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2002 - Nº 258
Data (páginas internas): 6 de março de 2002
Este Informativo, elaborado a partir de
notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Ação Coletiva e Órgão de Jurisdição Nacional
Art. 58 do ADCT e Auxílio-Doença
Crime contra o Sistema Financeiro
Efeito Suspensivo em Ação Rescisória – 1
Efeito Suspensivo em Ação Rescisória – 2
Falsidade Ideológica e Atipicidade do Fato
Hora-Extra: Aplicação do Divisor de 240
Imunidade Material: Restrição
Imunidade Profissional de Advogado
Instrução Criminal e Excesso de Prazo
Limitações ao Direito de Propriedade
Previdência Privada e Gratuidade
RE contra Perda de Patente: Não-Cabimento
Terra Indígena e Demarcação Prévia
ADIn e Perda de Objeto (Transcrições)
PLENÁRIO
Imunidade Material: Restrição
O Tribunal, apreciando queixa-crime ajuizada
contra deputado federal, inicialmente, pronunciou-se
no sentido de que a imunidade material dos deputados
e senadores, prevista na nova redação dada pela
Emenda Constitucional 35/2001 ao art. 53 da CF,
abrange as opiniões, palavras e votos proferidos em
virtude da condição de parlamentar, não alcançando as
manifestações sobre matéria alheia ao exercício do
mandato (“Os deputados e senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos”). Com esse entendimento, o Tribunal
afastou a possibilidade de enquadramento da espécie
na imunidade material, por se tratar de fatos imputados
a parlamentar relativos à divergência interna de um
escritório de advocacia, com manifestações do
querelante e do querelado pela imprensa, fatos esses
que não têm a mais remota relação com o exercício do
mandato. Em seguida, o Tribunal rejeitou a queixa-
crime apresentada por crime de difamação ante a
ausência de justa causa.
INQ 1.710-DF, rel. Min. Sydney Sanches, 27.2.2002.
(INQ-1710)
PRIMEIRA TURMA
Ação Coletiva e Órgão de Jurisdição
Nacional
A Turma deu provimento a recurso em
mandado de segurança para determinar que o STJ,
afastada a preliminar processual que deu margem à
extinção do processo, prossiga no julgamento do
mesmo como entender de direito.Tratava-se, na
espécie, de mandado de segurança coletivo ajuizado
pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda
Nacional – SINPROFAZ, em favor de seus
sindicalizados, julgado extinto sem julgamento do
mérito pelo STJ, em razão da ausência, na petição
inicial, da relação nominal dos associados com a
indicação dos respectivos endereços, com base na
parte final do parágrafo único, do art. 2º, da Lei
9.494/97, com a redação dada pela MP 1.798-2/99
(“Nas ações coletivas propostas contra entidades da
administração direta, autárquica e fundacional, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, a petição inicial deverá obrigatoriamente
estar instruída com a ata da assembléia da entidade
associativa que a autorizou, acompanhada da relação
nominal dos seus associados e indicação dos
respectivos endereços.”). A Turma, salientando que a
exigência mencionada acima, visa a restringir a
eficácia da sentença ao âmbito territorial de
competência do órgão que a prolata — conforme caput
do referido art. 2º: “A sentença civil prolatada em ação
de caráter coletivo... abrangerá apenas os substituídos
que tenham, na data da propositura da ação, domicílio
no âmbito da competência territorial do órgão
prolator.” —, entendeu que tal exigência não se aplica
com relação aos órgãos da justiça que, como o STJ,
têm jurisdição nacional, porquanto abrangem todos os
substituídos onde quer que tenham domicílio no
território nacional.
RMS 23.566-DF, rel. Min. Moreira Alves, 19.2.2002.
(RMS-23566)
SEGUNDA TURMA
Instrução Criminal e Excesso de Prazo
Considerando que fica prejudicada a alegação
de excesso de prazo nas hipóteses de prisão preventiva
quando já concluída a instrução criminal, a Turma
conheceu em parte do habeas corpus e, na parte
conhecida, o indeferiu. Tratava-se, na espécie, de
habeas corpus interposto contra acórdão do STJ no
qual se pleiteava a revogação da prisão preventiva
imposta ao paciente há mais de um ano, alegando-se,
ainda, que o acórdão do recurso em sentido estrito que
o pronunciara não estaria fundamentado, sendo que
esta última alegação não fora submetida ao STJ.
Salientou-se que a matéria relativa a pronúncia, por
não ter sido posta à apreciação STJ, não poderia ser
conhecida sob pena de supressão de instância.
Precedentes citados: HC 70.947-SP (DJU de 10.6.94),
HC 80.272-SP (DJU de 2.2.2001) e HC 81.210-SP
(DJU de 15.9.2000).
HC 81.599-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 19.2.2002.
(HC-81599)
CLIPPING DO DJ
1º de março de 2002
* noticiado no Informativo 52
MS N. 22.412-GO
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. UNIVERSIDADE:
CURSO SUPERIOR: AUTORIZAÇÃO. MANDADO DE
SEGURANÇA: DIREITO LÍQUIDO E CERTO. Lei 5.540, de
1968; C.F., artigos 207 e 209.
I. - As autonomias universitárias inscritas no art. 207, C.F.,
devem ser interpretadas em consonância com o disposto no art. 209,
I e II, C.F..
II. - Direito líquido e certo pressupõe fatos incontroversos
apoiados em prova pré-constituída, não se admitindo dilação
probatória. Inocorrência de direito líquido e certo.
III. - Alegação de cerceamento de defesa: improcedência.
IV. - Mandado de segurança indeferido.
* noticiado no Informativo 256
PET N. 2.260-MG
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Recurso extraordinário: medida cautelar:
deferimento.
É de deferir-se medida cautelar de suspensão dos efeitos do
acórdão objeto de RE já admitido na origem e adstrito a questão de
competência da Justiça comum ou da Justiça do Trabalho para o
processo, quando, à primeira vista, a solução dada na instância a
qua, ao afirmar a competência da Justiça estadual para o caso - ação
de indenização contra o empregador por danos decorrentes de
acidente do trabalho -, é contrária à orientação do Supremo Tribunal.
* noticiado no Informativo 255
RCL (QO) 1.507-RJ
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA:- Reclamação. Questão de ordem. 2. Decisão
reclamada oriunda do Governador do Estado do Rio de Janeiro de
manter as contribuições previdenciárias com a alíquota de 11%
(onze por cento) sobre proventos e pensões, a despeito de diversas
decisões do STF, no sentido de suspender leis fluminenses
proibindo, expressamente, a contribuição previdenciária de
servidores inativos e pensionistas. 3. Informações prestadas. 4. A
imediata incidência do art. 195, II, da Constituição, na redação
conferida pela Emenda Constitucional nº 20/98, veda a cobrança de
contribuição previdenciária sobre aposentadoria e pensão. 5.
Incabível, ao reclamado, ter por repristinada legislação anterior que
previa as contribuições previdenciárias de servidores inativos e
pensionistas destes, tão-só, porque disposições da lei nova sobre a
mesma matéria foram suspensas. 6. Questão de ordem procedente.
Liminar deferida para que fiquem imunes à cobrança de
contribuições previdenciárias servidores inativos e pensionistas
destes, do Estado do Rio de Janeiro, até julgamento final da ADIN
2188-5 e 2049-8-RJ.
* noticiado no Informativo 203
RCL(QO) N. 1.728-DF
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: Reclamação. Questão de ordem. Prorrogação de
prazo para cumprimento da decisão reclamada. 2. Concessão, de
forma improrrogável, de prazo de 60 (sessenta) dias, para o
definitivo cumprimento da decisão da Turma, sob as penas da lei. 3.
Por ora, não é de se adotarem medidas punitivas pleiteadas pelos
reclamantes. 4. Questão de ordem que se resolve deferindo o pedido
de dilação do prazo para o cumprimento da decisão reclamada,
tornando-se explícito que esse prazo é improrrogável e flui a partir
da data da sessão (18.12.2001).
RE N. 202.700-DF
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA. INEXISTÊNCIA.
1. Entidade fechada de previdência privada. Concessão de
benefícios aos filiados mediante recolhimento das contribuições
pactuadas. Imunidade tributária. Inexistência, dada a ausência das
características de universalidade e generalidade da prestação,
próprias dos órgãos de assistência social.
2. As instituições de assistência social, que trazem ínsito em
suas finalidades a observância ao princípio da universalidade, da
generalidade e concede benefícios a toda coletividade,
independentemente de contraprestação, não se confundem e não
podem ser comparadas com as entidades fechadas de previdência
privada que, em decorrência da relação contratual firmada, apenas
contempla uma categoria específica, ficando o gozo dos benefícios
previstos em seu estatuto social dependente do recolhimento das
contribuições avençadas, conditio sine qua non para a respectiva
integração no sistema.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
* noticiado no Informativo 249
RE N. 233.990-RS
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL. CAUSAS INTENTADAS CONTRA A
UNIÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA: ARTIGO 109, § 2º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROPOSITURA DE AÇÃO. FORO.
Ação judicial contra a União Federal. Competência. Autor
domiciliado em cidade do interior. Possibilidade de sua proposição
também na capital do Estado. Faculdade que lhe foi conferida pelo
artigo 109, § 2º, da Constituição da República. Conseqüência:
remessa dos autos ao Juízo da 12ª Vara Federal de Porto Alegre, foro
eleito pela recorrente.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
* noticiado no Informativo 248
ADIn 595-ES*
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO
Publique-se.