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Direito
ADMINISTRATIVO
1. LEI ANTICORRUPÇÃO
Os sujeitos ativo do ato, ou seja, aqueles praticam atos punidos por esta lei são: pessoas
jurídicas nacionais ou estrangeiras, inclusive as estatais (art. 94, da Lei n. 13.303/2016).
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Já o sujeito passivo do ato, ou seja, aquele que sofre o ato poderá ser: entes da
administração pública direta, entidades da administração pública indireta, administração pública
estrangeira.
As sanções administrativas estão previstas no artigo 6º, as quais podem ser aplicadas
isolamento ou cumulativamente, a depender da gravidade do ato e da natureza da infração. As
sanções administrativas são:
• Multa;
o Caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da
pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
• Publicação extraordinária da decisão condenatória.
o A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de
comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de
atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação
nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de
30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da
atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial
de computadores.
A aplicação de sanções não isenta da responsabilidade de ressarcir o erário, caso haja
prejuízo aos cofres públicos!
Já o artigo 7º trata sobre os critérios para a aplicação discricionária das sanções:
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Segundo o artigo 1º, podem ser sujeitos ativos do ato lesivo tanto as pessoas jurídicas
nacionais e internacionais, também se aplicam às sociedades empresárias e às sociedades
simples, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou
sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, inclusive as empresas estatais,
apesar não haver a previsão expressa, isso porque a elas se aplica o regime jurídico de empresa
privada.
A responsabilidade aplicada é objetiva, sendo assim, é necessária a comprovação da
conduta (ativa ou omissiva), o nexo causal e o resultado (o dano):
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O processo administrativo pode ser iniciado por qualquer órgão ou entidade do Poder
Legislativo, Executivo e Judiciário. No âmbito do Poder Executivo, o §2º, do artigo 8º, da lei,
refere que também cabe à Controladoria Geral da União (CGU) avocar processos instaurados
por outras autoridades, a CGU trabalha como órgão controlador, sendo hierarquicamente
superior aos demais. Também é órgão responsável por instaurar o processo quando os atos
forem praticados contra Administração Pública estrangeira.
Procedimento administrativo:
• Competência: art. 8º e 9º (atenção, a competência pode ser delegado, mas vedada
a subdelegação);
• Prazo: 180 dias para conclusão (podendo ser prorrogado);
• Inicia pela fase Investigativa – opcional;
• Abertura do Processo Administrativo de Responsabilização (PAR);
• Designação da comissão (art. 8º, caput e 10, §3º) – 2 ou mais servidores estáveis;
• Defesa – 30 dias + Súmula Vinculante n. 11 (não exige defesa técnica por
advogado);
• Instrução processual;
• Alegações finais – facultativa;
• Relatório pela comissão;
• Manifestação prévia da Advocacia Pública – art. 6º, §2º;
• Julgamento – art. 12;
• Notificação aos acusados;
• Interposição de recurso ou pedido de reconsideração (de acordo com a Lei
9.784/99);
• Conhecimento ao MP – art. 15;
• Inscrição em dívida ativa da Fazenda Pública – art. 13;
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A prescrição para apuração do ato lesivo, para aplicação de sanções (a lei é omissa
quanto a prescrição da ação visando a reparação do dano é imprescritível, segundo o artigo 37,
§5º, da CF), tanto na esfera administrativa, quanto na judicial, é de 5 anos, contados da ciência
ou do dia que tiver cessado, caso seja um ato lesivo de caráter contínuo ou permanente, de
acordo com o artigo 25 da lei. Atenção: a instauração do processo de responsabilização provoca
a interrupção do prazo prescricional.
A responsabilização administrativa não afasta a judicial. O artigo 19 prevê a competência
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio das respectivas
Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público,
para ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
A lei anticorrupção trata da aplicação das sanções previstas na referida (Lei 12.846/13) às
pessoas jurídicas que venham atentar contra à Administração Pública, mas essa conduta
também pode configurar em transgressões disciplinadas por outras legislações, como é o caso
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da Lei de Improbidade Administrativa e Lei de Licitações e Contratos. Tanto é que a própria lei
anticorrupção traz em seu artigo 30 a possibilidade de aplicação de sanções previstas nesta lei,
ainda que seja aplicada sanção da Lei 12.846/13:
Diante dessa nova regra, a pessoa jurídica que venha a incorrer em transgressão pela Lei
anticorrupção, cujo fato também se enquadre na Lei de Improbidade Administrativa (na posição
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de beneficiado do ato de improbidade do agente público) não poderá ser responsabilizado pelas
duas leis, por violação ao princípio do non bis in idem.
Nome Lei Anticorrupção; Legislação de compliance; Lei de Improbidade da Pessoa Jurídica; Lei
Anticorrupção Empresarial; Lei Empresa Limpa;
Responsabilização Civil e administrativa
Responsabilidade • Da pessoa jurídica: objetiva
• Do dirigente ou administrador: subjetiva
Atos Internos ou externos que que atentem contra:
• patrimônio público nacional ou estrangeiro
• contra princípios da administração
• compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
Sujeito ativo do Pessoa jurídica estrangeira ou nacional, inclusive as estatais.
ato
Sujeito passivo do Administração direta, administração indireta e administração pública estrangeira.
ato
Sanções Na esfera administrativa e/ou judicia.
Procedimento Aplica-se a lei da Ação Civil Pública
judicial
Acordo de Cooperação do infrator com a instrução, recebendo sanções para brandas,
leniência
Colaboração deve resultar em: art. 16, I e II:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Requisitos do I - A pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para
acordo a apuração do ato ilícito;
II - A pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a
partir da data de propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Prescrição 5 anos contados da data da infração ou de quando tiver cessado (se infração permanente
ou contínua).
2.1. Conceito
A Administração Pública tem o dever-poder de controle de seus atos. Ela pode exercer
ela mesma o controle (princípio da autotutela), assim como, também está sujeita ao controle do
Poder Judiciário e Poder Legislativo. Esse controle não recai apenas sobre os órgãos do Poder
Executivo, mas também a qualquer entidades administrativa da administração indireta, qualquer
órgão, de qualquer dos Poderes, da administração direta, ou seja, abrange a Administração
Pública no sentido amplo.
O controle pode (e deve) ser exercido de forma popular também, a Constituição Federal
traz em seu artigo 37, §3º:
O controle pode ser por própria iniciativa da Administração Pública, ou seja, de ofício,
como também por provocação. Importante destacar que controle de mérito somente a própria
administração pode realizar, o Poder Judiciário só pode, quando provocado, analisar a legalidade
dos atos, buscando a sua anulação.
A Constituição Federal assegura o direito de apreciação pelo Poder Judiciário quando
houver lesão ou ameaça a direito, segundo o artigo 5º, inciso XXXV: “A lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Assim como assegura que todos tem
direito de petição nos Poderes Públicos (art. 5º, inciso XXXIV):
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praticou o ato recorrido. Nessa forma só poderá ocorrer o recurso se houver previsão legal.
Exemplo: recurso contra decisão tomada por autarquia endereçado ao Ministro da pasta à qual
a entidade recorrida está vinculada. (MAZZA, 2021, p. 510).
Outro dispositivo importante sobre prescrição é o artigo 142, da Lei 8.112/1990, estatuto
dos servidores federais, ele traz a prescrição de 5 anos para a administração pública aplicar a
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; A
prescrição de 180 dias para a pena de advertência; E 2 anos a prescrição para aplicação da
pena de suspensão.
Ao que tange o Poder Polícia, a prescrição para punição é de 5 anos para ação punitiva
da Administração Pública Federal, Direta ou Indireta, contados da data da prática do ato ou, no
caso de infração permanente ou continuada, no dia em que tiver cessado, de acordo com o artigo
1º, da Lei n. 9.873/1999. Cuidado: essa lei só se aplica na esfera federal.
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De acordo com o artigo 74, §1º e §2º, da Constituição Federal, os responsáveis pelo
controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Inclusive,
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Cabe ao Tribunal de Contas da União sustar a execução do ato impugnado, se não
atendido, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Essa
atribuição também cabe ao Congresso Nacional, o artigo 49, inciso V, da CF que trata sobre a
competência do Congresso de: “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
O controle judicial é aquele exercido pelo Poder Judiciário, realizado mediante provocação
(não pode ser por ofício). Essa análise pode ser prévia ou a posteriori. Para o controle judicial
temos as principais ações:
a) Mandado de Segurança: prevista na Constituição Federal, no artigo 5º, inciso
LXIX e LXX, assim como na Lei 12.016/2019. De acordo com o dispositivo
constitucional:
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c) Ação Civil Pública: prevista no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal e na
Lei 7.347/1985, ação proposta para a proteção de direitos difusos e coletivos, com
o objetivo a condenação em dinheiro ou cumprimento de obrigação de fazer ou não
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fazer. São legitimados a propor tal ação: Conselho Federal da OAB (art. 54, XIV,
da Lei 8.906/1994) Ministério Público, Defensoria Pública, União, estados, DF,
municípios, autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista
e associações que preencham os requisitos do artigo 5º, inciso V, da Lei 7.347/1985
(esteja constituída há pelo menos um ano e tem entre suas finalidade institucionais
a proteção daquilo que for objeto da ação proposta).
Essas são as principais ações de controle da Administração Pública, mas isso não impede
outras ações, como por exemplo a Ação Direta de Inconstitucionalidade (artigo 102, inciso I,
alínea “a” e artigo 103, ambos das Constituição Federal e previsto na Lei n. 9.868/1999).
7.6 Em resumo:
REFERÊNCIAS:
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São Paulo:
Atlas-Gen, 2019.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 30. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro:
Forense, 2017.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro:
Forense, 2020.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11. ed. rev. atual e apl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2021.
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