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AO JUÍZO DE DIREITO DA 8ª VARA CIVIL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ

Processo sob nº 11111111111

MARCOS, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF nº …, portador do RG nº


…, com endereço eletrônico: …, residente e domiciliado …, vem, mui respeitosamente à presença
deste Juízo por intermédio de seu procurador adiante firmado, apresentar CONTESTAÇÃO C/C
RECONVENÇÃO em face das alegações de fato e direito propostas na inicial movida por Júlia, já
qualificada nos autos do presente processo.

I. BREVE RELATO DO FATOS NARRADOS NA INICIAL

Em síntese, alega a parte Autora que dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de
Janeiro, quando se envolveu em acidente de trânsito com o veículo do Réu. Em decorrência do
acidente, sofreu danos materiais no valor de R$40.000,00, o qual postula indenização pelo valor
equivalente ao conserto de seu automóvel.

II. DA VERDADE DOS FATOS

Ocorre que, a versão dos fatos é diferente dos narrados na inicial da Autora, uma vez que a
mesma alega que supostamente o Réu estava dirigindo acima da velocidade permitida causando
assim o acidente. Sendo que, a verdade é que a responsabilidade pelo acidente foi exclusiva da
Autora, pois a mesma estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, além de
ultrapassar o sinal vermelho, ocasionando o acidente.

III. DA PRELIMINAR DE INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA (ART. 337, IV, CPC E ART.
292, V, CPC)

A Autora apresenta em sua inicial o valor de R$1.000,00, como valor da causa. Conforme
observado nos autos, o acidente gerou para a Autora danos materiais estimados em R$ 40.000,00,
logo, o valor pretendido pela Autora deveria ser de R$ 40.000,00.
Conforme a legislação brasileira, com amparo no artigo 337, III do CPC, demonstra que esse
valor pedido na inicial não respeita o que determina o art. 292, V do CPC, onde diz que o valor das
ações indenizatórias devem ter por valor da causa a quantia que se pretende.
Sendo assim, o valor da causa indicado pela parte Autora deveria ser o de R$40.000,00
devendo o Juiz decidir a respeito, impondo a complementação das custas.

IV. DO MÉRITO

Diferentemente do narrado na inicial, entende-se que toda responsabilidade pelo acidente


cabe a parte Autora, em virtude de que a mesma estava dirigindo embriagada, além de ultrapassar o
sinal vermelho, assim, ocasionando o acidente, como foi atestado pelo boletim de ocorrência, logo
demonstrando a culpa exclusiva da Autora.
Conforme observado, o Réu em momento algum cometeu ato ilícito, não podendo ser
culpado de uma conduta que ele não contribui para o desfecho dos fatos, mesmo que o Réu tenha
excedido o limite de velocidade em 5%, esse valor é ínfimo, não sendo o motivo preponderante para
o acontecimento do acidente, assim, demonstrando a ausência de responsabilidade pelo acidente,
consequentemente, não houve afronta, aos artigos 186 e 927 do Código Civil, pois o mesmo não
praticou o ilícito.
Todavia, percebe-se que, subsidiariamente, se não for este o entendimento deste Juízo, é
necessário considerar a responsabilidade concorrente entre as partes, nesse sentido, atribuindo a
cada uma das partes suas responsabilidades pelo evento danoso, sendo que, a culpa é fator
determinante no momento de se determinar o valor indenizatório, conforme art. 945, do Código
Civil.

V. DA RECONVENÇÃO

Conforme se observa e o evidente dano suportado pelo Reconvinte, em razão do evento


danoso causado pela culpa exclusiva da Reconvinda, nesse sentido, pleiteia o Reconvinte
indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$30.000,00, nos termos do art. 944 e
paragrafo único, do código civil, valor este que foi utilizado para o conserto do veículo em
detrimento ao acidente, não tendo, portanto, o Reconvinte concorrido de qualquer forma para a
ocorrência do fato que lhe causou tal prejuízo material.
Consoante ao narrado, conforme já deixado de forma clara o dever de indenizar da
Reconvinda, em virtude de que a mesma estava dirigindo embriagada, além de ultrapassar o sinal
vermelho, assim, ocasionando o acidente, como foi atestado pelo boletim de ocorrência, logo
demonstrado a culpa exclusiva e ato ilícito da Reconvinda, devendo, assim, o Reconvinte ser
integralmente ressarcido pelos danos suportados, conforme os artigos 196 e 927, do Código Civil.

VI. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante ao exposto, pede-se que este Juízo se digne em julgar totalmente improcedentes os
pedidos formulados na inicial e totalmente procedentes os pedidos propostos na Reconvenção, para
o fim de:
a) Acolher a preliminar de incorreção do valor da causa, determinando a sua alteração e
complementação das custas;
b) Não acolher a tese da Autora referente a culpa exclusiva do Réu no acidente, indeferindo o
pedido de condenação em danos materiais no importe de R$ 40.000,00;
c) Subsidiariamente, não sendo esse o entendimento deste Juízo, que acolha a tese de culpa
concorrente, atribuindo a cada uma das partes suas responsabilidades pelo evento danoso;
d) Condenar a Reconvinda ao pagamento dos danos materiais sofridos pelo Reconvinte, no importe
de R$ 30.000,00;
e) Condenar a Autora ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios,
bem como, condenar a Reconvinda nas verbas sucumbenciais;
f) A juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento do conserto realizado no veículo;
g)A juntada do Boletim de Ocorrência;
h) O Reconvinte não pretende a realização de audiência de conciliação;
i) Pretende-se provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial:
documental, depoimento das partes, pericial, testemunhal.

V. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a presente o valor de R$ 30.000,00.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Local, 20/02/2019
Advogado
OAB

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