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AO DOUTO JUÍZO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo nº 11111111111

MARCOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG


nº..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado no endereço
completo..., vem respeitosamente a perante a Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado que este subscreve com fulcro nos arts. 335 e 343 do Código de Processo Civil,
apresentar a presente.

CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO

Em face de JÚLIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula


de identidade RG nº..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e
domiciliado no endereço completo...,
I. BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS

A Demandada conduzia à época dos fatos na Rua Mil, no município do Rio de Janeiro,
quando ocorreu uma colisão com o veículo do Demandante. Segundo alega, o acidente
resultou em danos materiais avaliados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) no reparo de seu
automóvel. O Demandado também teve seu carro danificado e gastou R$ 30.000,00 (trinta mil
reais) para consertá-lo.

Com base nisso, a Demandada moveu uma ação condenatória por danos materiais
contra o Demandante, afirmando que ele foi o responsável pelo acidente, pois estava dirigindo
5% acima da velocidade permitida. Ela atribuiu o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) à causa e
não desejou uma audiência de conciliação, pois tentou anteriormente chegar a um acordo
extrajudicial sem sucesso.

Durante o processo, o Demandante recebeu uma carta de citação pelo correio e


consultou um advogado para representá-lo, alegando que a Demandada estava dirigindo
embriagada, conforme constatado no boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal
vermelho. Ele busca uma indenização da Demandada equivalente ao custo do reparo de seu
veículo, embora ambos tenham contribuído para o acidente, a Demandada teria uma maior
responsabilidade.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

II.I DA PREELIMINAR DE IMPUNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

Há uma imprecisão em relação ao valor da causa mencionado na petição inicial, em


que a Requerente indica o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), conforme o artigo 337, III, do
Código de Processo Civil. Isso significa que o valor não está de acordo com as normas legais,
pois o artigo 292, V do Código de Processo Civil estabelece que as ações indenizatórias
devem atribuir valor à causa correspondente ao montante pleiteado, que neste caso é de R$
40.000,00 (quarenta mil reais).

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:


III - incorreção do valor da causa;
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;

Por esse motivo, é necessário intimar a Requerente para que recolha as custas
complementares, de acordo com o § 3º do artigo 292 do Código de Processo Civil.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao
proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.

Diante do exposto, requer que a contestada seja citada para fazer tal correção do valor da
causa.

II.III DO MÉRITO

Com base nos fatos apresentados, é importante destacar que o Requerente não possui
responsabilidade civil, conforme estabelece o artigo 186 do Código Civil, pois em nenhum
momento praticou um ato ilícito que tenha causado danos à Requerida e, consequentemente,
gerado o dever de indenizar, de acordo com o artigo 927 do mesmo Diploma Legal.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Diferentemente, a Requerida é exclusivamente responsável pelo acidente, haja vista


que conduzia o veículo sob efeito de álcool, comprovado por meio de um registro de
ocorrência, e, por causa de sua falta de habilidade psicomotora, desrespeitou o sinal vermelho,
o que constitui uma violação e um delito de acordo com a legislação brasileira de trânsito,
conforme estabelecido em lei:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada


em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição


de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 208 Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:


Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Além disso, caso não haja responsabilidade civil, há uma responsabilidade


compartilhada da Requerida, uma vez que a culpa é um fator determinante no valor da
indenização. No caso em questão, a Requerida tem uma responsabilidade maior do que o
Requerente, devido à sua embriaguez e violação do sinal vermelho, em conformidade com o
artigo 945 do Código Civil.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a


sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano.

Neste liame, o requerente visa a improcedência das alegações da exordial.

II.IV DA RECONVENÇÃO

A responsabilidade da Requerida é patente, reiterando que houveram danos materiais


sofridos no sumpto de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) contra o Requerente, no qual o montante
fora usado para o conserto do veículo. Portanto, não restam dúvidas acerca do dever
indenizatório da reconvinda, em face do ato ilícito por dirigir embriagada, bem como
atravessar sinal vermelho, nos termos do caput do artigo 944 do Código Civil.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Portanto, é oportuno ao Requerente manifestar pretensão própria em caráter


indenizatório conexo com a fundamentação da defesa, conforme artigo 343, caput, do Código
de Processo Civil.

III. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) O acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte Requerida para complementar as


custas e a improcedência dos pedidos formulados pela Requerida;

b) Subsidiariamente, a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente da


Requerida, reduzindo-se o valor da indenização;
c) A condenação da Autora nos artigos 208 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro em face de
responsabilidade exclusiva;

d) A procedência do pedido reconvencional, para condenação da Requerida ao pagamento da


indenização no quantum de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

e) Ao final, a condenação da parte Requerida em custas e honorários advocatícios;

f) Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a
juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
bem como a juntada do boletim de ocorrência.

Dá-se o valor da causa em R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento

Local..., Data...,

Advogado...,

OAB nº...,

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