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920-50 ALUNO: Carla Marrone Alimena


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PARTE I

SUMÁRIO

DIREITO EMPRESARIAL.................................................................................................................3
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ................................................................................................... 29
MEDICINA LEGAL ...................................................................................................................... 56
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................................ 70

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DIREITO EMPRESARIAL1
DIREITO DE EMPRESA. EMPRESÁRIO. CAPACIDADE.
- O CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce empresa (atividade)
será considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu parágrafo único2:
Regra: Adoção de
Art. 966 do CC
critério material
• Profissionalmente
par
• Atividade econômica
enquadramento
• Organizada
dos agentes
• Produção ou circulação de bens ou serviços
econômicos

Regra
TEORIA DA Profissionais
Exceção: Adoção Exceção: quando o exercício da
EMPRESA intelectuais
de outros profissão constitui elemento de
critérios para empresa
determinados Exercente de atividade Regra
agentes rural Exceção: quando optar por registro na
econômicos
Junta Comercial (natureza constitutiva)
específicos
Cooperativas
Sociedade por ações
Sociedades de advogados

Sujeição ao regime jurídico empresarial


Não sujeição ao regime jurídico empresarial

#ATENÇÃONODETALHE: Empresário é gênero. Empresário é todo aquele que exerce a atividade


empresa. Se o exercente for uma pessoa física, chamamos essa pessoa de EMPRESÁRIO INDIVIDUAL.
Por outro lado, se o exercente for uma pessoa jurídica, então a chamamos de SOCIEDADE EMPRESÁRIA
ou de EIRELI, que é uma pessoa jurídica distinta da sociedade (veremos depois).

#CUIDADO Como funciona a responsabilidade do empresário individual? Sua responsabilidade é


ilimitada, justamente em virtude do fato de que não há a constituição de outra pessoa (outro centro de
imputação). Sendo assim, os bens individuais do empresário individual respondem pelas dívidas
contraídas no exercício da empresa.

_______________________________________________________________________________
1
Por Andréa Griz (@deagriz).
2
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.

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- O Código Civil cria algumas restrições para que uma pessoa física exerça a atividade empresarial (para
que se transforme em empresária individual):
VEDAÇÕES AO EXERCÍCIO DE EMPRESA
Os legalmente impedidos3
• Art. 1011, §1º do CC: condenados a certos crimes
relacionados na norma;
Os que não estão no pleno gozo da
• Art. 117, X da Lei 8112/90: servidores públicos
capacidade civil (exceção: exercício de
federais;
atividade empresarial por incapaz, mediante
• Art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN: magistrados;
autorização judicial – art. 974 do CPC).
• Art. 44, III da Lei 8625/93: membros do Ministério
Público; #ATENÇÃO
• Art. 29 da Lei 6880/80: militares.

EMPRESÁRIO CASADO:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. #GRIFO NOSSO

EMPRESÁRIO INCAPAZ:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. #GRIFO NOSSO
- O incapaz não pode iniciar atividade empresária, apenas continuar aquela já existe nos casos de
incapacidade superveniente ou quando receber a atividade por herança.
#LEMBREM: os bens que o incapaz possuía antes da declaração de incapacidade ou sucessão não podem
ser penhorados para pagar dívidas da sociedade. #PROTEÇÃODOINCAPAZ
#FIQUELIGADO: O incapaz pode ser sócio. Nesse caso, basta que não seja o administrador, que o capital
esteja integralizado e que ele esteja assistido/representado.

EMPRESÁRIO RURAL:
- No que tange ao empresário rural é importante revisar sobre a obrigatoriedade (ou não) do seu
registro na Junta Comercial.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
INSCRIÇÃO Empresário individual ou Sociedade empresária precisam se registrar na Junta
DO Comercial antes de iniciar suas atividades, sob pena de exercer sua empresa
EMPRESÁRIO irregularmente.
Consequência pelo não registro: será considerado empresário e se submeterá às
regras do regime jurídico empresarial, embora esteja irregular, do que sofrerá

_______________________________________________________________________________
3
#CUIDADO! A proibição é para o exercício de empresa, podendo ser sócios ou cotistas de responsabilidade
limitada, desde que não exerçam funções de gerência ou administração.

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algumas consequências jurídicas (ex. impossibilidade de requerer recuperação judicial


– art. 48, Lei 11. 101/10054).
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao
empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí
INSCRIÇÃO
decorrentes.
DO
O empresário rural não precisa promover sua inscrição na Junta Comercial, sendo,
EMPRESÁRIO
portanto, facultativa. Caso deseje, poderá requerer sua inscrição na Junta Comercial,
RURAL
do que ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro (art.
971, CC).

REGISTRO: para dar


EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
regularidade à atividade
SOCIEDADE EMPRESÁRIA EFEITO empresarial.
DECLARATÓRIO

EMPRESÁRIO
REGISTRO: para equiparação à
RURAL EFEITO condição de empresário.
CONSTITUTIVO

PEQUENO EMPRESÁRIO:
#PRINCÍPIO DA IGUALDADE: De acordo com o princípio da igualdade, em breve síntese, deve haver
tratamento desigual para as pessoas que estão em condições de desigualdade. Na atividade
empresarial, percebeu-se essa necessidade de tratamento diferente para as atividades empresárias de
menor porte, que por sua menor capacidade econômica, precisam de determinados incentivos, para
que possam competir no mercado.

#REGULAMENTAÇÃO: Lei Complementar nº 123/06.

#QUEM PODE SER PEQUENO EMPRESÁRIO?


 Sociedade empresária;
 Sociedade simples;
 Empresa individual de responsabilidade limitada;
 Empresário Individual.
_______________________________________________________________________________
4
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente (...). #GRIFO NOSSO

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Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno
porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e
o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que: #ATENÇÃO! #GRIFO NOSSO.
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) (...)
§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou
empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou
qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados.

#QUEM NÃO PODE SER PEQUENO EMPRESÁRIO?


Pessoa jurídica ... (art. 3º, §4º, LC 123/06):
 De cujo capital participe outra pessoa jurídica;
 Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
 De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra
empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
 Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não
beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata
o inciso II do caput deste artigo;
 Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos,
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
 Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
 Que participe do capital de outra pessoa jurídica;
 Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa
econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de
corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento
mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;
 Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa
jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
 Constituída sob a forma de sociedade por ações.
 Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de
pessoalidade, subordinação e habitualidade.

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EIRELI: A EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

- CONCEITO: É uma nova pessoa jurídica de direito privado (associações, sociedade, EIRELI) constituída
por um único titular, que responde limitadamente pelo resultado da empresa. Conforme vimos acima, a
responsabilidade do empresário individual é ilimitada. A ideia do legislador, ao criar a EIRELI, foi permitir
justamente que uma única pessoa pudesse exercer a empresa com responsabilidade limitada.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.

- CAPITAL MÍNIMO: a lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário
mínimo vigente no país) para a sua constituição.
- NOME EMPRESARIAL: A EIRELI pode usar tanto firma quanto denominação.
- LIMITAÇÃO DE CONSTITUIÇÃO: o § 2.º do art. 980-A do CC diz que “a pessoa natural que constituir
empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa
modalidade”.

ESTABELECIMENTO

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária5. #GRIFO NOSSO.

- CONCEITO: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no
exercício da sua atividade.
Mercadorias
Instalações
BENS CORPÓREOS
Equipamentos
ESTABELECIMENTO Veículos e etc.
EMPRESARIAL Marcas
BENS Patentes
INCORPÓREOS Direitos
Ponto

- NATUREZA JURÍDICA: a doutrina considerada o estabelecimento empresarial uma universalidade de


fato, uma vez que os elementos que o compõem formam uma coisa unitária exclusivamente em razão
da destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude de disposição legal.

- CONTRATO DE TRESPASSE: é um contrato oneroso de transferência do estabelecimento empresarial.

_______________________________________________________________________________
5
#SELIGA: O estabelecimento não compreende apenas o local onde a atividade é exercida. Não se esqueça do
patrimônio imaterial também. Ex. marca.

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#ATENÇÃO: Há de ser devidamente registrado para preservar os interesses dos credores (art. 1.144,
CC).

#OLHAOGANCHO – ATENÇÃO PARA A SUCESSÃO EMPRESARIAL


Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente
obrigado pelo prazo de UM ANO, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos
outros, da data do vencimento.

#GANCHO2 #VAICAIR – CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA


Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos CINCO ANOS subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste
artigo persistirá durante o prazo do contrato.

#DE OLHO NA SÚMULA – Súmula 451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.

#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos
constitucionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente
comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária
concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e em
determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João resolveu montar um
quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um contrato com a
operadora de celular “XXX” por meio da qual ele somente iria vender os produtos e serviços dessa
operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento para abrir a
loja. No contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava proibido, por 6
meses após a extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente naquela cidade.
Essa cláusula de não concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561).

#DE OLHO NO JULGADO: De acordo com o STJ, o fundo de comércio (hoje denominado de
“estabelecimento empresarial”) deve ser levado em conta na aferição dos valores eventualmente
devidos a sócio excluído da sociedade (REsp 907014/MS).

- AVIAMENTO: o estabelecimento empresarial não deve ser visto apenas sob o ponto de visto estático,
mas também dinâmico. Isso quer dizer que devemos levar em consideração também o ponto comercial,
as estratégias de marketing, etc. Em outras palavras, aviamento é a aptidão da empresa para produzir
lucros, decorrente da qualidade e da melhor perfeição e sua organização. #PRECISO DE UM EXEMPLO.
Veja bem. Se imaginarmos 2 (duas) lanchonetes que sirvam produtos parecidos, usando dos mesmos
materiais (freezers, balcões, mesas), localizadas numa mesma região. Sob o ponto de vista estático,

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essas duas lanchonetes têm semelhança. Contudo, sob o ponto de vista dinâmico, a lucratividade de
uma e de outra será diferente. Isso porque cada empresário usará uma estratégia de captação de cliente
distinta. Isso é aviamento6.

#APROFUNDACOACH: o aviamento poderá ser:


 SUBJETIVO: quando ligado às qualidades pessoais do empresário;
 OBJETIVO: quando ligado aos bens componentes do estabelecimento na sua organização.

REGISTRO E ESCRITURAÇÃO

REGISTRO
- FINALIDADE DO REGISTRO: da mesma forma que se exige de uma pessoa natural o registro do seu
nascimento, bem como dos atos mais importantes de sua vida (ex. casamento e morte), a fim de
determinar o término de sua personalidade, o empresário ou a sociedade empresária registra o seu
início, os seus atos mais importantes (ex. alteração de capital, extinção, etc.).
- NATUREZA: Como vimos, o registro, como regra, NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o
empresário rural, como vimos acima. Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular,
sofrendo, com isso, algumas restrições impostas pela lei. Ex. O empresário irregular não pode, por
exemplo, pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a sua própria falência (autofalência). Além
disso, sua responsabilidade passará a ser ilimitada.
JUNTA COMERCIAL X REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS (art. 1.150, CC):
 O empresário e a sociedade empresária  vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a
cargo das Juntas Comerciais;
 A sociedade simples  ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
- QUEM PROMOVE O REGISTRO? O registro será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de
omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado (art. 1.151, CC).
#LEMBRAR DA INSCRIÇÃO DO ESTABELECIMENTO SECUNDÁRIO:
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro
Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição
originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. #GRIFO NOSSO.

#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
- Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

_______________________________________________________________________________
6
#DE OLHO NO JULGADO: o STJ tem usado o aviamento como parâmetro para aferição na apuração de haveres
dos sócios (REsp 908173/PE).

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- ÓRGÃOS REGISTRAIS: O Sistema Nacional de Registro do Comércio – SINREM é composto pelo DNRC
(Departamento Nacional de Registro de Comércio) e as Juntas Estaduais.
- JUNTAS COMERCIAIS: As Juntas Comerciais são órgãos subordinados administrativamente ao governo
das Unidades Federativas a que pertencem, já que cada unidade da federação conterá um órgão dessa
natureza e se subordinará administrativamente ao DNRC. Vejamos o que diz o art. 3º, a Lei nº 8.934/94:
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em
todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional
de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos:
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções supervisora,
orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo;
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de
registro.

#TABELINHADACOACH:

TIPO EMPRESARIAL ÓRGÃO REGISTRAL


EIRELI Junta Comercial
Sociedade Comum e em Conta de Participação Não tem
Sociedade Simples Cartório de registro das pessoas jurídicas
Sociedade Cooperativa Junta Estadual
Sociedade em nome coletivo Junta Estadual
Sociedade em comandita simples Junta Estadual
Sociedade Limitada Junta Estadual

ATOS DE REGISTRO (art. 32, da Lei nº 8.934/94):


 Matrícula;
 Arquivamento;
 Autenticação7.

- MOMENTO PARA REGISTRO: os registros acima deverão ser feitos dentro de 30 (trinta) dias contados
da assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só
terá eficácia a partir do despacho que o conceder (art. 36, da Lei nº 8.934/94).

ESCRITURAÇÃO
- Além de promover os registros obrigatórios, o empresário também deve fazer a contabilidade e
manutenção de seus livros.
Art. 1.179, CC. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em

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7
#ATENÇÃO: é o único ato que não tem o condão de dar publicidade ao ato que é levado a registro.

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correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de


resultado econômico.

LIVROS: podem ser:


 OBRIGATÓRIOS: Livro Diário (art. 1.1180, CC);
 FACULTATIVOS. Ex. livro caixa.

EXIBIÇÃO DOS LIVROS (CC):


Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer
pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária
observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando
necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou
gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.

Pode ser determinada de


PARCIAL ofício ou a requerimento da Cabível em qualquer ação judicial
parte interessada
Cabível somente em algumas ações
relativas a, por exemplo:
EXIBIÇÃO • Comunhão ou sociedade
DOS LIVROS Só pode ser determinada • Liquidação de sociedade
INTEGRAL pelo juiz a requerimento da • Sucessão por morte de sócio
parte interessada • Administração ou gestão à conta de
outrem
• Falência
• Quando e como determinar a lei.

#DE OLHO NAS SÚMULAS: a) Súmula 260, STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica
limitado às transações entre os litigantes; b) Súmula 390, STF: A exibição judicial de livros comerciais
pode ser requerida como medida preventiva.

NOME EMPRESARIAL

#VAMOS DIFERENCIAR:
Deve conter o nome
civil do empresário ou
Contrata
dos sócios da sociedade Serve de assinatura
FIRMA assinando o nome
empresária e pode do empresário
empresarial
NOME conter ramos de
EMPRESARIAL atividade
Deve designar o objeto Contrata
Não serve de
da empresa e pode assinando com o
DENOMINAÇÃO assinatura do
adotar nome civil ou nome civil do
empresário
qualquer outra representante
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expressão

#FIRMA X DENOMINAÇÃO X FIRMA OU DENOMINAÇÃO:


Empresário individual
Firma Sociedade em nome coletivo
NOME Sociedade em comandita simples
EMPRESARIAL Denominação Sociedade anônima
Firma ou Sociedade limitada
denominação Sociedade em comandita por ações

REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESA MERCANTIS E ATIVIDADES AFINS.

Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne
os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo
em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário”.

- Ou seja, o registro NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o empresário rural, como vimos
acima. Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas
restrições impostas pela lei. Ex. O empresário irregular não pode, por exemplo, pedir a falência de
terceiros, embora possa pedir a sua própria falência (autofalência).
Pode ser determinada de
PARCIAL ofício ou a requerimento Cabível em qualquer ação judicial
da parte interessada
Cabível somente em algumas ações
relativas a, por exemplo:
EXIBIÇÃO • Comunhão ou sociedade
DOS LIVROS Só pode ser determinada • Liquidação de sociedade
INTEGRAL pelo juiz a requerimento • Sucessão por morte de sócio
da parte interessada • Administração ou gestão à conta de
outrem
• Falência
• Quando e como determinar a lei.

#LEMBRAR DA INSCRIÇÃO DO ESTABELECIMENTO SECUNDÁRIO:


Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro
Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição
originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. #GRIFO NOSSO.

#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
- Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

#DEOLHONALEGISLAÇÃO:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. #GRIFOS NOSSOS.

- O instituto da desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade empresária consiste na


constrição patrimonial dos sócios, com seus bens particulares e pessoais, em caráter excepcional, já que,
em regra, nas sociedades empresárias vige a responsabilidade limitada dos sócios, ou seja, os sócios só
respondem limitadamente às suas cotas integralizadas.
- A desconsideração da personalidade jurídica tem previsão no art. 50, CC, e tem como requisitos: o
abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial, e a
insolvência.
- Pode ser requerida pela parte interessada ou pelo Ministério Público, quando lhe cabe intervir no
processo. Nesta parte, o Código Civil difere da desconsideração da personalidade jurídica prevista no
Código de Defesa do Consumidor, uma vez que nesse último as hipóteses são mais elásticas, permitindo
a desconsideração quando presentes quaisquer das hipóteses do art. 28, CDC (ex. quando ocorrer
infração à lei).
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos
estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado
de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

#TEORIA MAIOR X TEORIA MENOR:


TEORIA MAIOR SUBJETIVA DA TEM QUE COMPROVAR O DESVIO DE
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA FINALIDADE
TEORIA MAIOR OBJETIVA DA TEM QUE COMPROVAR A CONFUSÃO
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA PATRIMONIAL
BASTA COMPROVAR O ESTADO DE
TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO
INSOLVÊNCIA
DA PESSOA JURÍDICA
(CDC + LEI AMBIENTAL)

#REMEMBER: A teoria da desconsideração da personalidade jurídica é aplicável ao empresário


individual? Não, porque o empresário individual somente pode ser pessoa física, que explora uma
atividade empresarial.

- A aplicação da desconsideração da personalidade jurídica não desfaz o ato constitutivo da sociedade,


não o invalida nem importa a dissolução da mesma. Trata, apenas e rigorosamente, de suspensão
episódica da eficácia desse ato.
#APROFUNDACOACH:
DESCONSIDERAÇÃO
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA
EXPANSIVA
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Busca alcançar bens particulares do Alcançar bens da empresa


sócio que foram por ele controladora por atos abusivos Alcançar bens de sócios
fraudulentamente integrados a praticados por meio da sociedade ocultos.
sociedades. controlada.

#NÃOESQUEÇOMAIS:

PREVISÃO LEGAL TEORIA ADOTADA HIPÓTESE DE CABIMENTO

- Abuso da personalidade
ART. 50, CC/02 TEORIA MAIOR
-Confusão patrimonial
- Abuso de direito;
- Excesso de poder;
- Infração da lei;
- Fato ou ato ilícito;
ART.28, CAPUT, CDC TEORIA MAIOR - Violação dos estatutos ou contrato social;
- Falência;
- Estado de insolvência;
- Encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
Sempre que personalidade for, de alguma forma,
ART.28, § 5º, CDC TEORIA MENOR obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
ART. 4°, LEI
Quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento
9.605/98 (LEI TEORIA MENOR
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente
AMBIENTAL)
- Abuso de direito;
- Excesso de poder;
- Infração da lei;
ART. 34, LEI - Fato ou ato ilícito;
10.2.529/2011 TEORIA MAIOR - Violação dos estatutos ou contrato social;
(LEI ANTI-TRUST) - Falência;
-Estado de insolvência;
- Encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração

SOCIEDADE EMPRESÁRIA

- O rol de sociedades é trazido pelo art. 44, CC, abrangendo pessoas jurídicas de direito privado dotadas
de personalidade jurídica e não dotadas de personalidade jurídica.

SOCIEDADES NÃO Temos uma sociedade sem haver a


PERSONIFICADAS formação de uma pessoa jurídica.

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SOCIEDADES São aquelas que podem formar pessoa


PERSONIFICADAS jurídica, tornando-se detentora de direitos
e obrigações.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

#REMEMBER: o conceito de sociedade em nosso país leva em consideração a união de duas ou mais
pessoas, ou seja, não inclui a EIRELI, que é formada por uma única pessoa. Existem exceções a essa
pluralidade de sócios: situações transitórias em que a sociedade funciona com um único sócio, empresas
públicas, sociedades subsidiárias integral e sociedade unipessoal de advocacia.

- Ter personalidade jurídica significa poder adquirir direitos e obrigações em nome da própria sociedade
e criar uma responsabilidade subsidiária dos sócios.
#MEMORIZAR
SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA SOCIEDADE PERSONIFICADA
SOCIEDADE SIMPLES
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
SOCIEDADE COMUM SOCIEDADE LIMITADA
SOCIEDADE ANÔNIMA
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SOCIEDADE COOPERATIVA
SOCIEDADE COLIGADAS
SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO
SOCIEDADE ESTRANGEIRA

#NÃO CONFUNDA:
- Sociedade comum: sem registro
- Sociedade de fato: não tem ato constitutivo
- Sociedade irregular: tem ato constitutivo, mas não registrou.
- Sociedade simples: sem finalidade empresária
- Sociedade civil: não existe mais. Se não for empresarial = sociedade simples

A sociedade personificada, por sua vez, poderá ser:


 Sociedade Empresária;
 Sociedade Simples.

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TEM POR OBJETO UMA ATIVIDADE EMPRESARIAL PRÓPRIA DE


SOCIEDADE EMPRESÁRIA
EMPRESÁRIO SUJEITO A REGISTRO
TEM POR OBJETO UMA ATIVIDADE NÃO CONSIDERADA
SOCIEDADE SIMPLES COMO EMPRESARIAL
(por exclusão)

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais:

- Visto isso, precisamos entender como funciona a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais
da sociedade que compõem.
#COLANARETINA
RELAÇÃO TIPO DE RESPONSABILIDADE
Subsidiária e ilimitada (será solidária,
RESPONSABILIDADE DO Sócio x sociedade se contratou pela sociedade8) – art.
SÓCIO NA SOCIEDADE 990, CC.
COMUM
Sócio x sócio Solidária9

A responsabilidade é ilimitada (art. 994, CC).

Somente o sócio ostensivo é quem responde perante terceiro (art.


RESPONSABILIDADE DO 993, parágrafo único, CC).
SÓCIO NA SOCIEDADE EM
CONTA DE PARTICIPAÇÃO O sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio
ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier. O participante só tem
responsabilidade perante o ostensivo e nos limites do contrato.

Subsidiária: os bens particulares dos


sócios não podem ser executados por
Sócio x sociedade
SOCIEDADE SIMPLES dívidas da sociedade, senão depois
de executados os bens sociais (art.
1024, CC) – benefício de ordem.

_______________________________________________________________________________
8
Caso o sócio seja demandado por uma dívida que pertence à sociedade, terá direito ao benefício de ordem, ou
seja, que primeiro se penhore os bens do patrimônio especial para somente depois penhorar os bens particulares.
Exceção: não se aplica para aquele que emprestou seu nome para a sociedade (art. 989 e 990, CC).
9
Se o credor provar que a dívida era da sociedade, poderá demandar todos os sócios e não apenas em cujo nome
a obrigação estiver formalizada.

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Sócio x sócio Solidária.

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade


SOCIEDADE EM NOME
em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e
COLETIVO
ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Responsabilidade ilimitada.
Comanditado OBS: só ele pode ser administrador e
SOCIEDADE EM COMANDITA (Somente pessoa física) só em seu nome pode constar a
SIMPLES (ART. 1.045, CC) firma.
Comanditário
Responsabilidade limitada
(Pessoa física ou jurídica)
Limitada: na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é
SOCIEDADE LIMITADA restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social (art. 1052, CC).
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a
SOCIEDADE EM COMANDITA
sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente
POR AÇÕES
pelas obrigações da sociedade.
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios
SOCIEDADE COOPERATIVA
pode ser limitada ou ilimitada (responsabilidade mista).

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Art. 993, Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio
participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de
responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na
proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.

- A resposta da banca, considerada correta, foi a de que a responsabilidade dos sócios pelas obrigações
sociais, em razão da personalização das sociedades empresárias, seria a responsabilidade SUBSIDIÁRIA
(art. 1024, CC).

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#NÃOERROMAIS
Entre os sócios e a sociedade a responsabilidade é SUBSIDIÁRIA e não solidária
(1º a Pessoa Jurídica e depois os sócios).

Sociedade

RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA

Sócios

Entre os sócios a responsabilidade é SOLIDÁRIA.

RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA

#ATENÇÃO
(I) Sociedade entre cônjuges
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
(II) Sociedade unipessoal?
O Brasil admite a constituição de sociedade unipessoal? A resposta é NEGATIVA. Em nosso
ordenamento jurídico, a pluralidade de sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981
do Código Civil). Há apenas um caso excepcional de sociedade unipessoal admitido em nosso
ordenamento jurídico. Trata-se da chamada sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade
anônima que tem como único sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2.º, da LSA).
(III) Sociedade nacional
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração.

#ANOTEAÍ #CONCEITOSIMPORTANTES #DESPENCAEMOBJETIVAS


(i) Subscrição: ato pelo qual o sócio se compromete a transferir determinado montante para compor o
capital social da sociedade.
(ii) Integralização: é o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio para a sociedade.

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#OLHAOGANCHO – SÓCIO REMISSO


Sócio remisso é aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não
integralizou sua parte no capital social. MUITA ATENÇÃO para o art. 1004, que cai demais:
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no
contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela
sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a
exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os
casos, o disposto no §1º do art. 1.031.
#SEGUEOGANCHO - É possível a integralização por meio da prestação de serviços? Em regra, não.
Apenas a sociedade simples pura é que admite esse tipo de operação.

Vamos revisar as operações societárias:


- TRANSFORMAÇÃO: ocorre quando há mudança de tipo societário, ou seja, de uma S/A para LTDA ou
vice-versa, independentemente, de dissolução e liquidação de um tipo para outro;
- FUSÃO: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se extinguem, para formar uma
NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações;
- INCORPORAÇÃO: uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os
direitos e obrigações. As sociedades absorvidas extinguem-se;
- CISÃO: é a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver a
transferência de todo o seu patrimônio (total), ou dividindo-se o seu capital (parcial).

#DEOLHONASÚMULA - Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da


sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
#DEOLHONOSJULGADOS:
- Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada, de prazo limitado, exerce o direito de retirada por
meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para a apuração de
haveres é o termo final do prazo de 60 dias, previsto no art. 1.029 do CC/02 - STJ (595).
- Excepcionalmente, admite-se a dissolução de S.A (sociedade de capital) na hipótese em que houver
quebra da confiança entre os sócios. Ex. Sociedade composta por membros da mesma família - STJ
(595).
- Admite-se a dissolução parcial de S.A. STJ (595).

SOCIEDADE LIMITADA

- Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve, basicamente, a dois fenômenos:
 A responsabilidade dos sócios é LIMITADA;
 A sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior flexibilidade aos sócios.

- CAPITAL SOCIAL: Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade, a fim de que
ela possa cumprir seu objeto social. O capital social deve ser sempre expresso em moeda corrente
nacional.

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#SÓCIO REMISSO – OPÇÕES:


Purgar a mora e indenizar a
sociedade pelos danos emergentes da mora
Sujeitar-se à cobrança judicial
OPÇÕES PARA O Com diminuição do capital social
SÓCIO REMISSO OU
Exclusão da sociedade Com a aquisição das ações pelos
sócios, terceiros ou pela própria
sociedade

#EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO:


Simples alteração contratual desde
que o contrato social permita e que
EXCLUSÃO
MINORITÁRIO haja deliberação em assembleia OU
EXTRAJUDICIAL DE
Decisão judicial caso o contrato social
SÓCIO MINORITÁRIO
não permita a exclusão do sócio
MAJORITÁRIO Apenas judicialmente

SOCIEDADE ANÔNIMA (LEI Nº 6.404/76)

- CONCEITO: As sociedades anônimas são espécies de sociedades estatutárias, também chamadas de


“institucionais”. Constituem-se, assim, por meio de um estatuto social e seu capital está dividido em
frações denominadas ações. Cada sócio é titular de determinado número de ações, sendo chamado de
acionista.
TIPOS DE S/A
- ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de capitais (formado pela bolsa de
valores e pelo Mercado de balcão). Para tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no mercado de capitais.
#VALORES MOBILIÁRIOS EMITIDOS PELA S.A:
Ações
Debêntures
VALORES MOBILIÁRIOS Com valor nominal
Bônus de Subscrição
EMITIDOS PELA S.A
Notas promissórias
Partes beneficiárias Sem valor nominal

- AÇÕES – são bens móveis que representam frações em que está dividido o capital social, concedendo
ao seu titular um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à companhia.
- DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.
- PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. São
emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado.

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- BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições constantes
do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do aumento do capital
social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro.
- COMMERCIAL PAPER – são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos no
mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo.
#ÓRGÃOS DA S/A
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os
ASSEMBLEIA-GERAL
acionistas (com ou sem direito a voto).
CONSELHO DE Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões
ADMINISTRAÇÃO da Cia. (mínimo 3 membros, acionistas ou não).
Órgão de representação legal da S/A e execução das
ÓRGÃOS DA S/A DIRETORIA deliberações da assembleia-geral ou do Conselho de
Administração (mínimo 2 membros, acionistas ou não).
Órgão colegiado de fiscalização dos órgãos de
administração (existência obrigatória e funcionamento
CONSELHO FISCAL
facultativo; mínimo de 3 e máximo de 5 membros,
acionistas ou não).

TÍTULOS DE CRÉDITO

- CONCEITO LEGAL: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo
nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei (art. 887, CC).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
- DOCUMENTOS FORMAIS: por precisarem observar os requisitos essenciais previstos na legislação
cambiária;
- BENS MÓVEIS (nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se aos
princípios que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve que a posse de boa-fé vale
como propriedade;
- TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO: por serem documentos necessários ao exercício dos direitos neles
contidos;
- TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS.
Cartularidade
Literalidade
PRINCÍPIOS
Abstração
INFORMADORES
Autonomia Inoponibilidade das exceções
pessoais aos terceiros de boa-fé
TÍTULOS • Natureza essencialmente comercial;
DE • Documentos formais;
CRÉDITO • Natureza de bens móveis;
PRINCIPAIS • São títulos de apresentação;
CARACTERÍSTICAS • Constituem títulos executivos extrajudiciais; • Representam
obrigações quesíveis;
• É título de resgate;
• É título de circulação
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- CARTULARIDADE: o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse


legítima.
#ATENÇÃO: O princípio da cartularidade ou incorporação, atualmente, vem sendo posto em xeque, em
virtude do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação de títulos de crédito
magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. É o que se chama de DESMATERIALIZAÇÃO
(OU LIQUEFAÇÃO) DOS TÍTULOS DE CRÉDITO.

- LITERALIDADE: o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em outros
termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no próprio título
produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador.
- AUTONOMIA: o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo,
originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Melhor dizendo: o legítimo
portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das demais relações que o
antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que eventualmente as
acometeram.
#FIQUEDEOLHO: Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles:
a) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula, ele se
desvincula da relação que lhe deu origem;
b) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à relação que
originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o título legitimamente.

CLASSIFICAÇÃO
#SELIGANATABELINHA:
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904
do Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita
de forma expressa;
(b) Título nominal: é aquele que identifica expressamente o seu titular,
ou seja, o credor. A transferência da titularidade do crédito, pois, não
QUANTO À FORMA DE depende apenas da mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa:
TRANSFERÊNCIA é preciso, além disso, praticar um ato formal que opere a transferência da
titularidade do crédito;
(c) Títulos nominativos: segundo o art. 921 do Código Civil, são aqueles
emitidos em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro
específico mantido pelo emitente do título.
(a) Título de modelo livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma
forma específica preestabelecida;
QUANTO AO MODELO
(b) Título de modelo vinculado: ao contrário, se submete a uma rígida
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo
feitos legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas.
(a) Ordem de pagamento (ex. letra de câmbio, cheque e duplicata) = se
QUANTO À ESTRUTURA caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas, a partir
da sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite

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o título, ou seja, ordena o pagamento; em segundo lugar, tem-se a


situação do sacado, contra quem o título é emitido, ou seja, trata-se da
pessoa que recebe a ordem de pagamento; por fim, tem-se a figura do
tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é emitido, isto é,
pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem que lhe foi
endereçada pelo sacador;
(b) Promessa de pagamento (ex. Nota promissória) = existem apenas
duas situações jurídicas distintas de um lado tem-se a figura do sacador
ou promitente, que promete pagar determinada quantia; de outro, tem-
se a situação do tomador, beneficiário da promessa que receberá o valor
prometido.
(a) Título causal: é aquele que somente pode ser emitido nas restritas
hipóteses em que a lei autoriza a sua emissão. É o caso, por exemplo, da
duplicata.
QUANTO ÀS HIPÓTESES
(b) Título abstrato: é aquele cuja emissão não está condicionada a
DE EMISSÃO
nenhuma causa preestabelecida em lei. Em síntese: podem ser emitidos
em qualquer hipótese. É o caso, por exemplo, do cheque, que pode ser
emitido para documentar qualquer relação negocial.

#DEOLHONOSJULGADOS:
- #IMPORTANTE O art. 1.647, III, do CC que previu que uma pessoa casada só pode prestar aval se tiver
autorização do cônjuge (exceto no regime de separação absoluta) somente é aplicado aos títulos de
créditos inominados, considerando que eles não são regidos pelo Código Civil. Ou seja, o aval dado aos
títulos de crédito nominados prescinde de outorga uxória ou marital.
- O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03 ANOS.
STJ (580).
- O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do princípio da
literalidade. STJ (580).
- A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de
apresentação do cheque, mas a irregular não. STJ (584).
- Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com a
indicação do emitente como devedor. STJ (584).
- Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da cártula,
ao passo que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição financeira
sacada. STJ (587).

TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE. TÍTULOS DE CRÉDITO NO CÓDIGO CIVIL E NA LEGISLAÇÃO ESPECIAL.


LETRA DE CÂMBIO. NOTA PROMISSÓRIA. CHEQUE. DUPLICATAS MERCANTIL E DE SERVIÇOS.

LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO,
ESTRUTURA DO razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas:
TÍTULO a) a do sacador, que emite a ordem;
b) a do sacado, a quem a ordem é destinada;

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c) a do tomador, que é o beneficiário da ordem.


Aceite é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o
ACEITE devedor principal da letra (aceitante). O aceite, na letra de câmbio, é
FACULTATIVO, porém irretratável.
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador,
logicamente posterior à data do saque.
(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do
título ao sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto.
(c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo,
VENCIMENTO
estipulado pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a
partir da vista (aceite) do título.
(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo
estipulado pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite,
mas a partir da própria emissão (saque) do título.

Deve ser apresentada


no dia do vencimento
Pagável no exterior
ou nos dois dias úteis
seguintes
DATA PARA O PAGAMENTO DE UMA
PAGAMENTO LETRA DE CÂMBIO Deve ser apresentada
no dia do vencimento
Pagável no Brasil ou, recaindo em dia
não útil, no primeiro
dia útil seguinte.

NOTA PROMISSÓRIA
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão
dá origem a duas situações jurídicas distintas:
a) a do sacador ou promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor),
ESTRUTURA DO TÍTULO
que emite a nota e promete pagar determinada quantia a alguém;
b) e a do tomador, em favor de quem a nota é emitida e que receberá a
importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE!
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
câmbio em relação ao endosso, aval e vencimento.

CHEQUE
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em
razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição
ESTRUTURA DO TÍTULO financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só
é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário específico,
com uma numeração própria.
CURIOSIDADES (a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação

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legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos;


(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais), podem
ser emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia, deverão
ser emitidos nominalmente;
(c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se
bastante no Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura
(cheque pré ou pós-datado). Por ser o cheque uma ordem de pagamento
à vista, se apresentado o título, o banco é obrigado a pagar. No entanto,
aquele que apresentou o cheque, nessas condições, será civilmente
responsabilizado (veremos algumas súmulas logo abaixo).
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser pago
a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que
evita, consequentemente, o seu desconto na boca do caixa;
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante assinatura
no verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do
MODALIDADES DE valor mencionado. Ao visar o cheque, o banco garante que ele tem
CHEQUES fundos e assegura o seu pagamento durante o prazo de apresentação.
Com o visto, o banco se obriga a reservar a quantia constante do cheque
durante o período de apresentação;
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele
mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto,
é ao mesmo tempo emitente e sacado.
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de
contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial,
com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou
contraordem só produz efeito depois de expirado o prazo de
apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até
que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador
SUSTAÇÃO DO CHEQUE
legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado,
por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contraordem se excluem
reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo
oponente.
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para
pagamento junto à instituição financeira sacada.
PRAZO DE “da mesma praça” O prazo de apresentação é de 30
APRESENTAÇÃO dias.
“de praças diferentes” O prazo de apresentação será de
60 dias.

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Art. 59 Prescrevem em 6 (SEIS) MESES, contados da expiração do prazo


de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
PRESCRIÇÃO Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do
cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em
que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
É uma forma de cobrança do cheque prescrito.
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados,
AÇÃO DE
que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque,
LOCUPLETAMENTO
PRESCREVE EM 2 (DOIS) ANOS, contados do dia em que se consumar a
prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência,
ESTRUTURA DO TÍTULO quais sejam:
(i) uma compra e venda mercantil, ou
(ii) um contrato de prestação de serviço.
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista;
(b) É título estruturado como ordem de pagamento;
CARACTERÍSTICAS (c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO;
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor
(vendedor).
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor
(comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o
aceite, terá que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao
pagamento desse título independentemente de aceitá-lo expressamente.
Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser expresso (ordinário)
ou presumido (por presunção). A grande diferença entre o aceite
expresso e o aceite presumido se manifesta na execução da duplicata.
PROCEDIMENTO Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é título de crédito
perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores
formalidades. Basta a apresentação do título. No entanto, a execução
da duplicata aceita por presunção segue regra diferente. Além da
apresentação do título, são necessários o protesto (mesmo que a
execução se dirija contra o devedor principal) e o comprovante de
entrega das mercadorias. Há algumas súmulas interessantes sobre o
caso, que serão apresentadas logo ali abaixo.

ATOS CAMBIÁRIOS

ENDOSSO
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato
CONCEITO
cambiário, pois, que põe o título em circulação.
#SAIBAADIFERENÇA:

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(a) Títulos à ordem  são aqueles transferidos por endosso (a cláusula “à


ordem” é implícita);
(b) Títulos não à ordem  só podem ser transferidos por cessão civil.
(a) transfere a titularidade do crédito;
EFEITOS (b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se
o devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante).
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu
beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o
endossante assina no verso do título, sem identificar a quem está
endossando, o que acaba, na prática, permitindo que o título circule ao
portador, ou seja, pela mera tradição da cártula.
ENDOSSO BRANCO
x
(ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está sendo
ENDOSSO PRETO
transferida a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só
poderá circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser
em branco ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o
título em circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento da
dívida, uma vez que deverá praticar novo endosso.
O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas:
(a) endosso-caução (endosso-pignoratício)  caracteriza-se quando o
endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida
contraída perante o endossatário.
ENDOSSO
IMPRÓPRIO
(b) endosso-mandato (endosso-procuração)  Por meio dele, o endossante
confere poderes ao endossatário – por exemplo, uma instituição financeira –
para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os
direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc.
Esse endosso feito após o protesto ou após o prazo para a realização do
protesto é chamado pela doutrina de endosso póstumo ou endosso tardio,
ENDOSSO expressões que denotam, claramente, que tal endosso foi levado a efeito
PÓSTUMO tarde demais. Nesse caso, portanto, como a norma acima transcrita deixa
claro, o endosso não produz os efeitos normais de um endosso, valendo tão
somente como uma mera cessão civil de crédito.
ENDOSSO CESSÃO CIVIL
O endossante responde pela
O cedente responde somente pela
existência do crédito e pela
existência do crédito.
solvência do devedor
Para se defender, o devedor não
ENDOSSO poderá arguir matérias atinentes à
X sua relação jurídica com o Para se defender, o devedor poderá
CESSÃO CIVIL endossatário (subprincípios da arguir matérias atinentes à sua
autonomia e inoponibilidade das relação jurídica com o cessionário.
exceções pessoais aos terceiros de
boa-fé).

#MUITAATENÇÃO #CÓDIGOCIVIL
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Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,


NÃO RESPONDE O ENDOSSANTE PELO CUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO
constante do título. #GRIFO NOSSO.
O CC inverte a regra da LUG (lei uniforme de Genebra), de modo que o
endossante não responde pelo pagamento.

AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo
pagamento da obrigação constante do título.
CONCEITO
#OLHAAPEGADINHA:
- A LUG admite o AVAL PARCIAL.
- O CC (art. 897) NÃO ADMITE O AVAL PARCIAL.
O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em
que basta a simples assinatura do avalista. Nada impede, todavia, que o aval
LOCAL
seja feito no verso da cártula, bastando para tanto, além da assinatura, a
expressa menção de que se trata de aval.
O aval também pode ser feito em branco, hipótese em que não identifica o
PRETO avalizado, ou em preto, caso em que o avalizado é expressamente indicado.
x Quando o aval é em branco, presume-se que foi dado em favor de alguém: no
BRANCO caso da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos,
em favor do emitente ou subscritor.
Há três diferenças básicas:

(a) A primeira delas é decorrente da submissão do aval ao PRINCÍPIO DA


AUTONOMIA, inerente aos títulos de crédito. O aval, por ser um instituto do
regime jurídico cambial, constitui uma obrigação autônoma em relação à
dívida assumida pelo avalizado. Assim, se a obrigação do avalizado,
eventualmente, for atingida por algum vício, este não se transmite para a
obrigação do avalista. Na fiança o mesmo não ocorre: ela, como obrigação
AVAL acessória, leva a mesma sorte da obrigação principal a que está relacionada.
x
FIANÇA (b) Outra distinção relevante entre o aval e a fiança diz respeito ao BENEFÍCIO
DE ORDEM, presente nesta e ausente naquele. De fato, o aval não admite o
chamado benefício de ordem, razão pela qual o avalista pode ser acionado
juntamente com o avalizado. Na fiança, todavia, o benefício de ordem
assegura ao fiador a prerrogativa de somente ser acionado após o afiançado.
A responsabilidade do fiador é, portanto, subsidiária.

(c) O aval deve ser prestado no próprio título, em obediência ao PRINCÍPIO


DA LITERALIDADE; já a fiança pode ser prestada em instrumento separado.

PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse
CONCEITO fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução
do título ou (iii) a falta de pagamento do título.
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Contra os coobrigados
NECESSÁRIO NECESSÁRIO
e endossantes.
x PROTESTO
FACULTATIVO Contra o devedor
FACULTATIVO
principal e seu avalista.
Medida processual muito comum é a cautelar de sustação de protesto. É
preciso destacar, porém, que ela só é cabível enquanto o protesto ainda não
foi lavrado. Após a sua lavratura, o máximo que se pode determinar é a
SUSTAÇÃO
sustação dos seus efeitos, mas, nesse caso, o protesto permanece incólume e
continuará registrado nos assentamentos do cartório em que foi lavrado, até
que seja feito o seu cancelamento.

#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data da emissão estampada na cártula.
- Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
- Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
- Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
- Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
- Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste.
- Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o
cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária.
- Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
- Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
- Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
- Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
- Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL10,11


_______________________________________________________________________________
10
Por Andréa Griz (@deagriz).

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LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS: Decreto-lei nº 3.688/41


- PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território
nacional (art. 2º);
- ELEMENTO SUBJETIVO: Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-
se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito
jurídico (art. 3º);
- REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA: prisão simples ou multa. Não admite rigor penitenciário, do que
o regime só poderá ser semiaberto ou aberto. Não se admite regime fechado12 (art. 6º);
- LIMITE DAS PENAS: não pode ser superior a 5 (cinco) anos (art. 10)13;
- Admite-se suspensão condicional da pena (por tempo não inferir a 1 ano e nem superior a 3 anos) e
livramento condicional (art. 11);
#PERÍODO DE PROVA #COLANARETINA:
PERÍODO DE PROVA NO SURSIS DA PENA
1 A 3 ANOS Contravenções Penais (art. 11, DL 3.688/41)
Sursis comum (art. 77, “caput”, CP)
2 A 4 ANOS
Lei dos crimes ambientais (art. 16, Lei nº 9.605/98)
4 A 6 ANOS Sursis etário ou humanitário (art. 77, §2º, CP)

- As medidas de segurança estabelecidas no CP são aplicadas em caso de contravenção penal (art. 13);
- A ação penal será pública incondicionada (art. 17);
- O porte de arma de fogo foi tacitamente revogado pela Lei nº 10.826/03, de maneira que o art. 19 (do
DL 3.688/41) deverá ser aplicado apenas para os casos de arma branca (ex. canivete);
- Atenção aos arts. 19 (porte de arma), 20 (anúncio de meio abortivo), 21 (vias de fato), 45 (simulação
de funcionário público), 47 (exercício ilegal da profissão ou atividade), 60 (lembrar que contravenção
penal de mendicância foi revogado), 66 (omissão de comunicação de crime), 67 (inumação ou exumação
de cadáver) e 68 (recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação).

#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 51, STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do
apostador ou do banqueiro;
- Súmula 720, STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de
dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias
terrestres;

11
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA PARA ESSE TRABALHO: Renato Brasileiro, jurisprudência do STJ, súmulas do STJ e
comentários de jurisprudência do dizer o direito (#MARCINHO).
12
#FICAADICA: Se na prova questionar se é admissível pena de reclusão, a resposta é SIM. Só que essa pena de
reclusão somente poderá ser cumprida no regime semiaberto ou aberto. O que não se admite é o regime fechado.
13
#OLHAOGANCHO: se for crime o tempo máximo de cumprimento de pena será de 30 (trinta) anos (art. 75,
“caput”, CP).

30

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- Súmula 38, STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo
por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou
de suas entidades.

CRIMES HEDIONDOS (LEI Nº 8.072/90)


- O rol da Lei nº 8.072/90 é taxativo;
- Homicídio simples: em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo de
extermínio, ainda que por só 1 agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90);
- O homicídio privilegiado não é crime hediondo por ausência de previsão legal;
- FEMINICÍDIO: Trata-se de figura qualificada no homicídio doloso, de competência do Tribunal do
Júri14 e considerada crime hediondo (art. 121, §2º, VI, CP c/c art. 1º, I, Lei nº 8.072/90);
- HOMICÍDIO FUNCIONAL: Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou
agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Houve
também alteração na Lei nº 8.072/ 1990 tornando o homicídio funcional crime hediondo;
- LESÃO CORPORAL PRATICADA CONTRA AUTORIDADE OU AGENTE DESCRITO NOS ARTS. 142 E 144,
CF: a Lei nº 13.142/15 acrescentou o art. 1º, I-A, ao art. 1º, Lei nº 8.072/9015, de maneira que se a lesão
for gravíssima ou seguida de morte (#OLHAOGANCHO: crime preterodoloso), cometida contra as
autoridades ali enumeradas, vamos ter um caso de lesão corporal revestida de hediondez;
- #NOVIDADE A posse e o porte de arma de fogo de uso RESTRITO agora são considerados crimes
hediondos;
- LIVRAMENTO CONDICIONAL: para ser beneficiado pelo livramento condicional, o réu deverá cumprir
2/3 da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes hediondos (art. 83, V, CP);
- PROGRESSÃO DE REGIME: a) deverá cumprir 1/6 da pena (para os crimes cometidos antes da Lei
11.464/07 - Súmula 471 STJ); b) cumprir 2/5 da pena, se réu primário, ou 3/5, se reincidente (crimes
cometidos após a Lei 11.464/07)16;
- ANISTIA, GRAÇA, INDULTO: são insuscetíveis de concessão quando praticados delitos revestidos de
hediondez, dada a vedação expressa no art. 5º, XLIII, CF;
- PRISÃO TEMPORÁRIA: a) Regra: 5 dias + 5 dias; b) para crimes hediondos: 30 dias + 30 dias;

_______________________________________________________________________________
14
#OLHAOGANCHO: vai a júri popular.
15
Quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
16
Nos crimes hediondos, no que tange a progressão de regime, a reincidência não precisa ser específica. STJ. 6ª
Turma. HC 301.481-SP, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 2/6/2015
(Info 563).

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- LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA: STF considera inconstitucional a vedação em abstrato da


concessão de liberdade provisória sem fiança e de penas restritivas de direitos, devendo o julgador
decidir de acordo com as circunstâncias do caso concreto;
- PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão
prioridade de tramitação em todas as instâncias (art. 394-A, CPP). #INOVAÇÃO LEGISLATIVA.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
-Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime
prisional fechado, devendo ser considerado o princípio da individualização da pena (STJ, HC 286.925/RR
– Info 540);

-Estupro e atentado violento ao pudor são hediondos ainda que praticados na forma simples,
independentemente se praticados antes ou depois da Lei nº 12.015/09 ou que causem lesões de
natureza grave ou morte (Info 505, STJ e Info 835, STF);

-A causa de aumento de pena prevista no art. 9º, da Lei nº 8.072/90 foi tacitamente revogada pela Lei nº
12.015/2009 uma vez que esta lei revogou o art. 224, CP (STF, Info 692).

CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR (LEI Nº 8.078/90 e LEI Nº 8.137/90)


- O art. 44, CP reza que as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, em algumas hipóteses. O art. 78, da Lei nº 8.078/90 (CDC) dispõem que a pena restritiva de
direito poderá ser aplicada de forma autônoma, mas cumulativamente também. #ATENÇÃO a essa
particularidade.
- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DESSES CRIMES: Os crimes do CDC são crimes de menor potencial
ofensivo, possuindo pena máxima cominada de até 2 anos, sendo, portanto, da competência dos
Juizados Especiais Criminais; admite-se transação penal e suspensão condicional do processo; e tem
previsibilidade de modalidade culposa (art. 63, e art. 66), sendo os demais tipos dolosos. Também são
crimes de ação penal pública incondicionada17.
#NÃO ESQUEÇA MAIS: #ADMITE CULPA:
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade (...).

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços (...).
CRIMES DE TORTURA (LEI Nº 9.455/97)

_______________________________________________________________________________
17
Crimes de ação penal pública incondicionada mais cobrados em provas:
Consumidor
Ambiental
Licitações
ECA
Idoso

32

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- Particular pode cometer crime de tortura. Ser agente público não é elementar do tipo (é causa de
aumento de pena)18;
- Atenção especial ao crime cometido por agente público e contra criança ou adolescente (revogou-se o
ECA nesse sentido), portador de deficiência ou maior de 60 (sessenta) anos, pois se trata de causa de
aumento de pena (art. 1º, §4º, I e II, respectivamente);
- O art. 2º traz uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada;
- LESÃO CORPORAL: se leve, estará absorvida pelo crime de tortura; se grave ou gravíssima: qualificará
o crime (art. 1º, §3º).

#OLHAOGANCHO: A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ, julgado em
26/8/2015 (Info 577).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o


cumprimento da pena no regime prisional fechado, devendo ser considerado o princípio da
individualização da pena (STJ, HC 286.925/RR – Info 540).

CRIMES DE TRÂNSITO (LEI Nº 9.503/97)


- APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: aplica-se subsidiariamente o CP, CPP (art. 291, CTB);
- APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DESPENALIZADORAS DA LEI Nº 9.099/90 (art. 291, “caput” e §1º): é
possível se aplicar aos crimes de trânsito as medidas despenalizadoras do CTB, salvo nos seguintes
casos: a) agente que dirigia sob efeito de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência; b) agente participando de racha; c) agente transitando em velocidade superior à máxima
permitida para a via em 50 km/h;
- PROIBIÇÃO DE SE OBTER A PERMISSÃO OU A HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR:
trata-se de penalidade que poderá ser imposta isolada ou cumulativamente com as demais previstas na
lei (art. 291, CTB)19. Além disso, é possível sua decretação como medida cautelar, na forma do art. 294,
CTB.
- AGRAVANTES OBRIGATÓRIAS: ler as circunstâncias do art. 298, CTB que sempre agravarão a pena do
agente;
- #CUIDADO: lembrem-se de que se o agente prestar pronto e integral socorro à vítima, nos casos de
acidente de trânsito de que resulte vítima, não se imporá prisão em flagrante, por força do art. 301,
CTB;

_______________________________________________________________________________
18
#TÁNAMODA Na Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes (Convenção da ONU, não confundir com a Interamericana!) somente agentes públicos podem
praticar a tortura ali prevista.
19
Se o réu for reincidente o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296, CTB).

33

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- #ESPECIAL ATENÇÃO #INOVAÇÃO LEGISLATIVA: o art. 312-A, CTB trouxe hipóteses de penas
restritivas de direito em caso de delitos de trânsito (art. 302 a 312, CTB). Para a aplicação de tais penas,
em substituição às privativas de liberdade, é preciso que estejam presentes os requisitos do art. 44, CP.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- O fato de o condutor estar com a CHN vencida não se enquadra na causa de aumento de pena do art.
302, §1º, I, CTB20 (STJ, Info 581);
- Para a incidência da causa de aumento de pena do art. 302, §1º, IV, CTB é irrelevante que o agente
esteja transportando passageiros no momento do homicídio culposo cometido na direção do veículo
automotor21 (STJ, Info 537);
- Denúncia no caso de homicídio culposo deve apontar qual foi a conduta culposa, ou seja, deverá
descrever, de forma clara e precisa, a conduta negligente, imperita ou imprudente que teria gerado o
resultado morte, sendo insuficiente a simples menção de que o suposto autor estava na direção de
veículo no momento do acidente (STJ, Info 553);

- #OLHAOGANCHO: Não se aplica o arrependimento posterior em homicídio culposo na direção de


veículo (art. 16, CP), uma vez que se exige a reparação do dano e isso é impossível no caso do homicídio
(STJ, REsp 1.561.276/BA, Info 590);

- Crime de dirigir sem habilitação (art. 309, CTB) é absorvido pela lesão corporal culposa na direção de
veículo (art. 303, parágrafo único, CTB). #VEJAODETALHE: o crime de lesão corporal culposa é de ação
penal pública condicionada à representação. Já o crime de dirigir sem habilitação é de ação penal
pública incondicionada. Isso que dizer que como haverá a consunção, não havendo representação da
vítima, o MP não poderá denunciar o agente pelo crime de dirigir sem habilitação (STF, Info 796);

- O crime de entrega de direção de veículo automotor a pessoa não habilitada (art. 310, CTB) é de
perigo abstrato, isso é, não é preciso demonstrar perigo concreto de dano. Basta a mera entrega do
veículo à pessoa que se sabe inabilitada (STJ, Info 559 e STF, RHC 48.817/MG). Trata-se, inclusive, de
entendimento sumulado.

#DEOLHONASSÚMULAS:
– Súmula 575, STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor à pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no
art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na
condução do veículo.

- SÚMULA 720, STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de
dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias
terrestres.

_______________________________________________________________________________
20
Art. 302, §1º, I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
21
Art. 302, §1º, IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.

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CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE (LEI Nº 9.605/98)


- POSSÍVEIS AUTORES E PARTÍCIPES DE CRIME AMBIENTAL: Quem, de qualquer forma, concorre para a
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la (art. 2º);
- RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse
ou benefício da sua entidade (art. 3º, da Lei nº 9.605/98 c/c art. 225, §3º, CF)22;
- DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que
sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente
(art. 4º);
- FIXAÇÃO DA PENA-BASE: percebam que as circunstâncias judiciais para os crimes ambientais são
distintas das do art. 59, CP. Isso porque quando se tratar de crime ambiental o juiz deverá atentar a: a)
gravidade do fato: analisando as consequências para a saúde pública e para o meio ambiente23; b)
antecedentes do infrator: quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; c) situação
econômica do infrator: no caso de pena de multa;
- PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO: revisem as penas restritivas de direito do art. 8º (para pessoa física)
e do art. 21 (para as pessoas jurídicas)24;
- ATENUANTE: a) baixo grau de instrução e escolaridade do agente; b) arrependimento do infrator
(antes ou depois do recebimento da denúncia (diferente do arrependimento do art. 16, CP); c)
comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; d) colaboração com os
agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental (colaboração premiada na lei de crimes
ambientais);
- AGRAVANTES: revisem as agravantes do art. 15, uma vez que são hipóteses comumente pedidas em
prova objetiva;
- SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA: nos crimes ambientais é possível se falar em suspensão
condicional da pena nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos.
#REMEMBER: no CP é inferir a 2 anos;
- REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL: o art. 78, §2º, CP, dentro do capítulo da suspensão condicional da
pena, reclama a reparação do dano como uma das condições para sua decretação. No caso de dano

_______________________________________________________________________________
22
#DUPLA IMPUTAÇÃO: A responsabilidade penal da pessoa jurídica, por delitos ambientais, independe da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº
9.605/98) - STJ, Info 566 e STF, Info 714.
23
O CP analisa as consequências para a vítima.
24
#ATENÇÃO: a proibição de contratar com o poder público, no caso de pessoa jurídica, não poderá exceder o
prazo de 10 (dez) anos. No caso de pessoa física, não poderá participar de licitações pelo prazo de 5 (cinco) anos
(no caso de crimes dolosos) e de 3 (três) anos, no caso de crimes culposos (art. 10 e art. 22, §3º, da Lei nº
9.605/98).

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ambiental há de ter a reparação do dano específico, a ser comprovado mediante laudo reparatório,
como reza o art. 17, da Lei nº 9.605/98;
- PERÍCIA DE CONSTATAÇÃO DO DANO AMBIENTAL: quem vai constatar a medida exata do dano
ambiental é perícia, sempre que possível, fixando o montante do prejuízo causado. #DETALHE: a perícia
produzida em inquérito cível ou juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal (art. 19, “caput” e
parágrafo único);
- LIQUIDAÇÃO FORÇADA: A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de
permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada,
seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional (art. 24);
- AÇÃO PENAL: a Ação Penal nos crimes ambientais será pública incondicional (art. 26);
- TRANSAÇÃO PENAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO: os crimes ambientais de menor
potencial ofensivo, bem como aqueles cuja pena mínima não suplantem 1 (um) ano poderão ser
beneficiados pela transação penal (art. 27) e pela suspensão condicional do processo (art. 28). Atentar
para as particularidades desses dois artigos, notadamente no que tange à necessidade de composição
do dano ambiental;
- PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Apesar de se tratar de crimes de natureza difusa e de relevância do
bem jurídico protegido, reservado inclusive às futuras gerações, em situações excepcionais o STF e o STJ
têm admitido a aplicação do postulado.

CRIMES REFERENTES AO IDOSO (LEI Nº 10.741/03).


- MEDIDAS DESPENALIZADORAS DA LEI Nº 9.099/95: a doutrina e jurisprudência pacificaram o
entendimento no sentido de que o art. 94, do estatuto do Idoso, traz a hipótese legal de aplicação do
procedimento sumaríssimo quando a pena cominada for a privativa de liberdade não superior a 4
(quatro) anos. Isso quer dizer que o art. 94 não trouxe a possibilidade de aplicação das medidas
despenalizadoras a tais crimes contra os idosos. O STF, inclusive, decidiu isso em sede da ADI 3096/DF.
- CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: para os crimes de menor potencial ofensivo, ainda que
cometidos contra idosos, continua a possibilidade de haver transação penal. Isso porque o Estatuto do
Idoso não alterou o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo25.

#SAIBA DISTINGUIR:
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Aplicam-se medidas despenalizadoras
IGUAL OU SUPERIOR A 2 ANOS + procedimento sumaríssimo
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Aplica-se apenas o procedimento sumaríssimo
DE 2 A 4 ANOS

- ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS: não se aplica as escusas absolutórias do art. 181 e art. 182, CP aos crimes
cometidos contra idoso (art. 95);

_______________________________________________________________________________
25
#OLHAOGANCHO: Para os crimes cuja pena mínima não suplante um ano é possível se falar, inclusive, em
suspensão condicional do processo (art. 89, Lei nº 9.099/95).

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- AÇÃO PENAL: atentar que os crimes são de ação penal pública incondicionada (art. 95).

ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/03)


- MODALIDADE CULPOSA: admite-se modalidade culposa (omissão de cautela: art. 13). Para ocorrer a
consumação é necessário que o menor de 18 anos, ao menos, se apodere da arma de fogo. É um crime
omissivo, culposo (único crime culposo do Estatuto) e próprio;
- CRIANÇA E ADOLESCENTE: vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente constitui o crime do art. 16, V (tipo penal
autônomo).

#POSSE X PORTE:
Arma de fogo, acessório ou munição for encontrada na residência ou
POSSE no local de trabalho, nesse último caso, desde que seja proprietário
ou responsável pelo estabelecimento ou empresa.
Arma de fogo encontrada em local diverso da residência ou do local
PORTE de trabalho (nesse último caso apenas para os proprietários e
responsáveis da empresa).

- COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO: necessário haver habitualidade, embora independa de lucro;
- TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO: independe de habitualidade e lucro.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- A posse ilegal de arma de fogo de uso permitido com registro vencido é conduta atípica. A expiração
do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação da
multa (STJ, Info 572);

- Arma de fogo encontrada em caminhão, dirigido por motorista profissional, configura porte de arma
de fogo (e não posse) – art. 14, do Estatuto do Desarmamento. Isso porque o veículo profissionalmente
utilizado não pode ser considerado como “local de trabalho” para fins de configuração do crime do art.
12;

- A posse/porte ilegal de arma de fogo ineficaz é conduta atípica, desde que a ineficácia seja absoluta;

- Porte de arma de fogo desmuniciada: é crime, pois se trata de delito de perigo abstrato;

- Porte de munição, sem arma: é crime, pois se trata de delito de perigo abstrato. #CUIDADO: é atípica
a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de arma (STF, Info
826);

- Desnecessidade de perícia: é irrelevante a realização de exame pericial para a comprovação da


potencialidade lesiva do artefato. Basta o simples porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada. Isso
porque os crimes do art. 12, 14 e 16 (do Estatuto do Desarmamento) são de perigo abstrato (STJ, AgRg
no REsp 1.294.551/GO);

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- Transporte de arma de fogo por praticante de tiro desportivo: pratica o crime do art. 14 da Lei nº
10.826/2003 o praticante de tiro desportivo que transporta arma de fogo de uso permitido, municiada,
em desacordo com os termos de sua guia de tráfego, a qual autorizava apenas o transporte de arma
desmuniciada;

- A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se subsome
(amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso porque elas não
se enquadram no conceito de artefatos explosivos (Info 599 - STJ);

- É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma de
fogo, não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem registro
das armas no órgão competente (Info 597 - STJ);

#DEOLHONATOGA: magistrado que mantém sob sua guarda arma ou munição de uso restrito não
comete crime. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas são equiparados a magistrados e o art. 33, V, da
LC 35/79 (LOMAN) garante aos magistrados o direito ao porte de arma de fogo. Info 572-STJ

#PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO X HOMICÍDIO:


Se ficar comprovado que o agente adquiriu a arma de fogo para
HAVERÁ CONSUNÇÃO
o crime de homicídio que cometeu.
Se ficar provado que o agente portava ilegalmente a arma de
NÃO HAVERÁ fogo em outras oportunidades (antes ou depois do homicídio).
CONSUNÇÃO  Vai responder pelo porte de arama de fogo e pelo homicídio,
em concurso material.

#DEOLHONASÚMULA – Súmula 513, STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003
aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.

CRIMES REFERENTES AO ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 4.898/65)


- Pessoa jurídica também pode ser vítima de crime de abuso de autoridade (art. 4, h);
- TRÍPLICE RESPONSABILIDADE: O direito de representação e o processo de responsabilidade
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem
abusos, são regulados pela presente lei (art. 1º);
- TRÍPLICE SANÇÃO: O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal26;
- CRIME DE ATENTADO OU EMPREENDIMENTO: o art. 3º traz hipótese em que o crime, ainda que
tentado, é punido com a mesma pena do delito consumado;
- HIPÓTESES DELITUOSAS: revisar as hipóteses do art. 3º e do art. 4º;
_______________________________________________________________________________
26
#CUIDADO: na sanção penal não há previsibilidade da pena de reclusão.

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- CONCEITO DE AUTORIDADE: Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração (art. 5º);
- EFEITO DA CONDENAÇÃO: perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função
pública por prazo até três anos (art. 6º, §3º, “c”);
- ABUSO COMETIDO POR POLICIAL (CIVIL OU MILITAR): Quando o abuso for cometido por agente de
autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa,
por prazo de um a cinco anos (art. 6º, §5º);
- AÇÃO PENAL: São crimes de Ação Penal Pública Incondicionada (art. 12);
- PRAZO DA DENÚNCIA: 48 horas (art. 13)

#DEOLHONASÚMULA:
– Súmula 172, STJ: compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de
autoridade, ainda que praticado em serviço.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- O crime de abuso de autoridade não absorve as demais infrações dele decorrentes, do que serão
aplicadas em concurso.

CRIMES RELATIVOS À INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (LEI Nº 9.296/96)


- REQUISITOS: a) indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal (fumus comissi
delicti)27; b) a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; c) fato investigado constituir infração
penal punida, no máximo, com pena de detenção (art. 2º e incisos)28;
- QUEM PODE PROMOVER INTERCEPTAÇÃO? O próprio juiz de ofício 29 ou a requerimento de
autoridade policial ou representante do MP (art. 3º);
- PEDIDO VERBAL DE INTERCEPTAÇÃO: Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja
formulado verbalmente, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo (art. 4º,
§1º);
- PRAZO: 15 dias, renovável por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de
prova;
- AUTOS APARTADOS: A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em
autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas;

_______________________________________________________________________________
27
Não se exige, portanto, prova da materialidade.
28
Ou seja, crimes punidos com pena de reclusão.
29
#CUIDADO: a doutrina defende que o juiz não poderá determinar de ofício em sede de Inquérito Policial, mas
tão somente no bojo da ação penal.

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- CRIME DO ART. 10: Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- Não é necessária a transcrição integral dos diálogos. Basta que sejam transcritos os trechos necessários
ao embasamento da denúncia oferecida e que seja entregue à defesa todo o conteúdo das gravações
em mídia eletrônica;

- A quebra do sigilo de dados telefônicos (registros documentados) não se confunde com a


interceptação telefônica (conhecimento do conteúdo da conversa) e não é abrangida pela Lei 9.296/96.
A quebra do sigilo não está submetida à cláusula de reserva de jurisdição e pode ser determinada por
CPI e MP;

- Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constitui


infração penal punida com pena de detenção;

- Juiz da central de inquéritos pode determinar interceptação telefônica, mesmo que depois não seja
competente para julgar a ação penal;

- A título de prova emprestada, a interceptação telefônica pode ser usada em processo civil e
administrativo;

- O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática delituosa não impede a sua
utilização em persecução criminal diversa por meio do compartilhamento da prova (Info 811 - STF);

- Teoria do juízo aparente: não é ilícita a interceptação autorizada por um magistrado aparentemente
competente ao tempo da decisão e que, posteriormente venha a ser declarado incompetente (Info 701 -
STF);

- TEORIA DA SERENDIPIDADE: A respeito dos indícios de autoria e dos novos crimes descobertos
fortuitamente (serendipidade) durante a interceptação telefônica, a doutrina faz a seguinte distinção:
 SERENDIPIDADE SUBJETIVA (descoberta fortuita de novos infratores): neste caso, segundo o
entendimento prevalente, a interceptação valerá contra todos; desde que haja conexão;
 SERENDIPIDADE OBJETIVA (descoberta fortuita de novas infrações, inclusive se o crime for
apenado com detenção): Essa última subdivide-se em:
o SERENDIPIDADE OBJETIVA DE PRIMEIRO GRAU – Se as infrações são conexas, a
interceptação vale como prova para todos os delitos, mesmo quando o delito conexo
seja apenado com detenção;
o SERENDIPIDADE OBJETIVA DE SEGUNDO GRAU – Se as infrações não são conexas, a
interceptação funcionará como mera notícia crime, permitindo a instauração de
inquérito policial.

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LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVIS E CRIMINAIS (LEI Nº 9.099/95 E LEI Nº 10.259/01)
#JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS (LEI Nº 9.099/95):

#MEDIDAS DESPENALIZADORAS: composição cível (art. 74), transação penal (art. 76) e suspensão
condicional do processo (art. 89). Vamos memorizar esses 3 (três) principais artigos, certo? Além disso,
vamos revisar os requisitos da transação penal e da suspensão condicional do processo. Vem comigo!

#REQUISITOS DA TRANSAÇÃO PENAL:


- Infração penal de menor potencial ofensivo: aquela cuja pena máxima não suplante 2 anos (art. 61);
- Não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado (hipóteses do art. 395 e 397, CPP);
- Não ter sido o autor da infração condenado anteriormente pela prática de crime à pena privativa de
liberdade;
- Não ter sido o agente beneficiado anteriormente pela transação penal, nos últimos 5 anos;
- Antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias do
delito favoráveis ao agente;
- Crimes de ação penal pública condicionada à representação, ação penal pública incondicionada e ação
penal privada (apesar do silêncio da lei);
- Se crime ambiental: tem que ter a reparação do dano (art. 27, lei 9.605/98);
- Se violência doméstica ou familiar contra a mulher: não se aplica.

#REQUISITOS DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO:


- O acusado não pode estar sendo processado ou condenado por outro crime (não abrange
contravenção penal): a doutrina majoritária entende que se passados mais de 5 anos, é possível a
concessão do benefício, pois o art. 64, I, CP, diz não haver mais reincidência para fins penais;
- Requisitos previstos no art. 77, CP (suspensão condicional da pena);
- Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
- Proibição de frequentar determinados lugares;
- Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
- Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades;
- O MP poderá solicitar outras condições;
- O juiz poderá especificar outras condições, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
acusado;
- Se crime ambiental: tem que ter a reparação do dano (art. 27, lei 9.605);
- Se violência doméstica ou familiar contra a mulher: não se aplica.

- #PRINCÍPIOS ORIENTADORES DOS PROCESSOS EM SEDE DE JUIZADO: Economia Processual,


Informalidade, Celeridade e Oralidade. #FICADICA: EP-I-C-O (art. 62, da lei).
-

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- #CUIDADO: Analisar que existem causas obrigatórias e facultativas de revogação do benefício da


suspensão condicional do processo (art. 89, p. 3º e 4º, Lei 9099/95).

#DE OLHO NA SÚMULA VINCULANTE 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da lei
9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao ministério público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de
denúncia ou requisição de inquérito policial.

#DEOLHONASÚMULA:
a) SÚMULA 723, STF: não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um
ano;
b) SÚMULA 696, STF: reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do
processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao
procurador-geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do código de processo penal;
c) SÚMULA 337, STJ: é cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na
procedência parcial da pretensão punitiva.

#JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS FEDERAIS (LEI Nº 10.259/01):


- O seu principal critério de competência é o valor da causa, fixado em até 60 salários mínimos, que
tem natureza absoluta, assim considerado o valor do salário mínimo em vigor na data da propositura da
ação, nos termos do enunciado 15, do FONAJEF - Fórum Nacional dos Juizados Federais.
- #ATENÇÃO: Quando o valor da causa for superior a 60 salários mínimos, os Juizados Federais serão
absolutamente incompetentes para o julgamento do feito. Se pretender ver o seu processo tramitando
nesse rito, deverá o autor renunciar expressamente ao excedente ao valor da alçada.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do AgRg
no REsp 1.209.914, de 03/02/2011, "nos casos de litisconsórcio ativo, o valor da causa para fixação da
competência é calculado dividindo-se o valor total pelo número de litisconsortes".

- #CUIDADO: o art. 3º, § 1º traz as causas em que não se incluem na competência do Juizado Especial
Cível.
- #SE NÃO HOUVER VARA FEDERAL? Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser
proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
- #CONTAGEM DOS PRAZOS: No rito dos Juizados Federais, em favor do Poder Público, não haverá
prazos diferenciados nem reexame necessário das decisões proferidas contra as pessoas jurídicas de
direito público.
- #JULGAMENTO DOS RECURSOS: Os recursos contra a sentença serão julgados pela Turma Recursal
respectiva, formada por três juízes federais, que poderão manter a sentença, reformá-la ou anulá-la,
total ou parcialmente.

LEI Nº 8.038/90

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(NORMAS PROCEDIMENTAIS PARA OS PROCESSOS PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA E O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL)
- #PRAZO DE DENÚNCIA: Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de quinze
dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças informativas (art. 1º).
- #RESPOSTA À ACUSAÇÃO: prazo de 15 dias (art. 4º).
- #ACUSADO DESAPARECIDO: há previsibilidade de notificação por edital (art. 4º, §2º).
- #RITO DA INSTRUÇÃO: seguirá o rito do procedimento comum do CPP (art. 9º).
- #ALEGAÇÕES ESCRITAS: Realizadas as diligências, ou não sendo estas requeridas nem determinadas
pelo relator, serão intimadas a acusação e a defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de
quinze dias, alegações escritas (art. 11).
- #PRAZO DO MP + ASSISTENTE + CORRÉU: prazo comum (art. 11, §1º).

PACTO DE SÃO JOSÉ E DECRETO Nº 678/1992


(CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS)
- #AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: Pois bem, “audiência de custódia” consiste no direito que a pessoa presa
em flagrante possui de ser conduzida (levada), sem demora, à presença de uma autoridade judicial
(magistrado) que irá analisar se os direitos fundamentais dessa pessoa foram respeitados (ex.: se não
houve tortura), se a prisão em flagrante foi legal e se a prisão cautelar deve ser decretada ou se o preso
poderá receber a liberdade provisória ou medida cautelar diversa da prisão.
- #ONDE ESTÁ PREVISTA? A audiência de custódia é prevista na Convenção Americana de Direitos
Humanos (CADH), que ficou conhecida como "Pacto de San Jose da Costa Rica", promulgada no Brasil
pelo Decreto 678/92 e ainda não regulamentada em lei no Brasil. Diante dessa situação, o TJSP editou o
Provimento Conjunto nº 03/2015 regulamentando a audiência de custódia no âmbito daquele Tribunal.
- #ISSO É CONSTITUCIONAL? O STF entendeu que esse Provimento é constitucional porque não inovou
na ordem jurídica, mas apenas explicitou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH
e do CPP. #MAS NÃO FERE O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES? O STF afirmou que não há que
se falar em violação ao princípio da separação dos poderes porque não foi o Provimento Conjunto que
criou obrigações para os delegados de polícia, mas sim a citada convenção e o CPP (STF. Plenário,
julgado em 20/8/2015 - Info 795. #CUIDADO! Nesse julgado, o relator Min. Luiz Fux, em seu voto,
afirmou que a nomenclatura “audiência de apresentação” seria melhor para a compreensão da
importância do ato do que o termo “audiência de custódia”. Logo, se na sua prova vier o termo
“audiência de apresentação”, você já sabe do que se trata! Especial atenção ao
- #CRIME CONTRA LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE EXPRESSÃO: A lei deve proibir toda propaganda a
favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência (art. 13, item 5).
- #MEDIDAS PROVISÓRIAS EM CASO DE VIOLAÇÃO DE DIREITO OU LIBERDADES PROTEGIDOS PELA
CONVENÇÃO: Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas
provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao
seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão (art. 63, item 2).

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- #PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: O Princípio da Presunção de Inocência está


expressamente previsto na Constituição Federal (art. 5º, LVII) e na Convenção Americana de Direitos
Humanos ou Pacto San José da Costa Rica (art. 8º, item 2).
- #PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para
preservar os interesses da justiça. (Art. 8º, Item 5).
- #DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: O Duplo Grau de Jurisdição é previsto na Convenção Americana de
Direitos Humanos, e conforme entende a CorteIDH, deve conferir direito a recurso que possa revisar
tanto a matéria fática quanto jurídica.

LEI ANTITERRORISMO (Lei nº 13.260/2016)


- #OBJETO DA LEI: a Lei nº 13.260/16 regulamenta a norma constitucional prevista no art. 5º, XLIII, para
disciplinar o terrorismo, especificando o que configura atos de terrorismo (art. 2º, §1º, I), elencando
tipos penais (arts. 2º, 3º, 5º, 6º e 7º), bem como o que não constitui ato de terrorismo (art. 2º, §2º),
criando o delito de Organização Terrorista (art. 1º c/c art. 3º), punindo, também, os atos preparatórios
de terrorismo (art. 5º).
- #CONCEITO DE TERRORISMO: vamos ler o art. 2º, “caput”, da lei:

Art. 2º, “caput”: O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando
cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa,
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. #GRIFO NOSSO.

- #DUPLO ESPECIAL FIM DE AGIR: há dois especiais fins de agir: 1º) consiste na prática do terrorismo
por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião; 2º) reside na
finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública
ou a incolumidade pública. #CUMULATIVOS: vamos defender que tais fins precisam ser cumulativos, em
razão de ser mais benéfico ao réu.

#ELEMENTOS DO TERRORISMO:
O terrorismo possui como um dos seus pilares o emprego de violência
extrema contra pessoas, por meio de ataques à integridade física e
ELEMENTO VIOLÊNCIA
(sobretudo) à vida de seres humanos. Ex. explosão de bombas,
desabamento de prédios, afogamento de pessoas.
Trata-se da finalidade específica que contamina os ataques terroristas. Essa
finalidade pode ter caráter religioso (ex. impor uma religião específica ou
reagir a uma religião diversa); pode ter caráter político (cujo objetivo será a
subversão da ordem constitucional, como por exemplo, constranger o poder
ELEMENTO público a fazer ou deixar de fazer algo); pode ter a finalidade de gerar terror
TELEOLÓGICO ou intimidação da população (por meio da imposição de um medo difuso,
com a geração de terror generalizado).

 Muitas vezes o autor do ataque terrorista não anuncia ou deixa clara a


finalidade pela qual pratica o ato.
ELEMENTO TEATRAL Relaciona-se com a necessidade de atrair a atenção do povo para a
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realização do ato de terrorismo. Trata-se do elemento mais demonstrado


pelos terroristas, sendo elemento essencial. ex. ataque terrorista de 11 de
setembro.
ELEMENTO DE O terrorista age sem qualquer arrependimento ou culpa em relação aos
AUSÊNCIA DE ataques terroristas. Ao contrário, age com orgulho por ter praticado o ato
ARREPENDIMENTO OU para satisfazer sua finalidade específica e de poder espalhar o medo pelo
CULPA mundo.

- #ORGANIZAÇÃO TERRORISTA: como já dito acima está no art. 1º e 3º, da lei. #CUIDADO: Frise-se que
o dispositivo legal não estabeleceu número mínimo de pessoas, diferentemente do que o fez no delito
de associação criminosa (CP) e organização criminosa (Lei nº 12.850/13). A doutrina tem defendido a
configuração a partir de 2 (duas) pessoas. Contudo, defende, tal como o STJ, que para fins de
configuração da organização não basta o número mínimo de agentes, mas também os requisitos da
estabilidade e permanência.
- #DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: a lei prevê, expressamente, a possibilidade
de aplicação do art. 15, CP, mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo (art. 10, da lei).
- #COMPETÊNCIA: considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da
União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça
Federal o seu processamento e julgamento, na forma do art. 109, IV, CF (art. 11, da Lei Antiterrorismo).
#E EM CASO DE CRIME CONEXO, COACH? Em havendo um crime de competência da Justiça Estadual,
conexo ao delito de terrorismo, a Justiça Federal será a competente para processar e julgar ambos os
delitos. Isso porque vamos aplicar um entendimento sumulado.

#DEOLHONASÚMULA – Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado
dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do
Código de Processo Penal.

- #CRIME INAFIANÇÁVEL E INSUSCETÍVEL DE GRAÇA E ANISTIA: na forma do art. 5º, XLIII, CF.
- #CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO: art. 17, da Lei Antiterrorismo c/c art. 2º, “caput”, da Lei nº
8.072/90).
- #LIVRAMENTO CONDICIONAL: o réu precisa cumprir mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime de terrorismo, desde que não seja reincidente específico em crimes dessa
natureza (art. 83, V, CP).
- #OLHAOGANCHO: o legislador determinou a aplicação dos dispositivos da Lei nº 12.850/13, a fim de
possibilitar uma maior amplitude e eficácia na investigação e no curso do processo criminal. Aplicam-se
todos os dispositivos legais, portanto.

ESTATUTO DO TORCEDOR (LEI Nº 10.671/2003)


- #CRIMES: São considerados crimes: a promoção de tumulto, a prática ou a incitação da violência; a
invasão dos locais restritos aos atletas; a prática de violência ao redor do local onde realizado o evento
esportivo ou no trajeto de ida ou volta; a alteração do resultado da competição; venda de ingressos com
valor superior ao estampado no bilhete.

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- #PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: os tipos penais abrangidos pelo Estatuto do Torcedor são especiais
em relação a delitos abrangidos em outros diplomas legais. Ex. o tipo penal do art. 41-B é especial em
relação aos crimes de lesão corporal (art. 129, CP) e crime de dano (art. 163, CP).
- NÃO ABRANGÊNCIA DE ARMA DE FOGO: o art. 41-B, §1º, II, reza ser crime “portar, deter ou
transportar, no interior do estádio, em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de
evento esportivo, quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de violência”. #GRIFO
NOSSO. Percebam que não houve qualquer menção à arma de fogo. Quando o legislador quer abranger
arma de fogo ele menciona expressamente, como o fez nos arts. 146, §1º, 150, 1º, 157, ª2º, I, CP, por
exemplo.
- #CAMBISMO: vamos ter especial atenção ao art. 41-F, do Estatuto do Torcedor que proíbe a venda de
ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete.

DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: de acordo com o STJ, para a configuração do delito de cambismo é


irrelevante o fato de não haver mais ingressos à venda na bilheteria do evento esportivo, quando da
prática da conduta. Assim, havendo ou não ingressos disponíveis na bilheteria à venda, por si só, já tema
o condão de causar uma lesão ao bem jurídico protegido (STJ, RHC 47.835/RJ).

LEI Nº 11.340/2006 (LEI MARIA DA PENHA)


- #ATENÇÃO para o momento da retratação da vítima (art. 16) e para a possibilidade de decretação da
prisão preventiva do agressor (art. 20). Recentemente, o STF decidiu na ADI 4424 (proposta pelo PGR)
que os crimes de Lesão Corporal de Natureza Leve e de Lesão Corporal Culposa previstos na Lei Maria
da Penha não precisam de representação da ofendida. Desse modo o MP pode iniciar a ação sem
qualquer representação, pois a Ação Penal é Pública Incondicionada! Na mesma oportunidade, o STF
também declarou que não se aplica a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) aos Crimes da Lei
Maria da Penha (nem mesmo à lesão corporal leve).

#DE OLHO NAS SÚMULAS:


a) Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/8/2015, DJe 31/8/2015;
b) Súmula 536, STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

- #PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em


situação de violência doméstica, devido à expressiva ofensividade, periculosidade social,
reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica causada (STJ, HC 333.195/MS e STF, Info 825).
- #FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: o art. 7º traz as formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher:

VIOLÊNCIA FÍSICA Homicídio (art. 121, CP), lesão corporal (art. 129, CP);
Ameaça (art. 147, CP), constrangimento ilegal (art.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
146, CP);
VIOLÊNCIA SEXUAL Estupro (art. 213, CP);
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL Furto (art. 155, CP);
VIOLÊNCIA MORAL Calúnia, difamação, injúria.
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#COLANARETINA:
I - no âmbito da unidade doméstica,
compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
Configura violência doméstica e familiar
II - no âmbito da família, compreendida como
contra a mulher qualquer ação ou omissão
a comunidade formada por indivíduos que
baseada no gênero que lhe cause morte,
são ou se consideram aparentados, unidos
lesão, sofrimento físico, sexual ou
por laços naturais, por afinidade ou por
psicológico e dano moral ou patrimonial
vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na
qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de
coabitação.

- #NATUREZA JURÍDICA DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA: são medidas cautelares.


- #VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: a violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das
formas de violação dos direitos humanos (art. 6º), mas isso não acarretará o deslocamento da
competência para a Justiça Federal. Poderá haver, contudo, IDC em caso de inércia.
- #COMPETÊNCIA: É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
Juizado: I - do seu domicílio ou de sua residência; II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; III -
do domicílio do agressor.

LEI Nº 11.343/2006 (LEI ANTIDROGAS)


- #BEM JURÍDICO TUTELADO: é a saúde pública. Por isso, trata-se de crime de perigo abstrato. #PRAZO
DA DENÚNCIA: é de 10 dias (para réu solto e réu preso).
- #PARTICIPAÇÃO NO USO INDEVIDO DE DROGAS: o art. 33, §2º pune aquele que induz, instiga ou auxilia
outrem a consumir droga. Não é crime equiparado a hediondo, porque o art. 44 não o incluiu.
- #CESSÃO GRATUITA E EVENTUAL DE DROGAS PARA CONSUMO COMPARTILHADO (#FUMA EU, FUMA
TU): está no art. 33, §3º e também não consiste em crime equiparado a hediondo, porque o art. 44 não
o incluiu. #CUIDADO: vamos ter atenção à penalidade do agente que oferece substância entorpecente
na forma do art. 33. Isso porque, ele responderá pela penalidade do art. 33, §3º c/c penalidade do art.
28.
- #ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO: Segundo o STJ, não podemos esquecer que para configurar uma
associação para o tráfico é preciso a presença dos seguintes requisitos: permanência e estabilidade.
#ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO (art. 35) X ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (art. 288, CP):

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO


ART. 288, CP ART. 35, LEI 11.343/06
Exige, no mínimo, 3 pessoas associadas. Exige, no mínimo, 2 pessoas associadas.
A finalidade da associação é praticar A finalidade da associação é praticar tráfico
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quaisquer crimes. de drogas (art. 33, caput), alguma das


condutas equiparadas a tráfico (art. 33, § 1º)
ou, então, tráfico de maquinário de drogas
(art. 34).
Somente configurará o crime do art. 288 do
Restará configurado o art. 35, mesmo que as
CP, se as pessoas se associarem com a
pessoas se associem com a finalidade de
finalidade de praticar mais de um crime. Se
praticar um só crime, dentre os listados
houver reunião para cometer um só crime,
acima.
não se consuma o art. 288 do CP.

#LIVRAMENTO CONDICIONAL PARA ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO: Como não é crime hediondo e nem
equiparado, você poderia pensar em aplicar a regra do art. 83, CP (1/3 se primário e ½ se reincidente em
crime doloso). Só que o art. 44, parágrafo único, Lei 11.343/06 diz expressamente que o réu há de
cumprir 2/3 da pena para fins de livramento condicional, no crime de associação para o tráfico. Assim,
você vai aplicar a fração de 2/3, mas não em razão do art. 83, V, CP (2/3 para crimes hediondos ou
equiparados), mas em decorrência da regra do art. 44, parágrafo único, da Lei de Drogas.

#INIMPUTÁVEL: fica isento de pena, mas o juiz poderá encaminhá-lo para tratamento médico
adequado (art. 45, p. único). A sentença é absolutória imprópria (com aplicação de medida de
segurança – art. 386, p. único, III, CPP). Se a inimputabilidade sobrevier no decorrer do processo penal,
aí se aplica o art. 152, CPP (suspensão do processo). #SEMI-IMPUTABILIDADE: é causa de diminuição de
pena. Temos uma sentença condenatória (art. 46).

#CUIDADO: A súmula 512, STJ foi revogada, de maneira que o crime de tráfico privilegiado não deve ser
considerado hediondo.

# ATENÇÃO: é possível aplicar o tráfico privilegiado às mulas (àqueles que transportam a droga)? a) STF:
Sim (entende que o mero fato de o agente servir como mula não pode inferir que seja integrante de
organização criminosa) – STF, HC 131.795; b) STJ: Não (tem vários precedentes entendendo que o fato
de o agente servir como mula já presume se tratar de integrante de organização criminosa (STJ, AgRg no
REsp 1407115/SP).

#DEOLHONOJULGADO: a) a quantidade e natureza da droga podem servir como parâmetros para a


configuração do tráfico privilegiado, desde que não configure bis in idem (STJ, AgRg no AREsp
580.590/RJ); b) o STF, no julgamento do HC 127900/AM, in obter dictum, entendeu que o interrogatório
da Lei de Drogas deverá ser o último ato da instrução, alinhando-se às inovações procedimentais
trazidas pela reforma de 2008 no CPP.

#DEOLHONASÚMULA - SÚMULA 693, STF: não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada.

- #PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: o STJ não aplica o princípio da insignificância ao porte de drogas


(nem para consumo pessoal e nem para tráfico de drogas), uma vez que se trata de crime de perigo
abstrato, cuja tutela é a saúde pública. O STF, por sua vez, já aplicou esse princípio em casos de
consumo pessoal, vedando-o no caso de tráfico de drogas, tal como o STJ.
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LEI Nº 12.850/2013 (ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA)


- #BEM JURÍDICO TUTELADO  a paz pública (tal como o crime de associação criminosa do art. 288,
CP).
- #ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA X ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA: a diferença reside não apenas no número
de participantes, mas também nos requisitos caracterizadores de cada uma delas.

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA


Art. 1º, §1º c/c Art. 2º, Lei nº
PREVISÃO Art. 288, CP
12.850/13
NÚMERO DE
3 OU MAIS 4 OU MAIS
INTEGRANTES
Não precisa de organização interna
(de divisão de tarefa) entre seus
integrantes, basta que se juntem Aqui o grupo é organizado e tem
para praticar uma série divisão de tarefas, ainda que
ORGANIZAÇÃO indeterminada de crimes (fim informalmente. O especial fim de
INTERNA especial de agir). agir é a obtenção de vantagem de
qualquer natureza (direta ou
-> se a junção é para a prática de indiretamente).
crime específico, trata-se de
coautoria (art. 29, CP).

Praticar uma série indeterminada de


Praticar infrações penais (crimes ou
crimes (no plural e não abrange
ESPECIAL FIM contravenção) cuja pena máxima
contravenção penal),
DE AGIR suplante 4 anos ou tenham caráter
independentemente da pena que lhe
de transnacionalidade.
é cominada.

- #CONSUMAÇÃO  crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado), tal como o
crime de associação criminosa do art. 288, CP. Só o fato de se associar à organização criminosa, já
configura o delito.
- #CRIME PERMANENTE: o delito de organização criminosa é considerado um crime permanente, em
que a consumação se protrai no tempo, tendo o agente o poder de fazer cessar a conduta criminosa a
qualquer momento (art. 303, CPP).

#DEOLHONASÚMULA – Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

- #CONCURSO DE CRIMES  se participar de organização criminosa e ainda vier a praticar crimes,


responderá pelo crime do art. 2º, Lei 12.850/13 em concurso material com o crime que cometido.

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- #OBSTRUÇÃO OU EMBARAÇO DE INVESTIGAÇÃO DE INFRAÇÃO PENAL REFERENTE À ORGANIZAÇÃO


CRIMINOSA  o art. 2º, §1º, da lei nº 12.850/13 traz causa de equiparação de pena àquele que de
alguma forma impedir ou embaraçar a investigação penal que envolva organização criminosa. Não é
delito de concurso necessário (como o caput). O bem jurídico tutelado, nesse caso, não é a paz pública,
mas a Administração da Justiça.

#ATENÇÃO: Nesse caso, não se aplica o crime de coação no curso do processo (art. 344, CP), em razão
do princípio da especialidade. Assim, se se tratar de embaraço ou impedimento em sede de organização
criminosa, aplica-se a Lei nº 12.850/13.

#CUIDADONASPEGADINHAS:
Essa lei também se aplica às organizações terroristas, entendidas como
ORGANIZAÇÕES aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente
TERRORISTAS definidos (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016), na forma do ar. 1º,
§2º, II.
EMPREGO DE
Trata-se de causa de aumento de pena (art. 2º, §2º).
ARMA DE FOGO
AGENTE QUE
EXERCE O
COMANDO DA Terá a sua pena agravada (art. 2º, §3º).
ORGANIZAÇÃO
(MENTOR)
PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇA OU A pena será aumentada de 1/6 até 2/3 (art. 2º, §4º).
ADOLESCENTE

Basta haver indícios (fumus comissi delicti), de maneira que poderá haver
seu afastamento cautelar (art. 2º, §5º), sem prejuízo da remuneração.
PARTICIPAÇÃO
DE Em caso de condenação? Haverá a perda do cargo, função, emprego ou
FUNCIONÁRIO mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo
PÚBLICO público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da
pena (art. 2º, §6º).
Não esqueça: a perda do cargo é automática.

Basta haver indícios (fumus comissi delicti), caso em que a Corregedoria


PARTICIPAÇÃO de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público,
DE POLICIAL que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão (art.
2º, §7º).

- #QUAIS OS MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA QUE PODERÃO SER PERMITIDOS? São aqueles previstos
no art. 3º da lei. Vamos revisar: colaboração premiada, captação ambiental, ação controlada, acesso a
registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais de bancos públicos ou privados,

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interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, afastamento dos sigilos financeiro, bancário e


fiscal, infiltração de agentes e cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e
municipais.
- #COLABORAÇÃO PREMIADA: quais os benefícios do réu que colabora com a investigação dos fatos?

NÃO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA30


PERDÃO JUDICIAL
BENEFÍCIOS
DIMINUIÇÃO DA PENA EM ATÉ 2/3
ESPECÍFICOS
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR
RESTRITIVA DE DIREITOS

- #ANÁLISE DA HOMOLOGAÇÃO PELO JUIZ: As negociações do acordo de colaboração premiada


ocorrem em âmbito extrajudicial, sendo vedada a participação do magistrado, ou seja, o magistrado
não participa da negociação do acordo, apenas homologa o acordo (regularidade, legalidade e
voluntariedade).
- #RECURSO CONTRA A DECISÃO DO JUIZ QUE RECUSA A HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO: A lei não
prevê. Diante desse silêncio, a doutrina afirma que cabe, por analogia, recurso em sentido estrito (art.
581, I, do CPP).31
- #RENÚNCIA AO DIREITO AO SILÊNCIO E COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE: nos depoimentos que
prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, o direito ao silêncio e estará sujeito ao
compromisso legal de dizer a verdade (§ 14 do art. 4º).
- #COLABORADOR DEVERÁ SER SEMPRE ASSISTIDO POR ADVOGADO: Em todos os atos de negociação,
confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor (§ 15 do art.
4º).
- #VALOR PROBATÓRIO DA COLABORAÇÃO: as declarações do colaborador devem ser corroboradas
com outras provas. Segundo o § 16 do art. 4º da Lei, nenhuma sentença condenatória será proferida
com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

#OLHAOTERMO: regra da corroboração – o colaborador deve trazer elementos de informação e de


prova capazes de confirmar as suas declarações. Não se admite a corroboração cruzada, ou seja,
utilização de outra colaboração para confirmar as declarações do colaborador.

- #AÇÃO CONTROLADA: A ação controlada está prevista na Lei de drogas, na Lei de lavagem de dinheiro
e na Lei de organização criminosa.

#SELIGANADIFERENÇA
AÇÃO Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes

_______________________________________________________________________________
30
Art. 4º, §4º.
31
Nesse sentido: Pacelli

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CONTROLADA NA previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei,
LEI DE DROGAS mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
seguintes procedimentos investigatórios (...).
AÇÃO
CONTROLADA NA Art. 8º, §1º - O retardamento da intervenção policial ou administrativa
LEI DE será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso,
ORGANIZAÇÃO estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
CRIMINOSA
AÇÃO Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
CONTROLADA NA de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o
LEI DE LAVAGEM Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
DE CAPITAIS comprometer as investigações.

- #INFILTRAÇÃO DE AGENTES: Está prevista na lei de drogas e na lei de organização criminosa. Depende
de autorização judicial e somente poderá ser feita por agentes de polícia.
- #REQUISITOS PARA A AUTORIZAÇÃO:
 Bastam indícios de ocorrência de infração penal;
 A prova não puder ser produzida de outra forma.
- #PRAZO PARA DURAÇÃO DA INFILTRAÇÃO: 6 (seis) meses + prorrogações, em havendo necessidade.
- #ACESSO A DADOS CADASTRAIS DO INVESTIGADO: O art. 15 da lei 12.850/13 permite que a
autoridade policial e o MP tenham acesso aos dados cadastrais do investigado, independentemente de
autorização judicial. São eles: qualificação pessoal, filiação, endereço.
- #PRAZO MÁXIMO DE DURAÇÃO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL: não poderá exceder a 120 (cento e vinte
dias) quando o réu estiver preso, prorrogáveis por igual período.
- #SIGILO DA INVESTIGAÇÃO: O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial
competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se
ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito
ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os
referentes às diligências em andamento (art. 23).

LEI Nº 9.613/1998 (LAVAGEM DE DINHEIRO)


- #SINÔNIMO  crime de branqueamento de capitais.
- #TIPO PENAL: está previsto no art. 1º, da Lei nº 9.613/98. Visualizem que não há previsibilidade da
modalidade culposa, ou seja, o MP (ao denunciar) deverá ficar atento à comprovação do dolo do
agente.
- #ASSOCIAÇÃO PARA FINS DE LAVAGEM DE CAPITAIS  pune-se aquele que participa de grupo,
associação ou escritório, tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é o
cometimento de crime de lavagem de capitais. Ex. sócio da empresa, advogado que presta serviços a
essa empresa (art. 1º, p. 2º, II, da lei 9.613/98). A doutrina entende que, nesse caso, não há o que se
falar em dolo eventual, mas em dolo direto, uma vez que o agente precisa ter conhecimento de que o
grupo, a associação ou o escritório de que participa se dedica à prática de crimes previstos na lei de
lavagem. Se o agente apenas desconfia ou suspeita não será punido.
- #TENTATIVA: a tentativa é punível, na forma do art. 1º, §3º.

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- #DOLO: Nas hipóteses do art. 1º, “caput”, bem como os tipos penais do §1 e do §2º, I, da Lei de
lavagem de dinheiro é possível se falar em dolo direito e eventual.

#REMEMBER: vamos recordar que a associação para fins de lavagem (art. 1o, §2º, II), como vimos acima,
não admite o dolo eventual.

- #CAUSA DE AUMENTO DE PENA: a pena será aumentada de um a dois terços (art. 1º, §4º):
#NÃOESQUEÇA:
 Se o crime for cometido de forma reiterada;
 Ou por intermédio de organização criminosa.

- #BEM JURÍDICO TUTELADO: É controverso na doutrina. Há quem entenda que será o mesmo bem
jurídico da infração penal antecedente. Por outro lado, há quem defenda que será a administração da
justiça32. Mas, a corrente majoritária entende que o bem jurídico tutelado é a ordem econômico-
financeira 33 . Isso porque a lavagem de dinheiro promove o desequilíbrio de mercado, a livre-
concorrência, criação de monopólios, etc.
#OLHAOGANCHO: Princípio da insignificância  se o bem jurídico tutelado é a ordem econômico-
financeira, a doutrina sustenta a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância nos crimes de
lavagem de dinheiro. No tocante ao valor a ser considerado insignificante, há doutrina que defenda a
aplicação dos mesmos valores aplicados para os crimes contra a ordem tributária (com base no art. 18,
Lei nº 10.522/02):

STJ STF
R$10.000,00 R$20.000,00

- #CRIME FORMAL OU MATERIAL? Para as modalidades do art. 1º, §1º e §2º, a doutrina é mais unânime
no sentido de se tratar de CRIME FORMAL. A controvérsia gira em torno da modalidade prevista no art.
1º, “caput”.
- Renato Brasileiro cita que a doutrina majoritária entende se tratar de crime formal, apesar de os
verbos nucleares do tipo ser “ocultar” e “dissimular” reclamarem por resultado naturalístico. Isso
porque há na norma a previsão de uma pluralidade de formas em que o agente tem para concluir tais
ações. De toda sorte, o próprio Renato Brasileiro, para a modalidade do art. 1º, “caput”, entende se
tratar de CRIME MATERIAL, do que a consumação delitiva dependeria da produção do resultado
naturalístico previsto na norma. Temos um julgado do STF considerando como crime material34,
reclamando, portanto, de resultado naturalístico para fins de consumação.
- #NATUREZA DO CRIME: Permanente ou instantâneo de efeitos permanentes? Depende. Há de se
analisar o poder de decisão do agente no que tange à cessação da prática delituosa, tal como se faz no
raciocínio do estelionato previdenciário35:

_______________________________________________________________________________
32
Para esses, o sujeito passivo do crime de lavagem é Estado.
33
Para esses, o sujeito passivo do crime de lavagem é a coletividade #CRIME VAGO.
34
STF, RHC 80.816.
35
Nesse sentido, Renato Brasileiro.

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Se o agente está lavando dinheiro para seu próprio usufruto,


CRIME PERMANENTE então a decisão pela continuidade ou não do crime é
somente dele, configurando-se um crime permanente.
Se o agente que lava o dinheiro é um terceiro, contribuindo
CRIME INSTANTÂNEO DE com o sistema, porém sem o poder de decisão para cessar a
EFEITOS PERMANENTES atividade, ele pratica um crime instantâneo de efeitos
permanentes.

- #COLABORAÇÃO PREMIADA NA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS: Trata-se da previsibilidade do perdão


judicial, em que o juiz poderá deixar de aplicar a pena, ou da substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos ao autor ou partícipe que colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação
dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime (art.
1º, §5º).

#FASES DA LAVAGEM DE CAPITAIS:


Nessa fase o agente introduz o dinheiro ilícito no sistema
financeiro, dividindo-o em várias partes menores (uma parte ele
1ª FASE: COLOCAÇÃO
transfere para paraísos fiscais, através de mulas, outra parte ele
- placement -
troca por moeda estrangeira, etc.). Esse procedimento é chamado
de smurfing.
2ª FASE: DISSIMULAÇÃO Aqui o agente começa a fazer várias movimentações financeiras
ou MASCARAMENTO para dificultar ainda mais o rastreamento da origem dos valores
- layering - ilícitos. Ex.: transferências eletrônicas.
Com a aparência lícita, os bens são formalmente incorporados no
3ª FASE: INTEGRAÇÃO
sistema econômico. Ex.: compra de carro, compra de uma casa,
- integration -
etc.
#MACETE: C.D.I.

- #DA ACESSORIEDADE NO CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS: O crime de lavagem de capitais é um


crime acessório ou parasitário, porque necessita da existência de uma infração penal que lhe seja
antecedente. Apesar disso, o seu julgamento não está vinculado à infração penal antecedente, sendo
dela independente, conforme se depreende do art. 2º, II, Lei nº 9.613/98. Assim, se não houver uma
infração penal antecedente, haverá ATIPICIDADE do crime de lavagem de dinheiro. #VAICAIR.
- O fato anterior precisa ser típico, ilícito e culpável? #CUIDADO! O fato anterior precisa ser apenas
TÍPICO e ILÍCITO, sendo irrelevantes discussões sobre autoria, culpabilidade 36 ou punibilidade da
infração antecedente (art. 2º, §1º).
- #CUIDADO COM A PRESCRIÇÃO DO CRIME ANTECEDENTE: A extinção da punibilidade pela prescrição
quanto aos crimes antecedentes não implica o reconhecimento da atipicidade do delito de lavagem de
dinheiro (art. 1º da Lei n. 9.613/1998) imputado ao paciente.

_______________________________________________________________________________
36
Mesmo em casos de reconhecimento de inimputabilidade, erro de proibição inevitável, inexigibilidade de
conduta diversa, falaremos em crime de lavagem de dinheiro.

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- $Justa causa duplicada e crime antecedente: Sabemos que uma das condições da ação penal é a justa
causa, ou seja, o lastro probatório mínimo que o Promotor deverá instrumentalizar em sua denúncia.
Pois bem. Aqui na lei de lavagem de capitais, o membro do Parquet deverá ficar atento a 2 (dois) lastros
probatórios, do que chamamos de “justa causa duplicada”:
 Comprovar que houve ocultação ou dissimilação de dinheiro, bens ou valores;
 Comprovar que essa ocultação ou dissimilação de dinheiro, bens ou valores se deu em razão
da existência de uma infração penal, direta ou indiretamente.

- #COMPETÊNCIA: Como regra, a competência será da JUSTIÇA ESTADUAL. Será da Justiça Federal nas
hipóteses previstas no art. 2º, III, “a”.
- #AUTOLAVAGEM (selflaudering)  aqui o autor da infração penal antecedente é o mesmo que
comete o crime de lavagem. Para o STF e o STJ, é possível puni-lo tanto pela infração penal antecedente
quanto pelo crime de lavagem, por serem delitos autônomos, não havendo o que se falar em bis in
idem.
- #MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (art. 4º): A Lei de lavagem de dinheiro prevê a possibilidade de o
membro do MP ou o delegado de polícia, após ouvir o MP, requerer/representar ao juiz pela decretação
de medidas assecuratórias a fim de salvaguardar o efeito prático de futura condenação. Para tanto, é
preciso se provar a existência de indícios suficientes de infração penal.
- #AÇÃO CONTROLADA: Trata-se de retardamento da interferência estatal, por motivo de política
investigatória, a fim de se alcançar um maior número de participantes daquela associação,
especialmente os “chefes” dela. #REMEMBER: Também tem previsibilidade na Lei de drogas.
- #EFEITOS DA CONDENAÇÃO (art. 7º): Em caso de eventual condenação do acusado, quais os efeitos
de sua condenação?
 Perda de bens em favor da União ou do Estado (a depender da competência);
 Interdição de do exercício de cargo ou função pública.

- #CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO E CITAÇÃO DO ACUSADO POR EDITAL: sabemos que o art. 366 do
CPP preconiza que, na hipótese de o acusado ser citado por edital, não comparecer e nem constituir
advogado, os autos ficarão suspensos (e a prescrição também), à exceção da produção antecipada de
provas. Pois bem. Como fica aqui na lei de lavagem de dinheiro? Na Lei de lavagem, segundo o art. 2º,
§2º, não há o que se falar em suspensão do processo e da prescrição nos casos de acusado citado por
edital que não comparece e nem constitui advogado. De toda forma, o juiz irá nomear um defensor
dativo para esse acusado aparentemente inerte.
- #ACESSO A DADOS CADASTRAIS DOS INVESTIGADOS  o art. 17-B da lei nº 9.613/93 permite que a
autoridade policial e o MP tenham acesso aos dados cadastrais do investigado, independentemente de
autorização judicial. São eles: qualificação pessoal, filiação, endereço. O STJ já decidiu que o princípio da
intimidade (art. 5º, X, CF) não é absoluto.
- #INDICIAMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO: Em caso de indiciamento de servidor público, este será
afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente
autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno (art. 17-D).

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MEDICINA LEGAL37
Conceitos – importâncias – divisões da Medicina Legal
- A Medicina Legal, segundo os ensinamentos de Delton Croce, conceitua como sendo a ciência e arte
extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. Ainda, de acordo com o
referido autor, a Medicina Legal serve mais ao Direito, visando defender os interesses dos homens e da
sociedade, do que à Medicina.
- Outro grande nome da Medicina Legal, Genival Veloso de França, conceitua a matéria como sendo a
contribuição da medicina, da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das
leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina.
- Devemos atentar para as principais divisões da matéria, a saber:
Estuda o ser humano a partir de sua morfologia (forma), buscando
ANTROPOLOGIA
sua identidade e a identificação, seus métodos, processos e técnicas.
Estuda os aspectos médico-legais da morte e do morto, os
fenômenos cadavéricos, data e diagnóstico da morte, morte súbita e
TANATOLOGIA
agônica, inumação e exumação, embalsamento, necropsia e a causa
jurídica da morte.
TRAUMATOLOGIA Trata das lesões corporais e das energias causadoras do dano.
Estuda os vestígios decorrentes dos crimes contra a liberdade sexual,
SEXOLOGIA
infanticídio, aborto, bem como os desvios sexuais e parafilias.
Estuda os cáusticos, envenenamentos e intoxicações por álcool ou
TOXICOLOGIA
drogas.
PSIQUIATRIA Estuda os distúrbios mentais, visando diagnosticar imputabilidade e
FORENSE periculosidade.
Presta auxílio aos fenômenos volitivos, afetivos e mentais que
PSICOLOGIA
podem influenciar na formação, reprodução e deformação do
JUDICIÁRIA
testemunho ou confissão.

Corpo de Delito – perícia – peritos


- Corpo de Delito  Enquanto o exame de corpo de delito é o registro, no Laudo Pericial, da existência
e da realidade do delito, o corpo de delito é o próprio crime em sua tipicidade, é o conjunto de
vestígios materiais deixados pelo fato criminoso. O exame do corpo de delito pode ser direito, quanto
persistem os vestígios da infração, ou indireto, quando os vestígios materiais deixaram de existir ou nem
mesmo existiram.
- Perícia  Dentro da Medicina Legal, pode ser conceituada como todo procedimento médico,
requerido por autoridade policial ou judiciária, praticado por médico, visando esclarecer fatos de
interessa da justiça. É, portanto, toda sindicância praticada por médico, com o objetivo de esclarecer à
justiça, fatos específicos de natureza permanente, atendendo determinação de autoridades
competentes.

_______________________________________________________________________________
37
Por Tiago Pozza. Com revisão da coach Andréa Griz (@deagriz).

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- Peritos  São indivíduos com conhecimento técnico em determinados assuntos, incumbidos de


esclarecer pontos de sua área de conhecimento, em inquérito policial ou processo judicial. Presta
esclarecimentos sobre fatos, pessoas ou coisas, sendo suas considerações sobre o assunto examinado,
início de prova. Perito Médico, profissional que interessa à Medicina Legal, analisa sempre fatos,
obviamente, sob o aspecto médico.
#DICA DO COACH  Obrigatória a leitura dos artigos 158 a 184 do Código de Processo Penal, legislação
aplicável ao tema e fonte da maioria das questões que envolvem este ponto do edital!

Documentos Médico-Legais
- Os Documentos médico-legais, são toda a gama de documentos elaborados por peritos, oficiais ou
extraoficiais, e podem ser classificados como:
 Atestados: Consiste na declaração escrita de determinado fato médico e suas possíveis
consequências. É o resultado da avaliação realizada em um paciente, o teor de sua doença.
 Notificações Compulsórias: Notificações obrigatórias às autoridades sanitárias competentes
por razões sociais ou sanitárias, como em casos de doenças.
 Relatórios Médico-Legais (Autos e Laudos): Resultantes da atuação médico-legal, onde o
perito emite seu parecer sobre a perícia realizada e responde os quesitos formulados.
Quando é ditado para o escrivão, denomina-se Auto, sendo que se for elaborado pelo
próprio médico, é denominado Laudo.
 Pareceres: De natureza subjetiva, expressa a opinião de um profissional, ainda que
fundamentada.
 Depoimentos Orais: Normalmente prestados pelos peritos em face de autoridade policial ou
judicial, com o intuito de esclarecer uma questão médica específica.

Identidade – Identificação – Reconhecimento


- Identidade  Conjunto de caracteres próprios e exclusivos, capazes de individualizar as pessoas, os
animais e as coisas.
- Identificação  A determinação da identidade, a demarcação da individualidade.
- Reconhecimento  É o ato de certificar, conhecer de novo, afirmar que alguém é a pessoa
anteriormente identificada.

Principais métodos de identificação


- Identidade Médico-Legal  A Identidade Médico-Legal, pode ser feita no vivo ou no cadáver, estando
este inteiro, despojado, reduzido a fragmentos ou ossos. Estuda a raça, o sexo, a estatura, a idade, os
dentes, o peso, as malformações, sinais profissionais e individuais, tais como cicatrizes, tipos
sanguíneos, tatuagens, dinâmica funcional, caracteres psíquicos e a prosopografia, que nada mais é do
que a descrição da face.
- Devemos dar atenção especial ao estudo da raça, com seus 05 (cinco) tipos étnicos fundamentais, que
segundo Ottolenghi são: caucásico, mongólico, negroide, indiano e australoide. Também devemos dar
atenção especial ao sexo e suas formas de diferenciar homens e mulheres, em especial a diferenciação
através da bacia ou pelve, que nos traz elementos de certeza, pois a diferenciação através do crânio e
do tórax, apenas nos trazem elementos de presunção.
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- Identidade Policial ou Judiciária  A identidade policial é a forma de identificação de criminosos.


Incialmente com a utilização de processos bárbaros e cruéis, com mutilações e marcações de infratores,
passando, com o método antropológico de Bertillom, que se utiliza dos métodos da bertilonagem e da
datiloscopia, para a fase científica da Identidade Policial.
- Quanto à identificação policial, devemos dar atenção especial à datiloscopia, estudo das digitais, tem
como base a existência, na polpa dos dedos, de desenhos característicos, individuais, formados pelas
cristas papilares na derme, que conforme Lacard, possuem 03 (três) propriedades que a valorizam: a
perenidade, a imutabilidade e a variedade.
- A datiloscopia adota o Sistema Decadactilar de Vucetich, forma de individualização pelo
preenchimento de uma Individual Datiloscópica, sendo o método com maior aceitação e praticidade na
atualidade. As linhas papilares das falanges se agrupam em 03 (três) sistemas: basilar, marginal ou
central. Essas linhas se dispõem em ângulos obtusos envolvendo o núcleo central das impressões
digitais, formando o delta – letra grega em forma de triangulo – base da classificação de Vucetich, sendo
que a presença ou não do delta caracteriza os 04 (quatro) tipos fundamentais, quais sejam: arco
(ausência de delta), presilha interna (delta à direita do observador), presilha externa (delta à esquerda
do observador) e verticilo (possui dois deltas, círculos concêntricos no centro da falange).
- A Individual Datiloscópica se utiliza de letras maiúsculas para os polegares (A, I, E, V) e números para
os demais dedos da mão (1, 2, 3, 4), de forma que o Arco será representado por A ou 1, a Presilha
Interna por I ou 2, a Presilha Externa por E ou 3, e o verticilo por V ou 4. Se for impossível a classificação
da impressão digital, por deformações como cicatrizes e malformações, assinala-se X, na falta parcial ou
total do dedo, é assinalado 0 (zero).

Lesões e mortes por ação contundente – por armas brancas – por projéteis de arma de fogo
comuns e de alta energia
- Ação Contundente  Os instrumentos contundentes, que agem de forma ativa, passiva ou mista,
determinam lesões superficiais e profundas, denominadas contusão e ferida contusa. Contusão é o
derramamento de sangue nos interstícios tissulares, sem qualquer efração dos tegumentos. É lesão
fechada, com comprometimento do tecido celular subcutâneo, mas com integridade da pele e das
mucosas. Já a Ferida Contusa é a contusão que sofreu solução de continuidade pela ação traumática do
instrumento vulnerante. É a lesão aberta.
- As feridas decorrentes de instrumentos contundentes, podem ser subdivididas em vários tipos de
contusões e feridas contusas, são elas: rubefação, escoriação, equimose, hematoma, bossas sanguínea
ou linfática, fraturas, luxações, entorses, roturas viscerais, encravamento, empalamento e explosão.
- Considerando o tamanho da matéria e a riqueza de detalhes de cada ponto, não há tempo hábil para
discorrermos cobre cada ponto, no entanto, vale destacar a equimose superficial, que ao se regenerar,
passa por uma contínua sucessão de cores, que se inicia pelas bordas, chamada por Legrand du Saulle,
de Espectro Equimótico. Em geral, é lívida ou vermelho escuro no 1° dia, violeta ou arroxeada entre o 2°
e o 3°, azul entre o 4° e o 6°, esverdeada entre o 7° e o 10°, amarelo-esverdeada entre 0 10° e o 12°, e,
por fim, amarelada entre o 12° e o 17° ou mais.
- Armas Brancas  As lesões causadas por armas brancas possuem como característica marcante as
soluções de continuidade da pele, chamadas de feridas incisas, produzidas por instrumentos que, agem
por um gume afiado – navalha, bisturi, faca, lâminas – por pressão ou deslizamento, linear ou
obliquamente sobre a pele e órgãos. As principais características das feridas incisas são: regularidade
das bordas e do fundo da lesão, ausência de vestígios traumáticos, hemorragia abundante. Em relação
às bordas das feridas incisas, devemos ressaltar a predominância do comprimento sobre a
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profundidade; afastamento das bordas das feridas; vertentes emparedadas; verticais se o instrumento
agiu de forma perpendicular ou em bisel, se o instrumento agiu de forma inclinada; profundidade maior
no terço inicial da ferida, sendo que a partir de então, gradualmente vai se aproximando da superfície,
terminando em uma escoriação linear que indica a saída do instrumento, chamada de cauda de
escoriação, que estará voltada para o lado em que terminou a ação do instrumento.
FERIDAS POR AÇÃO CORTANTE NO PESCOÇO
ESGORJAMENTO DEGOLAMENTO DECAPITAÇÃO
Região posterior do pescoço.
Região anterior (frente) OU Separação total da cabeça do
DeGOLAmento (lembrar de onde
LATERAL do pescoço. corpo
fica a gola)

- Lesões por Projéteis de Armas de Fogo  Os tiros, a depender da distância em que o projétil é
disparado em relação ao alvo, podem ser classificados como:
 Tiros com a Arma Apoiada ou Encostada: Tiros disparados com a boca do cano da arma
diretamente encostada na superfície do alvo, dando origem ao orifício de entrada em câmara
de mina, estando presentes todos os sinais, tais como zona de tatuagem, queimaduras e
negro de fumo (zona de esfumaçamento).
 Tiros a Curta Distância ou à Queima-Roupa: Indicam disparo com a arma posicionada a
pouca distância do alvo, estando presentes a maioria dos sinais, sendo que neste caso,
inexistem os sinais de queimaduras.
 Tiros de Longa Distância: Disparo realizado com a arma afastada do alvo. O orifício de
entrada, via de regra, é menor que o diâmetro do projetil, de aspecto circular. Há a presença
da orla de contusão e halo de enxugo, podendo haver ou não a aréola equimótica, estando
ausentes todos os demais sinais de vizinhança.

- Os projéteis de arma de fogo, por sua peculiar ação, ao atuar sobre o alvo, perfurando e contundindo
de forma simultânea, produzem lesões características, que podem ser classificadas como de efeitos
primários ou secundários.
- Efeitos Primários  Produzidos exclusivamente pela ação mecânica do projétil, são característicos dos
pontos de impacto, estando presentes em todos os casos, independente da distância do tiro. Os
efeitos primários resultam da ação do projétil contra um alvo animado ou não animado. No alvo
animado o projétil atinge a pessoa produzindo orlas de impacto ou embate, formando zonas de
contorno que possuem características como a Orla de Escoriação, que é consequência da escoriação
tegumentar produzida pelo impacto rotatório e atrito do projétil, que inicialmente tem ação
contundente. Pode ser circular nos tiros perpendiculares ou ovalada nos tiros oblíquos, sendo meio de
identificar a direção do tiro; e a Orla de Enxugo, pois o projétil, ao deixar o cano da arma, carrega
resíduos de pólvora, ferrugem, graxa e outras substancias, que ao entrar em contato com a pele do
indivíduo, resulta em uma auréola escura em volta do orifício de entrada, decorrente da limpeza dos
resíduos.
- Efeitos Secundários  Resultam da ação explosiva contra um alvo animado ou não animado. Os
efeitos secundários são os que resultam nos tiros à curta distância, assim como, da ação dos gases e
resíduos da combustão da pólvora, formando a Zona de Chamuscamento, formada pela ação dos gases
superaquecidos e inflamados que queimam a pele; Zona de Esfumaçamento, produzida pelo depósito
de fuligem decorrente da combustão da pólvora , também chamada de Negro de Fumo; e a Zona de
tatuagem, produzida pelos grânulos de pólvora combusta ou incombusta que acompanham o projétil,
agindo como projéteis secundários, penetrando a pele

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- Tiros com a Arma Encostada  A boca da arma é firmemente apoiada na pele, sendo que todo o
material que sai do cano (cone de dispersão) não vai ter espaço para se expandir, penetrando pelo
orifício de entrada, formando uma ferida circular, com uma orla de escoriação, orla de enxugo e com
queimadura ao redor. A queimadura ao redor acontece em razão dos gases superaquecidos, que ao
entrar em contato com a pelo, a queimam.
- Esta modalidade de tiro possui alguns sinais característicos, encontrados apenas neste, que merecem
estudo em razão da constante cobrança em provas, vamos a eles:
TIROS COM A ARMA ENCOSTADA
BOCA DE MINA DE HOFFMAN SINAL DE BENASSI
A expansão dos gases ocorre dentro do túnel
aberto pelo projétil, ficando os bordos do No crânio, a orla de esfumaçamento aparece
orifício de entrada evertidos. A lesão ao redor do orifício de entrada, superfície
apresenta prolongamentos radiados e externa do plano ósseo, permanecendo após
internamente se manifesta por devastação a fase esqueletização do cadáver.
intensa, como na explosão de uma mina.
SINAL DE BONNET SINAL DE PUPPE-WERKGARTNER
Quando um projétil transfixa o crânio, forma
O disparo encostado pode também produzir a
um cone na entrada, com a base maior
impressão da alça de mira e do cano quente
voltada para dentro, e um cone de saída com
na pele.
a base maior voltada para fora.

- Orifício de Saída  A lesão de saída exige uma maior atenção, pois o projétil, vindo de dentro para
fora, atinge primeiro a derme que é elástica, fazendo uma curvatura para fora. No entanto, a epiderme,
que não é tão elástica, não acompanha a derme, sendo que no momento em que a derme rompe, o
projétil arrasta a epiderme em seu trajeto, voltando a derme para sua posição anatômica inicial,
trazendo junto a epiderme. Portanto, a epiderme se torna rota, impossibilitando enxergar a derme por
baixo, o que significa ausência de orla de escoriação. Como o projétil passou por outras partes do
corpo, deixando todos os resíduos originários do disparo, também não há orla de enxugo. A lesão de
saída normalmente é maior que a lesão de entrada, via de regra, sem orla de escoriação, e sempre sem
orla de enxugo.
- Trajeto e Trajetória  Enquanto o trajeto é o percurso do projétil dentro do organismo, trajetória é o
percurso do projétil desde que sai do cano da arma até entrar no organismo.
- Projéteis de Alta Energia  Os projéteis de alta velocidade possuem mais energia, e ao entrar no
corpo, empurra os tecidos para o lado. Quanto maior for a velocidade do projétil, essa força ou onde de
pressão que empurra os tecidos para o lado será maior, fazendo um túnel dito permanente, pois
empurra o tecido para o lado com força capaz de causar lesões, produzidas pela onda de pressão gerada
pelo projétil, e não pelo impacto direto deste. Essas lesões são de maior ou menor gravidade, a
depender da resistência oferecida pelos tecidos em volta do túnel.

Conceito e diagnóstico da morte


- Como não se pode definir a vida, é teoricamente impossível conceituar a morte. No entanto,
hodiernamente, existem dois conceitos de morte, a cerebral, que consiste na cessação da atividade
elétrica do cérebro, na cortiça e nas estruturas mais profundas, e a circulatória, por parada cardíaca
irreversível às manobras de ressuscitação.

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- O diagnóstico da morte é matéria de estudo da Tanatologia Forense, sendo que quanto mais próximo
o momento da morte, mais difícil seu diagnóstico, trazendo a Medicina Legal uma série de eventos que
auxiliam no diagnóstico da morte, como os fenômenos abióticos imediatos e consecutivos, e os
fenômenos transformativos, que serão objeto de estudos nos tópicos abaixo.

Fenômenos Cadavéricos
- Os fenômenos cadavéricos, sinais de diagnóstico da morte, são subdivididos em três grupos:
 Fenômenos Abióticos Imediatos: Possuem valor relativo, pois apenas insinuam a morte,
sendo caracterizados pela perda de consciência, abolição do tônus muscular, perda da
sensibilidade, relaxamento dos esfíncteres, cessação da respiração, cessação dos batimentos
cardíacos, ausência de pulso, fácies hipocrática e pálpebras parcialmente cerradas.
 Fenômenos Abióticos Consecutivos: Sinais que não apenas insinuam, mas indicam a morte,
tais como o resfriamento paulatino do corpo, rigidez cadavérica, espasmo cadavérico,
manchas de hipóstase e livores cadavéricos e o dessecamento, que consiste na perda de
peso, pergaminhamento da pele e das mucosas dos lábios, modificação dos globos oculares,
mancha da esclerótica, turvação da córnea transparente, perda da tensão do globo ocular e
formação da tela viscosa.
 Fenômenos Transformativos: Sinais de certeza da morte, pois resultam de alterações tão
intensas que tornam a vida absolutamente impossível. Compreendem os destrutivos,
autólise, putrefação e maceração, quanto os conservadores, mumificação e saponificação.

Cronotanatognose – Comoriência – Promoriência


- Cronotanatognose  Estuda a data e a hora aproximada da morte. Considerando que os fenômenos
cadavéricos não obedecem uma marcha exata, estando sujeitos a diversos fatores extrínsecos, não há
certeza do momento da morte, mas apenas um diagnóstico aproximado, tendo como base os já
mencionados fenômenos cadavéricos, além de outros fatores relacionados com o tempo decorrido
desde a morte, que auxiliam na definição do momento em que a morte ocorreu, como a crioscopia do
sangue, cristais de sangue putrefato, crescimento dos pelos da barba, conteúdo gástrico e a fauna
cadavérica.
- Comoriência  Quando não é possível auferir qual dos indivíduos morreu antes do outro, as mortes
são tidas como havidas no mesmo instante.
- Promoriência  Ocorre quando é possível verificar a ordem das mortes, no caso de dois indivíduos
que tiveram mortes em tempo próximo.

Exumação
- O ato de exumar um cadáver, nada mais é do que desenterrar. Normalmente ocorre para fins de
perícia de DNA, para confirmar a identidade ou relações de parentesco, ou então, para apurar alguma
circunstância da morte, podendo influir diretamente na persecução penal. Embora o edital não traga
especificamente, importante saber que o ato enterrar cadáver é denominado inumação. Há também a
cremação, que consiste na redução do corpo à cinzas, através da queima do cadáver.

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Causa Jurídica da Morte


- Causa jurídica da morte é toda e qualquer causa violenta ou acidental capaz de determinar a morte do
indivíduo, sendo que sua elucidação gera consequências legais, dependendo da causa determinante. A
causa jurídica da morte pode ser dividida em:
 Homicídio: Morte voluntária ou involuntária do indivíduo, praticada por outrem.
 Suicídio: Morte ocasionada por aquele que deliberadamente consuma a própria morte.
 Morte Acidental: Morte decorrente dos mais variados meios de acidentes, desde que não
produzida dolosa por outrem.

Morte Súbita – Morte Suspeita


- Morte Súbita  Surge sem sinais de trauma, sem previsão, sem que haja um agente provocador, o
indivíduo apresenta quadro de saúde aparentemente saudável, sendo que subitamente, desencadeia
processo que gera a morte, como nos casos de ataques do coração.
- Morte Suspeita  Ocorre quando não se pode afirmar a real causa da morte, podendo ser em
decorrência de violência praticada por outrem ou por causas naturais, dependendo de investigação para
apurar a real causa jurídica da morte.

Exame de locais de crime


- Local do crime é toda área em que tenha ocorrido um fato, que pelo contexto assuma a configuração
de crime. O exame de tal local, ganha relevância na Medicina Legal, pois sua análise, feita por peritos,
serve como base para a identificação e responsabilização penal do autor. Para que a perícia reflita com
exatidão os acontecimentos, necessário se faz a preservação do local e de todos os vestígios e
evidências, sendo esta, inclusive, uma das obrigações do Delegado de Polícia, prevista no artigo 6° do
CPP, que assim prescreve:
Art. 6° Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;

- Este exame busca levantar todos os vestígios deixados pelo criminoso e pela ação delituosa,
fornecendo elementos para que os Peritos, mediante análise técnica, esclarecem à Autoridade Policial
ou Judicial, a dinâmica dos acontecimentos, fornecendo provas para embasar a identificação e a
responsabilidade penal do infrator.

Toxicomanias e Embriaguez
- Toxicomania  Segundo o Comitê dos Peritos da Organização Mundial de Saúde, é um estado de
intoxicação crônica ou periódica, prejudicial ao indivíduo e nociva à sociedade, pelo consumo repetido
de determinada droga, seja ela natural ou sintética. É o abuso de substâncias tóxicas, que pela
quantidade de droga ingerida, bem como pelo tempo do vício, pode modificar a imputabilidade penal e
a capacidade civil, sendo as mais comuns, o abuso de cocaína, morfina, heroína, maconha e drogas
psicotrópicas.
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- Embriaguez  Pode ser conceituada como a intoxicação alcoólica, ou por substancia de efeitos
análogos, aguda, imediata e passageira. Pode ser completa ou parcial, podendo ter caráter patológico,
pode ainda ser acidental, voluntária ou culposa, e ainda preordenada. A depender do caso concreto,
pode gerar inimputabilidade ou então excluir a imputabilidade.
- Tanto as toxicomanias, quanto a embriaguez, por configurar casos de limitadores e modificadores da
capacidade civil e da responsabilidade penal dos usuários, podendo influir na aferição destas, possuem
grande importância médico-legal.

Ação Térmica – Ação Elétrica – Baropatias – Ação Química


- Ação Térmica  As lesões causadas por ação térmica, estão relacionadas com o calor e o com frio,
assim como com a variações elevadas de temperatura.
 Frio: quando há ação do elemento frio, podem ser observados três graus de geladuras. No
primeiro grau encontramos o eritema, enquanto no segundo grau estão presentes as
flicteneas, bolsas com transudação do plasma, sendo que por fim, no terceiro grau
encontramos a necrose ou gangrena.
 O calor pode agir de forma difusa, através de insolação decorrente da incidência dos raios
solares, e através da intermação, que é a exposição a calor em ambientes confinados ou
abertos, sem o arejamento necessário. Quando age de forma direita, através de chamas ou
gases, a consequência são as queimaduras, que podem ser classificadas em graus, assim
como no caso das geladuras. O primeiro grau é caracterizado pela aparição de eritema
simples, também chamado de Sinal de Christinson. O segundo grau apresenta flictenas com
liquido límpido ou amarelado, também chamado de Sinal de Chambert. No terceiro grau
surge a escarificação por comprometimento e posterior necrose de toda a pele. Por fim, o
quarto grau é representada pela carbonização dos tecidos.

- Ação Elétrica  A eletricidade, forma de energia de ordem física, tem origem cósmica ou industrial. A
eletricidade atmosférica, quando atinge o indivíduo de forma letal, é denominada fulminação. Se não
houver o evento morte, ou seja, for não-letal, será chamada de fulguração. O sinal característico dessa
origem de eletricidade, é o Sinal de Lichtenberg, que possui aspecto arboriforme. Se a origem da
descarga elétrica for eletricidade industrial, havendo morte, estaremos diante da eletrocussão, caso
resultem apenas ferimentos, será caso de eletroplessão. Nestes casos, o sinal é de aspecto circular,
elíptica ou em roseta, podendo inclusive não existir, sendo denominado Sinal de Jellinec.
- Baropatias  As Baropatias estão relacionadas com as variações bruscas de pressão atmosférica.
Podem ocorrer em decorrência de altitude elevada, sendo denominada mal das montanhas ou dos
aviadores, onde há diminuição do oxigênio, ocasionando náuseas, aceleração dos batimentos cardíacos,
dispneias e desmaios, podendo ocorrer morte por hemorragia cerebral. A doença dos caixões ou mal
dos escafandristas, de natureza eminentemente acidental e relacionada com a infortunística, afeta
mergulhadores e escafandristas que trabalham submetidos a pressão elevada, muitas vezes superior a
cinco atmosferas. O aumento da pressão pode desencadear uma compressão, gerando intoxicação por
oxigênio, gás carbônico e nitrogênio. No entanto, o maior risco está na descompressão, ou seja, quando
o mergulhador retorna a superfície, pois se retornar muito rápido, pode ocorrer hemorragia interna,
edema pulmonar e até a morte por embolias gasosas formadas pelo nitrogênio anteriormente dissolvido
no sangue pelo efeito da pressão.

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- Ação Química  As lesões por ação química estão relacionados com cáusticos, produtores de lesões
viscerais e cutâneas, denominadas vitriolagem. Os venenos também estão relacionados com a ação
química.
 Cáusticos: Os cáusticos são tanto os ácidos, quanto as bases cáusticas, que determinam, na
pele e nas mucosas, ulcerações não hemorrágicas, causam queimaduras químicas ou danos
progressivos até que sejam inativadas as reações com os tecidos.
 Venenos: Não há uma definição satisfativa para veneno, pois até alimentos e medicamentos,
inclusive a água, a depender de determinadas circunstâncias, podem causar dados à saúde.
Assim, poder-se-ia, talvez, conceituar, conforme ensina Delton Croce, como toda substância
de origem animal, vegetal ou mineral, que independente da dose, introduzidas no organismo,
danificam a saúde, podendo causar a morte.

Aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade sexual


- A Sexologia Forense é a parte da Medicina Legal que estuda as questões médico-biológicas e as
perícias ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual. Os crimes sexuais, constituem
objeto de estudo desse ramo da Medicina Legal, diretamente relacionadas com o estudo do o hímen e a
existência de lesões genitais, presença de pelos ou manchas de sêmen, elementos capazes de
comprovar a existência dos crimes contra a liberdade sexual.
- Perícia na Conjunção Carnal  Conjunção carnal é o coito vaginal, isto é, a relação de contato do
pênis com a vagina, com ou sem ejaculação. Na mulher que não teve conjunção carnal, o exame do
hímen adquire importância.
- No caso de vítima virgem, a perícia de coito vaginal se fundamenta no estudo da integridade himenial.
A himenologia é o estudo do hímen, que é a membrana que circunda o orifício de entrada da vagina. É
variável em forma e tamanho e tem uma abertura única (o óstio himenial), que pode existir em
número maior ou até mesmo não existir. Sua borda pode ser regular, irregular ou picotada, nesse
último caso assemelhando-se a rupturas incompletas (sinônimo de entalhe), devendo o legista fazer a
diferenciação:
RUPTURA ENTALHE
Estendem-se até as bordas (completos). Não se estendem até as bordas (incompletos).
As bordas se coaptam, se encaixam. As bordas não se coaptam, não se encaixam.
As bordas apresentam cicatriz. As bordas são do mesmo tecido do hímen.
Sob luz ultravioleta, apresenta-se pálida. Apresenta-se mais vermelha.
São assimétricos. São geralmente simétricos.
Ângulo em forma de V. Ângulo arredondado.

- Por outro lado, nos casos de mulheres de vida sexual pregressa ou hímen complacente, a perícia se
baseia na presença de gravidez, de esperma na cavidade vaginal, contaminação venérea profunda, ou
então presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (esses dois últimos podem ser citados em
nossa prova, devemos decorar os nomes).
- Perícia no Ato Libidinoso  Ato libidinoso é todo ato praticado com a finalidade de satisfazer com ou
sem ejaculação o apetite sexual. Pode ser coito anal, oral, apalpadas e qualquer outro ato capaz de
satisfazer a lascívia do indivíduo.
 Coito Oral: O coito oral é também chamado de felação. É preciso realizar o exame da
secreção bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras, dificultando a constatação,
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tanto nos lábios como na cavidade bucal. O diagnóstico de certeza é feito através de provas
biológicas que identifiquem o sêmen na boca e das possíveis manifestações tardias de
doenças sexualmente transmissíveis na mucosa bucal. Pode-se também realizar a pesquisa
de glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral.
 Coito Anal: O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do
esfíncter anal. O esfíncter é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos
(esfíncter interno), como músculos que controlamos (esfíncter externo). Quando ocorre o
coito anal é possível perceber sinais dele resultantes, tais como lesões anais e perianais, com
a presença de escoriações e equimoses; fístulas retrovaginais, que são rupturas dos tecidos
entre o reto e a vagina; e, por fim, lesões em forma de fenda ou de triângulo, chamadas de
rágade.

Asfixias: constrição cervical – sufocação – restrição aos movimentos do tórax – modificações


do meio ambiente
- Para a Medicina Legal, asfixias são energias físico-químicas que impedem a passagem de ar e alteram
a composição bioquímica do sangue, produzindo asfixia, alteram a função respiratória, inibindo a
hematose (transformação de sangue venoso em sangue arterial), alterando a bioquímica do sangue.
Asfixias são todas as formas de carência ou ausência de oxigênio, vital para o ser humano. Podem ser
classificadas em naturais ou violentas. Podem ainda ser classificadas em asfixias por constrição cervical,
por sufocação, restrição aos movimentos do tórax e por modificações do meio ambiente.
- Por Constrição Cervical  Constrição Cervical é a constrição do pescoço, podendo esta classe de
asfixias ser dividida em:
 Enforcamento: Asfixia determinada pela constrição do pescoço por um laço cuja
extremidade se acha fixa a um ponto, sendo que o próprio peso do corpo age como força
vida. A posição da cabeça sempre será oposta a posição do laço. O sulco formado pelo laço
será sempre oblíquo ascendente e com profundidade variável. Possui natureza
eminentemente suicida.
 Estrangulamento: Asfixia por constrição do pescoço por laço tracionado por qualquer força
que não seja o próprio peso da vítima. O sulco formado pelo laço é horizontal e com
profundidade uniforme. Este tipo de constrição cervical é de caráter homicida.
 Esganadura: Asfixia por constrição anterolateral do pescoço, impeditiva da passagem do ar
atmosférico pelas vias aéreas. A força que age sobre o pescoço, gerando compressão, é
sempre efetuada pelas mãos do agressor, não havendo laços.

- Por Sufocação  É o impedimento de entrada do ar atmosférico nas vias aéreas, de forma direta ou
indireta, ou ainda por permanência forçada em ambiente fechado.
 Sufocação Direta: Pode ocorrer por oclusão dos orifícios externos respiratórios pelo emprego
da mão ou objetos moles, pressupondo acentuada desproporção de forças entre o agente e a
vítima. Também pode ocorrer por oclusão das vias respiratórias por corpos estranhos
(engasgamento) impedindo a passagem de ar até os pulmões.
 Sufocação Indireta: Causada pela compressão do tórax e abdome, ou seja, pela restrição ao
movimento do tórax, impedindo os movimentos respiratórios, levando à asfixia. Pode ser
causada por desmoronamento, atropelamentos de multidões, ação criminosa e crianças que
dormem com os pais.

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- Por Modificações no Meio Ambiente  As asfixias decorrentes de modificação no meio ambiente


ocorrem quando há elementos líquidos, sólidos ou gasosos que impedem a livre inalação do oxigênio,
gerando a morte. Podem ser dividas em:
 Afogamento: Modalidade de asfixia desencadeada pela penetração de líquidos ou
semilíquidos nas vias respiratórias, por permanência da vítima, totalmente ou apenas
extremidade anterior do corpo, imersa. Pode haver ainda afogamento no próprio sangue ou
no conteúdo estomacal.

- Importante diferenciar, no caso dos afogamentos, os casos de afogamento branco e de afogamento


azul. No primeiro caso, também chamados de afogados secos, o indivíduo morre por inibição ao tocar a
água. Inexiste líquido nos pulmões, pois a morte ocorre por parada cardíaca reflexa, não havendo
respiração quando o indivíduo submerge. Já no afogamento azul ou afogamento propriamente dito, a
morte ocorre por entrada de água nos pulmões.
 Asfixia por Gases: Asfixia decorrente da exposição a gases irrespiráveis da mais variada gama
de classificações, como gases de combate (lacrimogêneos e sufocantes), tóxicos (ácido
cianídrico e monóxido de carbono), industriais (ligados a infortunística) ou anestésicos (que
interessam à Medicina Legal pela possibilidade de responsabilização dos anestesistas).
 Asfixia por Sólidos: Ocorre quando há supressão de ar, impedindo a respiração, como nos
casos de soterramento que é a asfixia motivada por obstrução por terra ou substâncias
pulverulentas. Na maioria dos casos é de natureza acidental causada por desmoronamento
ou desabamento. É possível, também, o soterramento em grãos (soja, trigo etc.). A presença
de material estranho nas vias respiratórias e digestivas é do mais alto valor no diagnóstico,
porque depende essencialmente do ato vital de respiração e deglutição, não podendo,
portanto, introduzirem-se tais substâncias post mortem. No soterrado sempre se encontram
lesões traumáticas de várias espécies que por si só podem produzir a morte ou contribuir
para tanto.

Aborto – infanticídio – abandono de recém-nascido


- Aborto  Abortar é o conjunto de meios e manobras empregados com o fito de interromper a
gravidez, independente da expulsão do feto. Interessa à Medicina Legal o estudo do aborto criminoso,
restando o aborto natural ou acidental indiferentes para este ramo da ciência. Para que se caracterize o
aborto, deve haver a interrupção ilícita da vida intrauterina em qualquer fase de sua evolução até
momentos antes do início do trabalho de parto. A perícia do aborto consiste no diagnóstico de gravidez
pregressa.
- Não constitui crime o aborto natural ou espontâneo, o aborto acidental e o aborto legal ou permitido,
qual seja, o terapêutico ou necessário, feito nos casos em que a interrupção da gravidez é necessária
para salvaguardar a vida da gestante, ou o sentimental, humanitário ou ético, consistente na
interrupção da gravidez, autorizada judicialmente, quando esta é decorrente de estupro.

#DICA DO COACH – Atentar para as decisões recentes do STF sobre aborto, em especial a decisão
constante do Informativo 661, que autorizou o aborto do feto anencéfalo, não se exigindo autorização
judicial para tanto, e para a decisão constante do informativo 849, que reconheceu que a interrupção
da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (artigo 124, do CP) ou
com o seu consentimento (artigo 126, do CP), não devem ser consideradas como crime, sendo
necessário conferir interpretação conforme a Constituição Federal aos artigos 124 a 126 do Código
Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção
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voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos
direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade.

- Infanticídio  Caso a interrupção da vida ocorra a partir do início do trabalho de parto, deixará o
crime de ser considerado aborto, caracterizando o infanticídio, que conforme preceitua o artigo 123 do
Código Penal, consiste no ato da mãe, matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob
influência do estado puerperal. Assim, cumpre diferenciar dois institutos do tipo penal:
 Durante o parto: Período que vai desde a rotura das membranas até a expulsão do feto da
placenta.
 Logo após o parto, sob a influência do estado puerperal: Possui sentido mais psicológico do
que cronológico. É um estado e não um tempo definido. O estado puerperal é justificado
pelo trauma psicológico e pelas condições do processo fisiológico do parto (angústia,
inflamação, dores, sangramento e extenuação), cujo resultado traria o estado confusional
capaz de levar a mãe ao ato criminoso.

- Necessário se faz diferenciar puerpério de estado puerperal. Enquanto puerpério é o período que se
inicia com a expulsão do feto e eliminação da placenta, durando entre 6 e 8 semanas, estado puerperal
é uma alteração temporária da puérpera anteriormente sadia, que diminui sua capacidade de
entendimento e libera seus instintos. Como as alterações psíquicas do estado puerperal normalmente
não mais existem por ocasião da perícia psiquiátrica, em decorrência do seu caráter temporário, torna-
se difícil o diagnóstico diante de uma mulher que se encontra dentro dos padrões da normalidade
mental. Assim, a perícia do infanticídio é comumente feita na placenta, na mãe ou na criança, sendo
que esta última pesquisa a prova de ser nascente, de infante nascido ou recém-nascido e a prova de
vida extrauterina autônoma.
- Abandono de Recém-Nascido  Havendo o nascimento com vida, além da autonomia para a vida
extrauterina, e não havendo o infanticídio, pode ocorrer o abandono de recém-nascido, termo que gera
discussão doutrinária, podendo tal característica durar até a queda do cordão umbilical, conforme
Damásio e Mirabete, ou poucos dias, não ultrapassando um mês, segundo ensinamentos de Fragoso e
Bitencourt.
- Abandonar, implica em um fazer ou não fazer, podendo ser caracterizado por deixar o recém-nascido
em local que o exponha a risco concreto, ou então o deixar desprovido dos cuidados necessários para
sua sobrevivência, exposto à própria sorte.

Modificadores da imputabilidade penal e da capacidade civil


- As legislações civil e penal fixam, de forma expressa ou implícita, respectivamente, os limitadores e os
modificadores da capacidade civil e da responsabilidade penal. A capacidade civil, tratada obviamente
pela lei civil, segundo Washington de Barros Monteiro é a aptidão para adquirir direitos e exercer, por si
ou por outrem, atos da vida civil. A responsabilidade penal, por seu turno, é o conjunto de condições
exigidas para que um sujeito possa se tornar titular de direitos ou obrigações no campo do Direito Penal.
Vamos aos principais modificadores da Imputabilidade Penal e da Capacidade Civil:
- Menoridade  O Código Penal adota o critério puramente biológico. Até os 18 anos o menor é
penalmente inimputável, ficando sujeitos aos preceitos de lei especial (ECA). Os menores com idade
entre 12 e 18 anos são submetidos a processo especial, enquanto o menor de 12 anos fica excluído do
direito repressivo.

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- Sono Patológico  O sono normal não é pode ser considerado modificador. Já o Sono Patológico,
deve ser considerado como Fator de Modificação. Compreende o sonambulismo e o hipnotismo. O
primeiro é sintoma de perturbação mental, mais comum na infância que na idade adulta, é um sonho
que se executa durante o sonho. Já o hipnotismo é um processo para produzir, por sugestão, um estado
de transe que submete o hipnotizado, até certo ponto, à influência do hipnotizador.
- Emoção e Paixão Ambos os sentimentos são gerados pelo sistema límbico, sendo que descargas
elétricas neste sistema podem desencadear sintomas semelhantes aos das psicoses ou aos produzidos
por drogas psicodélicas ou alucinógenas. O Código Penal em vigor, em seu art. 28, I, não considera a
emoção ou a paixão excludentes da imputabilidade penal, porém reconhece atenuação da pena ao
agente. Também assim dispõe o art. 121, § 1.º, e os arts. 129, § 4.º, e 65, III, c, desde que a ação
delituosa resulte da violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.
- Surdo-Mudo  A ausência de sensações auditivas afeta o contato com o meio exterior e a aquisição
de noções que dependem da linguagem falada, comprometendo o discernimento, principalmente
quando a deficiência for de nascença. No entanto, a surdo-mudez, por si só, não é suficiente para
determinar a inimputabilidade de alguém. Podem ser considerados inimputáveis, semi-imputáveis ou
com a plena capacidade de responder pelo fato.
- Afasia  É a impossibilidade de falar. É a perda total ou completa da fala. A afasia resulta de parada
de desenvolvimento ou de grave lesão congênita ou adquirida, podendo, ainda, ser dependente de
patologias nervosas ou mentais.
- Silvícolas  São os habitantes das matas brasileiras, não integrados à vida em sociedade. Quando se
tratar de um índio que teve pouco ou nenhum contato com o homem civilizado, terá que ser totalmente
inimputável. À medida que for tomando conhecimento das normas da vida civilizada, sua capacidade de
entendimento quanto à ilicitude da conduta irá aumentando. Daí concluir-se que pode chegar a ser
semi-imputável ou totalmente imputável. Segundo o parágrafo único do art. 4 do CC: Parágrafo único. A
capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
- Toxicomanias  É o abuso de substâncias tóxicas, que pela quantidade de droga ingerida, bem como
pelo tempo do vício, pode modificar a imputabilidade penal e a capacidade civil, sendo as mais comuns,
o abuso de cocaína, morfina, heroína, maconha e drogas psicotrópicas.

Doença Mental – Desenvolvimento Mental Incompleto ou Retardado


- Doença Mental  Não existe uma definição para doença mental, deve-se atentar às manifestações
que refletem anomalias do pensamento, do sentimento e da conduta. O pensamento racional está
deformado, comprometendo o juízo valorativo das alternativas existentes para a ação. Inimputável é o
indivíduo que, pela ausência total de entendimento do caráter ilícito do fato, realiza uma conduta
criminosa que tem relação com seu estado mental, isto é, a conduta é mero sintoma da doença. São
consideradas doenças mentais as demências, as psicoses, o alcoolismo crônico e as toxicomanias graves.

- Oligofrenia  Grupo caracterizado pelo desenvolvimento mental incompleto ou retardado, de


natureza congênita ou decorrente de causas patológicas no primeiro período da vida, com acentuado
déficit de inteligência. Os oligofrênicos são divididos em:
 Débil Mental: Com quociente intelectual entre 50 e 90, e idade mental entre 07 e 12 anos,
são incapazes de manter luta pela vida em igualdade de condições com pessoas normais,
mas em circunstâncias favoráveis, podem prover seu próprio sustento. São irritáveis,
podendo facilmente se envolver em casos de violência, lesões corporais e homicídios.
Integram o maior percentual das oligofrenias, sendo considerados semi-imputáveis.

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 Imbecil: Podem alcançar aprendizado medíocre, mediante grande esforço, em


estabelecimentos especializados. Articulam a palavra e podem ter boa memória, sendo seu
quociente intelectual entre 25 e 50 e a idade mental entre 03 e 07 anos. Sugestionáveis, são
propensos à cólera e à violência, podendo praticar atos de pequenos delitos. Têm
precocidade sexual. São incapazes de prover a própria subsistência em condições normais.
 Idiota: Caracterizados pela ausência ou parada do desenvolvimento das faculdades. Têm
idade mental abaixo dos 03 anos e quociente intelectual inferior a 25. São incapazes de
cuidar da própria vida, sendo que os idiotas profundos têm vida psíquica inferior a de animais
superiores, como os primatas. O idiota incompleto articula minimamente as palavras e possui
acentuado instinto sexual.

Testemunho – confissão – acareação


- Testemunho  É a declaração da verdade prestada ante o julgador, por uma terceira pessoa
desinteressada sobre suas percepções sensoriais extraprocessuais, sobre um fato passado ou sobre
determinado ato. cabe ao interprete valorar a prova, auferindo sua credibilidade. A prova testemunhal
apresenta características tais como a oralidade; objetividade, devendo a testemunha se ater aos fatos
percebidos por seus sentidos; retrospectividade, reproduzir fatos passados e conhecidos, sem fazer
previsões ou juízo de valor; judicialidade; imediação, ou seja, depor sobre o que assimilou pelos
sentidos; e individualidade.
- Sob o ponto de vista psicológico, o testemunho se forma através de um processo constituído por
quatro fases: sensação, percepção, fixação e exteriorização. Psicólogos renomados ao redor do mundo,
têm realizado experiências visando demonstrar que a prova testemunhal é falha, obtendo êxito na
comprovação destas falhas, em todos os casos.
- Confissão  Também chamada de rainha das provas, é a declaração da verdade do fato, sendo que
para ser considera idônea, deve ser livre e espontânea. No entanto, não pode ser vista de maneira
isolada, devendo ser analisada em conjunto com as demais provas produzidas.
- Interessa, à Medicina Legal, apurar as condições em que a confissão foi obtida, para auferir sua
idoneidade e espontaneidade, evitando que confissões falsas produzam efeitos no processo. Busca-se a
confissão por meios astuciosos, tóxicos, coercitivos e científicos.
CONFISSÃO
ASTUCIOSOS TÓXICOS
Administração de substâncias químicas, como
Obtenção da verdade, indiretamente, por
éter, morfina, haxixe, cloral, barbitúricos,
meio da sagacidade, de ardil, sutilezas e
suprimindo a censura e o discernimento do
embustes.
acusado, de forma a obter a confissão.
COERCITIVOS CIENTÍFICOS
Chamados pela doutrina de quarto grau,
Recursos violentos empregados pela polícia,
consiste na utilização de
visando a confissão, denominados como
cardiopneumopsicograma, também chamado
terceiro grau. São exemplos o interrogatório
de detector de mentira. Sua utilização é
prolongado, violência física, grave ameaça,
vedada no Brasil, configurando verdadeiro
sede, fome, dentre diversos outros métodos.
constrangimento ilegal (art. 146, CP).

- Acareação  É o depoimento frente a frente. Seu estudo nos traz elementos importantes, capazes de
influir diretamente na produção da prova, que devem ser sopesados pelo julgador na hora de valorar a

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mesma, tais como a influência de uma pessoa sobre a outra, a timidez, o medo e a uma gama
imensurável de outros sentimentos.

Lesões corporais e maus-tratos a menores e idosos


- Em relação às crianças, merece atenção especial a Síndrome da Criança Espancada, sendo que a
maioria das vítimas são encontradas na faixa entre 0 (zero) e 4 (quatro) anos, as lesões são múltiplas e
variadas, podendo atingir várias partes do corpo, merecendo destaque a coexistência de lesões
praticadas em diferentes épocas. As lesões e maus-tratos são desencadeadas, na maioria dos casos, por
pobreza, ignorância, deficiências da criança, envolvimento dos pais com drogas e/ou álcool, bem como
por pouca idade e alterações psicoemocional grave dos pais ou responsáveis. O abuso físico está entre
as principais formas de maus-tratos, não possuindo, os pais, explicações plausíveis sobre as lesões, que
em sua grande maioria são compostas por equimoses, queimaduras, escoriações, fraturas, lesões com
assinatura (cintos, fios ou varas), assim como por traumatismos recentes associados com outros mais
antigos, sendo que nestes casos, o espectro equimótico, é de grande importância para a comprovação,
lembrando que a efusão de sangue tende a desaparecer em menor período nas crianças e jovens.
- Crianças e idosos podem sofrer ainda maus-tratos decorrentes da privação de alimentação e/ou
privação de cuidados de higiene, apresentando desnutrição, doenças dermatológicas e outras doenças
relacionadas com a desnutrição, tais como impetigo e escabiose. Há ainda casos de maus-tratos
envolvendo negligência de assistência médica; negligência de segurança; abuso emocional, que no caso
da criança, aumenta a possibilidade de, no futuro, esta vir a repetir os abusos com outras crianças;
administração intencional de remédios e drogas, normalmente com a intenção de atrair a atenção do
cônjuge; abusos sexuais, praticados na maioria das vezes na intimidade do lar, pelos pais, irmãos ou
responsáveis pela criança.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE38


1 Direitos da criança e do adolescente. 1.1 Antecedentes históricos. 1.2 Inserção
constitucional. 1.3 Princípio da prevenção especial. 1.4 Direitos fundamentais da criança e do
adolescente.
- O modelo da situação irregular era encampado pelo Código de Menores de 1979. O menor era objeto
de proteção ou objeto de tutela e não sujeito de direitos. Por tais motivos, fala-se na
institucionalização/judicialização do menor, cabendo ao “Juiz de Menores” decidir sua sorte e seu
futuro.
- A expressão “superior interesse” não compôs a versão original do ECA, tendo sido nele inserido apenas
em 2009, a partir da Lei n. 12.010.
- A garantia da prioridade absoluta compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de
recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
_______________________________________________________________________________
38
Por Juliana Andrade

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Diferença dos sistemas


Doutrina da Situação Irregular Doutrina da Proteção Integral
O menor é objeto de proteção, e, diante disso,
seria possível fazer o que fosse necessário
para o seu bem.
A criança é sujeita de direitos
Ex.: Se fosse necessário retirá-lo da família, ou
restringir a sua liberdade, assim o deveria ser
feito.
Considera o Direito à Liberdade para a criança, a
Considerava-se que a liberdade dos menores
qual somente poderá ser tolhida
poderia ser restringida para o seu bem
excepcionalmente.
A família natural é considerada o local adequado
A retirada da criança da família era uma
para a criação da criança. A sua retirada
possibilidade viável.
somente pode se dar de forma excepcional.
Há uma descentralização, uma desjudicialização
do atendimento. O atendimento não mais se
Há uma centralização na figura do Juiz de concentra na figura do Juiz, surgindo o Conselho
Menores Tutelar como sendo o Órgão escolhido pela
própria sociedade para zelar pelos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Ocorreu a municipalização do atendimento, sem
As políticas eram efetivadas pela União prejuízo da responsabilidade solidária dos
demais poderes públicos

- O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe a respeito das normas relativas à proteção geral e
especial da criança e do adolescente em seus arts. 70 a 85. A finalidade é a de prevenir a ocorrência de
violação aos direitos de crianças e adolescentes.
- Por prevenção geral entende-se a obrigação do Estado garantir à criança e ao adolescente ensino
fundamental, obrigatório e gratuito além de outras demandas da criança necessária para seu correto
desenvolvimento para se tornar um cidadão, constituindo-se em responsabilidade de todos zelar pela
integridade e pelos direitos fundamentais deste grupo vulnerável.
- Lado outro, a prevenção especial impõem ao Estado atuar na prevenção de qualquer tipo de
espetáculo que venha a difundir mensagens ou ideologias incoerentes com a faixa etária da criança ou
adolescente que vier a constituir público nestas ocasiões. Por certo as entidades públicas atuarão
também em locais onde se concentre muitos adolescentes e crianças no sentido de se evitar a venda de
bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância proibida para este público.
- Art. 75, parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer
nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
#APOSTACICLOS
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou
responsável, sem expressa autorização judicial. § 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
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§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou
adolescente: I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; II - viajar na companhia de um
dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
exterior.

2 Política e organização do atendimento. 2.1 Linhas de ação e da política de atendimento. 2.2


Linhas de ação e diretrizes. 2.3 Municipalização e descentralização. 2.4 Participação da
cidadania e conselhos dos direitos. 2.5 Entidades e programas de atendimento
- Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.
- Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: I - políticas sociais básicas; II - políticas e
programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem II - serviços,
programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e
redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016) III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; IV - serviço de identificação e
localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; V - proteção jurídico-social por
entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.VI - políticas e programas destinados a
prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do
direito à convivência familiar de crianças e adolescentes; VII - campanhas de estímulo ao acolhimento
sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção,
especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
- Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: I - municipalização do atendimento; II - criação de
conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária
por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
- III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administrativa; IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente; V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional; VI - mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade; VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência
social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas
de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se
tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer
das modalidades previstas no art. 28 desta Lei; VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos da sociedade; VIII - especialização e formação continuada dos
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os
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conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; IX - formação profissional


com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no
atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; X - realização e divulgação de
pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
- Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.

3 Conselho Tutelar. 3.1 Disposições gerais. 3.2 Atribuições. 3.3 Competência. 3.4 Escolha dos
conselheiros e impedimentos.
- O conceito de Conselho Tutelar está previsto no art. 131: órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos de crianças e
adolescentes.
- 1 conselho, no mínimo, por município; 5 membros (nem mais nem menos) em cada conselho; 4 anos
de mandato para cada membro; 1 possibilidade de recondução, se reeleito. Requisitos para ser
Conselheiro: idoneidade moral, idade superior a 21 anos e residir no município.
- O conceito de Conselho Tutelar está previsto no art. 131: órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos de crianças e
adolescentes.
- 1 conselho, no mínimo, por município; 5 membros (nem mais nem menos) em cada conselho; 4 anos
de mandato para cada membro; 1 possibilidade de recondução, se reeleito. Requisitos para ser
Conselheiro: idoneidade moral, idade superior a 21 anos e residir no município.
#APOSTACICLOS: Diferenças entre Conselhos de Direitos e Conselhos Tutelares são muito demandadas
em concursos.
Conselho de Direitos Conselhos Tutelares
Opera nos três níveis. Nacional (Conanda), Só existe no âmbito do município e nas regiões
estadual e municipal. administrativas do Distrito Federal.
Metade de seus membros é do governo e
Seus membros são escolhidos por votação
metade representa a sociedade civil.
popular e não há representantes do governo.
Composição paritária.
Sua função principal é atender casos concretos e
Sua função é deliberar a política pública –
aplicar medidas de proteção ou medidas
normativa – e controlar a sua execução.
pertinentes aos pais.
Gere um fundo de recursos destinados a
Não há fundo a ser gerido pelo CS, mas sua
custear algumas iniciativas da política de
infraestrutura é custeada pelo município.
atendimento – FIA.
Função não remunerada Função remunerada

4 Medidas de proteção. 4.1 Disposições gerais. 4.2 Medidas específicas de proteção. 4.3
Colocação em família substituta. 5 Medidas pertinentes aos pais ou responsável.
- Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do
Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta.
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- Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo.
- São medidas de proteção estabelecidas no Estatuto: I - encaminhamento aos pais ou responsável,
mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; III -
matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV - inclusão em
serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
adolescente; V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos; VII - acolhimento institucional; VIII - inclusão em programa de acolhimento
familiar; IX - colocação em família substituta.
- Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Parágrafo único. São
também princípios que regem a aplicação das medidas: I - condição da criança e do adolescente como
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
direitos de que crianças e adolescentes são titulares; III - responsabilidade primária e solidária do poder
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade
primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais; IV - interesse superior
da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; V - privacidade: a promoção dos
direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à
imagem e reserva da sua vida privada; VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; VII - intervenção mínima:
a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; VIII -
proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em
que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; IX -
responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus
deveres para com a criança e o adolescente; e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto
não for possível, que promovam a sua integração em família substituta; XI - obrigatoriedade da
informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; XII - oitiva obrigatória e participação: a
criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na
definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente
considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta
Lei.
- É direito fundamental de toda criança e adolescente ser criado e educado no seio de sua família
natural, e excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária
(art.19, ECA). Excepcionalmente, portanto, como na hipótese em que a família natural não seja capaz de
garantir direitos e garantias decorrentes do princípio da proteção integral (maus-tratos, abandono,
dependência a entorpecentes, orfandade etc), promover-se-á a colocação da criança e adolescente,

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sempre tendo em vista o melhor interesse destes, em uma família substituta, esta que compreende três
espécies: a guarda, a tutela e a adoção.

6 Direito à convivência familiar. 6.1 Família natural e família substituta. 6.2 Guarda. 6.3
Tutela. 6.4 Adoção. 6.5 Perda ou suspensão do poder familiar. 6.6 Colocação em família
substituta.
- Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende
para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais
a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
- 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciários.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da
pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº
9.528/97 na Lei nº 8.213/91. O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa
promovida na lei geral da Previdência Social, em homenagem ao princípio da proteção integral e
preferência da criança e do adolescente (art. 227 da CF/88). STJ. Corte Especial. EREsp 1141788/RS, Min.
Rel. João Otávio de Noronha, julgado em 07/12/2016.

- O Estatuto deixa claro que o tutor indicado em testamento ou outro documento pelo genitor falecido
necessita, mesmo assim, ter essa condição ratificada pelo juiz, que pode deixar de fazê-lo se entender
que, do ponto de vista do que é melhor para a criança ou o adolescente, outra pessoa é mais adequada
para exercer o encargo. Assim, o genitor não tem o direito pleno de definir quem será o tutor de seus
filhos após seu falecimento, ainda que sua vontade seja levada em consideração.
- § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda
legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição
do vínculo.
- § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não
cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II -
for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três)
anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de
afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
nos arts. 237 ou 238 desta Lei.

GUARDA TUTELA ADOÇÃO


Obriga a prestar assistência Engloba o dever de guarda e
material, moral e de administração dos bens do Forma vínculo familiar.
educacional. tutelado.
Não implica perda ou Demanda necessariamente a É necessária a perda do poder
suspensão do poder perda ou suspensão do poder familiar dos pais biológicos; o

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familiar, mas o guardião familiar. pedido deve ser expresso na


pode se opor aos pais. ação de adoção;
Destinada ao amparo e à
administração dos bens da Objetiva a criação do vínculo
Destinada a regularizar a
criança ou adolescente em de paternidade/maternidade
posse de fato da criança ou
caso de falecimento dos pais, entre pais-adotantes e filhos-
do adolescente.
ausência ou perda do poder adotados.
familiar.
Em regra, é deferida no
curso dos processos de
É possível a concessão de
tutela e adoção, exceto na
É possível a concessão de guarda no curso do processo de
adoção estrangeira. Cabível
guarda no curso do processo adoção. Em processo de
também como pedido
de tutela. adoção estrangeira, não é
autônomo em caso de falta
possível a concessão da guarda.
eventual de pais ou
responsável.
STJ: inclui direitos
Inclui direitos previdenciários, Goza de plenos direitos
previdenciários, pois a lei n.
pois há previsão no art. 16, previdenciários, pois é filho tal
8213, que é regra especial,
§3º, da lei 8213. qual o biológico.
não prevê.
Revogável. Revogável. Irrevogável.
O adotado recebe o nome do
Não há mudança de nome Não há mudança de nome da
adotante e pode mudar o
da criança ou adolescente. criança ou adolescente.
prenome.

#OLHAOGANCHO #JURISEMTESE
A observância do cadastro de adotantes não é absoluta, podendo ser excepcionada em prol do princípio
do melhor interesse da criança.
O acolhimento institucional ou familiar temporário não representa o melhor interesse da criança
mesmo nos casos de adoção irregular ou "à brasileira", salvo quando há evidente risco à integridade
física ou psíquica do menor.
É possível a adoção póstuma quando comprovada a anterior manifestação inequívoca do adotante.
A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro
do domicílio do detentor de sua guarda.
Ao menor sob guarda deve ser assegurado o benefício de pensão por morte em face da prevalência do
disposto no artigo 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, sobre norma previdenciária.
O reconhecimento do estado de filiação constitui direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
podendo ser exercitado sem qualquer restrição, fundamentado o direito essencial à busca pela
identidade biológica.
Eventuais irregularidades na adoção podem ser superadas em virtude da situação de fato consolidada
no tempo, desde que favoráveis ao adotando.
É possível o deferimento da guarda de criança ou adolescente aos avós, para atender situações
peculiares, visando preservar o melhor interesse da criança.
Não é possível conferir-se a guarda de criança ou adolescente aos avós para fins exclusivamente
financeiros ou previdenciários.
Não há óbice à adoção feita por casal homoafetivo desde que a medida represente reais vantagens ao
adotando.

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#ATENÇÃO: Nos casos em que o Ministério Público promove a ação de destituição do poder familiar ou
de acolhimento institucional não é obrigatória a nomeação da Defensoria Pública como curadora
especial.

7 Prática do ato infracional. 7.1 A questão socioeducativa. 7.2 Conceito e tempo do ato
infracional. 7.3 Inimputabilidade. 7.4 Direitos individuais. 7.5 Garantias processuais. 7.6
Medidas socioeducativas. 7.7 Remissão.
- Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados (#DEOLHONAPEGADINHA) à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada
- Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I — tratar-se de ato infracional
cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II — por reiteração no cometimento de outras
infrações graves; III — por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
O ECA não estipulou um número mínimo de atos infracionais graves para justificar a internação do
menor infrator com fulcro no art. 122, II, do ECA (reiteração no cometimento de outras infrações
graves). Logo, cabe ao magistrado analisar as peculiaridades de cada caso e as condições específicas do
adolescente a fim de aplicar ou não a internação. Está superado o entendimento de que a internação
com base nesse dispositivo somente seria permitida com a prática de no mínimo 3 infrações. STJ. 5ª
Turma. HC 332.440/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2015.

#DEOLHONAJURIS: A expedição de mandado de busca e apreensão para localizar adolescente que


descumpriu medida socioeducativa de liberdade assistida não configura constrangimento ilegal, nem
mesmo contraria o enunciado da Súmula n. 265 do STJ. A expedição de mandado de busca e apreensão
é feia para que se localize o adolescente que descumpriu a medida aplicada em meio aberto a fim de
encaminhá-lo ao Juízo e apresentá-lo em audiência, oportunizando-lhe a apresentação de justificação.
STJ. 6ª Turma. HC 381.127/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/03/2017.

Súmula 338 STJ: A prescrição penal é aplicável às medidas socioeducativas.

#DEOLHONAJURIS: A falta de entrevista pessoal do adolescente antes da audiência de apresentação


importa em nulidade, ante a ofensa ao princípio da ampla defesa, se evidenciado prejuízo à defesa do
adolescente. STJ. 5ª Turma. HC 345.390/DF, Rel. Min. Felix

Súmula 492-STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente
à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente. 13/08/2012.

- A remissão é um instituto recomendado pelas Nações Unidas em um documento internacional


chamado de "Regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da
Juventude" (Regras de Beijing).
- Essa recomendação existe porque se entende que, sempre que possível, deve-se evitar que o
adolescente seja submetido a uma ação socioeducativa na qual ele passaria pelo estigma de ter sido
submetido a um processo judicial infracional.
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- Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante
do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e
sua maior ou menor participação no ato infracional. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
- Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e
a internação.
- Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público
#APOSTACICLOS Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

8 Acesso à Justiça. 8.1 A Justiça da infância e da juventude. 8.2 Princípios gerais. 8.3
Competência. 8.4 Serviços auxiliares.
- A competência territorial, segundo o Estatuto, será determinada: a) em primeiro lugar, pelo domicílio
dos pais ou responsável; b) à falta dos pais ou responsável, a competência é determinada pelo lugar
onde se encontra a criança ou adolescente; c) para casos de ato infracional, é competente a Justiça do
local da ação ou omissão típica; d) a execução das medidas (de proteção ou socioeducativa) pode ser
delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável ou do local em que a criança
ou adolescente estiver internado ou abrigado. Via de regra, é o juiz da comarca onde está sediado o
programa de acolhimento ou de internação/semiliberdade que será responsável pela execução da
medida.
- As demais medidas de proteção e as medidas socioeducativas em meio aberto são executadas pelo juiz
do local da residência da criança/adolescente e de seus pais ou responsável, que deve coincidir com o
local onde os programas são oferecidos. - Do ponto de vista territorial, é competente para atuar o
Conselho do local do domicílio dos pais ou responsável ou, na falta dos pais ou responsável, do lugar
onde se encontre a criança ou o adolescente (princípio do juízo imediato).
- Súmula 383 do STJ: A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é,
em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
- As regras de competência funcional estão previstas no art. 148 do ECA e podem ser divididas em dois
conjuntos.
- O primeiro diz respeito à competência exclusiva da Vara da Infância ou do juiz com jurisdição para
tanto. Nele está: a) toda matéria atinente ao processo judicial de apuração de ato infracional, concessão
de remissão, aplicação e execução de medida socioeducativa; b) adoção de criança e adolescente e seus
incidentes 108; c) apuração de irregularidade em entidades de atendimento (arts. 191 e seguintes) e
apuração de infração administrativa contra norma de proteção à criança ou adolescente e aplicação das
respectivas sanções (arts. 194 e seguintes); d) ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente, respeitada, todavia, a competência da Justiça Federal e
competência originária dos Tribunais Superiores (art. 209).
- #ALODEFENSORIA O ECA determina ao juiz que dê curador especial à criança ou adolescente em dois
casos: se seus pais ou responsáveis não os representarem ou assistirem, estando ausentes, e se o
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interesse dos pais ou se o interesse dos responsáveis colidirem com os interesses da criança e do
adolescente. O exercício da curadoria especial nos casos previstos em lei é atribuição institucional da
Defensoria Pública (Lei Complementar n. 80, art. 4º, XVI).
- Competência exclusiva da Justiça da Infância e da Juventude: a) toda matéria atinente ao processo
judicial de apuração de ato infracional, concessão de remissão, aplicação e execução de medida
socioeducativa; b) adoção de criança e adolescente e seus incidentes; c) apuração de irregularidade em
entidades de atendimento e apuração de infração administrativa contra norma de proteção à criança ou
adolescente e aplicação das respectivas sanções; d) ações civis fundadas em interesses individuais,
difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, respeitada, todavia, a competência da Justiça
Federal e competência originária dos Tribunais Superiores.
- - § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de
vinte e quatro horas. (#OLHAOPRAZO)
- - Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

9 Procedimentos. 9.1 Disposições gerais. 9.2 Perda e suspensão do poder familiar. 9.3
Destituição da tutela. 9.4 Colocação em família substituta. 9.5 Apuração de ato infracional
atribuído ao adolescente. 9.6 Apuração de irregularidade em entidade de atendimento. 9.7
Apuração de infração administrativa às normas de proteção à criança e ao adolescente.
- Em relação aos procedimentos especiais regulados no ECA, são eles:
 a) Perda e Suspensão do Poder Familiar;
 b) Colocação em Família Substituta;
 c) Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente;
 d) Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento;
 e) Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente;
 f) Habilitação de Pretendentes à Adoção.
- A Lei n. 12.594/2012 disciplinou o Procedimento de Execução de Medida Socioeducativa.
- O pedido de destituição do poder familiar, na vasta maioria dos casos, tem como objetivo criar
condições para que a criança seja adotada quando não há consentimento formalizável dos genitores
com a medida. Nos casos de adoção intuito personae (criança já vive com os adotantes), o pedido
adotivo pode ser cumulado com o pedido de destituição do poder familiar (ainda que ambos se tratem
de procedimentos especiais) e é geralmente ajuizado pelo próprio adotante.
- Em relação a este procedimento, atentar especialmente para: a) pode ser iniciado por representação
do Conselho Tutelar ou do Ministério Público e também por portaria da própria autoridade judiciária
que julgará o feito, algo que viola o princípio da inércia da jurisdição, mas está na lei, como decorrência
de uma atribuição também atípica conferida ao juiz que é a de fiscalizar as entidades; b) a irregularidade
pode ser da própria entidade não governamental ou dos programas por ela desenvolvidos; c) o Estatuto
não arrola a Defensoria Pública como instância de fiscalização das entidades de atendimento, razão pela
qual não lhe é conferida expressamente legitimidade ativa para dar início ao procedimento.
- Todavia, a Lei Complementar n. 80, art. 4º, XVII, estabelece como função institucional da Defensoria
Pública, atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de internação de adolescentes, visando a
assegurar às pessoas, sob quaisquer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e garantias
fundamentais. Assim, a Defensoria dispõe de poder de fiscalização de programas socioeducativos em

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regime de internação, pelo que se mostra sustentável a tese de que ela é também é legitimada a, por
representação, instaurar o procedimento do art. 191 do ECA.

10 Recursos. 11 Ministério Público. 12 O advogado. 13 Proteção judicial dos interesses


individuais, difusos e coletivos das crianças e dos adolescentes.
- O capítulo dos recursos sofreu impacto de diversas reformas na legislação processual civil e do próprio
Estatuto da Criança e do Adolescente, dando margem a algumas polêmicas.
- O sistema recursal é o mesmo do Código de Processo Civil, inclusive para procedimentos de natureza
infracional (apuração de ato infracional – arts. 171 e seguintes do ECA e execução de medidas
socioeducativas – Lei n. 12.594/2012).
- As regras ditadas no ECA são adaptações específicas e pontuais a esta sistemática recursal, cumprindo
destacar:
 a) o prazo para todos os recursos é de 10 dias, exceto embargos de declaração;
 b) é cabível o juízo de retratação, inclusive de sentença de mérito, antes da remessa de
apelação ao Tribunal;
 c) deve ser recebida, apenas no efeito devolutivo, apelação interposta contra sentença que
deferir adoção nacional (salvo perigo de dano irreparável) e que destituir os genitores do
poder familiar;
 d) prioridade de processamento dos recursos interpostos nos procedimentos de adoção e
destituição do poder familiar: devem ser distribuídos imediatamente e, quando conclusos ao
relator, devem ser postos para julgamento em no máximo 60 dias.
- #ATENÇÃO Ressalta-se que compete ao Ministério Público conceder remissão como forma de exclusão
do processo. A concessão está sujeita a homologação judicial (art. 181, § 1º). Embora o Ministério
Público possa incluir, eventualmente, na remissão como forma de exclusão de processo, a aplicação de
medidas socioeducativas em meio aberto (art. 127), isso não significa que o órgão, nesse caso, aplique a
medida, pois, nos termos da Súmula 108 do STJ, a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente,
pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do Juiz, conforme anteriormente citado.
- Além disso, embora possa o Ministério Público promover ações de nomeação de tutores e guardiães, a
lei não autoriza o órgão a promover ações de adoção.
- Súmula 108 STJ: A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela pratica de ato
infracional, e da competência exclusiva do juiz.
- Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: I - do
ensino obrigatório; II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência; III - de
atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; III – de atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; IV - de ensino noturno regular, adequado
às condições do educando; V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental; VI - de serviço de assistência
social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às
crianças e adolescentes que dele necessitem; VII - de acesso às ações e serviços de saúde; VIII - de
escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade. IX - de ações, serviços e
programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito
à convivência familiar por crianças e adolescentes. X - de programas de atendimento para a execução
das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.

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- Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a
competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
#APOSTACICLOS: Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-
se legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público; II - a União, os estados, os municípios, o
Distrito Federal e os territórios; III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária. § 1º Admitir-se-á
litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
direitos de que cuida esta Lei. § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.

14 Crimes e infrações administrativas.


Infrações Administrativas
- Existem deveres em relação à infância. Da inobservância de tais deveres, tem-se a possibilidade da
responsabilização do agente, havendo a previsão de:
 Crimes;
 Infrações Administrativas;
 Medidas Pertinentes aos Pais e Responsáveis;
 Medidas Aplicáveis pelos Conselhos Tutelares decorrentes de castigo físico ou tratamento
cruel ou degradante.
- As infrações administrativas consistem em ações que estão tipificadas no ECA, e que serão apuradas
pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude. Veja-se que essas medidas observam, portanto, o princípio
da tipicidade, de forma que, somente são assim consideradas aquelas previstas no ECA.
- Para a apuração das infrações, deve ser observado o devido processo legal.
Regras Gerais
Destacam-se as seguintes disposições:
- Sanção: Nos tipos administrativos há uma previsão de sanção respectiva.
- As infrações administrativas estão previstas a partir do art. 245 do ECA.
- Em algumas hipóteses há uma previsão de multa a ser aplicada na medida de “Salário de Referência”,
o que não mais existe atualmente. Nestes casos, não há falar em conversão automática de “salário de
Referência” em salário-mínimo. O STJ, para a aplicação da multa respectiva, promoveu uma atualização
monetária do valor existente à época de aprovação do ECA e aplica observando essa quantia.
- Prescrição: as infrações administrativas prescrevem e levam em consideração o prazo de prescrição do
Direito Administrativo, qual seja, 05 (cinco) anos.
- Tentativa: não se admite tentativa de infrações administrativa, posto não haver previsão expressa
necessária para tanto.
- As infrações administrativas previstas pelo Estatuto dispensam a presença de dolo ou culpa, bastando
estar presente a voluntariedade da conduta.
#SELIGANASÚMULA: A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do
Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

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#DEOLHONAJURIS: Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses


nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e
incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art. 240 e 241-B do
ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica clara a finalidade sexual e
libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com enfoque nos órgãos genitais de
adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —, e de poses nitidamente sensuais, em que
explorada sua sexualidade com conotação obscena e pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1.543.267-SC,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015 (Info 577).

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