Você está na página 1de 4

AUGUSTO JUÍZO DE DIREITO DO 1º JUIZADO DA VARA CÍVEL DA COMARCA

DE PORTO VELHO/RO.

Processo nº 10001.2023.XXXXXXXX

TÚLIO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, na


CI (RG) nº xxx.xxx, residente e domiciliado na Rua ………, nº xxxx, Bairro ………, CEP
xx.xxx-xx, e-mail: …@………, telefone:(69)xxxx-xxxx; na Cidade de Porto Velho - RO,
vem, à presença deste douto juízo, por seus procuradores in fine assinados, nos autos da
AÇÃO DE DANOS MATERIAIS que lhe move PEDRO já qualificado nos autos,
apresentar ...

CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE


RECONVENÇÃO

O que faz pelos fatos e fundamentos adiante consignados:


I - DA TEMPESTIVIDADE
A citação à Requerida para comparecer aos autos, foi juntada no dia 04/02/2023.
Assim, considerando os dispositivos 335, III e art. 231, I, ambos do CPC, a presente
contestação tem como prazo final o dia 24/02/2023 (15 dias úteis).
Como a presente contestação é interposta até a data do prazo fatal, este é
TEMPESTIVO, pelo que deve ser devidamente recebido e processado.

II - DOS FATOS
A Requerida alega que dirigia seu veículo na Av. Carlos Gomes na cidade de Porto
Velho, quando sofreu uma batida, na qual também se envolveu o veículo do Requerente, por
estar este dirigindo acima da velocidade permitida. Alega que o acidente lhe gerou danos
materiais estimados em R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais).
Requer indenização pelo valor equivalente ao conserto do veículo, apontando ser o
Requerido o responsável pelo acidente, por estar acima da velocidade permitida. Foi
manifestada pela Requerente a dispensa da audiência de conciliação. E atribuiu á causa o
valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

III - PRELIMINARES
a) INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
A Requerente em sua peça inicial alega ter gastado no concerto do seu carro o valor de
R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais), entretanto coloca o valor da causa de R$ 1.000,00
(mil reais), torna-se evidente que o valor atribuido a causa não corresponde ao conteúdo
patrimonial, contrariando o art. 292, V do CPC.
Desta forma, requer a retificação do valor da causa para constar o montante ao qual a
Requerente pretende ganhar de R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais), nos termos do art.
293 do CPC, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art.
485, III e IV do CPC.

IV - DO MÉRITO
As alegações da Requerente não merecem prosperar.
Primeiramente, o Requerido no momento do acidente, conforme apurado, estava
trafegando cerca de 5% acima do limite de velocidade. No entanto, o Regulamento Técnico
Metrológico para Medidores de Velocidade de veículo automotores, regulamentado pela
Portaria Inmetro nº 544 de 12/12/2014 estabelece os seguintes requisitos de tolerância para
erros de medição:
“4.2.3 Os erros máximos admissíveis em serviço para medidores de
velocidade fixos, estáticos e portáteis são de ± 7 km/h para velocidades
até 100 km/h e ± 7 % para velocidades maiores que 100 km/h.
4.2.4 Os erros máximos admissíveis em serviço para medidores de
velocidade móveis são de ± 10 km/h para velocidades até 100 km/h e ±
10 % para velocidades maiores que 100 km/h.”

Sendo assim, demonstrar clareza no posicionamento de que o Requerido não cometeu


qualquer infração, haja vista que existe uma margem de erro de 7% a 10% para mais ou para
menos.
A prática do ato ilícito, nos termos do art. 186 do CC, faz nascer para o agente que
causou o dano o dever de indenizar a vítima, conforme o art. 927 do CC. Portanto, a
responsabilidade é subjetiva e demanda além da efetiva ocorrência do dano, a conduta dolosa
omissiva ou comissiva, ou culposa negligente ou imprudente.
Assim, configura-se que o réu não praticou qualquer ato ilícito ou infração de trânsito,
não há que se falar em dever de indenizar a parte autora pelos prejuízos materiais advindos da
colisão.

SUCESSIVAMENTE

Caso o Juízo não entenda pela improcedência total do pedido, requer-se que seja
considerado que houve culpa concorrente. Considerando que ambos, Requerente e
Requerido, cometeram infração de trânsito descrita nos artigos 165 e 218 do Código de
Trânsito Brasileiro, respectivamente, nos termos do art. 945 do CC.
Desta forma, cada parte deverá suportar os prejuízos sofridos com a colisão entre os
veículos.

V - DO RECONVENÇÃO
Considerando os fatos narrados na exordial e o evidente prejuízo suportado pela
colisão, apresenta, neste momento, a reconvenção.
O Requerente, conforme consta no boletim de ocorrência lavrado (em anexo), estava
conduzindo o veículo sob influência de álcool e ultrapassou o sinal vermelho, praticando,
conforme os artigos 165 e 208 do Código de Trânsito Brasileiro, 2 infrações de natureza
gravíssima.
O Requerido, por sua vez, não praticou qualquer infração de trânsito, vez que trafega
5% acima do limite de velocidade da via e, conforme demonstrado anteriormente, existe uma
margem de erro de 7 a 10%, a depender do medidor, se for fixo ou móvel, variáveis para mais
ou para menos.
Neste contexto, fica evidente que a colisão entre os veículos se deu exclusivamente por
culpa do Requerente, não tendo o Requerido agido de qualquer forma que viesse a gerar tal
colisão, fato esse que lhe causou prejuízo material de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais)
com o concerto do seu carro, devendo ser integralmente ressarcido pelos danos suportados,
nos termos dos art. 186 e 927 do CC.
Dá-se a reconvenção o valor de R$ R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais).
Requer que o Augusto Juízo determine a intimação da Requerente nos termos do art.
373, inc I do CPC para, querendo, apresentar resposta à presente reconvenção no prazo legal.

VI - DOS PEDIDOS
A Requerente, em face o exposto REQUER:

A) Que seja CONHECIDA a contestação;


B) Que seja ACOLHIDA a preliminar de incorreção do valor da causa com determinação
de complementação do pagamento das custas processuais, sob pena de extinção do
feito sem resolução de mérito;
C) A IMPROCEDÊNCIA do pedido formulado pela parte autora por ausência de culpa
do réu;
D) SUCESSIVAMENTE, em caso de não acolhimento do primer pedido, que seja
reconhecido a culpa concorrente, determinando que cada parte deverá arcar com os
prejuízos relativos ao conserto de seus respectivos veículos;
E) A intimação da Requerente nos termos do art. 341, inc I do CPC para, querendo,
apresentar resposta à reconvenção, no prazo legal;
F) A PROCEDÊNCIA no pedido formulado na reconvenção, condenando a Requerente
ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 32.000,00 (trinta e
dois mil reais) acrescidos de juros, correção monetária e honorários advocatícios;
G) A produção de todas as provas admitidas em juízo para comprovação das alegações
arroladas na contestação e na reconvenção;
H) A intimação do defensor que subscreve a petição acerca de todos os atos processuais,
sob pena de nulidade, nos termos do art. 272, inc 2 do CPC.

Pede deferimento.

Porto Velho, 23 de fevereiro de 2023.

Danniela Lima
OAB 666

Você também pode gostar