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em face dos argumentos apresentados em sede exordial por GUARDA BELO, solteiro,
união estável, empresário, e-mail topcat@hotmail.com, residente e domiciliado em
Feira de Santana-BA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I - DOS FATOS
Em julho de 2014, o Reconvinte adquiriu um automóvel da marca FORD, modelo
FUSION, ano 2013, pelo valor de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), vendido pelo
Reconvindo. Foi acordado que MANDA-CHUVA pagaria R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais) na assinatura do contrato, fato que ocorreu, e o restante seria em 4 parcelas de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais) mensais, a iniciar em agosto.
Porém, no dia 5 de novembro de 2015, o Reconvinte recebeu outra citação por uma
ação idêntica à primeira, de Cobrança, proposta pelo Reconvindo.
II - DO DIREITO
II.I - DO MÉRITO DA CONTESTAÇÃO
Como exposto no artigo 343, do CPC, é lícito propor reconvenção para manifesta
pretensão própria na própria contestação.
Logo, de acordo com o artigo 940, do Código Civil, aquele que demandar por dívida já
paga, sem ressalvar as quantias recebidas, ficará obrigado a pagar ao devedor o dobro
do que houver cobrado. Como foi explanado na situação acima, o Reconvinte
apresentou provas do pagamento e da ciência deste pelo Reconvindo por meio da
certidão de quitação de débito, de forma que não há que se falar em boa-fé ou falta de
ciência do pagamento da dívida.
Devido à cobrança de má-fé realizada pelo Reconvindo, já que este estava ciente do
prévio pagamento da obrigação extinta e mesmo assim ajuizou outra Ação de
Cobrança idêntica à primeira, o fundamento desta Reconvenção é dado devido ao
dano moral causado por GUARDA BELO.
De acordo com o artigo 80, III, do CPC, considera-se a litigância por má-fé quando a
parte usar do processo para conseguir objetivo ilegal, o qual no caso é o
enriquecimento ilícito, cobrando do Reconvindo a segunda vez por uma obrigação já
paga.
Dessa forma, no artigo 79, também do CPC, o legislador afirma que o réu que litigar de
má-fé responde por perdas e danos. Assim como, no artigo 81, aquele que o juiz
condena como litigante de má-fé, deverá pagar multa de até 10% do valor corrigido da
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Portanto, devido à má-fé do Reconvindo, este deverá responder de acordo com o dano
causado ao Reconvinte na situação acima. Sendo que tal atitude não só prejudica de
forma financeira mas também tira a paz e a tranquilidade do Reconvinte pelo
pagamento de uma dívida que já foi quitada, sabendo que pode vir a pagar duas vezes
pelo mesmo débito.
Advogado, OAB