 263/TST, -Salvo nas
hipóteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se
desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não
preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a
irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer-. 4. Nesse contexto, estando a
decisão recorrida em conformidade com a primeira parte do referido Verbete
sumular, inviável o recurso de embargos, por óbice da parte final do art. 894, II, da
CLT. Precedentes desta Subseção. Recurso de embargos não conhecido, no tema.
(...) (E-RR - 41700-46.2008.5.17.0011 , Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann,
Data de Julgamento: 06/11/2014, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 14/11/2014)
42 – Perempção.
Interessante questão ocorre com a perempção prevista no processo civil, segundo a
qual se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo por abandonar a mesma
sem promover atos que lhe competem, não poderá intentar nova ação com o mesmo objeto.
Art. 268, parágrafo único do CPC - Se o autor der causa, por três vezes, à extinção
do processo pelo fundamento previsto no n o III do artigo anterior, não poderá intentar
nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a
possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
43 – Arbitragem.
Quanto à convenção de arbitragem, tal revela-se inaplicável, o que se justifica pelo
fato de que a arbitragem não se aplica no direito individual do trabalho em virtude do
princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas.
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Com a Reforma Trabalhista, a CLT passa a admitir arbitragem nos casos em que o
empregado perceba salário superior ao dobro do teto de benefícios da Previdência Social.
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a
duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa,
nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
45 – Carência da ação.
No que atine à carência de ação, deve-se fazer uma ponderação. As condições da
ação devem ser analisadas de forma abstrata, considerando os termos em que a inicial foi
proposta.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a
parte proponha de novo a ação.
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI
e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou
à sentença sem resolução do mérito.
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou
do depósito das custas e dos honorários de advogado.
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46 – Prejudiciais de mérito.
Neste ponto, cuida-se das matérias que, embora não sejam preliminares, impedem o
julgamento do mérito, como, por exemplo, a prescrição e a decadência.
Lembramos que a partir do atual Código Civil, a prescrição é interrompida uma única
vez.
47 – Contestação de mérito.
48 – Compensação.
A compensação deve ser alegada em defesa sob pena de preclusão.
49 – Compensação x dedução.
Não se pode confundir a compensação com a dedução.
A dedução é o desconto que deve ser imposto em virtude do réu já ter quitado parte
de determinada parcela.
Tal pode ser reconhecido de ofício e valoriza o princípio que veda o enriquecimento
sem causa. Ex. Deferido ao autor o direito às horas extras e verificada que houve o
pagamento de algumas horas extras nos recibos (embora não todas), deve ser autorizada a
dedução da parcela.
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