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DE PORTO VELHO/RO.
Processo nº 10001.2023.XXXXXXXX
II - DOS FATOS
A Requerida alega que dirigia seu veículo na Av. Carlos Gomes na cidade de Porto
Velho, quando sofreu uma batida, na qual também se envolveu o veículo do Requerente, por
estar este dirigindo acima da velocidade permitida. Alega que o acidente lhe gerou danos
materiais estimados em R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais).
Requer indenização pelo valor equivalente ao conserto do veículo, apontando ser o
Requerido o responsável pelo acidente, por estar acima da velocidade permitida. Foi
manifestada pela Requerente a dispensa da audiência de conciliação. E atribuiu á causa o
valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
III - PRELIMINARES
a) INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
A Requerente em sua peça inicial alega ter gastado no concerto do seu carro o valor de
R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais), entretanto coloca o valor da causa de R$ 1.000,00
(mil reais), torna-se evidente que o valor atribuido a causa não corresponde ao conteúdo
patrimonial, contrariando o art. 292, V do CPC.
Desta forma, requer a retificação do valor da causa para constar o montante ao qual a
Requerente pretende ganhar de R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais), nos termos do art.
293 do CPC, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art.
485, III e IV do CPC.
IV - DO MÉRITO
As alegações da Requerente não merecem prosperar.
Primeiramente, o Requerido no momento do acidente, conforme apurado, estava
trafegando cerca de 5% acima do limite de velocidade. No entanto, o Regulamento Técnico
Metrológico para Medidores de Velocidade de veículo automotores, regulamentado pela
Portaria Inmetro nº 544 de 12/12/2014 estabelece os seguintes requisitos de tolerância para
erros de medição:
“4.2.3 Os erros máximos admissíveis em serviço para medidores de
velocidade fixos, estáticos e portáteis são de ± 7 km/h para velocidades
até 100 km/h e ± 7 % para velocidades maiores que 100 km/h.
4.2.4 Os erros máximos admissíveis em serviço para medidores de
velocidade móveis são de ± 10 km/h para velocidades até 100 km/h e ±
10 % para velocidades maiores que 100 km/h.”
SUCESSIVAMENTE
Caso o Juízo não entenda pela improcedência total do pedido, requer-se que seja
considerado que houve culpa concorrente. Considerando que ambos, Requerente e
Requerido, cometeram infração de trânsito descrita nos artigos 165 e 218 do Código de
Trânsito Brasileiro, respectivamente, nos termos do art. 945 do CC.
Desta forma, cada parte deverá suportar os prejuízos sofridos com a colisão entre os
veículos.
V - DO RECONVENÇÃO
Considerando os fatos narrados na exordial e o evidente prejuízo suportado pela
colisão, apresenta, neste momento, a reconvenção.
O Requerente, conforme consta no boletim de ocorrência lavrado (em anexo), estava
conduzindo o veículo sob influência de álcool e ultrapassou o sinal vermelho, praticando,
conforme os artigos 165 e 208 do Código de Trânsito Brasileiro, 2 infrações de natureza
gravíssima.
O Requerido, por sua vez, não praticou qualquer infração de trânsito, vez que trafega
5% acima do limite de velocidade da via e, conforme demonstrado anteriormente, existe uma
margem de erro de 7 a 10%, a depender do medidor, se for fixo ou móvel, variáveis para mais
ou para menos.
Neste contexto, fica evidente que a colisão entre os veículos se deu exclusivamente por
culpa do Requerente, não tendo o Requerido agido de qualquer forma que viesse a gerar tal
colisão, fato esse que lhe causou prejuízo material de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais)
com o concerto do seu carro, devendo ser integralmente ressarcido pelos danos suportados,
nos termos dos art. 186 e 927 do CC.
Dá-se a reconvenção o valor de R$ R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais).
Requer que o Augusto Juízo determine a intimação da Requerente nos termos do art.
373, inc I do CPC para, querendo, apresentar resposta à presente reconvenção no prazo legal.
VI - DOS PEDIDOS
A Requerente, em face o exposto REQUER:
Pede deferimento.
Danniela Lima
OAB 666