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DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei de Improbidade Administrativa – Atualização XI


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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – ATUALIZAÇÃO XI

DA PRESCRIÇÃO (Art. 23)

A regra geral é a prescrição, embora haja casos de imprescritibilidade, inclusive previstos


pela própria Constituição.
A prescrição tem como objetivo preservar a segurança jurídica, já que, em regra, a pessoa
pode ter a certeza de que não será demandado por um fato ocorrido há 40 anos, por exemplo.
A prescrição gera a perda da pretensão de apurar, de punir, de responsabilizar. Ou seja,
estando prescrito um fato, não se pode mais promover o ajuizamento de uma ação, ainda
que o réu seja confesso e ainda que se tenha ciência da prática da irregularidade.

• Regra: prescrição para todas as penalidades;


• Exceção: ressarcimento ao erário decorrente de ato doloso, segundo o entendi-
mento do STF.
– Atualmente, atos culposos não configuram improbidade.
– Com exceção do ressarcimento ao erário, todas as demais penas prescrevem, como
a suspensão dos direitos políticos, a multa civil e a proibição de contratar com o
Poder Público.
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– Somente é imprescritível o ressarcimento ao erário decorrente de ato de improbi-
dade administrativa, não decorrente de qualquer outro ato.

• O particular segue o mesmo prazo do agente público (vale para todos os corréus).
– Art. 23, § 6º: “a suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativa-
mente a todos os que concorreram para a prática do ato de improbidade”.
– Art. 23, § 7º: “nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo,
a suspensão e a interrupção relativas a qualquer deles estendem-se aos demais”.

Lei n. 8.429/1992

Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, con-
tados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou
a permanência.
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Obs.: na redação anterior, o prazo era de cinco anos. Em tese, aumentar o prazo de pres-
crição é positivo para o Poder Público, pois ele passa a ter mais garantias, do ponto
de vista temporal, de poder buscar a aplicação das sanções. Entretanto, a nova re-
dação prevê que o prazo se inicia a partir da ocorrência do fato. . Dessa forma, se
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um prefeito, por exemplo, pratica um ato de improbidade já no início de seu mandato,
consegue esconder esse ato por todo o mandato e é reeleito, ao final do segundo
mandato o ato já terá prescrito, se não tiver sido descoberto antes. Com a redação
anterior, a prescrição só se iniciava a partir do fim do mandato.

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos re-
feridos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (tre-
zentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
ato fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica.

Obs.: note que o inquérito dura um ano e pode ser prorrogado por mais um, enquanto a
prescrição ficou suspensa apenas por 180 dias.
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§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30
(trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.

Obs.: trata-se de um prazo impróprio, isto é, sendo observado ou não, não haverá maio-
res consequências. Assim, se o MP propuser a ação depois de 30 dias, não haverá
problemas.

§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:

Obs.: interromper significa zerar e começar tudo novamente.

I – pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;


II – pela publicação da sentença condenatória;
III – pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal
que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV – pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;
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V – pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do
prazo previsto no caput deste artigo.

Obs.: depois de interrompida, a prescrição não será mais de oito anos, mas de quatro.

§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento


da parte interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-
-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto
no § 5º deste artigo.

Obs.: se entre os marcos de interrupção, tiver passado quatro anos, ocorrerá a prescrição
intercorrente.

Prescrição – Linha do Tempo


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Suponha que, em 1º de janeiro de 2022, um sujeito tenha praticado um ato de improbi-


dade. O ano de 2022 transcorreu e, em 1º de janeiro de 2023, foi instaurado um inquérito – já
ocorreu um ano de prescrição. Nos 180 dias seguintes à instauração do inquérito, o prazo
de prescrição fica suspenso, logo, no início de julho de 2023, o prazo de prescrição volta a
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correr – a prescrição correu um ano, porque ficou suspensa por 180 dias. O ajuizamento da
ação ocorreu após quatro anos da prática do ato de improbidade, interrompendo a prescri-
ção, portanto, zerando o prazo e recomeçando a contagem. . É importante lembrar que entre
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o fato e o ajuizamento da ação o prazo é de oito anos – na prática são oito anos e 180 dias,
já que 180 dias são o prazo de suspensão após a abertura do inquérito. Após cinco anos
de ajuizada a ação, o juiz profere sentença condenatória. Nesse caso, ocorreu a prescrição
intercorrente, uma vez que o ajuizamento da ação é um marco interruptivo da prescrição, por-
tanto, o prazo começa a contar pela metade (quatro anos). Mas se a sentença tivesse sido
proferida em três anos, por exemplo, não haveria prescrição e o prazo recomeçaria do zero
e assim sucessivamente, sempre reiniciando a cada marco interruptivo (publicação de deci-
são ou acórdão do tribunal; publicação de decisão ou acórdão do STJ; e publicação de deci-
são ou acórdão do STF). . Observe que existe um rol extenso de situações para que ocorra
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a prescrição intercorrente – considerando a linha do tempo acima, se transcorrerem quatro
anos entre quaisquer dos círculos vermelhos, ocorreu a prescrição.

DIRETO DO CONCURSO

1. (CESPE/2019/DPE-DF/Defensor Público) No que se refere a mandado de segurança,


ação civil pública, ação de improbidade administrativa e ação rescisória, julgue o se-
guinte item.
De acordo com o STF, são imprescritíveis as ações de ressarcimento de danos ao erá-
rio decorrentes de ato doloso de improbidade administrativa.

COMENTÁRIO
Atualmente, o ato de improbidade somente pode ser doloso.

Lei n. 8.429/1992

Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos
que atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de
preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pa-
gas ao final.
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§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de


improbidade se comprovada má-fé.
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malba-
ratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
responsabilizados nos termos da Lei n. 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Dispõe sobre partidos
políticos).

GABARITO
1. C

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandré Borges Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
material.
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