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TRABALHO DE TAGUATINGÁ/DF.
PROCESSO Nº 0000202-75.2011.5.10.0102
AGRAVO DE PETIÇÃO
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OAB/SP 452.569
COLENDA TURMA
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Entretanto, restou demonstrado na impugnação de desconsideração de
personalidade jurídica apresentada pela Agravante, são diversos os motivos pelos quais
a decisão de id 5412add deveria ser reformada, sendo imperioso o desbloqueio imediato
da conta bancária desta Agravante, como medida de justiça.
II - DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA
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Razão pela qual o valor de R$ 54.958,51 deve ser imediatamente
suspenso pelos motivos abaixo dispostos.
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decisões do Juiz nas execuções. O art. 893, § 1º, da CLT, que
prescreve: "Os incidentes do processo são resolvidos pelo
próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do
merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos
da decisão definitiva". Portanto, as únicas decisões passíveis de
impugnações, mediante agravo de petição, são as decisões
terminativas e interlocutórias mistas, sendo aquelas que têm
força definitiva, que põem termo ao processo. E, a hipótese dos
autos, a decisão a quo que indeferiu a utilização do sistema
SIMBA tem natureza jurídica de decisão interlocutória
mista, porquanto põe termo à discussão relativa ao
prosseguimento da execução. Assim, cabível Agravo de
Petição. Dou Provimento ao Agravo de Instrumento.
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS. MEIO PARA ENCONTRAR
BENS DOS EXECUTADOS. PRINCÍPIOS DO LIVRE
ACESSO AO JUDICIÁRIO E DA EFETIVIDADE DA
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.O princípio do livre acesso ao
Judiciário, previsto no artigo 5º, XXXV da CF/88, não se limita
ao direito de ajuizar ação, mas de obter um provimento
jurisdicional efetivo, o que compreende a tutela em tempo
adequado, bem como a satisfação do bem da vida almejado.
Assim, não basta a concessão de provimento cognitivo à parte,
pois de nada adiante a prolação de sentença de mérito, sem a sua
efetivação, o que, em suma, torna absolutamente inócua a ação
do Judiciário. (TRT-2, 0021900-53.2009.5.02.0063, Rel. IVANI
CONTINI BRAMANTE - 4ª Turma - DOE 12/02/2019)
#0
AGRAVO INSTRUMENTO EM AGRAVO PETIÇÃO.
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. CARÁTER TERMINATIVO.
CABIMENTO. O art. 897, -a-, da CLT dispõe que é cabível
agravo de petição das decisões dos juízes proferidas nas
execuções. Contudo, tal dispositivo deve ser compreendido
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dentro do sistema processual trabalhista, sem perder o seu
colorido próprio, de modo que se impõe afastar, de plano, do
objeto dos apelos na fase de satisfação as decisões meramente
interlocutórias, ante o princípio da irrecorribilidade imediata das
decisões interlocutórias, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT.
Ocorre que há decisão formalmente interlocutória (visto que não
é o provimento final e tem como objeto apenas uma parte da
lide), mas que aprecia o mérito ou a admissibilidade da ação,
tendo natureza idêntica às hipóteses dos arts. 485 e 487 do CPC,
tais como aquelas que tratam do julgamento antecipado parcial
do mérito (art. 356, CPC) ou que entendem que uma parcela do
objeto litigioso não pode ser conhecida (art. 354, par. único,
CPC). Com efeito, como forma de conferir eficácia às
garantias fundamentais do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa, cumpre entender que as
decisões formalmente interlocutórias proferidas em
execução que tenham caráter terminativo ou extintivo, ainda
que parcial, possam, sim, ser objeto do agravo de petição,
uma vez que não é cabível outro meio de impugnação (como
os embargos à execução ou a impugnação do exequente). 1.
RELATÓRIO (TRT-1, 00000045220175010078, Relator
Desembargador/Juiz do Trabalho: Marcos Pinto da Cruz,
Segunda Turma, Publicação: DOERJ 16-02-2018)
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passiva da demanda também de forma equivocada, sem que fosse concedida qualquer
oportunidade de defesa.
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DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA DA
RÉ. SOCIEDADE ANÔNIMA. ADMINISTRADORES
SUBSTITUÍDOS ANTES CONTRATAÇÃO DOS AUTORES.
IMPOSSIBILIDADE RESPONSABILIZAÇÃO. Ao tempo da
contratação e dispensa dos autores, quando teria se formado a
dívida da ré perante eles, não mais faziam parte da
administração os Srs. ***, motivo pelo qual não há como se
manter a execução em face deles, pois não foram responsáveis
pelos prejuízos verificados nos autos, tampouco pelo
encerramento da empresa, o que só veio a acontecer anos
depois. (TRT-1, 00042001019965010302, Relator
Desembargador/Juiz do Trabalho: Volia Bomfim Cassar, Nona
Turma, Publicação: DOERJ 07-02-2018)
Por fim, é importante destacar que esta Agravante não possui qualquer
relação com as demais empresas inclusas no polo passivo desta demanda, pois as
empresas em questão são distintas, com sócios distintos, de forma que a Agravante não
pode ser responsabilizada por deduções e achismos, sem o mínimo de embasamento
lógico e legal.
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GRUPO ECONÔMICO - FASE DE EXECUÇÃO -
CERCEAMENTO DE DEFESA - TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA RECONHECIDA. O processamento do recurso de
revista na vigência da Lei nº 13.467/2017 exige que a causa
apresente transcendência com relação aos aspectos de natureza
econômica, política, social ou jurídica (artigo 896-A da CLT).
Na hipótese vertente, a Corte Regional ser indispensável que a
empresa pertencente ao grupo econômico tenha participado da
fase de conhecimento e conste do título executivo judicial
como devedora, para que possa ser executada. A causa oferece
transcendência política, na medida em que, ao decidir dessa
forma e. Tribunal Regional acabou por contrariar a
jurisprudência consolidada desta Corte Superior, que dispõem
no sentindo de ser dispensável a participação do devedor
solidário integrante do grupo econômico na fase de
conhecimento da demanda. Assim, possivelmente, o TRT ,
violou artigo 5º, LIV, da Constituição Federal. Agravo de
instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO EM FACE DE ACÓRDÃO PUBLICADO
APÓS A VIGÊNCIA LEI Nº 13.467/2017. GRUPO
ECONÔMICO - FASE DE EXECUÇÃO - CERCEAMENTO
DE DEFESA - TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
RECONHECIDA (violação aos artigos 1º, III, e 5º, XV, LIV e
LV, da Constituição Federal). O processamento do recurso de
revista na vigência da Lei nº 13.467/2017 exige que a causa
apresente transcendência com relação aos aspectos de natureza
econômica, política, social ou jurídica (artigo 896-A da CLT).
Na hipótese vertente, a Corte Regional ser indispensável que a
empresa pertencente ao grupo econômico tenha participado da
fase de conhecimento e conste do título executivo judicial
como devedora, para que possa ser executada. A causa oferece
transcendência política, na medida em que, com cancelamento
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da súmula 205 do TST, consolidou-se o entendimento nesta
Corte de ser dispensável a participação do devedor solidário
integrante do grupo econômico na fase de conhecimento da
demanda. Assim, o TRT , violou artigo 5º, LIV, da
Constituição Federal. Recurso de Revista conhecido e provido.
(TST - RR: 10007101220165020341, Relator: Renato De
Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 09/06/2021, 7ª Turma,
Data de Publicação: 18/06/2021)
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entre os sócios das empresas, por si só, não caracteriza
grupo econômico. (TRT-2, 1001799-03.2016.5.02.0719, Rel.
SORAYA GALASSI LAMBERT - 6ª Turma - DOE
11/04/2018)
Assim, não observado tal regramento legal, não há qualquer vínculo entre
as todas as empresas, que possa motiva a responsabilização desta Agravante.
Entende-se que uma empresa para ser executada, deve fazer parte do
processo, desde o início, ou seja, desde a fase de cognição, não se configurando possível
executar uma das empresas do grupo econômico que não esteve presente no polo
passivo da ação, apenas sendo citada, a partir da fase da execução, quando há coisa
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julgada.
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CONHECIMENTO. PROCEDIMENTO PREVISTO NO
ARTIGO 513, § 5º, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. ALEGADA OFENSA À SÚMULA
VINCULANTE
10 E AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. MULTIPLICIDADE DE
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. PAPEL
UNIFORMIZADOR
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RELEVÂNCIA
DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.
MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. (RE 1387795 RG, Relator(a):
MINISTRO PRESIDENTE, Tribunal Pleno, julgado em
08/09/2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-182
DIVULG 12-09-2022 PUBLIC 13-09-2022)
Por fim, diante de todo o exposto, pode-se dizer que o NCPC constitui
respaldo legal para ser aplicado, subsidiariamente e solidariamente nos Processos
Trabalhistas, ratificando, assim, a impossibilidade da inclusão de empresa de grupo
econômico na fase de execução sem ter passado pela fase de conhecimento,
assegurando a inviolabilidade dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do
devido processo legal.
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VII - DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
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§ 4º - A mera existência de grupo econômico sem a presença
dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
§ 5º - Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a
alteração da finalidade original da atividade econômica
específica da pessoa jurídica.
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pelo requerente.
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Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível -
41ª Vara Cível; Data do Julgamento: 12/03/2019; Data de
Registro: 12/03/2019)
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Ressalta-se que o ônus da prova é do Agravado nos termos do artigo 373
do CPC, pois a Agravante apresentou a prova que possui e que comprova a inexistência
de vínculo com o ex-sócio Guilherme Hannud Filho, qual seja: o contrato social
averbado pela Junta Comercial do Estado de São Paulo.
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distribuição do seu ônus pode, isto é, deve ser alterada para a parte que melhor puder
produzi-la.
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O incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi
utilizado para incluir pessoa jurídica no polo passivo da
execução, em face do reconhecimento de grupo econômico. A
análise da existência de grupo econômico deve ser feita não só
com base na prova documental (atos constitutivos), como
também com base na forma de atuação empresarial. Não
emergindo dos autos a atividade imbricada das reclamadas ou
predominância de uma sobre a outra, não há como incluí-la no
polo passivo da execução. Nesse contexto, a agravante é
excluída do polo passivo da execução, determinada a
devolução dos valores eventualmente constritos e correção da
autuação. Agravo de petição conhecido e provido.
(TRT-10 - AP: 00282009120065100102 DF, Data de
Julgamento: 10/11/2021, Data de Publicação: 14/11/2021)
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(TRT-23 - AP: 00847005920025230005 MT, Relator:
TARCISIO REGIS VALENTE, Gab. Des. Tarcísio Valente,
Data de Publicação: 07/07/2021)
Desta forma, tratando-se de matéria prevista no Art. 337, inc. XI, deve
ser admitida análise neste grau de jurisdição, conforme leciona a doutrina:
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ser analisadas ex officio pelo juiz, não estão sujeitas à
preclusão e podem ser examinadas a qualquer tempo e grau
ordinário de jurisdição (CPC 485 § 3.º). (...) As únicas matérias
do rol do CPC 337 que não podem ser conhecidas de ofício pelo
juiz são a incompetência relativa e a existência de convenção de
arbitragem." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora
RT, 2018. Versão ebook, Art.337)
Nesse sentido:
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2) O conhecimento e o provimento do presente Agravo de Petição, posto que
preenchidos os pressupostos de admissibilidade, para fins de reformar a decisão que
manteve a penhora nas contas bancárias da Agravante, uma vez comprovado que não
há qualquer indício de grupo econômico, não há indícios de fraude e muito menos
ligação com o ex-sócio Guilherme Hannud Filho há aproximadamente 27 anos.
Por fim, informa que por ter as suas contas bancárias bloqueadas pelo
juízo de primeiro grau, bem como teve os valores transferidos para conta judicial, deixa
de anexar os comprovantes de pagamentos de custas e depósitos judiciais.
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