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TEORIA DA EMPRESA

DO DIREITO COMERCIAL AO DIREITO


EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO

Profa. Dra. Luma Cavaleiro de Macêdo Scaff


EMPRESÁRIO
 Art. 966 CC  Quem? Pessoa.
Aspecto subjetivo

Considera-se  Atividade econômica


EMPRESÁRIO quem organizada
exerce
profissionalmente
atividade econômica Produção ou

organizada para a Circulação de bens ou
produção ou a
de serviços
circulação de bens
ou de serviços.
 Habitualidade/Pessoali
dade
EMPRESÁRIO NÃO EMPRESÁRIO:

 Art. 966, parágrafo


 Profissão intelectual;
único CC
 Profissão de natureza

Não se considera
científica;
empresário quem  Profissão literária;
exerce profissão
 Profissão artística
intelectual, de natureza
científica, literária ou  Auxiliares ou
artística, ainda com o colaboradores
concurso de
auxiliares ou
colaboradores, salvo SALVO – exercício da
se o exercício da profissão constituir
profissão constituir
elemento de empresa
elemento de empresa.
(conteúdo econômico)
 Assim ....

Os profissionais liberais não são considerados


empresários, salvo se a organização dos fatores de
produção for mais importante que a atividade pessoal
desenvolvida
e
“a expressão „elemento de empresa‟ demanda
interpretação econômica, devendo ser analisada sob
a égide da absorção da atividade intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, como um dos
fatores da organização empresarial.
EMPRESA
 Atividade – aspecto
objetivo
EMPRESA:
atividade econômica,
exercida de forma  Atividade econômica
repetida e organizada,
com vistas à produção
ou à circulação de bens  Lucro? Entidades sem
ou de serviços, fins lucrativos?
abarcando a atividade
de prestação de
serviços.
NÃO EXERCEM EMPRESAS:

 Atividades civis – entidades sem fins lucrativos

 Profissionais liberais (médicos, advogados


contadores)

 Produtores rurais não registrados na junta


comercial

 Cooperativas, por expressa disposição do Código


Civil (982, § único)
A empresa pode ser desenvolvida por pessoas
físicas ou por pessoas jurídicas.

Se quem exerce a atividade empresarial é pessoa


física, será considerada empresário individual.

Se quem o faz é uma pessoa jurídica, será uma


sociedade empresária.

Portanto, empresa é a atividade desenvolvida por


empresário individual ou por sociedade empresária.
Empresa.
Atividade.
Elemento
Objetivo
 Empresário.
Pessoa.
Elemento
Subjetivo
REGISTRO DO EMPRESÁRIO – JUNTA COMERCIAL

CC - Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário


no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.

As sociedade empresárias, para adquirirem


personalidade jurídica, devem, necessariamente,
registrar-se na Junta Comercial, ao passo que as
sociedade simples adquirem personalidade jurídica
com o registro no Ofício do Registro Civil de Pessoas
Jurídicas.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil
e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.

Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar


sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis,
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
 Caso o empresário individual ou a sociedade empresária não se
registrem na Junta Comercial antes do início de suas atividades, tal
fato não implicará a sua exclusão do regime jurídico empresarial
nem fará com que eles não sejam considerados, respectivamente,
empresário individual e sociedade empresária.

Enunciado 198 do CJF: “A


inscrição do empresário na
Junta Comercial não é
requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o
exercício da empresa sem tal Enunciado 199 do CJF,
providência. O empresário aprovado na III Jornada de
irregular reúne os requisitos do
Direito Civil, “a inscrição
art. 966, sujeitando-se às
normas do Código Civil e da do empresário ou
legislação comercial, salvo sociedade empresária é
naquilo em que forem requisito delineador de sua
incompatíveis com a sua regularidade, e não da sua
condição ou diante de caracterização”.
expressa disposição em
contrário”.
ATOS DO REGISTRO
 Matrícula é um ato de registro praticado pela Junta que se
refere a alguns profissionais específicos, os chamados
auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores públicos,
intérpretes, trapicheiros e administradores de armazéns-
gerais. Nesse caso, a Junta funciona, grosso modo, como
órgão regulador da profissão.

 Arquivamento é o ato de registro que diz respeito,


basicamente, aos atos constitutivos da sociedade empresária,
da EIRELI ou do empresário individual.

 Autenticação é ato de registro que se refere aos


instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros
empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio.
Exceções a obrigatoriedade do Registro na Junta
Comercial:

 Atividade econômica rural → é faculdade. (art. 971


CC)

 Sociedade de Advogados – Art. 1, §2 Lei


8.906/1994
ATIVIDADE RURAL

 A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e


simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário,
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.

 Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua


principal profissão, pode, observadas as formalidades de que
tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos
os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

 Registro: efeito constitutivo.


SOCIEDADE ADVOGADOS
 Art. 15 a 17 - Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil).

 Sociedade civil de prestação de serviço de advocacia.

 STJ que as sociedades de advogados ostentam “índole


empresarial”, não se distinguindo, no plano fático, das demais
sociedades prestadoras de serviços constituídas por outros
profissionais liberais.

Tributário. Contribuições ao SESC e ao SENAC. Empresa prestadora de


serviços advocatícios. Art. 577 da CLT. Enquadramento sindical. Vinculação à
Confederação Nacional do Comércio. Matéria pacificada. 1. As empresas
prestadoras de serviços advocatícios são estabelecimentos de índole
empresarial, por exercerem atividade econômica organizada com fins
lucrativos, estando enquadradas na classificação do artigo 577 da CLT e seu
anexo, e por conseguinte, vinculadas à Confederação Nacional do Comércio.
Desta forma, sujeitam-se à incidência das contribuições instituídas pelo art. 3.º
do DL 9.853/46, bem como pelo art. 4.º do DL 8.621/46. (Precedentes
jurisprudenciais). (...) (AgRg no Ag 518.309/PR, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, 1.ª Turma, j. 16.12.2003, DJ 02.02.2004, p. 278).
CAPACIDADE
 Podem exercer atividade de empresário: (art.
972CC)
 Em pleno gozo de capacidade civil
 Não forem legalmente impedidos

E o incapaz?

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de


representante ou devidamente assistido,
CONTINUAR a empresa antes exercida por ele
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de
herança.
 Precederá autorização judicial
 Após exame:
 Das circunstâncias
 Dos riscos da empresa
 Da conveniência em continuá-la,

Podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os


pais, tutores ou representantes legais do menor ou do
interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por
terceiros.

OBS: Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens


que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela,
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização
 O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo
das Juntas Comerciais deverá registrar contratos
ou alterações contratuais de sociedade que
envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de
forma conjunta, os seguintes pressupostos:

I. O sócio incapaz não pode exercer a


administração da sociedade;
II. O capital social deve ser totalmente
integralizado;
III. O sócio relativamente incapaz deve ser assistido
e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais.
 OBS: Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade,
entre si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de bens,
ou no da separação obrigatória.

 OBS: O empresário casado pode, sem


necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de
ônus real.
NÃO PODEM SER EMPRESÁRIOS:

os impedidos de ser empresário, tais como:

 os Chefes do Poder Executivo, nacional, estadual ou municipal;


 os membros do Poder Legislativo, como Senadores, Deputados Federais e
Estaduais e Vereadores, se a empresa “goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada”;
 os Magistrados;
 os membros do Ministério Público Federal;
 os empresários falidos, enquanto não forem reabilitados;
 as pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou
suborno concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência,
contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
perdurarem os efeitos da condenação;
 os leiloeiros;
 os cônsules, nos seus distritos, salvo os não remunerados
OBRIGAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS (ART. 1179 CC)

Principais obrigações dos empresários individuais e


das sociedades empresárias, para que suas
atividades sejam legalmente amparadas:

a. Dever de arquivamento de seus atos constitutivos


na Junta Comercial;

b. Dever de escrituração dos livros empresariais


obrigatórios;

c. Dever de levantar, periodicamente, o balanço


patrimonial e de resultado econômico da
empresa.
d. Seguir um sistema de contabilidade,
mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a
documentação respectiva, e a levantar anualmente o
balanço patrimonial e o de resultado econômico;

 OBS: lei fale apenas em livros, os instrumentos de


escrituração são: a) livros; b) conjunto de fichas ou
folhas soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d)
microfichas extraídas a partir de microfilmagem por
computador.
 Livro obrigatório:
 Livro Diário – comum a todo e qualquer empresário - que
pode ser substituído por fichas no caso de ser adotada
escrituração mecanizada ou eletrônica.

Devem ser lançadas, “com individuação, clareza e


caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita
direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício
da empresa”, podendo ser escriturado de forma resumida,
conforme dispõe o art. 1.184, caput e § 1.º, do Código Civil.
Também “serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de
resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico
em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo
empresário ou sociedade empresária”
 Livros facultativos:
 Caixa, no qual se controlam as entradas e saídas
de dinheiro;
 Estoque, Razão, que classifica o movimento das
mercadorias,
 Borrador, que funciona como um rascunho do
diário,
 Conta corrente, que é usado para as contas
individualizadas de fornecedores ou clientes.
SOCIEDADE DE ADVOGADOS
 Art. 15 a 17 - Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil).

 Sociedade civil de prestação de serviço de advocacia.

 STJ que as sociedades de advogados ostentam “índole


empresarial”, não se distinguindo, no plano fático, das demais
sociedades prestadoras de serviços constituídas por outros
profissionais liberais.

Tributário. Contribuições ao SESC e ao SENAC. Empresa prestadora de


serviços advocatícios. Art. 577 da CLT. Enquadramento sindical. Vinculação à
Confederação Nacional do Comércio. Matéria pacificada. 1. As empresas
prestadoras de serviços advocatícios são estabelecimentos de índole
empresarial, por exercerem atividade econômica organizada com fins
lucrativos, estando enquadradas na classificação do artigo 577 da CLT e seu
anexo, e por conseguinte, vinculadas à Confederação Nacional do Comércio.
Desta forma, sujeitam-se à incidência das contribuições instituídas pelo art. 3.º
do DL 9.853/46, bem como pelo art. 4.º do DL 8.621/46. (Precedentes
jurisprudenciais). (...) (AgRg no Ag 518.309/PR, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, 1.ª Turma, j. 16.12.2003, DJ 02.02.2004, p. 278).
Livros específicos - são exigidos a certos
empresários.
 Livro de Registro de duplicatas - trabalham com a
emissão de duplicatas mercantis.

 Sociedades Anônimas - São obrigadas, pela Lei


6.404/1976, a escriturar uma série de livros
específicos, como o livro de Registro de atas da
assembleia, o livro de Registro de transferência de
ações nominativas.

 Também existem livros obrigatórios especiais, que


são exigidos em virtude do exercício de alguma
profissão. Ex: leiloeiros e aos donos de armazéns-
gerais: livro de entrada e saída de mercadorias.
Comuns a todos os
Ex: Diário
empresários

Livros Obrigatórios
Ex: Registro Duplicatas.
Entrada e saída de
Especiais a alguns
mercadorias de
empresários
armazéns. Registro de
Livros Comerciais Ações Nominativas

Ex: Caixa. Razão.


Livros Facultativos
Conta-Corrente
SIGILO EMPRESARIAL

 Art. 1190 CC - “ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma


autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou
ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade
empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as
formalidades prescritas em lei”.

 Não se aplica às autoridades fazendárias, quando estas


estejam no exercício da fiscalização tributária.

 Exame dos livros e documentos constantes da escrituração


deve ater-se ao objeto da fiscalização.

 Sigilo “quebrado” por ordem judicial. A exibição dos livros


empresariais, em obediência à ordem judicial, pode ser total
ou parcial, havendo tratamento distinto para ambos os casos.
EFICÁCIA PROBATÓRIA DOS LIVROS EMPRESARIAIS

CPC - Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor,


sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os
meios permitidos em direito, que os lançamentos não
correspondem à verdade dos fatos.

 Eficácia probatória NÃO depende da escrituração regular.

CPC - Art. 418. Os livros empresariais que preencham os


requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio
entre empresários.

 Mas para fazer prova a favor devem estar regularmente


escriturados
AINDA SOBRE A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ...
 A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos
lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros
lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como
unidade.

 O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos


livros empresariais e dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei.

 O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e


dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio,
bem como reproduções autenticadas.
CURIOSIDADE ...
 Regularidade – requisitos extrínsecos e intrínsecos:

 Intrínsecos – Art. 1183 CC - “a escrituração será feita em idioma e


moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem
entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens”.

 Extrínsecos - a existência de um termo de abertura e de um termo


de encerramento, bem assim a autenticação da Junta Comercial.
Vale lembrar que, conforme determinação do art. 32, inciso III, da Lei
8.934/1994, só serão autenticados os livros empresariais dos
empresários devidamente registrados na Junta Comercial.
 Assim ...

O empresário e a sociedade empresária são


obrigados a conservar em boa guarda toda a
escrituração, correspondência e mais papéis
concernentes à sua atividade. (Art. 1194 CC)
NOME EMPRESARIAL (ART. 1155 CC)
 Expressão que os identifica nas relações
jurídicas que formalizam em decorrência do
exercício da atividade empresarial.
 Função: assinatura do empresário

Em outras palavras,

“Nome Empresarial é aquele sob o qual o


empresário individual, empresa individual de
responsabilidade Ltda. – EIRELI, as sociedades
empresárias, as cooperativas exercem suas
atividades e se obrigam nos atos a elas
pertinentes” (art. 1.º, caput, da IN/DREI 15/2013).
NOME EMPRESARIAL ≠ MARCA ≠ NOME FANTASIA

 MARCA - A marca é um sinal distintivo que


identifica produtos ou serviços do empresário (art.
122 da Lei 9.279/1996).

 NOME FANTASIA – É “apelido”. É a expressão que


identifica o título do estabelecimento.

 NOME DOMÍNIO - O nome de domínio é o


endereço eletrônico dos sites dos empresários na
internet, hoje muito usados para negociação de
produtos e serviços, em razão do desenvolvimento
do chamado comércio eletrônico (e-commerce ou
e-business).
ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL

FIRMA DENOMINAÇÃO

 Individual ou Social  Determinadas sociedades ou


 Formada por um nome civil – pela EIRELI
do próprio empresário, no caso  Formada por qualquer
de firma individual, do titular, expressão linguística
no caso de EIRELI, ou de um
ou mais sócios, no caso de  A indicação do objeto social é
firma social. obrigatória.
 Núcleo da firma é um nome
civil (por exemplo, André
Ramos ou A. Ramos).
 Titular da firma pode aditar, se
quiser, expressão que designe
de forma mais precisa sua
pessoa ou o ramo de sua
atividade
FIRMA DENOMINAÇÃO FIRMA OU
DENOMINAÇÃO
Empresário Individual Sociedade Anônima Sociedade Simples
(ao final, Companhia
ou Cia ou Sociedade
Anônima)
Sociedade em Nome Cooperativa Sociedade Limitada
Coletivo (ao final, Limitada ou
Ltda)
Sociedade Simples Sociedade Comandita
por Ações (ao final,
Sociedade Comandita
por Ações)
Sociedades com EIRELI (ao final,
sócios de EIRELI)
responsabilidade
ilimitada
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO NOME
EMPRESARIAL (ART. 34 LEI 8934/94)
 Principio Veracidade – não pode conter
informação falsa.

 Principio Novidade - proibição de se registrar um


nome empresarial igual ou muito parecido com
outro já registrado. Nomes idênticos – acrescentar
designação que o diferencie. (Junta Comercial:
cabe análise)
DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL (ART.
1142 CC)
 É o complexo de bens, materiais e imateriais, que
constituem o instrumento utilizado pelo empresário
para a exploração de determinada atividade
mercantil.

 Todo o conjunto de bens, materiais ou


imateriais, que o empresário utiliza no exercício
da sua atividade.

 Art. 1.142 CC dispõe que “considera-se


estabelecimento todo complexo de bens
organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária”.
 O “estabelecimento comercial” é composto por patrimônio material e
imaterial, constituindo exemplos do primeiro os bens corpóreos
essenciais à exploração comercial, como mobiliários, utensílios e
automóveis, e, do segundo, os bens e direitos industriais, como
patente, nome empresarial, marca registrada, o ponto (...) (REsp
633.179/MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, j.
02.12.2010, DJe 01.02.2011).

Patrimônio Patrimônio
Material Imaterial

Bens
Bens corpóreos
incorpóreos

Maquinário,utensílios Patentes, nome


,mobiliários, empresarial,
Automóveis, estoque marca
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
 02 elementos marcantes:

1. Complexo de bens - instrumentos para


desenvolver atividade econômica

2. Organização – organização, estruturação,


conexão aos bens para que forme um todo
articulado

Portanto, estabelecimento = universalidade


2 correntes: universalidade de direito (lei)
versus
universalidade de fato (vontade)
CONTRATO DE TRESPASSE
 Alienação onerosa do estabelecimento empresarial

 Art. 1144CC - “o contrato que tenha por objeto a alienação, o


usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos
quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do
empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de
Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial”.

 Art. 1.145 CC - “se ao alienante não restarem bens suficientes para


solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento
depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação”.
 Em caso de venda do estabelecimento, o empresário deve
conservar bens suficientes para pagar todas as suas dívidas
perante seus credores, ou deverá obter o consentimento
destes (tácito/expresso).
 Bens insuficientes para saldar dívidas - notificar seus credores para
que se manifestem em 30 dias acerca da sua intenção de alienar o
estabelecimento. (silêncio – consentimento tácito).
SUCESSÃO EMPRESARIAL
Art. 1.146 CC – “o adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos
débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano,
a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento”.

 Pagamentos anteriores à transferência


 Regularmente contabilizados
 Responsabilidade solidária do devedor primitivo
 Prazo: 01 ano
 Contagem do prazo: quando vencidos: da publicação; outros, da data do
vencimento

OBS: Dívidas decorrentes da atividade empresarial (FORA – dívidas tributárias (art.


133CTN) e dívidas trabalhistas (art. 448CLT)
PROTEÇÃO AO PONTO
 Existência virtual ou física

 Identificação pelos consumidores, fornecedores e


sociedade

 Individualiza o empresário
PROTEÇÃO? LOCAÇÃO EMPRESARIAL

 Direito de inerência ao ponto

 Possibilidade de o empresário locatário


permanecer no imóvel locado mesmo contra a
vontade do locador.

 Lei Inquilinato (Lei 8245/91) confere ao empresário


locatário, o direito à renovação compulsória do
contrato de locação
 Ação renovatória – a renovação compulsória do contrato de
locação, só deve ser assegurada ao empresário que
realmente tenha agregado valor ao local onde exerce suas
atividades, transformando-o em fator atrativo da clientela.

 Requisitos:
1. Formal – contrato escrito, por prazo determinado
2. Material – mínimo 03 anos na exploração da atividade do
mesmo ramo de comércio
3. Temporal – mínimo 05 anos de relação contratual contínua

OBS: a ação renovatória deve ser ajuizada nos 06 (seis)


primeiros meses do último ano do contrato de aluguel.
 Art. 51 da referida lei, “nas locações de imóveis
destinados ao comércio, o locatário terá direito a
renovação do contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:

I – o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com


prazo determinado;

II – o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos


ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;

III – o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo,


pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos”.
EXCEÇÃO DE RETOMADA
 Sem alguns casos, mesmo tendo preenchido os requisitos que lhe
asseguram, em tese, o direito de inerência ao ponto, não terá
assegurado o direito à renovação do contrato de aluguel.

 Exceção retomada – O locador poderá retomar o imóvel locado,


uma vez que o seu direito de propriedade prevalecerá sobre o direito
do locatário de permanecer no local.

Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:


I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no
imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou
para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor
do negócio ou da propriedade;
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para
transferência de fundo de comércio existente há mais de um
ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu
cônjuge, ascendente ou descendente.
DIREITO EMPRESARIAL

OBRIGADA !!!
Até a próxima aula.

Contato: lumascaff@yahoo.com.br

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