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PARTE I
SUMÁRIO
DIREITO EMPRESARIAL.................................................................................................................3
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ................................................................................................... 29
MEDICINA LEGAL ...................................................................................................................... 56
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................................ 70
DIREITO EMPRESARIAL1
DIREITO DE EMPRESA. EMPRESÁRIO. CAPACIDADE.
- O CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce empresa (atividade)
será considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu parágrafo único2:
Regra: Adoção de
Art. 966 do CC
critério material
• Profissionalmente
par
• Atividade econômica
enquadramento
• Organizada
dos agentes
• Produção ou circulação de bens ou serviços
econômicos
Regra
TEORIA DA Profissionais
Exceção: Adoção Exceção: quando o exercício da
EMPRESA intelectuais
de outros profissão constitui elemento de
critérios para empresa
determinados Exercente de atividade Regra
agentes rural Exceção: quando optar por registro na
econômicos
Junta Comercial (natureza constitutiva)
específicos
Cooperativas
Sociedade por ações
Sociedades de advogados
_______________________________________________________________________________
1
Por Andréa Griz (@deagriz).
2
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
- O Código Civil cria algumas restrições para que uma pessoa física exerça a atividade empresarial (para
que se transforme em empresária individual):
VEDAÇÕES AO EXERCÍCIO DE EMPRESA
Os legalmente impedidos3
• Art. 1011, §1º do CC: condenados a certos crimes
relacionados na norma;
Os que não estão no pleno gozo da
• Art. 117, X da Lei 8112/90: servidores públicos
capacidade civil (exceção: exercício de
federais;
atividade empresarial por incapaz, mediante
• Art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN: magistrados;
autorização judicial – art. 974 do CPC).
• Art. 44, III da Lei 8625/93: membros do Ministério
Público; #ATENÇÃO
• Art. 29 da Lei 6880/80: militares.
EMPRESÁRIO CASADO:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. #GRIFO NOSSO
EMPRESÁRIO INCAPAZ:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. #GRIFO NOSSO
- O incapaz não pode iniciar atividade empresária, apenas continuar aquela já existe nos casos de
incapacidade superveniente ou quando receber a atividade por herança.
#LEMBREM: os bens que o incapaz possuía antes da declaração de incapacidade ou sucessão não podem
ser penhorados para pagar dívidas da sociedade. #PROTEÇÃODOINCAPAZ
#FIQUELIGADO: O incapaz pode ser sócio. Nesse caso, basta que não seja o administrador, que o capital
esteja integralizado e que ele esteja assistido/representado.
EMPRESÁRIO RURAL:
- No que tange ao empresário rural é importante revisar sobre a obrigatoriedade (ou não) do seu
registro na Junta Comercial.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
INSCRIÇÃO Empresário individual ou Sociedade empresária precisam se registrar na Junta
DO Comercial antes de iniciar suas atividades, sob pena de exercer sua empresa
EMPRESÁRIO irregularmente.
Consequência pelo não registro: será considerado empresário e se submeterá às
regras do regime jurídico empresarial, embora esteja irregular, do que sofrerá
_______________________________________________________________________________
3
#CUIDADO! A proibição é para o exercício de empresa, podendo ser sócios ou cotistas de responsabilidade
limitada, desde que não exerçam funções de gerência ou administração.
EMPRESÁRIO
REGISTRO: para equiparação à
RURAL EFEITO condição de empresário.
CONSTITUTIVO
PEQUENO EMPRESÁRIO:
#PRINCÍPIO DA IGUALDADE: De acordo com o princípio da igualdade, em breve síntese, deve haver
tratamento desigual para as pessoas que estão em condições de desigualdade. Na atividade
empresarial, percebeu-se essa necessidade de tratamento diferente para as atividades empresárias de
menor porte, que por sua menor capacidade econômica, precisam de determinados incentivos, para
que possam competir no mercado.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno
porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e
o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que: #ATENÇÃO! #GRIFO NOSSO.
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) (...)
§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou
empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou
qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados.
- CONCEITO: É uma nova pessoa jurídica de direito privado (associações, sociedade, EIRELI) constituída
por um único titular, que responde limitadamente pelo resultado da empresa. Conforme vimos acima, a
responsabilidade do empresário individual é ilimitada. A ideia do legislador, ao criar a EIRELI, foi permitir
justamente que uma única pessoa pudesse exercer a empresa com responsabilidade limitada.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
- CAPITAL MÍNIMO: a lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário
mínimo vigente no país) para a sua constituição.
- NOME EMPRESARIAL: A EIRELI pode usar tanto firma quanto denominação.
- LIMITAÇÃO DE CONSTITUIÇÃO: o § 2.º do art. 980-A do CC diz que “a pessoa natural que constituir
empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa
modalidade”.
ESTABELECIMENTO
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária5. #GRIFO NOSSO.
- CONCEITO: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no
exercício da sua atividade.
Mercadorias
Instalações
BENS CORPÓREOS
Equipamentos
ESTABELECIMENTO Veículos e etc.
EMPRESARIAL Marcas
BENS Patentes
INCORPÓREOS Direitos
Ponto
_______________________________________________________________________________
5
#SELIGA: O estabelecimento não compreende apenas o local onde a atividade é exercida. Não se esqueça do
patrimônio imaterial também. Ex. marca.
#ATENÇÃO: Há de ser devidamente registrado para preservar os interesses dos credores (art. 1.144,
CC).
#DE OLHO NA SÚMULA – Súmula 451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos
constitucionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente
comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária
concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e em
determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João resolveu montar um
quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um contrato com a
operadora de celular “XXX” por meio da qual ele somente iria vender os produtos e serviços dessa
operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento para abrir a
loja. No contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava proibido, por 6
meses após a extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente naquela cidade.
Essa cláusula de não concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561).
#DE OLHO NO JULGADO: De acordo com o STJ, o fundo de comércio (hoje denominado de
“estabelecimento empresarial”) deve ser levado em conta na aferição dos valores eventualmente
devidos a sócio excluído da sociedade (REsp 907014/MS).
- AVIAMENTO: o estabelecimento empresarial não deve ser visto apenas sob o ponto de visto estático,
mas também dinâmico. Isso quer dizer que devemos levar em consideração também o ponto comercial,
as estratégias de marketing, etc. Em outras palavras, aviamento é a aptidão da empresa para produzir
lucros, decorrente da qualidade e da melhor perfeição e sua organização. #PRECISO DE UM EXEMPLO.
Veja bem. Se imaginarmos 2 (duas) lanchonetes que sirvam produtos parecidos, usando dos mesmos
materiais (freezers, balcões, mesas), localizadas numa mesma região. Sob o ponto de vista estático,
essas duas lanchonetes têm semelhança. Contudo, sob o ponto de vista dinâmico, a lucratividade de
uma e de outra será diferente. Isso porque cada empresário usará uma estratégia de captação de cliente
distinta. Isso é aviamento6.
REGISTRO E ESCRITURAÇÃO
REGISTRO
- FINALIDADE DO REGISTRO: da mesma forma que se exige de uma pessoa natural o registro do seu
nascimento, bem como dos atos mais importantes de sua vida (ex. casamento e morte), a fim de
determinar o término de sua personalidade, o empresário ou a sociedade empresária registra o seu
início, os seus atos mais importantes (ex. alteração de capital, extinção, etc.).
- NATUREZA: Como vimos, o registro, como regra, NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o
empresário rural, como vimos acima. Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular,
sofrendo, com isso, algumas restrições impostas pela lei. Ex. O empresário irregular não pode, por
exemplo, pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a sua própria falência (autofalência). Além
disso, sua responsabilidade passará a ser ilimitada.
JUNTA COMERCIAL X REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS (art. 1.150, CC):
O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a
cargo das Juntas Comerciais;
A sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
- QUEM PROMOVE O REGISTRO? O registro será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de
omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado (art. 1.151, CC).
#LEMBRAR DA INSCRIÇÃO DO ESTABELECIMENTO SECUNDÁRIO:
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro
Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição
originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada
no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. #GRIFO NOSSO.
#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
- Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
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#DE OLHO NO JULGADO: o STJ tem usado o aviamento como parâmetro para aferição na apuração de haveres
dos sócios (REsp 908173/PE).
- ÓRGÃOS REGISTRAIS: O Sistema Nacional de Registro do Comércio – SINREM é composto pelo DNRC
(Departamento Nacional de Registro de Comércio) e as Juntas Estaduais.
- JUNTAS COMERCIAIS: As Juntas Comerciais são órgãos subordinados administrativamente ao governo
das Unidades Federativas a que pertencem, já que cada unidade da federação conterá um órgão dessa
natureza e se subordinará administrativamente ao DNRC. Vejamos o que diz o art. 3º, a Lei nº 8.934/94:
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em
todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional
de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos:
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções supervisora,
orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo;
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de
registro.
#TABELINHADACOACH:
- MOMENTO PARA REGISTRO: os registros acima deverão ser feitos dentro de 30 (trinta) dias contados
da assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só
terá eficácia a partir do despacho que o conceder (art. 36, da Lei nº 8.934/94).
ESCRITURAÇÃO
- Além de promover os registros obrigatórios, o empresário também deve fazer a contabilidade e
manutenção de seus livros.
Art. 1.179, CC. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em
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#ATENÇÃO: é o único ato que não tem o condão de dar publicidade ao ato que é levado a registro.
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#DE OLHO NAS SÚMULAS: a) Súmula 260, STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica
limitado às transações entre os litigantes; b) Súmula 390, STF: A exibição judicial de livros comerciais
pode ser requerida como medida preventiva.
NOME EMPRESARIAL
#VAMOS DIFERENCIAR:
Deve conter o nome
civil do empresário ou
Contrata
dos sócios da sociedade Serve de assinatura
FIRMA assinando o nome
empresária e pode do empresário
empresarial
NOME conter ramos de
EMPRESARIAL atividade
Deve designar o objeto Contrata
Não serve de
da empresa e pode assinando com o
DENOMINAÇÃO assinatura do
adotar nome civil ou nome civil do
empresário
qualquer outra representante
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expressão
Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne
os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo
em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário”.
- Ou seja, o registro NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o empresário rural, como vimos
acima. Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas
restrições impostas pela lei. Ex. O empresário irregular não pode, por exemplo, pedir a falência de
terceiros, embora possa pedir a sua própria falência (autofalência).
Pode ser determinada de
PARCIAL ofício ou a requerimento Cabível em qualquer ação judicial
da parte interessada
Cabível somente em algumas ações
relativas a, por exemplo:
EXIBIÇÃO • Comunhão ou sociedade
DOS LIVROS Só pode ser determinada • Liquidação de sociedade
INTEGRAL pelo juiz a requerimento • Sucessão por morte de sócio
da parte interessada • Administração ou gestão à conta de
outrem
• Falência
• Quando e como determinar a lei.
#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
- Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
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#DEOLHONALEGISLAÇÃO:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. #GRIFOS NOSSOS.
#NÃOESQUEÇOMAIS:
- Abuso da personalidade
ART. 50, CC/02 TEORIA MAIOR
-Confusão patrimonial
- Abuso de direito;
- Excesso de poder;
- Infração da lei;
- Fato ou ato ilícito;
ART.28, CAPUT, CDC TEORIA MAIOR - Violação dos estatutos ou contrato social;
- Falência;
- Estado de insolvência;
- Encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
Sempre que personalidade for, de alguma forma,
ART.28, § 5º, CDC TEORIA MENOR obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
ART. 4°, LEI
Quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento
9.605/98 (LEI TEORIA MENOR
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente
AMBIENTAL)
- Abuso de direito;
- Excesso de poder;
- Infração da lei;
ART. 34, LEI - Fato ou ato ilícito;
10.2.529/2011 TEORIA MAIOR - Violação dos estatutos ou contrato social;
(LEI ANTI-TRUST) - Falência;
-Estado de insolvência;
- Encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
- O rol de sociedades é trazido pelo art. 44, CC, abrangendo pessoas jurídicas de direito privado dotadas
de personalidade jurídica e não dotadas de personalidade jurídica.
#REMEMBER: o conceito de sociedade em nosso país leva em consideração a união de duas ou mais
pessoas, ou seja, não inclui a EIRELI, que é formada por uma única pessoa. Existem exceções a essa
pluralidade de sócios: situações transitórias em que a sociedade funciona com um único sócio, empresas
públicas, sociedades subsidiárias integral e sociedade unipessoal de advocacia.
- Ter personalidade jurídica significa poder adquirir direitos e obrigações em nome da própria sociedade
e criar uma responsabilidade subsidiária dos sócios.
#MEMORIZAR
SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA SOCIEDADE PERSONIFICADA
SOCIEDADE SIMPLES
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
SOCIEDADE COMUM SOCIEDADE LIMITADA
SOCIEDADE ANÔNIMA
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SOCIEDADE COOPERATIVA
SOCIEDADE COLIGADAS
SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO
SOCIEDADE ESTRANGEIRA
#NÃO CONFUNDA:
- Sociedade comum: sem registro
- Sociedade de fato: não tem ato constitutivo
- Sociedade irregular: tem ato constitutivo, mas não registrou.
- Sociedade simples: sem finalidade empresária
- Sociedade civil: não existe mais. Se não for empresarial = sociedade simples
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais:
- Visto isso, precisamos entender como funciona a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais
da sociedade que compõem.
#COLANARETINA
RELAÇÃO TIPO DE RESPONSABILIDADE
Subsidiária e ilimitada (será solidária,
RESPONSABILIDADE DO Sócio x sociedade se contratou pela sociedade8) – art.
SÓCIO NA SOCIEDADE 990, CC.
COMUM
Sócio x sócio Solidária9
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8
Caso o sócio seja demandado por uma dívida que pertence à sociedade, terá direito ao benefício de ordem, ou
seja, que primeiro se penhore os bens do patrimônio especial para somente depois penhorar os bens particulares.
Exceção: não se aplica para aquele que emprestou seu nome para a sociedade (art. 989 e 990, CC).
9
Se o credor provar que a dívida era da sociedade, poderá demandar todos os sócios e não apenas em cujo nome
a obrigação estiver formalizada.
16
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Art. 993, Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio
participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de
responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na
proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.
- A resposta da banca, considerada correta, foi a de que a responsabilidade dos sócios pelas obrigações
sociais, em razão da personalização das sociedades empresárias, seria a responsabilidade SUBSIDIÁRIA
(art. 1024, CC).
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#NÃOERROMAIS
Entre os sócios e a sociedade a responsabilidade é SUBSIDIÁRIA e não solidária
(1º a Pessoa Jurídica e depois os sócios).
Sociedade
RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA
Sócios
RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA
#ATENÇÃO
(I) Sociedade entre cônjuges
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
(II) Sociedade unipessoal?
O Brasil admite a constituição de sociedade unipessoal? A resposta é NEGATIVA. Em nosso
ordenamento jurídico, a pluralidade de sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981
do Código Civil). Há apenas um caso excepcional de sociedade unipessoal admitido em nosso
ordenamento jurídico. Trata-se da chamada sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade
anônima que tem como único sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2.º, da LSA).
(III) Sociedade nacional
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração.
SOCIEDADE LIMITADA
- Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve, basicamente, a dois fenômenos:
A responsabilidade dos sócios é LIMITADA;
A sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior flexibilidade aos sócios.
- CAPITAL SOCIAL: Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade, a fim de que
ela possa cumprir seu objeto social. O capital social deve ser sempre expresso em moeda corrente
nacional.
19
- AÇÕES – são bens móveis que representam frações em que está dividido o capital social, concedendo
ao seu titular um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à companhia.
- DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.
- PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. São
emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado.
20
- BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições constantes
do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do aumento do capital
social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro.
- COMMERCIAL PAPER – são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos no
mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo.
#ÓRGÃOS DA S/A
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os
ASSEMBLEIA-GERAL
acionistas (com ou sem direito a voto).
CONSELHO DE Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões
ADMINISTRAÇÃO da Cia. (mínimo 3 membros, acionistas ou não).
Órgão de representação legal da S/A e execução das
ÓRGÃOS DA S/A DIRETORIA deliberações da assembleia-geral ou do Conselho de
Administração (mínimo 2 membros, acionistas ou não).
Órgão colegiado de fiscalização dos órgãos de
administração (existência obrigatória e funcionamento
CONSELHO FISCAL
facultativo; mínimo de 3 e máximo de 5 membros,
acionistas ou não).
TÍTULOS DE CRÉDITO
- CONCEITO LEGAL: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo
nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei (art. 887, CC).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
- DOCUMENTOS FORMAIS: por precisarem observar os requisitos essenciais previstos na legislação
cambiária;
- BENS MÓVEIS (nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se aos
princípios que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve que a posse de boa-fé vale
como propriedade;
- TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO: por serem documentos necessários ao exercício dos direitos neles
contidos;
- TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS.
Cartularidade
Literalidade
PRINCÍPIOS
Abstração
INFORMADORES
Autonomia Inoponibilidade das exceções
pessoais aos terceiros de boa-fé
TÍTULOS • Natureza essencialmente comercial;
DE • Documentos formais;
CRÉDITO • Natureza de bens móveis;
PRINCIPAIS • São títulos de apresentação;
CARACTERÍSTICAS • Constituem títulos executivos extrajudiciais; • Representam
obrigações quesíveis;
• É título de resgate;
• É título de circulação
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- LITERALIDADE: o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em outros
termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no próprio título
produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador.
- AUTONOMIA: o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo,
originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Melhor dizendo: o legítimo
portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das demais relações que o
antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que eventualmente as
acometeram.
#FIQUEDEOLHO: Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles:
a) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula, ele se
desvincula da relação que lhe deu origem;
b) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à relação que
originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o título legitimamente.
CLASSIFICAÇÃO
#SELIGANATABELINHA:
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904
do Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita
de forma expressa;
(b) Título nominal: é aquele que identifica expressamente o seu titular,
ou seja, o credor. A transferência da titularidade do crédito, pois, não
QUANTO À FORMA DE depende apenas da mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa:
TRANSFERÊNCIA é preciso, além disso, praticar um ato formal que opere a transferência da
titularidade do crédito;
(c) Títulos nominativos: segundo o art. 921 do Código Civil, são aqueles
emitidos em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro
específico mantido pelo emitente do título.
(a) Título de modelo livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma
forma específica preestabelecida;
QUANTO AO MODELO
(b) Título de modelo vinculado: ao contrário, se submete a uma rígida
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo
feitos legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas.
(a) Ordem de pagamento (ex. letra de câmbio, cheque e duplicata) = se
QUANTO À ESTRUTURA caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas, a partir
da sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite
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#DEOLHONOSJULGADOS:
- #IMPORTANTE O art. 1.647, III, do CC que previu que uma pessoa casada só pode prestar aval se tiver
autorização do cônjuge (exceto no regime de separação absoluta) somente é aplicado aos títulos de
créditos inominados, considerando que eles não são regidos pelo Código Civil. Ou seja, o aval dado aos
títulos de crédito nominados prescinde de outorga uxória ou marital.
- O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03 ANOS.
STJ (580).
- O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do princípio da
literalidade. STJ (580).
- A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de
apresentação do cheque, mas a irregular não. STJ (584).
- Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com a
indicação do emitente como devedor. STJ (584).
- Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da cártula,
ao passo que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição financeira
sacada. STJ (587).
LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO,
ESTRUTURA DO razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas:
TÍTULO a) a do sacador, que emite a ordem;
b) a do sacado, a quem a ordem é destinada;
23
NOTA PROMISSÓRIA
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão
dá origem a duas situações jurídicas distintas:
a) a do sacador ou promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor),
ESTRUTURA DO TÍTULO
que emite a nota e promete pagar determinada quantia a alguém;
b) e a do tomador, em favor de quem a nota é emitida e que receberá a
importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE!
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
câmbio em relação ao endosso, aval e vencimento.
CHEQUE
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em
razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição
ESTRUTURA DO TÍTULO financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só
é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário específico,
com uma numeração própria.
CURIOSIDADES (a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação
24
25
DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência,
ESTRUTURA DO TÍTULO quais sejam:
(i) uma compra e venda mercantil, ou
(ii) um contrato de prestação de serviço.
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista;
(b) É título estruturado como ordem de pagamento;
CARACTERÍSTICAS (c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO;
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor
(vendedor).
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor
(comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o
aceite, terá que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao
pagamento desse título independentemente de aceitá-lo expressamente.
Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser expresso (ordinário)
ou presumido (por presunção). A grande diferença entre o aceite
expresso e o aceite presumido se manifesta na execução da duplicata.
PROCEDIMENTO Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é título de crédito
perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores
formalidades. Basta a apresentação do título. No entanto, a execução
da duplicata aceita por presunção segue regra diferente. Além da
apresentação do título, são necessários o protesto (mesmo que a
execução se dirija contra o devedor principal) e o comprovante de
entrega das mercadorias. Há algumas súmulas interessantes sobre o
caso, que serão apresentadas logo ali abaixo.
ATOS CAMBIÁRIOS
ENDOSSO
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato
CONCEITO
cambiário, pois, que põe o título em circulação.
#SAIBAADIFERENÇA:
26
#MUITAATENÇÃO #CÓDIGOCIVIL
27
AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo
pagamento da obrigação constante do título.
CONCEITO
#OLHAAPEGADINHA:
- A LUG admite o AVAL PARCIAL.
- O CC (art. 897) NÃO ADMITE O AVAL PARCIAL.
O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em
que basta a simples assinatura do avalista. Nada impede, todavia, que o aval
LOCAL
seja feito no verso da cártula, bastando para tanto, além da assinatura, a
expressa menção de que se trata de aval.
O aval também pode ser feito em branco, hipótese em que não identifica o
PRETO avalizado, ou em preto, caso em que o avalizado é expressamente indicado.
x Quando o aval é em branco, presume-se que foi dado em favor de alguém: no
BRANCO caso da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos,
em favor do emitente ou subscritor.
Há três diferenças básicas:
PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse
CONCEITO fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução
do título ou (iii) a falta de pagamento do título.
28
Contra os coobrigados
NECESSÁRIO NECESSÁRIO
e endossantes.
x PROTESTO
FACULTATIVO Contra o devedor
FACULTATIVO
principal e seu avalista.
Medida processual muito comum é a cautelar de sustação de protesto. É
preciso destacar, porém, que ela só é cabível enquanto o protesto ainda não
foi lavrado. Após a sua lavratura, o máximo que se pode determinar é a
SUSTAÇÃO
sustação dos seus efeitos, mas, nesse caso, o protesto permanece incólume e
continuará registrado nos assentamentos do cartório em que foi lavrado, até
que seja feito o seu cancelamento.
#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data da emissão estampada na cártula.
- Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
- Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
- Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
- Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
- Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste.
- Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o
cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária.
- Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
- Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
- Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
- Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
- Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
29
- As medidas de segurança estabelecidas no CP são aplicadas em caso de contravenção penal (art. 13);
- A ação penal será pública incondicionada (art. 17);
- O porte de arma de fogo foi tacitamente revogado pela Lei nº 10.826/03, de maneira que o art. 19 (do
DL 3.688/41) deverá ser aplicado apenas para os casos de arma branca (ex. canivete);
- Atenção aos arts. 19 (porte de arma), 20 (anúncio de meio abortivo), 21 (vias de fato), 45 (simulação
de funcionário público), 47 (exercício ilegal da profissão ou atividade), 60 (lembrar que contravenção
penal de mendicância foi revogado), 66 (omissão de comunicação de crime), 67 (inumação ou exumação
de cadáver) e 68 (recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação).
#DEOLHONASSÚMULAS:
- Súmula 51, STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do
apostador ou do banqueiro;
- Súmula 720, STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de
dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias
terrestres;
11
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA PARA ESSE TRABALHO: Renato Brasileiro, jurisprudência do STJ, súmulas do STJ e
comentários de jurisprudência do dizer o direito (#MARCINHO).
12
#FICAADICA: Se na prova questionar se é admissível pena de reclusão, a resposta é SIM. Só que essa pena de
reclusão somente poderá ser cumprida no regime semiaberto ou aberto. O que não se admite é o regime fechado.
13
#OLHAOGANCHO: se for crime o tempo máximo de cumprimento de pena será de 30 (trinta) anos (art. 75,
“caput”, CP).
30
- Súmula 38, STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo
por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou
de suas entidades.
_______________________________________________________________________________
14
#OLHAOGANCHO: vai a júri popular.
15
Quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
16
Nos crimes hediondos, no que tange a progressão de regime, a reincidência não precisa ser específica. STJ. 6ª
Turma. HC 301.481-SP, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 2/6/2015
(Info 563).
31
-Estupro e atentado violento ao pudor são hediondos ainda que praticados na forma simples,
independentemente se praticados antes ou depois da Lei nº 12.015/09 ou que causem lesões de
natureza grave ou morte (Info 505, STJ e Info 835, STF);
-A causa de aumento de pena prevista no art. 9º, da Lei nº 8.072/90 foi tacitamente revogada pela Lei nº
12.015/2009 uma vez que esta lei revogou o art. 224, CP (STF, Info 692).
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza,
característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços (...).
CRIMES DE TORTURA (LEI Nº 9.455/97)
_______________________________________________________________________________
17
Crimes de ação penal pública incondicionada mais cobrados em provas:
Consumidor
Ambiental
Licitações
ECA
Idoso
32
- Particular pode cometer crime de tortura. Ser agente público não é elementar do tipo (é causa de
aumento de pena)18;
- Atenção especial ao crime cometido por agente público e contra criança ou adolescente (revogou-se o
ECA nesse sentido), portador de deficiência ou maior de 60 (sessenta) anos, pois se trata de causa de
aumento de pena (art. 1º, §4º, I e II, respectivamente);
- O art. 2º traz uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada;
- LESÃO CORPORAL: se leve, estará absorvida pelo crime de tortura; se grave ou gravíssima: qualificará
o crime (art. 1º, §3º).
#OLHAOGANCHO: A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ, julgado em
26/8/2015 (Info 577).
_______________________________________________________________________________
18
#TÁNAMODA Na Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes (Convenção da ONU, não confundir com a Interamericana!) somente agentes públicos podem
praticar a tortura ali prevista.
19
Se o réu for reincidente o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296, CTB).
33
- #ESPECIAL ATENÇÃO #INOVAÇÃO LEGISLATIVA: o art. 312-A, CTB trouxe hipóteses de penas
restritivas de direito em caso de delitos de trânsito (art. 302 a 312, CTB). Para a aplicação de tais penas,
em substituição às privativas de liberdade, é preciso que estejam presentes os requisitos do art. 44, CP.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- O fato de o condutor estar com a CHN vencida não se enquadra na causa de aumento de pena do art.
302, §1º, I, CTB20 (STJ, Info 581);
- Para a incidência da causa de aumento de pena do art. 302, §1º, IV, CTB é irrelevante que o agente
esteja transportando passageiros no momento do homicídio culposo cometido na direção do veículo
automotor21 (STJ, Info 537);
- Denúncia no caso de homicídio culposo deve apontar qual foi a conduta culposa, ou seja, deverá
descrever, de forma clara e precisa, a conduta negligente, imperita ou imprudente que teria gerado o
resultado morte, sendo insuficiente a simples menção de que o suposto autor estava na direção de
veículo no momento do acidente (STJ, Info 553);
- Crime de dirigir sem habilitação (art. 309, CTB) é absorvido pela lesão corporal culposa na direção de
veículo (art. 303, parágrafo único, CTB). #VEJAODETALHE: o crime de lesão corporal culposa é de ação
penal pública condicionada à representação. Já o crime de dirigir sem habilitação é de ação penal
pública incondicionada. Isso que dizer que como haverá a consunção, não havendo representação da
vítima, o MP não poderá denunciar o agente pelo crime de dirigir sem habilitação (STF, Info 796);
- O crime de entrega de direção de veículo automotor a pessoa não habilitada (art. 310, CTB) é de
perigo abstrato, isso é, não é preciso demonstrar perigo concreto de dano. Basta a mera entrega do
veículo à pessoa que se sabe inabilitada (STJ, Info 559 e STF, RHC 48.817/MG). Trata-se, inclusive, de
entendimento sumulado.
#DEOLHONASSÚMULAS:
– Súmula 575, STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor à pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no
art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na
condução do veículo.
- SÚMULA 720, STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de
dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias
terrestres.
_______________________________________________________________________________
20
Art. 302, §1º, I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
21
Art. 302, §1º, IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.
34
_______________________________________________________________________________
22
#DUPLA IMPUTAÇÃO: A responsabilidade penal da pessoa jurídica, por delitos ambientais, independe da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº
9.605/98) - STJ, Info 566 e STF, Info 714.
23
O CP analisa as consequências para a vítima.
24
#ATENÇÃO: a proibição de contratar com o poder público, no caso de pessoa jurídica, não poderá exceder o
prazo de 10 (dez) anos. No caso de pessoa física, não poderá participar de licitações pelo prazo de 5 (cinco) anos
(no caso de crimes dolosos) e de 3 (três) anos, no caso de crimes culposos (art. 10 e art. 22, §3º, da Lei nº
9.605/98).
35
ambiental há de ter a reparação do dano específico, a ser comprovado mediante laudo reparatório,
como reza o art. 17, da Lei nº 9.605/98;
- PERÍCIA DE CONSTATAÇÃO DO DANO AMBIENTAL: quem vai constatar a medida exata do dano
ambiental é perícia, sempre que possível, fixando o montante do prejuízo causado. #DETALHE: a perícia
produzida em inquérito cível ou juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal (art. 19, “caput” e
parágrafo único);
- LIQUIDAÇÃO FORÇADA: A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de
permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada,
seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional (art. 24);
- AÇÃO PENAL: a Ação Penal nos crimes ambientais será pública incondicional (art. 26);
- TRANSAÇÃO PENAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO: os crimes ambientais de menor
potencial ofensivo, bem como aqueles cuja pena mínima não suplantem 1 (um) ano poderão ser
beneficiados pela transação penal (art. 27) e pela suspensão condicional do processo (art. 28). Atentar
para as particularidades desses dois artigos, notadamente no que tange à necessidade de composição
do dano ambiental;
- PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Apesar de se tratar de crimes de natureza difusa e de relevância do
bem jurídico protegido, reservado inclusive às futuras gerações, em situações excepcionais o STF e o STJ
têm admitido a aplicação do postulado.
#SAIBA DISTINGUIR:
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Aplicam-se medidas despenalizadoras
IGUAL OU SUPERIOR A 2 ANOS + procedimento sumaríssimo
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Aplica-se apenas o procedimento sumaríssimo
DE 2 A 4 ANOS
- ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS: não se aplica as escusas absolutórias do art. 181 e art. 182, CP aos crimes
cometidos contra idoso (art. 95);
_______________________________________________________________________________
25
#OLHAOGANCHO: Para os crimes cuja pena mínima não suplante um ano é possível se falar, inclusive, em
suspensão condicional do processo (art. 89, Lei nº 9.099/95).
36
- AÇÃO PENAL: atentar que os crimes são de ação penal pública incondicionada (art. 95).
#POSSE X PORTE:
Arma de fogo, acessório ou munição for encontrada na residência ou
POSSE no local de trabalho, nesse último caso, desde que seja proprietário
ou responsável pelo estabelecimento ou empresa.
Arma de fogo encontrada em local diverso da residência ou do local
PORTE de trabalho (nesse último caso apenas para os proprietários e
responsáveis da empresa).
- COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO: necessário haver habitualidade, embora independa de lucro;
- TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO: independe de habitualidade e lucro.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- A posse ilegal de arma de fogo de uso permitido com registro vencido é conduta atípica. A expiração
do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação da
multa (STJ, Info 572);
- Arma de fogo encontrada em caminhão, dirigido por motorista profissional, configura porte de arma
de fogo (e não posse) – art. 14, do Estatuto do Desarmamento. Isso porque o veículo profissionalmente
utilizado não pode ser considerado como “local de trabalho” para fins de configuração do crime do art.
12;
- A posse/porte ilegal de arma de fogo ineficaz é conduta atípica, desde que a ineficácia seja absoluta;
- Porte de arma de fogo desmuniciada: é crime, pois se trata de delito de perigo abstrato;
- Porte de munição, sem arma: é crime, pois se trata de delito de perigo abstrato. #CUIDADO: é atípica
a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de arma (STF, Info
826);
37
- Transporte de arma de fogo por praticante de tiro desportivo: pratica o crime do art. 14 da Lei nº
10.826/2003 o praticante de tiro desportivo que transporta arma de fogo de uso permitido, municiada,
em desacordo com os termos de sua guia de tráfego, a qual autorizava apenas o transporte de arma
desmuniciada;
- A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se subsome
(amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso porque elas não
se enquadram no conceito de artefatos explosivos (Info 599 - STJ);
- É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma de
fogo, não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem registro
das armas no órgão competente (Info 597 - STJ);
#DEOLHONATOGA: magistrado que mantém sob sua guarda arma ou munição de uso restrito não
comete crime. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas são equiparados a magistrados e o art. 33, V, da
LC 35/79 (LOMAN) garante aos magistrados o direito ao porte de arma de fogo. Info 572-STJ
#DEOLHONASÚMULA – Súmula 513, STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003
aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
38
- CONCEITO DE AUTORIDADE: Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração (art. 5º);
- EFEITO DA CONDENAÇÃO: perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função
pública por prazo até três anos (art. 6º, §3º, “c”);
- ABUSO COMETIDO POR POLICIAL (CIVIL OU MILITAR): Quando o abuso for cometido por agente de
autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa,
por prazo de um a cinco anos (art. 6º, §5º);
- AÇÃO PENAL: São crimes de Ação Penal Pública Incondicionada (art. 12);
- PRAZO DA DENÚNCIA: 48 horas (art. 13)
#DEOLHONASÚMULA:
– Súmula 172, STJ: compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de
autoridade, ainda que praticado em serviço.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- O crime de abuso de autoridade não absorve as demais infrações dele decorrentes, do que serão
aplicadas em concurso.
_______________________________________________________________________________
27
Não se exige, portanto, prova da materialidade.
28
Ou seja, crimes punidos com pena de reclusão.
29
#CUIDADO: a doutrina defende que o juiz não poderá determinar de ofício em sede de Inquérito Policial, mas
tão somente no bojo da ação penal.
39
- CRIME DO ART. 10: Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
- Não é necessária a transcrição integral dos diálogos. Basta que sejam transcritos os trechos necessários
ao embasamento da denúncia oferecida e que seja entregue à defesa todo o conteúdo das gravações
em mídia eletrônica;
- Juiz da central de inquéritos pode determinar interceptação telefônica, mesmo que depois não seja
competente para julgar a ação penal;
- A título de prova emprestada, a interceptação telefônica pode ser usada em processo civil e
administrativo;
- O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática delituosa não impede a sua
utilização em persecução criminal diversa por meio do compartilhamento da prova (Info 811 - STF);
- Teoria do juízo aparente: não é ilícita a interceptação autorizada por um magistrado aparentemente
competente ao tempo da decisão e que, posteriormente venha a ser declarado incompetente (Info 701 -
STF);
- TEORIA DA SERENDIPIDADE: A respeito dos indícios de autoria e dos novos crimes descobertos
fortuitamente (serendipidade) durante a interceptação telefônica, a doutrina faz a seguinte distinção:
SERENDIPIDADE SUBJETIVA (descoberta fortuita de novos infratores): neste caso, segundo o
entendimento prevalente, a interceptação valerá contra todos; desde que haja conexão;
SERENDIPIDADE OBJETIVA (descoberta fortuita de novas infrações, inclusive se o crime for
apenado com detenção): Essa última subdivide-se em:
o SERENDIPIDADE OBJETIVA DE PRIMEIRO GRAU – Se as infrações são conexas, a
interceptação vale como prova para todos os delitos, mesmo quando o delito conexo
seja apenado com detenção;
o SERENDIPIDADE OBJETIVA DE SEGUNDO GRAU – Se as infrações não são conexas, a
interceptação funcionará como mera notícia crime, permitindo a instauração de
inquérito policial.
40
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVIS E CRIMINAIS (LEI Nº 9.099/95 E LEI Nº 10.259/01)
#JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS (LEI Nº 9.099/95):
#MEDIDAS DESPENALIZADORAS: composição cível (art. 74), transação penal (art. 76) e suspensão
condicional do processo (art. 89). Vamos memorizar esses 3 (três) principais artigos, certo? Além disso,
vamos revisar os requisitos da transação penal e da suspensão condicional do processo. Vem comigo!
41
#DE OLHO NA SÚMULA VINCULANTE 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da lei
9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao ministério público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de
denúncia ou requisição de inquérito policial.
#DEOLHONASÚMULA:
a) SÚMULA 723, STF: não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um
ano;
b) SÚMULA 696, STF: reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do
processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao
procurador-geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do código de processo penal;
c) SÚMULA 337, STJ: é cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na
procedência parcial da pretensão punitiva.
- #CUIDADO: o art. 3º, § 1º traz as causas em que não se incluem na competência do Juizado Especial
Cível.
- #SE NÃO HOUVER VARA FEDERAL? Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser
proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
- #CONTAGEM DOS PRAZOS: No rito dos Juizados Federais, em favor do Poder Público, não haverá
prazos diferenciados nem reexame necessário das decisões proferidas contra as pessoas jurídicas de
direito público.
- #JULGAMENTO DOS RECURSOS: Os recursos contra a sentença serão julgados pela Turma Recursal
respectiva, formada por três juízes federais, que poderão manter a sentença, reformá-la ou anulá-la,
total ou parcialmente.
LEI Nº 8.038/90
42
43
Art. 2º, “caput”: O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando
cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa,
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. #GRIFO NOSSO.
- #DUPLO ESPECIAL FIM DE AGIR: há dois especiais fins de agir: 1º) consiste na prática do terrorismo
por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião; 2º) reside na
finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública
ou a incolumidade pública. #CUMULATIVOS: vamos defender que tais fins precisam ser cumulativos, em
razão de ser mais benéfico ao réu.
#ELEMENTOS DO TERRORISMO:
O terrorismo possui como um dos seus pilares o emprego de violência
extrema contra pessoas, por meio de ataques à integridade física e
ELEMENTO VIOLÊNCIA
(sobretudo) à vida de seres humanos. Ex. explosão de bombas,
desabamento de prédios, afogamento de pessoas.
Trata-se da finalidade específica que contamina os ataques terroristas. Essa
finalidade pode ter caráter religioso (ex. impor uma religião específica ou
reagir a uma religião diversa); pode ter caráter político (cujo objetivo será a
subversão da ordem constitucional, como por exemplo, constranger o poder
ELEMENTO público a fazer ou deixar de fazer algo); pode ter a finalidade de gerar terror
TELEOLÓGICO ou intimidação da população (por meio da imposição de um medo difuso,
com a geração de terror generalizado).
- #ORGANIZAÇÃO TERRORISTA: como já dito acima está no art. 1º e 3º, da lei. #CUIDADO: Frise-se que
o dispositivo legal não estabeleceu número mínimo de pessoas, diferentemente do que o fez no delito
de associação criminosa (CP) e organização criminosa (Lei nº 12.850/13). A doutrina tem defendido a
configuração a partir de 2 (duas) pessoas. Contudo, defende, tal como o STJ, que para fins de
configuração da organização não basta o número mínimo de agentes, mas também os requisitos da
estabilidade e permanência.
- #DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: a lei prevê, expressamente, a possibilidade
de aplicação do art. 15, CP, mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo (art. 10, da lei).
- #COMPETÊNCIA: considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da
União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça
Federal o seu processamento e julgamento, na forma do art. 109, IV, CF (art. 11, da Lei Antiterrorismo).
#E EM CASO DE CRIME CONEXO, COACH? Em havendo um crime de competência da Justiça Estadual,
conexo ao delito de terrorismo, a Justiça Federal será a competente para processar e julgar ambos os
delitos. Isso porque vamos aplicar um entendimento sumulado.
#DEOLHONASÚMULA – Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado
dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do
Código de Processo Penal.
- #CRIME INAFIANÇÁVEL E INSUSCETÍVEL DE GRAÇA E ANISTIA: na forma do art. 5º, XLIII, CF.
- #CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO: art. 17, da Lei Antiterrorismo c/c art. 2º, “caput”, da Lei nº
8.072/90).
- #LIVRAMENTO CONDICIONAL: o réu precisa cumprir mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime de terrorismo, desde que não seja reincidente específico em crimes dessa
natureza (art. 83, V, CP).
- #OLHAOGANCHO: o legislador determinou a aplicação dos dispositivos da Lei nº 12.850/13, a fim de
possibilitar uma maior amplitude e eficácia na investigação e no curso do processo criminal. Aplicam-se
todos os dispositivos legais, portanto.
45
- #PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: os tipos penais abrangidos pelo Estatuto do Torcedor são especiais
em relação a delitos abrangidos em outros diplomas legais. Ex. o tipo penal do art. 41-B é especial em
relação aos crimes de lesão corporal (art. 129, CP) e crime de dano (art. 163, CP).
- NÃO ABRANGÊNCIA DE ARMA DE FOGO: o art. 41-B, §1º, II, reza ser crime “portar, deter ou
transportar, no interior do estádio, em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de
evento esportivo, quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de violência”. #GRIFO
NOSSO. Percebam que não houve qualquer menção à arma de fogo. Quando o legislador quer abranger
arma de fogo ele menciona expressamente, como o fez nos arts. 146, §1º, 150, 1º, 157, ª2º, I, CP, por
exemplo.
- #CAMBISMO: vamos ter especial atenção ao art. 41-F, do Estatuto do Torcedor que proíbe a venda de
ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete.
VIOLÊNCIA FÍSICA Homicídio (art. 121, CP), lesão corporal (art. 129, CP);
Ameaça (art. 147, CP), constrangimento ilegal (art.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
146, CP);
VIOLÊNCIA SEXUAL Estupro (art. 213, CP);
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL Furto (art. 155, CP);
VIOLÊNCIA MORAL Calúnia, difamação, injúria.
46
#COLANARETINA:
I - no âmbito da unidade doméstica,
compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
Configura violência doméstica e familiar
II - no âmbito da família, compreendida como
contra a mulher qualquer ação ou omissão
a comunidade formada por indivíduos que
baseada no gênero que lhe cause morte,
são ou se consideram aparentados, unidos
lesão, sofrimento físico, sexual ou
por laços naturais, por afinidade ou por
psicológico e dano moral ou patrimonial
vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na
qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de
coabitação.
#LIVRAMENTO CONDICIONAL PARA ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO: Como não é crime hediondo e nem
equiparado, você poderia pensar em aplicar a regra do art. 83, CP (1/3 se primário e ½ se reincidente em
crime doloso). Só que o art. 44, parágrafo único, Lei 11.343/06 diz expressamente que o réu há de
cumprir 2/3 da pena para fins de livramento condicional, no crime de associação para o tráfico. Assim,
você vai aplicar a fração de 2/3, mas não em razão do art. 83, V, CP (2/3 para crimes hediondos ou
equiparados), mas em decorrência da regra do art. 44, parágrafo único, da Lei de Drogas.
#INIMPUTÁVEL: fica isento de pena, mas o juiz poderá encaminhá-lo para tratamento médico
adequado (art. 45, p. único). A sentença é absolutória imprópria (com aplicação de medida de
segurança – art. 386, p. único, III, CPP). Se a inimputabilidade sobrevier no decorrer do processo penal,
aí se aplica o art. 152, CPP (suspensão do processo). #SEMI-IMPUTABILIDADE: é causa de diminuição de
pena. Temos uma sentença condenatória (art. 46).
#CUIDADO: A súmula 512, STJ foi revogada, de maneira que o crime de tráfico privilegiado não deve ser
considerado hediondo.
# ATENÇÃO: é possível aplicar o tráfico privilegiado às mulas (àqueles que transportam a droga)? a) STF:
Sim (entende que o mero fato de o agente servir como mula não pode inferir que seja integrante de
organização criminosa) – STF, HC 131.795; b) STJ: Não (tem vários precedentes entendendo que o fato
de o agente servir como mula já presume se tratar de integrante de organização criminosa (STJ, AgRg no
REsp 1407115/SP).
#DEOLHONASÚMULA - SÚMULA 693, STF: não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada.
- #CONSUMAÇÃO crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado), tal como o
crime de associação criminosa do art. 288, CP. Só o fato de se associar à organização criminosa, já
configura o delito.
- #CRIME PERMANENTE: o delito de organização criminosa é considerado um crime permanente, em
que a consumação se protrai no tempo, tendo o agente o poder de fazer cessar a conduta criminosa a
qualquer momento (art. 303, CPP).
#DEOLHONASÚMULA – Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
49
#ATENÇÃO: Nesse caso, não se aplica o crime de coação no curso do processo (art. 344, CP), em razão
do princípio da especialidade. Assim, se se tratar de embaraço ou impedimento em sede de organização
criminosa, aplica-se a Lei nº 12.850/13.
#CUIDADONASPEGADINHAS:
Essa lei também se aplica às organizações terroristas, entendidas como
ORGANIZAÇÕES aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente
TERRORISTAS definidos (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016), na forma do ar. 1º,
§2º, II.
EMPREGO DE
Trata-se de causa de aumento de pena (art. 2º, §2º).
ARMA DE FOGO
AGENTE QUE
EXERCE O
COMANDO DA Terá a sua pena agravada (art. 2º, §3º).
ORGANIZAÇÃO
(MENTOR)
PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇA OU A pena será aumentada de 1/6 até 2/3 (art. 2º, §4º).
ADOLESCENTE
Basta haver indícios (fumus comissi delicti), de maneira que poderá haver
seu afastamento cautelar (art. 2º, §5º), sem prejuízo da remuneração.
PARTICIPAÇÃO
DE Em caso de condenação? Haverá a perda do cargo, função, emprego ou
FUNCIONÁRIO mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo
PÚBLICO público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da
pena (art. 2º, §6º).
Não esqueça: a perda do cargo é automática.
- #QUAIS OS MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA QUE PODERÃO SER PERMITIDOS? São aqueles previstos
no art. 3º da lei. Vamos revisar: colaboração premiada, captação ambiental, ação controlada, acesso a
registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais de bancos públicos ou privados,
50
- #AÇÃO CONTROLADA: A ação controlada está prevista na Lei de drogas, na Lei de lavagem de dinheiro
e na Lei de organização criminosa.
#SELIGANADIFERENÇA
AÇÃO Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
_______________________________________________________________________________
30
Art. 4º, §4º.
31
Nesse sentido: Pacelli
51
CONTROLADA NA previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei,
LEI DE DROGAS mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
seguintes procedimentos investigatórios (...).
AÇÃO
CONTROLADA NA Art. 8º, §1º - O retardamento da intervenção policial ou administrativa
LEI DE será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso,
ORGANIZAÇÃO estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
CRIMINOSA
AÇÃO Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias
CONTROLADA NA de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o
LEI DE LAVAGEM Ministério Público, quando a sua execução imediata puder
DE CAPITAIS comprometer as investigações.
- #INFILTRAÇÃO DE AGENTES: Está prevista na lei de drogas e na lei de organização criminosa. Depende
de autorização judicial e somente poderá ser feita por agentes de polícia.
- #REQUISITOS PARA A AUTORIZAÇÃO:
Bastam indícios de ocorrência de infração penal;
A prova não puder ser produzida de outra forma.
- #PRAZO PARA DURAÇÃO DA INFILTRAÇÃO: 6 (seis) meses + prorrogações, em havendo necessidade.
- #ACESSO A DADOS CADASTRAIS DO INVESTIGADO: O art. 15 da lei 12.850/13 permite que a
autoridade policial e o MP tenham acesso aos dados cadastrais do investigado, independentemente de
autorização judicial. São eles: qualificação pessoal, filiação, endereço.
- #PRAZO MÁXIMO DE DURAÇÃO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL: não poderá exceder a 120 (cento e vinte
dias) quando o réu estiver preso, prorrogáveis por igual período.
- #SIGILO DA INVESTIGAÇÃO: O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial
competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se
ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito
ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os
referentes às diligências em andamento (art. 23).
52
- #DOLO: Nas hipóteses do art. 1º, “caput”, bem como os tipos penais do §1 e do §2º, I, da Lei de
lavagem de dinheiro é possível se falar em dolo direito e eventual.
#REMEMBER: vamos recordar que a associação para fins de lavagem (art. 1o, §2º, II), como vimos acima,
não admite o dolo eventual.
- #CAUSA DE AUMENTO DE PENA: a pena será aumentada de um a dois terços (art. 1º, §4º):
#NÃOESQUEÇA:
Se o crime for cometido de forma reiterada;
Ou por intermédio de organização criminosa.
- #BEM JURÍDICO TUTELADO: É controverso na doutrina. Há quem entenda que será o mesmo bem
jurídico da infração penal antecedente. Por outro lado, há quem defenda que será a administração da
justiça32. Mas, a corrente majoritária entende que o bem jurídico tutelado é a ordem econômico-
financeira 33 . Isso porque a lavagem de dinheiro promove o desequilíbrio de mercado, a livre-
concorrência, criação de monopólios, etc.
#OLHAOGANCHO: Princípio da insignificância se o bem jurídico tutelado é a ordem econômico-
financeira, a doutrina sustenta a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância nos crimes de
lavagem de dinheiro. No tocante ao valor a ser considerado insignificante, há doutrina que defenda a
aplicação dos mesmos valores aplicados para os crimes contra a ordem tributária (com base no art. 18,
Lei nº 10.522/02):
STJ STF
R$10.000,00 R$20.000,00
- #CRIME FORMAL OU MATERIAL? Para as modalidades do art. 1º, §1º e §2º, a doutrina é mais unânime
no sentido de se tratar de CRIME FORMAL. A controvérsia gira em torno da modalidade prevista no art.
1º, “caput”.
- Renato Brasileiro cita que a doutrina majoritária entende se tratar de crime formal, apesar de os
verbos nucleares do tipo ser “ocultar” e “dissimular” reclamarem por resultado naturalístico. Isso
porque há na norma a previsão de uma pluralidade de formas em que o agente tem para concluir tais
ações. De toda sorte, o próprio Renato Brasileiro, para a modalidade do art. 1º, “caput”, entende se
tratar de CRIME MATERIAL, do que a consumação delitiva dependeria da produção do resultado
naturalístico previsto na norma. Temos um julgado do STF considerando como crime material34,
reclamando, portanto, de resultado naturalístico para fins de consumação.
- #NATUREZA DO CRIME: Permanente ou instantâneo de efeitos permanentes? Depende. Há de se
analisar o poder de decisão do agente no que tange à cessação da prática delituosa, tal como se faz no
raciocínio do estelionato previdenciário35:
_______________________________________________________________________________
32
Para esses, o sujeito passivo do crime de lavagem é Estado.
33
Para esses, o sujeito passivo do crime de lavagem é a coletividade #CRIME VAGO.
34
STF, RHC 80.816.
35
Nesse sentido, Renato Brasileiro.
53
_______________________________________________________________________________
36
Mesmo em casos de reconhecimento de inimputabilidade, erro de proibição inevitável, inexigibilidade de
conduta diversa, falaremos em crime de lavagem de dinheiro.
54
- $Justa causa duplicada e crime antecedente: Sabemos que uma das condições da ação penal é a justa
causa, ou seja, o lastro probatório mínimo que o Promotor deverá instrumentalizar em sua denúncia.
Pois bem. Aqui na lei de lavagem de capitais, o membro do Parquet deverá ficar atento a 2 (dois) lastros
probatórios, do que chamamos de “justa causa duplicada”:
Comprovar que houve ocultação ou dissimilação de dinheiro, bens ou valores;
Comprovar que essa ocultação ou dissimilação de dinheiro, bens ou valores se deu em razão
da existência de uma infração penal, direta ou indiretamente.
- #COMPETÊNCIA: Como regra, a competência será da JUSTIÇA ESTADUAL. Será da Justiça Federal nas
hipóteses previstas no art. 2º, III, “a”.
- #AUTOLAVAGEM (selflaudering) aqui o autor da infração penal antecedente é o mesmo que
comete o crime de lavagem. Para o STF e o STJ, é possível puni-lo tanto pela infração penal antecedente
quanto pelo crime de lavagem, por serem delitos autônomos, não havendo o que se falar em bis in
idem.
- #MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (art. 4º): A Lei de lavagem de dinheiro prevê a possibilidade de o
membro do MP ou o delegado de polícia, após ouvir o MP, requerer/representar ao juiz pela decretação
de medidas assecuratórias a fim de salvaguardar o efeito prático de futura condenação. Para tanto, é
preciso se provar a existência de indícios suficientes de infração penal.
- #AÇÃO CONTROLADA: Trata-se de retardamento da interferência estatal, por motivo de política
investigatória, a fim de se alcançar um maior número de participantes daquela associação,
especialmente os “chefes” dela. #REMEMBER: Também tem previsibilidade na Lei de drogas.
- #EFEITOS DA CONDENAÇÃO (art. 7º): Em caso de eventual condenação do acusado, quais os efeitos
de sua condenação?
Perda de bens em favor da União ou do Estado (a depender da competência);
Interdição de do exercício de cargo ou função pública.
- #CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO E CITAÇÃO DO ACUSADO POR EDITAL: sabemos que o art. 366 do
CPP preconiza que, na hipótese de o acusado ser citado por edital, não comparecer e nem constituir
advogado, os autos ficarão suspensos (e a prescrição também), à exceção da produção antecipada de
provas. Pois bem. Como fica aqui na lei de lavagem de dinheiro? Na Lei de lavagem, segundo o art. 2º,
§2º, não há o que se falar em suspensão do processo e da prescrição nos casos de acusado citado por
edital que não comparece e nem constitui advogado. De toda forma, o juiz irá nomear um defensor
dativo para esse acusado aparentemente inerte.
- #ACESSO A DADOS CADASTRAIS DOS INVESTIGADOS o art. 17-B da lei nº 9.613/93 permite que a
autoridade policial e o MP tenham acesso aos dados cadastrais do investigado, independentemente de
autorização judicial. São eles: qualificação pessoal, filiação, endereço. O STJ já decidiu que o princípio da
intimidade (art. 5º, X, CF) não é absoluto.
- #INDICIAMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO: Em caso de indiciamento de servidor público, este será
afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente
autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno (art. 17-D).
55
MEDICINA LEGAL37
Conceitos – importâncias – divisões da Medicina Legal
- A Medicina Legal, segundo os ensinamentos de Delton Croce, conceitua como sendo a ciência e arte
extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos
destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade. Ainda, de acordo com o
referido autor, a Medicina Legal serve mais ao Direito, visando defender os interesses dos homens e da
sociedade, do que à Medicina.
- Outro grande nome da Medicina Legal, Genival Veloso de França, conceitua a matéria como sendo a
contribuição da medicina, da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das
leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina.
- Devemos atentar para as principais divisões da matéria, a saber:
Estuda o ser humano a partir de sua morfologia (forma), buscando
ANTROPOLOGIA
sua identidade e a identificação, seus métodos, processos e técnicas.
Estuda os aspectos médico-legais da morte e do morto, os
fenômenos cadavéricos, data e diagnóstico da morte, morte súbita e
TANATOLOGIA
agônica, inumação e exumação, embalsamento, necropsia e a causa
jurídica da morte.
TRAUMATOLOGIA Trata das lesões corporais e das energias causadoras do dano.
Estuda os vestígios decorrentes dos crimes contra a liberdade sexual,
SEXOLOGIA
infanticídio, aborto, bem como os desvios sexuais e parafilias.
Estuda os cáusticos, envenenamentos e intoxicações por álcool ou
TOXICOLOGIA
drogas.
PSIQUIATRIA Estuda os distúrbios mentais, visando diagnosticar imputabilidade e
FORENSE periculosidade.
Presta auxílio aos fenômenos volitivos, afetivos e mentais que
PSICOLOGIA
podem influenciar na formação, reprodução e deformação do
JUDICIÁRIA
testemunho ou confissão.
_______________________________________________________________________________
37
Por Tiago Pozza. Com revisão da coach Andréa Griz (@deagriz).
56
Documentos Médico-Legais
- Os Documentos médico-legais, são toda a gama de documentos elaborados por peritos, oficiais ou
extraoficiais, e podem ser classificados como:
Atestados: Consiste na declaração escrita de determinado fato médico e suas possíveis
consequências. É o resultado da avaliação realizada em um paciente, o teor de sua doença.
Notificações Compulsórias: Notificações obrigatórias às autoridades sanitárias competentes
por razões sociais ou sanitárias, como em casos de doenças.
Relatórios Médico-Legais (Autos e Laudos): Resultantes da atuação médico-legal, onde o
perito emite seu parecer sobre a perícia realizada e responde os quesitos formulados.
Quando é ditado para o escrivão, denomina-se Auto, sendo que se for elaborado pelo
próprio médico, é denominado Laudo.
Pareceres: De natureza subjetiva, expressa a opinião de um profissional, ainda que
fundamentada.
Depoimentos Orais: Normalmente prestados pelos peritos em face de autoridade policial ou
judicial, com o intuito de esclarecer uma questão médica específica.
Lesões e mortes por ação contundente – por armas brancas – por projéteis de arma de fogo
comuns e de alta energia
- Ação Contundente Os instrumentos contundentes, que agem de forma ativa, passiva ou mista,
determinam lesões superficiais e profundas, denominadas contusão e ferida contusa. Contusão é o
derramamento de sangue nos interstícios tissulares, sem qualquer efração dos tegumentos. É lesão
fechada, com comprometimento do tecido celular subcutâneo, mas com integridade da pele e das
mucosas. Já a Ferida Contusa é a contusão que sofreu solução de continuidade pela ação traumática do
instrumento vulnerante. É a lesão aberta.
- As feridas decorrentes de instrumentos contundentes, podem ser subdivididas em vários tipos de
contusões e feridas contusas, são elas: rubefação, escoriação, equimose, hematoma, bossas sanguínea
ou linfática, fraturas, luxações, entorses, roturas viscerais, encravamento, empalamento e explosão.
- Considerando o tamanho da matéria e a riqueza de detalhes de cada ponto, não há tempo hábil para
discorrermos cobre cada ponto, no entanto, vale destacar a equimose superficial, que ao se regenerar,
passa por uma contínua sucessão de cores, que se inicia pelas bordas, chamada por Legrand du Saulle,
de Espectro Equimótico. Em geral, é lívida ou vermelho escuro no 1° dia, violeta ou arroxeada entre o 2°
e o 3°, azul entre o 4° e o 6°, esverdeada entre o 7° e o 10°, amarelo-esverdeada entre 0 10° e o 12°, e,
por fim, amarelada entre o 12° e o 17° ou mais.
- Armas Brancas As lesões causadas por armas brancas possuem como característica marcante as
soluções de continuidade da pele, chamadas de feridas incisas, produzidas por instrumentos que, agem
por um gume afiado – navalha, bisturi, faca, lâminas – por pressão ou deslizamento, linear ou
obliquamente sobre a pele e órgãos. As principais características das feridas incisas são: regularidade
das bordas e do fundo da lesão, ausência de vestígios traumáticos, hemorragia abundante. Em relação
às bordas das feridas incisas, devemos ressaltar a predominância do comprimento sobre a
58
profundidade; afastamento das bordas das feridas; vertentes emparedadas; verticais se o instrumento
agiu de forma perpendicular ou em bisel, se o instrumento agiu de forma inclinada; profundidade maior
no terço inicial da ferida, sendo que a partir de então, gradualmente vai se aproximando da superfície,
terminando em uma escoriação linear que indica a saída do instrumento, chamada de cauda de
escoriação, que estará voltada para o lado em que terminou a ação do instrumento.
FERIDAS POR AÇÃO CORTANTE NO PESCOÇO
ESGORJAMENTO DEGOLAMENTO DECAPITAÇÃO
Região posterior do pescoço.
Região anterior (frente) OU Separação total da cabeça do
DeGOLAmento (lembrar de onde
LATERAL do pescoço. corpo
fica a gola)
- Lesões por Projéteis de Armas de Fogo Os tiros, a depender da distância em que o projétil é
disparado em relação ao alvo, podem ser classificados como:
Tiros com a Arma Apoiada ou Encostada: Tiros disparados com a boca do cano da arma
diretamente encostada na superfície do alvo, dando origem ao orifício de entrada em câmara
de mina, estando presentes todos os sinais, tais como zona de tatuagem, queimaduras e
negro de fumo (zona de esfumaçamento).
Tiros a Curta Distância ou à Queima-Roupa: Indicam disparo com a arma posicionada a
pouca distância do alvo, estando presentes a maioria dos sinais, sendo que neste caso,
inexistem os sinais de queimaduras.
Tiros de Longa Distância: Disparo realizado com a arma afastada do alvo. O orifício de
entrada, via de regra, é menor que o diâmetro do projetil, de aspecto circular. Há a presença
da orla de contusão e halo de enxugo, podendo haver ou não a aréola equimótica, estando
ausentes todos os demais sinais de vizinhança.
- Os projéteis de arma de fogo, por sua peculiar ação, ao atuar sobre o alvo, perfurando e contundindo
de forma simultânea, produzem lesões características, que podem ser classificadas como de efeitos
primários ou secundários.
- Efeitos Primários Produzidos exclusivamente pela ação mecânica do projétil, são característicos dos
pontos de impacto, estando presentes em todos os casos, independente da distância do tiro. Os
efeitos primários resultam da ação do projétil contra um alvo animado ou não animado. No alvo
animado o projétil atinge a pessoa produzindo orlas de impacto ou embate, formando zonas de
contorno que possuem características como a Orla de Escoriação, que é consequência da escoriação
tegumentar produzida pelo impacto rotatório e atrito do projétil, que inicialmente tem ação
contundente. Pode ser circular nos tiros perpendiculares ou ovalada nos tiros oblíquos, sendo meio de
identificar a direção do tiro; e a Orla de Enxugo, pois o projétil, ao deixar o cano da arma, carrega
resíduos de pólvora, ferrugem, graxa e outras substancias, que ao entrar em contato com a pele do
indivíduo, resulta em uma auréola escura em volta do orifício de entrada, decorrente da limpeza dos
resíduos.
- Efeitos Secundários Resultam da ação explosiva contra um alvo animado ou não animado. Os
efeitos secundários são os que resultam nos tiros à curta distância, assim como, da ação dos gases e
resíduos da combustão da pólvora, formando a Zona de Chamuscamento, formada pela ação dos gases
superaquecidos e inflamados que queimam a pele; Zona de Esfumaçamento, produzida pelo depósito
de fuligem decorrente da combustão da pólvora , também chamada de Negro de Fumo; e a Zona de
tatuagem, produzida pelos grânulos de pólvora combusta ou incombusta que acompanham o projétil,
agindo como projéteis secundários, penetrando a pele
59
- Tiros com a Arma Encostada A boca da arma é firmemente apoiada na pele, sendo que todo o
material que sai do cano (cone de dispersão) não vai ter espaço para se expandir, penetrando pelo
orifício de entrada, formando uma ferida circular, com uma orla de escoriação, orla de enxugo e com
queimadura ao redor. A queimadura ao redor acontece em razão dos gases superaquecidos, que ao
entrar em contato com a pelo, a queimam.
- Esta modalidade de tiro possui alguns sinais característicos, encontrados apenas neste, que merecem
estudo em razão da constante cobrança em provas, vamos a eles:
TIROS COM A ARMA ENCOSTADA
BOCA DE MINA DE HOFFMAN SINAL DE BENASSI
A expansão dos gases ocorre dentro do túnel
aberto pelo projétil, ficando os bordos do No crânio, a orla de esfumaçamento aparece
orifício de entrada evertidos. A lesão ao redor do orifício de entrada, superfície
apresenta prolongamentos radiados e externa do plano ósseo, permanecendo após
internamente se manifesta por devastação a fase esqueletização do cadáver.
intensa, como na explosão de uma mina.
SINAL DE BONNET SINAL DE PUPPE-WERKGARTNER
Quando um projétil transfixa o crânio, forma
O disparo encostado pode também produzir a
um cone na entrada, com a base maior
impressão da alça de mira e do cano quente
voltada para dentro, e um cone de saída com
na pele.
a base maior voltada para fora.
- Orifício de Saída A lesão de saída exige uma maior atenção, pois o projétil, vindo de dentro para
fora, atinge primeiro a derme que é elástica, fazendo uma curvatura para fora. No entanto, a epiderme,
que não é tão elástica, não acompanha a derme, sendo que no momento em que a derme rompe, o
projétil arrasta a epiderme em seu trajeto, voltando a derme para sua posição anatômica inicial,
trazendo junto a epiderme. Portanto, a epiderme se torna rota, impossibilitando enxergar a derme por
baixo, o que significa ausência de orla de escoriação. Como o projétil passou por outras partes do
corpo, deixando todos os resíduos originários do disparo, também não há orla de enxugo. A lesão de
saída normalmente é maior que a lesão de entrada, via de regra, sem orla de escoriação, e sempre sem
orla de enxugo.
- Trajeto e Trajetória Enquanto o trajeto é o percurso do projétil dentro do organismo, trajetória é o
percurso do projétil desde que sai do cano da arma até entrar no organismo.
- Projéteis de Alta Energia Os projéteis de alta velocidade possuem mais energia, e ao entrar no
corpo, empurra os tecidos para o lado. Quanto maior for a velocidade do projétil, essa força ou onde de
pressão que empurra os tecidos para o lado será maior, fazendo um túnel dito permanente, pois
empurra o tecido para o lado com força capaz de causar lesões, produzidas pela onda de pressão gerada
pelo projétil, e não pelo impacto direto deste. Essas lesões são de maior ou menor gravidade, a
depender da resistência oferecida pelos tecidos em volta do túnel.
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- O diagnóstico da morte é matéria de estudo da Tanatologia Forense, sendo que quanto mais próximo
o momento da morte, mais difícil seu diagnóstico, trazendo a Medicina Legal uma série de eventos que
auxiliam no diagnóstico da morte, como os fenômenos abióticos imediatos e consecutivos, e os
fenômenos transformativos, que serão objeto de estudos nos tópicos abaixo.
Fenômenos Cadavéricos
- Os fenômenos cadavéricos, sinais de diagnóstico da morte, são subdivididos em três grupos:
Fenômenos Abióticos Imediatos: Possuem valor relativo, pois apenas insinuam a morte,
sendo caracterizados pela perda de consciência, abolição do tônus muscular, perda da
sensibilidade, relaxamento dos esfíncteres, cessação da respiração, cessação dos batimentos
cardíacos, ausência de pulso, fácies hipocrática e pálpebras parcialmente cerradas.
Fenômenos Abióticos Consecutivos: Sinais que não apenas insinuam, mas indicam a morte,
tais como o resfriamento paulatino do corpo, rigidez cadavérica, espasmo cadavérico,
manchas de hipóstase e livores cadavéricos e o dessecamento, que consiste na perda de
peso, pergaminhamento da pele e das mucosas dos lábios, modificação dos globos oculares,
mancha da esclerótica, turvação da córnea transparente, perda da tensão do globo ocular e
formação da tela viscosa.
Fenômenos Transformativos: Sinais de certeza da morte, pois resultam de alterações tão
intensas que tornam a vida absolutamente impossível. Compreendem os destrutivos,
autólise, putrefação e maceração, quanto os conservadores, mumificação e saponificação.
Exumação
- O ato de exumar um cadáver, nada mais é do que desenterrar. Normalmente ocorre para fins de
perícia de DNA, para confirmar a identidade ou relações de parentesco, ou então, para apurar alguma
circunstância da morte, podendo influir diretamente na persecução penal. Embora o edital não traga
especificamente, importante saber que o ato enterrar cadáver é denominado inumação. Há também a
cremação, que consiste na redução do corpo à cinzas, através da queima do cadáver.
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- Este exame busca levantar todos os vestígios deixados pelo criminoso e pela ação delituosa,
fornecendo elementos para que os Peritos, mediante análise técnica, esclarecem à Autoridade Policial
ou Judicial, a dinâmica dos acontecimentos, fornecendo provas para embasar a identificação e a
responsabilidade penal do infrator.
Toxicomanias e Embriaguez
- Toxicomania Segundo o Comitê dos Peritos da Organização Mundial de Saúde, é um estado de
intoxicação crônica ou periódica, prejudicial ao indivíduo e nociva à sociedade, pelo consumo repetido
de determinada droga, seja ela natural ou sintética. É o abuso de substâncias tóxicas, que pela
quantidade de droga ingerida, bem como pelo tempo do vício, pode modificar a imputabilidade penal e
a capacidade civil, sendo as mais comuns, o abuso de cocaína, morfina, heroína, maconha e drogas
psicotrópicas.
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- Embriaguez Pode ser conceituada como a intoxicação alcoólica, ou por substancia de efeitos
análogos, aguda, imediata e passageira. Pode ser completa ou parcial, podendo ter caráter patológico,
pode ainda ser acidental, voluntária ou culposa, e ainda preordenada. A depender do caso concreto,
pode gerar inimputabilidade ou então excluir a imputabilidade.
- Tanto as toxicomanias, quanto a embriaguez, por configurar casos de limitadores e modificadores da
capacidade civil e da responsabilidade penal dos usuários, podendo influir na aferição destas, possuem
grande importância médico-legal.
- Ação Elétrica A eletricidade, forma de energia de ordem física, tem origem cósmica ou industrial. A
eletricidade atmosférica, quando atinge o indivíduo de forma letal, é denominada fulminação. Se não
houver o evento morte, ou seja, for não-letal, será chamada de fulguração. O sinal característico dessa
origem de eletricidade, é o Sinal de Lichtenberg, que possui aspecto arboriforme. Se a origem da
descarga elétrica for eletricidade industrial, havendo morte, estaremos diante da eletrocussão, caso
resultem apenas ferimentos, será caso de eletroplessão. Nestes casos, o sinal é de aspecto circular,
elíptica ou em roseta, podendo inclusive não existir, sendo denominado Sinal de Jellinec.
- Baropatias As Baropatias estão relacionadas com as variações bruscas de pressão atmosférica.
Podem ocorrer em decorrência de altitude elevada, sendo denominada mal das montanhas ou dos
aviadores, onde há diminuição do oxigênio, ocasionando náuseas, aceleração dos batimentos cardíacos,
dispneias e desmaios, podendo ocorrer morte por hemorragia cerebral. A doença dos caixões ou mal
dos escafandristas, de natureza eminentemente acidental e relacionada com a infortunística, afeta
mergulhadores e escafandristas que trabalham submetidos a pressão elevada, muitas vezes superior a
cinco atmosferas. O aumento da pressão pode desencadear uma compressão, gerando intoxicação por
oxigênio, gás carbônico e nitrogênio. No entanto, o maior risco está na descompressão, ou seja, quando
o mergulhador retorna a superfície, pois se retornar muito rápido, pode ocorrer hemorragia interna,
edema pulmonar e até a morte por embolias gasosas formadas pelo nitrogênio anteriormente dissolvido
no sangue pelo efeito da pressão.
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- Ação Química As lesões por ação química estão relacionados com cáusticos, produtores de lesões
viscerais e cutâneas, denominadas vitriolagem. Os venenos também estão relacionados com a ação
química.
Cáusticos: Os cáusticos são tanto os ácidos, quanto as bases cáusticas, que determinam, na
pele e nas mucosas, ulcerações não hemorrágicas, causam queimaduras químicas ou danos
progressivos até que sejam inativadas as reações com os tecidos.
Venenos: Não há uma definição satisfativa para veneno, pois até alimentos e medicamentos,
inclusive a água, a depender de determinadas circunstâncias, podem causar dados à saúde.
Assim, poder-se-ia, talvez, conceituar, conforme ensina Delton Croce, como toda substância
de origem animal, vegetal ou mineral, que independente da dose, introduzidas no organismo,
danificam a saúde, podendo causar a morte.
- Por outro lado, nos casos de mulheres de vida sexual pregressa ou hímen complacente, a perícia se
baseia na presença de gravidez, de esperma na cavidade vaginal, contaminação venérea profunda, ou
então presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (esses dois últimos podem ser citados em
nossa prova, devemos decorar os nomes).
- Perícia no Ato Libidinoso Ato libidinoso é todo ato praticado com a finalidade de satisfazer com ou
sem ejaculação o apetite sexual. Pode ser coito anal, oral, apalpadas e qualquer outro ato capaz de
satisfazer a lascívia do indivíduo.
Coito Oral: O coito oral é também chamado de felação. É preciso realizar o exame da
secreção bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras, dificultando a constatação,
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tanto nos lábios como na cavidade bucal. O diagnóstico de certeza é feito através de provas
biológicas que identifiquem o sêmen na boca e das possíveis manifestações tardias de
doenças sexualmente transmissíveis na mucosa bucal. Pode-se também realizar a pesquisa
de glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral.
Coito Anal: O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do
esfíncter anal. O esfíncter é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos
(esfíncter interno), como músculos que controlamos (esfíncter externo). Quando ocorre o
coito anal é possível perceber sinais dele resultantes, tais como lesões anais e perianais, com
a presença de escoriações e equimoses; fístulas retrovaginais, que são rupturas dos tecidos
entre o reto e a vagina; e, por fim, lesões em forma de fenda ou de triângulo, chamadas de
rágade.
- Por Sufocação É o impedimento de entrada do ar atmosférico nas vias aéreas, de forma direta ou
indireta, ou ainda por permanência forçada em ambiente fechado.
Sufocação Direta: Pode ocorrer por oclusão dos orifícios externos respiratórios pelo emprego
da mão ou objetos moles, pressupondo acentuada desproporção de forças entre o agente e a
vítima. Também pode ocorrer por oclusão das vias respiratórias por corpos estranhos
(engasgamento) impedindo a passagem de ar até os pulmões.
Sufocação Indireta: Causada pela compressão do tórax e abdome, ou seja, pela restrição ao
movimento do tórax, impedindo os movimentos respiratórios, levando à asfixia. Pode ser
causada por desmoronamento, atropelamentos de multidões, ação criminosa e crianças que
dormem com os pais.
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#DICA DO COACH – Atentar para as decisões recentes do STF sobre aborto, em especial a decisão
constante do Informativo 661, que autorizou o aborto do feto anencéfalo, não se exigindo autorização
judicial para tanto, e para a decisão constante do informativo 849, que reconheceu que a interrupção
da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (artigo 124, do CP) ou
com o seu consentimento (artigo 126, do CP), não devem ser consideradas como crime, sendo
necessário conferir interpretação conforme a Constituição Federal aos artigos 124 a 126 do Código
Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção
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voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos
direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade.
- Infanticídio Caso a interrupção da vida ocorra a partir do início do trabalho de parto, deixará o
crime de ser considerado aborto, caracterizando o infanticídio, que conforme preceitua o artigo 123 do
Código Penal, consiste no ato da mãe, matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob
influência do estado puerperal. Assim, cumpre diferenciar dois institutos do tipo penal:
Durante o parto: Período que vai desde a rotura das membranas até a expulsão do feto da
placenta.
Logo após o parto, sob a influência do estado puerperal: Possui sentido mais psicológico do
que cronológico. É um estado e não um tempo definido. O estado puerperal é justificado
pelo trauma psicológico e pelas condições do processo fisiológico do parto (angústia,
inflamação, dores, sangramento e extenuação), cujo resultado traria o estado confusional
capaz de levar a mãe ao ato criminoso.
- Necessário se faz diferenciar puerpério de estado puerperal. Enquanto puerpério é o período que se
inicia com a expulsão do feto e eliminação da placenta, durando entre 6 e 8 semanas, estado puerperal
é uma alteração temporária da puérpera anteriormente sadia, que diminui sua capacidade de
entendimento e libera seus instintos. Como as alterações psíquicas do estado puerperal normalmente
não mais existem por ocasião da perícia psiquiátrica, em decorrência do seu caráter temporário, torna-
se difícil o diagnóstico diante de uma mulher que se encontra dentro dos padrões da normalidade
mental. Assim, a perícia do infanticídio é comumente feita na placenta, na mãe ou na criança, sendo
que esta última pesquisa a prova de ser nascente, de infante nascido ou recém-nascido e a prova de
vida extrauterina autônoma.
- Abandono de Recém-Nascido Havendo o nascimento com vida, além da autonomia para a vida
extrauterina, e não havendo o infanticídio, pode ocorrer o abandono de recém-nascido, termo que gera
discussão doutrinária, podendo tal característica durar até a queda do cordão umbilical, conforme
Damásio e Mirabete, ou poucos dias, não ultrapassando um mês, segundo ensinamentos de Fragoso e
Bitencourt.
- Abandonar, implica em um fazer ou não fazer, podendo ser caracterizado por deixar o recém-nascido
em local que o exponha a risco concreto, ou então o deixar desprovido dos cuidados necessários para
sua sobrevivência, exposto à própria sorte.
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- Sono Patológico O sono normal não é pode ser considerado modificador. Já o Sono Patológico,
deve ser considerado como Fator de Modificação. Compreende o sonambulismo e o hipnotismo. O
primeiro é sintoma de perturbação mental, mais comum na infância que na idade adulta, é um sonho
que se executa durante o sonho. Já o hipnotismo é um processo para produzir, por sugestão, um estado
de transe que submete o hipnotizado, até certo ponto, à influência do hipnotizador.
- Emoção e Paixão Ambos os sentimentos são gerados pelo sistema límbico, sendo que descargas
elétricas neste sistema podem desencadear sintomas semelhantes aos das psicoses ou aos produzidos
por drogas psicodélicas ou alucinógenas. O Código Penal em vigor, em seu art. 28, I, não considera a
emoção ou a paixão excludentes da imputabilidade penal, porém reconhece atenuação da pena ao
agente. Também assim dispõe o art. 121, § 1.º, e os arts. 129, § 4.º, e 65, III, c, desde que a ação
delituosa resulte da violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.
- Surdo-Mudo A ausência de sensações auditivas afeta o contato com o meio exterior e a aquisição
de noções que dependem da linguagem falada, comprometendo o discernimento, principalmente
quando a deficiência for de nascença. No entanto, a surdo-mudez, por si só, não é suficiente para
determinar a inimputabilidade de alguém. Podem ser considerados inimputáveis, semi-imputáveis ou
com a plena capacidade de responder pelo fato.
- Afasia É a impossibilidade de falar. É a perda total ou completa da fala. A afasia resulta de parada
de desenvolvimento ou de grave lesão congênita ou adquirida, podendo, ainda, ser dependente de
patologias nervosas ou mentais.
- Silvícolas São os habitantes das matas brasileiras, não integrados à vida em sociedade. Quando se
tratar de um índio que teve pouco ou nenhum contato com o homem civilizado, terá que ser totalmente
inimputável. À medida que for tomando conhecimento das normas da vida civilizada, sua capacidade de
entendimento quanto à ilicitude da conduta irá aumentando. Daí concluir-se que pode chegar a ser
semi-imputável ou totalmente imputável. Segundo o parágrafo único do art. 4 do CC: Parágrafo único. A
capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
- Toxicomanias É o abuso de substâncias tóxicas, que pela quantidade de droga ingerida, bem como
pelo tempo do vício, pode modificar a imputabilidade penal e a capacidade civil, sendo as mais comuns,
o abuso de cocaína, morfina, heroína, maconha e drogas psicotrópicas.
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- Acareação É o depoimento frente a frente. Seu estudo nos traz elementos importantes, capazes de
influir diretamente na produção da prova, que devem ser sopesados pelo julgador na hora de valorar a
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mesma, tais como a influência de uma pessoa sobre a outra, a timidez, o medo e a uma gama
imensurável de outros sentimentos.
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- O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe a respeito das normas relativas à proteção geral e
especial da criança e do adolescente em seus arts. 70 a 85. A finalidade é a de prevenir a ocorrência de
violação aos direitos de crianças e adolescentes.
- Por prevenção geral entende-se a obrigação do Estado garantir à criança e ao adolescente ensino
fundamental, obrigatório e gratuito além de outras demandas da criança necessária para seu correto
desenvolvimento para se tornar um cidadão, constituindo-se em responsabilidade de todos zelar pela
integridade e pelos direitos fundamentais deste grupo vulnerável.
- Lado outro, a prevenção especial impõem ao Estado atuar na prevenção de qualquer tipo de
espetáculo que venha a difundir mensagens ou ideologias incoerentes com a faixa etária da criança ou
adolescente que vier a constituir público nestas ocasiões. Por certo as entidades públicas atuarão
também em locais onde se concentre muitos adolescentes e crianças no sentido de se evitar a venda de
bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância proibida para este público.
- Art. 75, parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer
nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
#APOSTACICLOS
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou
responsável, sem expressa autorização judicial. § 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
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§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou
adolescente: I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; II - viajar na companhia de um
dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
exterior.
3 Conselho Tutelar. 3.1 Disposições gerais. 3.2 Atribuições. 3.3 Competência. 3.4 Escolha dos
conselheiros e impedimentos.
- O conceito de Conselho Tutelar está previsto no art. 131: órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos de crianças e
adolescentes.
- 1 conselho, no mínimo, por município; 5 membros (nem mais nem menos) em cada conselho; 4 anos
de mandato para cada membro; 1 possibilidade de recondução, se reeleito. Requisitos para ser
Conselheiro: idoneidade moral, idade superior a 21 anos e residir no município.
- O conceito de Conselho Tutelar está previsto no art. 131: órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos de crianças e
adolescentes.
- 1 conselho, no mínimo, por município; 5 membros (nem mais nem menos) em cada conselho; 4 anos
de mandato para cada membro; 1 possibilidade de recondução, se reeleito. Requisitos para ser
Conselheiro: idoneidade moral, idade superior a 21 anos e residir no município.
#APOSTACICLOS: Diferenças entre Conselhos de Direitos e Conselhos Tutelares são muito demandadas
em concursos.
Conselho de Direitos Conselhos Tutelares
Opera nos três níveis. Nacional (Conanda), Só existe no âmbito do município e nas regiões
estadual e municipal. administrativas do Distrito Federal.
Metade de seus membros é do governo e
Seus membros são escolhidos por votação
metade representa a sociedade civil.
popular e não há representantes do governo.
Composição paritária.
Sua função principal é atender casos concretos e
Sua função é deliberar a política pública –
aplicar medidas de proteção ou medidas
normativa – e controlar a sua execução.
pertinentes aos pais.
Gere um fundo de recursos destinados a
Não há fundo a ser gerido pelo CS, mas sua
custear algumas iniciativas da política de
infraestrutura é custeada pelo município.
atendimento – FIA.
Função não remunerada Função remunerada
4 Medidas de proteção. 4.1 Disposições gerais. 4.2 Medidas específicas de proteção. 4.3
Colocação em família substituta. 5 Medidas pertinentes aos pais ou responsável.
- Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do
Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta.
73
- Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo.
- São medidas de proteção estabelecidas no Estatuto: I - encaminhamento aos pais ou responsável,
mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; III -
matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV - inclusão em
serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
adolescente; V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos; VII - acolhimento institucional; VIII - inclusão em programa de acolhimento
familiar; IX - colocação em família substituta.
- Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Parágrafo único. São
também princípios que regem a aplicação das medidas: I - condição da criança e do adolescente como
sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
direitos de que crianças e adolescentes são titulares; III - responsabilidade primária e solidária do poder
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade
primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais; IV - interesse superior
da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; V - privacidade: a promoção dos
direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à
imagem e reserva da sua vida privada; VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; VII - intervenção mínima:
a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; VIII -
proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em
que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; IX -
responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus
deveres para com a criança e o adolescente; e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto
não for possível, que promovam a sua integração em família substituta; XI - obrigatoriedade da
informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; XII - oitiva obrigatória e participação: a
criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na
definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente
considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta
Lei.
- É direito fundamental de toda criança e adolescente ser criado e educado no seio de sua família
natural, e excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária
(art.19, ECA). Excepcionalmente, portanto, como na hipótese em que a família natural não seja capaz de
garantir direitos e garantias decorrentes do princípio da proteção integral (maus-tratos, abandono,
dependência a entorpecentes, orfandade etc), promover-se-á a colocação da criança e adolescente,
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sempre tendo em vista o melhor interesse destes, em uma família substituta, esta que compreende três
espécies: a guarda, a tutela e a adoção.
6 Direito à convivência familiar. 6.1 Família natural e família substituta. 6.2 Guarda. 6.3
Tutela. 6.4 Adoção. 6.5 Perda ou suspensão do poder familiar. 6.6 Colocação em família
substituta.
- Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende
para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais
a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
- 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciários.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da
pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº
9.528/97 na Lei nº 8.213/91. O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa
promovida na lei geral da Previdência Social, em homenagem ao princípio da proteção integral e
preferência da criança e do adolescente (art. 227 da CF/88). STJ. Corte Especial. EREsp 1141788/RS, Min.
Rel. João Otávio de Noronha, julgado em 07/12/2016.
- O Estatuto deixa claro que o tutor indicado em testamento ou outro documento pelo genitor falecido
necessita, mesmo assim, ter essa condição ratificada pelo juiz, que pode deixar de fazê-lo se entender
que, do ponto de vista do que é melhor para a criança ou o adolescente, outra pessoa é mais adequada
para exercer o encargo. Assim, o genitor não tem o direito pleno de definir quem será o tutor de seus
filhos após seu falecimento, ainda que sua vontade seja levada em consideração.
- § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda
legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição
do vínculo.
- § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não
cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II -
for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três)
anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de
afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
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#OLHAOGANCHO #JURISEMTESE
A observância do cadastro de adotantes não é absoluta, podendo ser excepcionada em prol do princípio
do melhor interesse da criança.
O acolhimento institucional ou familiar temporário não representa o melhor interesse da criança
mesmo nos casos de adoção irregular ou "à brasileira", salvo quando há evidente risco à integridade
física ou psíquica do menor.
É possível a adoção póstuma quando comprovada a anterior manifestação inequívoca do adotante.
A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro
do domicílio do detentor de sua guarda.
Ao menor sob guarda deve ser assegurado o benefício de pensão por morte em face da prevalência do
disposto no artigo 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, sobre norma previdenciária.
O reconhecimento do estado de filiação constitui direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
podendo ser exercitado sem qualquer restrição, fundamentado o direito essencial à busca pela
identidade biológica.
Eventuais irregularidades na adoção podem ser superadas em virtude da situação de fato consolidada
no tempo, desde que favoráveis ao adotando.
É possível o deferimento da guarda de criança ou adolescente aos avós, para atender situações
peculiares, visando preservar o melhor interesse da criança.
Não é possível conferir-se a guarda de criança ou adolescente aos avós para fins exclusivamente
financeiros ou previdenciários.
Não há óbice à adoção feita por casal homoafetivo desde que a medida represente reais vantagens ao
adotando.
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#ATENÇÃO: Nos casos em que o Ministério Público promove a ação de destituição do poder familiar ou
de acolhimento institucional não é obrigatória a nomeação da Defensoria Pública como curadora
especial.
7 Prática do ato infracional. 7.1 A questão socioeducativa. 7.2 Conceito e tempo do ato
infracional. 7.3 Inimputabilidade. 7.4 Direitos individuais. 7.5 Garantias processuais. 7.6
Medidas socioeducativas. 7.7 Remissão.
- Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados (#DEOLHONAPEGADINHA) à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada
- Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I — tratar-se de ato infracional
cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II — por reiteração no cometimento de outras
infrações graves; III — por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
O ECA não estipulou um número mínimo de atos infracionais graves para justificar a internação do
menor infrator com fulcro no art. 122, II, do ECA (reiteração no cometimento de outras infrações
graves). Logo, cabe ao magistrado analisar as peculiaridades de cada caso e as condições específicas do
adolescente a fim de aplicar ou não a internação. Está superado o entendimento de que a internação
com base nesse dispositivo somente seria permitida com a prática de no mínimo 3 infrações. STJ. 5ª
Turma. HC 332.440/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2015.
Súmula 492-STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente
à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente. 13/08/2012.
- Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante
do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e
sua maior ou menor participação no ato infracional. Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
- Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e
a internação.
- Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público
#APOSTACICLOS Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
8 Acesso à Justiça. 8.1 A Justiça da infância e da juventude. 8.2 Princípios gerais. 8.3
Competência. 8.4 Serviços auxiliares.
- A competência territorial, segundo o Estatuto, será determinada: a) em primeiro lugar, pelo domicílio
dos pais ou responsável; b) à falta dos pais ou responsável, a competência é determinada pelo lugar
onde se encontra a criança ou adolescente; c) para casos de ato infracional, é competente a Justiça do
local da ação ou omissão típica; d) a execução das medidas (de proteção ou socioeducativa) pode ser
delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável ou do local em que a criança
ou adolescente estiver internado ou abrigado. Via de regra, é o juiz da comarca onde está sediado o
programa de acolhimento ou de internação/semiliberdade que será responsável pela execução da
medida.
- As demais medidas de proteção e as medidas socioeducativas em meio aberto são executadas pelo juiz
do local da residência da criança/adolescente e de seus pais ou responsável, que deve coincidir com o
local onde os programas são oferecidos. - Do ponto de vista territorial, é competente para atuar o
Conselho do local do domicílio dos pais ou responsável ou, na falta dos pais ou responsável, do lugar
onde se encontre a criança ou o adolescente (princípio do juízo imediato).
- Súmula 383 do STJ: A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é,
em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
- As regras de competência funcional estão previstas no art. 148 do ECA e podem ser divididas em dois
conjuntos.
- O primeiro diz respeito à competência exclusiva da Vara da Infância ou do juiz com jurisdição para
tanto. Nele está: a) toda matéria atinente ao processo judicial de apuração de ato infracional, concessão
de remissão, aplicação e execução de medida socioeducativa; b) adoção de criança e adolescente e seus
incidentes 108; c) apuração de irregularidade em entidades de atendimento (arts. 191 e seguintes) e
apuração de infração administrativa contra norma de proteção à criança ou adolescente e aplicação das
respectivas sanções (arts. 194 e seguintes); d) ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente, respeitada, todavia, a competência da Justiça Federal e
competência originária dos Tribunais Superiores (art. 209).
- #ALODEFENSORIA O ECA determina ao juiz que dê curador especial à criança ou adolescente em dois
casos: se seus pais ou responsáveis não os representarem ou assistirem, estando ausentes, e se o
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interesse dos pais ou se o interesse dos responsáveis colidirem com os interesses da criança e do
adolescente. O exercício da curadoria especial nos casos previstos em lei é atribuição institucional da
Defensoria Pública (Lei Complementar n. 80, art. 4º, XVI).
- Competência exclusiva da Justiça da Infância e da Juventude: a) toda matéria atinente ao processo
judicial de apuração de ato infracional, concessão de remissão, aplicação e execução de medida
socioeducativa; b) adoção de criança e adolescente e seus incidentes; c) apuração de irregularidade em
entidades de atendimento e apuração de infração administrativa contra norma de proteção à criança ou
adolescente e aplicação das respectivas sanções; d) ações civis fundadas em interesses individuais,
difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, respeitada, todavia, a competência da Justiça
Federal e competência originária dos Tribunais Superiores.
- - § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de
vinte e quatro horas. (#OLHAOPRAZO)
- - Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
9 Procedimentos. 9.1 Disposições gerais. 9.2 Perda e suspensão do poder familiar. 9.3
Destituição da tutela. 9.4 Colocação em família substituta. 9.5 Apuração de ato infracional
atribuído ao adolescente. 9.6 Apuração de irregularidade em entidade de atendimento. 9.7
Apuração de infração administrativa às normas de proteção à criança e ao adolescente.
- Em relação aos procedimentos especiais regulados no ECA, são eles:
a) Perda e Suspensão do Poder Familiar;
b) Colocação em Família Substituta;
c) Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente;
d) Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento;
e) Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente;
f) Habilitação de Pretendentes à Adoção.
- A Lei n. 12.594/2012 disciplinou o Procedimento de Execução de Medida Socioeducativa.
- O pedido de destituição do poder familiar, na vasta maioria dos casos, tem como objetivo criar
condições para que a criança seja adotada quando não há consentimento formalizável dos genitores
com a medida. Nos casos de adoção intuito personae (criança já vive com os adotantes), o pedido
adotivo pode ser cumulado com o pedido de destituição do poder familiar (ainda que ambos se tratem
de procedimentos especiais) e é geralmente ajuizado pelo próprio adotante.
- Em relação a este procedimento, atentar especialmente para: a) pode ser iniciado por representação
do Conselho Tutelar ou do Ministério Público e também por portaria da própria autoridade judiciária
que julgará o feito, algo que viola o princípio da inércia da jurisdição, mas está na lei, como decorrência
de uma atribuição também atípica conferida ao juiz que é a de fiscalizar as entidades; b) a irregularidade
pode ser da própria entidade não governamental ou dos programas por ela desenvolvidos; c) o Estatuto
não arrola a Defensoria Pública como instância de fiscalização das entidades de atendimento, razão pela
qual não lhe é conferida expressamente legitimidade ativa para dar início ao procedimento.
- Todavia, a Lei Complementar n. 80, art. 4º, XVII, estabelece como função institucional da Defensoria
Pública, atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de internação de adolescentes, visando a
assegurar às pessoas, sob quaisquer circunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e garantias
fundamentais. Assim, a Defensoria dispõe de poder de fiscalização de programas socioeducativos em
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regime de internação, pelo que se mostra sustentável a tese de que ela é também é legitimada a, por
representação, instaurar o procedimento do art. 191 do ECA.
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- Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a
competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
#APOSTACICLOS: Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-
se legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público; II - a União, os estados, os municípios, o
Distrito Federal e os territórios; III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária. § 1º Admitir-se-á
litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
direitos de que cuida esta Lei. § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
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