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Súmula 150

Prescreve a execuçã o no mesmo prazo de prescriçã o da açã o.

DECRETO – 167/67
Art 11. Importa vencimento de cédula de crédito rural independentemente de
aviso ou interpelaçã o judicial ou extrajudicial, a inadimplência de qualquer
obrigaçã o convencional ou legal do emitente do título ou, sendo o caso, do terceiro
prestante da garantia real.
Pará grafo ú nico. Verificado o inadimplemento, poderá ainda o credor
considerar vencidos antecipadamente todos os financiamentos rurais concedidos
ao emitente e dos quais seja credor.

CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002

Institui o Có digo Civil.


Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I - a pretensã o dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo
no pró prio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensã o do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado
o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é
citado para responder à açã o de indenizaçã o proposta pelo terceiro prejudicado,
ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensã o;
III - a pretensã o dos tabeliã es, auxiliares da justiça, serventuá rios judiciais,
á rbitros e peritos, pela percepçã o de emolumentos, custas e honorá rios;
IV - a pretensã o contra os peritos, pela avaliaçã o dos bens que entraram para a
formaçã o do capital de sociedade anô nima, contado da publicaçã o da ata da
assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensã o dos credores nã o pagos contra os só cios ou acionistas e os
liquidantes, contado o prazo da publicaçã o da ata de encerramento da liquidaçã o
da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensã o para haver prestaçõ es alimentares, a partir da data
em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I - a pretensã o relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rú sticos;
II - a pretensã o para receber prestaçõ es vencidas de rendas temporá rias ou
vitalícias;

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III - a pretensã o para haver juros, dividendos ou quaisquer prestaçõ es acessó rias,
pagá veis, em períodos nã o maiores de um ano, com capitalizaçã o ou sem ela;
IV - a pretensã o de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensã o de reparaçã o civil;
VI - a pretensã o de restituiçã o dos lucros ou dividendos recebidos de má -fé,
correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuiçã o;
VII - a pretensã o contra as pessoas em seguida indicadas por violaçã o da lei ou do
estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicaçã o dos atos constitutivos da sociedade anô nima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentaçã o, aos só cios, do balanço
referente ao exercício em que a violaçã o tenha sido praticada, ou da reuniã o ou
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violaçã o;
VIII - a pretensã o para haver o pagamento de título de crédito, a contar do
vencimento, ressalvadas as disposiçõ es de lei especial;
IX - a pretensã o do beneficiá rio contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no
caso de seguro de responsabilidade civil obrigató rio.
§ 4º Em quatro anos, a pretensã o relativa à tutela, a contar da data da aprovaçã o
das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I - a pretensã o de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento pú blico
ou particular;
II - a pretensã o dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorá rios, contado o prazo da conclusã o dos
serviços, da cessaçã o dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensã o do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
Art. 206-A. A prescriçã o intercorrente observará o mesmo prazo de prescriçã o da
pretensã o. (Incluído pela Medida Provisó ria nº 1.040, de 2021)
(Revogado)
(Vide Lei nº 14.195, de 2021)
Art. 206-A. A prescriçã o intercorrente observará o mesmo prazo de prescriçã o da
pretensã o, observadas as causas de impedimento, de suspensã o e de interrupçã o
da prescriçã o previstas neste Có digo e observado o disposto no art. 921 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 - Có digo de Processo Civil. (Redaçã o dada Pela
Medida Provisó ria nº 1.085, de 2021)

Saiba os casos em que se aplica a prescrição intercorrente, viabilizando a


baixa das execuções fiscais em curso e a extinção do crédito tributário.
 
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Em decisã o recente, o Superior Tribunal de Justiça definiu entendimento que
beneficiará milhõ es de contribuintes que têm contra si ajuizadas execuçõ es fiscais.
Para entender os efeitos prá ticos da decisã o do STJ para os contribuintes é
importante diferenciar o instituto da prescriçã o ordiná ria e a prescriçã o
intercorrente.
Em termos gerais, a prescriçã o é um instituto que visa reprimir a inércia do titular
do direito em adotar as providências que lhe cabem, gerando a perda da proteçã o
jurídica sobre a pretensã o titularizada em virtude do decurso do tempo.
No â mbito tributá rio, a partir da ó tica da Fazenda Pú blica, regra geral esse prazo é
de 5 (cinco) anos, sendo que a prescriçã o pode ser dividida em ordiná ria e
intercorrente.
A prescriçã o ordiná ria é aquela que decorre da inércia do Estado em formalizar a
cobrança judicial do débito tributá rio. Noutras palavras, se desde a constituiçã o do
crédito tributá rio até o ajuizamento da execuçã o fiscal houver transcorrido o prazo
de 5 (cinco) anos, sem qualquer causa suspensiva ou interruptiva da prescriçã o,
ocorre a perda do direito do Estado de exercer a sua pretensã o de cobrança
judicial do tributo, extinguindo-se o crédito tributá rio.
Já a prescriçã o intercorrente se consuma quando, já ajuizada a demanda executiva
dentro do prazo prescricional, o Estado mantém-se inerte, redundando na
paralisaçã o do processo por período superior a 5 (cinco) anos.
Na prá tica, ocorre o seguinte: quando ajuizada uma demanda executiva e nã o
localizados bens do devedor, o processo fica suspenso por 1 (um) ano, em atençã o
ao disposto no art. 40, §§1º e 2º, da Lei n. 6.830/80, e apó s o decurso desse ano
inicia-se a contagem do prazo prescricional intercorrente.
O caso discutido no STJ dizia respeito justamente à aspectos do instituto da
prescriçã o intercorrente: qual era o marco inicial para contagem do prazo
prescricional, causas interruptivas ou suspensivas da prescriçã o, e a possibilidade
de o juiz reconhecer de ofício (sem ouvir as partes) a prescriçã o.
Apó s anos de julgamento, finalmente o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar
o REsp 1.340.553/RS, enfrentou as questõ es e consolidou importantes
entendimentos que serã o aplicados em milhõ es de processos em tramitaçã o. Sã o
eles: a) o prazo de 1 (um) ano de suspensã o do processo, em virtude da nã o
localizaçã o de bens do devedor, tem início automaticamente da data de ciência do
Estado acerca da nã o localizaçã o do devedor, ou nã o localizaçã o de bens
penhorá veis; b) ao final do prazo de suspensã o, inicia-se automaticamente o prazo
prescricional; c) a mera manifestaçã o do Estado, no sentido de requerer a penhora
de novos bens, nã o  é suficiente para suspender a contagem do prazo prescricional,
o que só ocorre com a efetiva penhora de bens ou localizaçã o do devedor; e d) caso
seja reconhecida a prescriçã o intercorrente de ofício, o Estado deve se insurgir na
primeira oportunidade, alegando ausência de sua intimaçã o, no entanto, deverá
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comprovar também o efeito prejuízo da ausência de intimaçã o, como por exemplo,
a existência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescriçã o.
Tal decisã o da Corte Superior inquestionavelmente tem o efeito de reprimir a
postura passiva e de inércia da Fazenda Pú blica nos litígios executivos, buscando,
dessa forma, evitar a perpetuaçã o de processos judiciais que se arrastam ao longo
do tempo, impondo altos custos à má quina judiciá ria.
Nã o há dú vidas que o precedente do Superior Tribunal de Justiça é bastante
favorá vel ao contribuinte, que, com a assessoria jurídica adequada, deve buscar
identificar as situaçõ es nas quais a prescriçã o intercorrente tenha se consumado,
com a consequente extinçã o do débito tributá rio e término do processo judicial.

LEI No 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980.


Dispõ e sobre a cobrança judicial da
Dívida Ativa da Fazenda Pú blica, e dá
outras providências.
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execuçã o, enquanto nã o for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses
casos, nã o correrá o prazo de prescriçã o.
§ 1º - Suspenso o curso da execuçã o, será aberta vista dos autos ao
representante judicial da Fazenda Pú blica.
§ 2º - Decorrido o prazo má ximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o
devedor ou encontrados bens penhorá veis, o Juiz ordenará o arquivamento dos
autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serã o
desarquivados os autos para prosseguimento da execuçã o.
§ 4o Se da decisã o que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo
prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pú blica, poderá , de ofício,
reconhecer a prescriçã o intercorrente e decretá -la de imediato.                     (Incluído
pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 5o  A manifestaçã o prévia da Fazenda Pú blica prevista no § 4 o deste artigo
será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo
fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.                     (Incluído pela Lei nº
11.960, de 2009)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – RECURSO ESPECIAL N. 1.340.553


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Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.340.553 - RS
(2012/0169193-3) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA
FAZENDA NACIONAL - PR000000O RECORRIDO : DJALMA GELSON LUIZ ME -
MICROEMPRESAADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃ O NOS AUTOS -
SE000000MEMENTA RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ARTS. 1.036 E SEGUINTES
DO CPC/2015 (ART. 543-C, DO CPC/1973). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁ RIO.
SISTEMÁ TICA PARA A CONTAGEM DA PRESCRIÇÃ O INTERCORRENTE
(PRESCRIÇÃ O APÓ S A PROPOSITURA DA AÇÃ O) PREVISTA NO ART. 40 E
PARÁ GRAFOS DA LEI DE EXECUÇÃ O FISCAL (LEI N. 6.830/80). 1. O espírito do art.
40, da Lei n. 6.830/80 é o de que nenhuma execuçã o fiscal já ajuizada poderá
permanecer eternamente nos escaninhos do Poder Judiciá rio ou da Procuradoria
Fazendá ria encarregada da execuçã o das respectivas dívidas fiscais. 2. Nã o
havendo a citaçã o de qualquer devedor por qualquer meio vá lido e/ou nã o sendo
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora (o que permitiria o fim da
inércia processual), inicia-se automaticamente o procedimento previsto no art. 40
da Lei n. 6.830/80, e respectivo prazo, ao fim do qual restará prescrito o crédito
fiscal. Esse o teor da Sú mula n. 314/STJ: "Em execuçã o fiscal, nã o localizados bens
penhorá veis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescriçã o qü inqü enal intercorrente". 3. Nem o Juiz e nem a Procuradoria da
Fazenda Pú blica sã o os senhores do termo inicial do prazo de 1 (um) ano de
suspensã o previsto no caput, do art. 40, da LEF, somente a lei o é (ordena o art. 40:
"[...] o juiz suspenderá [...]"). Nã o cabe ao Juiz ou à Procuradoria a escolha do
melhor momento para o seu início. No primeiro momento em que constatada a nã o
localizaçã o do devedor e/ou ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a
Fazenda Pú blica, inicia-se automaticamente o prazo de suspensã o, na forma do art.
40, caput, da LEF.Indiferente aqui, portanto, o fato de existir petiçã o da Fazenda
Pú blica requerendo a suspensã o do feito por 30, 60, 90 ou 120 dias a fim de
realizar diligências, sem pedir a suspensã o do feito pelo art. 40, da LEF. Esses
pedidos nã o encontram amparo fora do art. 40 da LEF que limita a suspensã o a 1
(um) ano. Também indiferente o fato de que o Juiz, ao intimar a Fazenda Pú blica,
nã o tenha expressamente feito mençã o à suspensã o do art. 40, da LEF. O que
importa para a aplicaçã o da lei é que a Fazenda Pú blica tenha tomado ciência da
inexistência de bens penhorá veis no endereço fornecido e/ou da nã o localizaçã o
do devedor. Isso é o suficiente para inaugurar o prazo, ex lege. 4. Teses julgadas
para efeito dos arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973):
4.1.) O prazo de 1 (um) ano de suspensã o do processo e do respectivo prazo
prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/80 - LEF tem início
automaticamente na data da ciência da Fazenda Pú blica a respeito da nã o
localizaçã o do devedor ou da inexistência de bens penhorá veis no endereço
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fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automá tica, o dever de o
Documento: 1371076 - Inteiro Teor do Acó rdã o - Site certificado - DJe:
16/10/2018 Pá gina 1de 20 Superior Tribunal de Justiça magistrado declarar ter
ocorrido a suspensã o da execuçã o; 4.1.1.) Sem prejuízo do disposto no item 4.1.,
nos casos de execuçã o fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributá ria
(cujo despacho ordenador da citaçã o tenha sido proferido antes da vigência da Lei
Complementar n. 118/2005), depois da citaçã o vá lida, ainda que editalícia, logo
apó s a primeira tentativa infrutífera de localizaçã o de bens penhorá veis, o Juiz
declarará suspensa a execuçã o. 4.1.2.) Sem prejuízo do disposto no item 4.1., em se
tratando de execuçã o fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributá ria
(cujo despacho ordenador da citaçã o tenha sido proferido na vigência da Lei
Complementar n. 118/2005) e de qualquer dívida ativa de natureza nã o tributá ria,
logo apó s a primeira tentativa frustrada de citaçã o do devedor ou de localizaçã o de
bens penhorá veis, o Juiz declarará suspensa a execuçã o. 4.2.) Havendo ou nã o
petiçã o da Fazenda Pú blica e havendo ou nã o pronuciamento judicial nesse
sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensã o inicia-se automaticamente o
prazo prescricional aplicá vel (de acordo com a natureza do crédito exequendo)
durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa na distribuiçã o, na
forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n. 6.830/80 - LEF, findo o qual o Juiz, depois
de ouvida a Fazenda Pú blica, poderá , de ofício, reconhecer a prescriçã o
intercorrente e decretá -la de imediato; 4.3.) A efetiva constriçã o patrimonial e a
efetiva citaçã o (ainda que por edital) sã o aptas a interromper o curso da prescriçã o
intercorrente, nã o bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo,
v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. Os
requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo má ximo de 1 (um)
ano de suspensã o mais o prazo de prescriçã o aplicá vel (de acordo com a natureza
do crédito exequendo) deverã o ser processados, ainda que para além da soma
desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os devedores e penhorados
os bens, a qualquer tempo – mesmo depois de escoados os referidos prazos –,
considera-se interrompida a prescriçã o intercorrente, retroativamente, na data do
protocolo da petiçã o que requereu a providência frutífera. 4.4.) A Fazenda Pú blica,
em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73,
correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de
qualquer intimaçã o dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar
o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimaçã o que constitui o termo inicial -
4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência
de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescriçã o. 4.5.) O magistrado, ao
reconhecer a prescriçã o intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por meio
da delimitaçã o dos marcos legais que foram aplicados na contagem do respectivo
prazo, inclusive quanto ao período em que a execuçã o ficou suspensa. 5. Recurso
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especial nã o provido. Acó rdã o submetido ao regime dos arts. 1.036 e seguintes do
CPC/2015 (art. 543-C, do CPC/1973). ACÓ RDÃ O Documento: 1371076 - Inteiro
Teor do Acó rdã o - Site certificado - DJe: 16/10/2018 Pá gina 2de 20 Superior
Tribunal de Justiça Vistos, relatados e discutidos esses autos em que sã o partes as
acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃ O do Superior Tribunal
de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigrá ficas, o seguinte
resultado de julgamento: "Prosseguindo, em questã o de ordem, a Seçã o, por
maioria, decidiu pela participaçã o do Sr. Ministro Gurgel de Faria no julgamento, já
que quando Sua Excelência declarou-se habilitado a votar ainda nã o havia decisã o
da Corte Especial. No mérito, a Seçã o, por unanimidade, negou provimento ao
recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Votaram parcialmente
vencidos quanto à fundamentaçã o e/ou tese a Sra. Ministra Assusete Magalhã es e
os Srs. Ministros Sérgio Kukina e Herman Benjamin." Participaram do julgamento a
Sra. Ministra Assusete Magalhã es e os Srs. Ministros Sérgio Kukina, Regina Helena
Costa, Gurgel de Faria, Herman Benjamin, Napoleã o Nunes Maia Filho e Og
Fernandes. Nã o participou do julgamento o Sr. Ministro Francisco Falcã o. Presidiu
o julgamento o Sr. Ministro Benedito Gonçalves. Brasília (DF), 12 de setembro de
2018. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator

TRF-1ª – Aplica-se o prazo prescricional de cinco anos aos créditos rurais


celebrados com base no Có digo Civil de 2002
12 Abr, 13:18
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Por unanimidade, a 7ª Turma do TRF 1ª Regiã o confirmou sentença que julgou
procedentes os Embargos do Devedor, extinguindo execuçã o fiscal ajuizada pela
Fazenda Nacional para a cobrança de operaçã o de crédito rural cedido à Uniã o
pela MP 2.196-3/2001, pela ocorrência da prescriçã o. A relatora do caso foi a
desembargadora federal  ngela Catã o.
Na decisã o, a magistrada explicou que, tendo em vista que a Cédula Rural
Pignoratícia Hipotecá ria foi emitida em 1996, com vencimento em 2002, aplica-se
ao caso o prazo prescricional quinquenal previsto no artigo 206, §5º, I, do Có digo
Civil de 2002. “A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o
entendimento de que ao crédito rural cujo contrato tenha sido celebrado sob a
égide do Có digo Civil de 1916, aplica-se o prazo prescricional de 20 anos, a contar
da data do vencimento. Para o crédito rural cujo contrato tenha sido celebrado sob
a égide do Có digo Civil de 2002, aplica-se o prazo prescricional de cinco anos, a
contar da data do vencimento”, citou.
A relatora ainda destacou que, no caso, a Cédula Rural venceu em outubro de 2002,
tendo sido o crédito inscrito em dívida ativa pela Fazenda Nacional em janeiro de
2008. Além disso, a execuçã o fiscal somente foi ajuizada em novembro de 2009,
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quando já decorrido o prazo de cinco anos para a propositura da açã o. “Afasta-se a
prescriçã o vintená ria do art. 177 do Có digo Civil de 1916, pois nã o decorrido mais
da metade do prazo prescricional até 11/03/2003, data em que entrou em vigor o
Có digo Civil/2002”, finalizou.
Processo: 0022922-73.2014.4.01.3300/BA
Fonte: Tribunal Regional Federal da 1ª Regiã o
Fonte: TRF-1ª

O processo de execuçã o tem como objetivo a satisfaçã o do crédito do exequente


por meio da expropriaçã o de bens do executado. Contudo, muitas vezes esse
objetivo nã o é alcançado, sendo um dos grandes problemas do processo de
execuçã o na atualidade, pois em grande parte os atos nã o sã o efetivos, em razã o
de nã o existirem mecanismos eficientes para colaborar na busca por bens
expropriá veis, acarretando a suspensã o do feito.
Com a suspensã o da execuçã o, a pedido do credor, por inexistência ou
insuficiê ncia de bens do executado (art. 791, III, do CPC/73), chega-se ao tema
objeto de discussã o por longos períodos e que, antes da vigência do NCPC/15,
havia muita divergê ncia no judiciá rio e na doutrina, a prescriçã o intercorrente.
A prescriçã o intercorrente está inserida no lapso temporal que toma o processo
executivo, em razã o da inércia do exequente, tendo como consequência a
extinçã o do feito.
Apó s todo o curso do processo de execuçã o, caso o credor nã o localize bens
passíveis de penhora, cabe a suspensã o do feito, com fulcro no art. 791, III,
do CPC, sendo que, em decorrência da suspensã o, nasce a prescriçã o
intercorrente, instituto criado pela doutrina e jurisprudência, sem previsã o legal
no CPC/73.
Podemos conceituar a prescriçã o intercorrente como a estagnaçã o do exequente,
o qual nã o buscou, por meio de atos concretos, a satisfaçã o do seu direito na
execuçã o já instaurada.
Cá ssio Scarpinella (2014, p.86) define prescriçã o intercorrente como “[...] a falta
de impulso processual pelo exequente que pode acarretar a perda da ‘pretensão’ à
tutela jurisdicional executiva”.
Considerando o CPC/73, o STJ entendia que, suspenso o processo com base no
art. 791, III (CPC/73), nã o corria o prazo prescricional, com termo inicial a se
contar a partir da desídia do credor, quando intimado, nã o produzia atos
concretos para satisfazer seu crédito e se consumando no mesmo prazo da
pretensã o inicial, conforme Sú mula 150 do STF.
A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO NOVO CPC

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Toda a discussã o acerca da aplicaçã o da prescriçã o intercorrente acabou com a
chegada do Novo Có digo de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 16 de Março de
2015.
O NCPC/15 surge com uma característica clara, adequar ao má ximo o
instrumento processual civil com a constituiçã o, a era do “constitucionalizar”,
como menciona Wambier et al.. (2015, p.50):
O de ‘constitucionalizar’ o processo: o legislador deixa claro, a cada passo, que
o  NCPC/15 se insere num universo normativo mais amplo em que, no topo, está
a  Constituição Federal, à luz de que todos os dispositivos do Código devem ser
compreendidos.
Ratificando o posicionamento supra, o NCPC/15, logo em seu art. 1º, traz como
norma geral que:
Art.  1º  O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os
valores e as normas fundamentais estabelecidos na  Constituição da Republica
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Tendo em vista os objetivos lançados ao NCPC/15, principalmente, a
harmonizaçã o com a Constituiçã o Federal (princípios) e a tentativa de soluçã o
dos problemas de momento, o novo có digo trouxe, expressamente, a
possibilidade de aplicaçã o da prescriçã o intercorrente em seu artigo 921,
inciso III, do NCPC/15, que trata das causas de suspensã o do processo de
execuçã o.
Art. 921.  Suspende-se a execução:
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;
II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à
execução;
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o
exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros
bens penhoráveis;
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916.
§ 1º  Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1
(um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado
ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos
autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer
tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente,
começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.

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§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de
ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo. (grifos
nossos)
Inicialmente, o texto reafirma que a aplicaçã o da prescriçã o intercorrente se dará
do lapso e inércia temporal por parte do exequente.
Com isso, mantem-se a estrutura até aqui levantada. O exequente propõ e
execuçã o de um título extrajudicial ou cumprimento de sentença, visando o
recebimento de um cré dito e, sendo infrutífera a busca por bens penhorá veis,
tem como soluçã o, a suspensã o do feito.
A novidade trazida pelo novo có digo, sana a divergência a respeito do prazo em
que o feito ficará suspenso, pelo menos, inicialmente. O có digo estabelece que,
deferida a suspensã o do feito por falta de bens, o processo será suspenso pelo
prazo má ximo de 1 (um) ano, sendo que nesse período se suspenderá o prazo da
prescriçã o.
Cumpre salientar, que o método para a aplicaçã o da prescriçã o é contrá rio ao
entendimento que o Superior Tribunal de Justiça adotava com o CPC/73, como
ressalta Teresa Wambier, et al.  (2015, p.51):
Trata-se de tendência contrária àquela admitida pelo STJ que tem o entendimento
segundo o qual, ‘estando suspensa a execução, em razão da ausência de bens
penhoráveis, não corre o prazo prescricional, ainda que se trate de prescrição
intercorrente’.
Transcorrido o prazo supracitado, nã o sendo localizados bens ou nã o havendo a
localizaçã o do executado (nova possibilidade trazida pelo NCPC) o juiz irá
arquivar os autos, sendo possível seu desarquivamento quando localizado bens
penhorá veis.
O marco inicial para a contagem da prescriçã o intercorrente começará a correr
findo o prazo de suspensã o de 1 (um) ano, conforme o § 4º do art. Citado alhures.
Contudo, nã o ficou estabelecido no corpo do artigo o prazo em que se consuma a
prescriçã o intercorrente. Por isso, continuará se aplicando a Sú mula 150 do STF,
onde a consumaçã o se dará no mesmo prazo da açã o, ou seja, no caso de uma
execuçã o de dívida líquida (art. 206, § 5º, I, CC) o prazo para exercer a pretensã o
executó ria é de 5 anos, sendo este, também, o prazo da prescriçã o intercorrente,
contados a partir do fim da suspensã o por 1 (um) ano concedida.
Outra inovaçã o é o tratamento expresso do instituto como causa de extinçã o da
execuçã o, prevista no art. 924, V.
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
[...]
V - ocorrer a prescrição intercorrente.
Portanto, consumada a prescriçã o intercorrente, a execuçã o será extinta com
resoluçã o do mérito.
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Insta salientar, com base no § 5º,do artt . Supra, o juiz poderá reconhecer, de
ofício, a prescriçã o intercorrente, depois de ouvida as partes, seguido, também,
pelo art. 10, do mesmo có digo.
Enfatiza-se que o modelo apresentado para a aplicaçã o da prescriçã o
intercorrente, é idê ntico ao utilizado nas execuçõ es fiscais regida pela
Lei 6.830/80.
Nesse sentido Teresa Wambier, et al.  (2015, p. 50),  esclarecem que:
O  NCPC  aplicou por extensão o entendimento consolidado nas execuções fiscais, no
sentido de que, na ausência de bens penhoráveis, suspende-se a execução fiscal por
um período de um ano, findo o qual se arquivam os autos e passa a fluir
normalmente o prazo prescricional (art. 40, Lei  830/70; Súmula 314 do STJ).
Outrossim, outra peculiaridade do NCPC/15 ocorre devido ao fato de que a
prescriçã o intercorrente atingirá as execuçõ es já em curso, tendo como termo
inicial a data de vigê ncia do Novo Có digo, conforme art. 1.056.
Art. 1.056. Considerar-se-á como termo inicial do prazo da prescrição prevista no
art. 924, inciso V, inclusive para as execuções em curso, a data de vigência deste
Código.
Cassio Scarpinella Bueno (2015, p. 566) comenta o artigo supra, ressaltando a
introduçã o do artigo nas execuçõ es já em curso:
Trata-se de regra salutar que merece ser prestigiada em nome da segurança
jurídica e da pouca clareza de como o tema relativo à prescrição intercorrente
merecia ser tratado no âmbito do  CPC  atual, à falta de disciplina clara como a
dos  parágrafos  do art.  921.
Por fim, ressalta-se que, ainda que o NCPC traga as referidas regras apenas no
Livro II, que versa sobre os processos de execuçã o, o procedimento acima
declinado é plenamente aplicá vel ao cumprimento de sentença, nos termos do
art. 513 do NCPC/15, que estabelece: “cumprimento da sentença será feito
segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a
natureza da obrigaçã o, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Có digo

PROCESSO 0005325-45.1996.8.26.0438
Relaçã o: 0417/2022 Teor do ato: Trata-se de açã o de execuçã o de título
extrajudicial ajuizada por Nossa Caixa em face de Neusa Quinalha Crosatti e Mario
Aluizio Vianna Efreja, em que busca a execuçã o das cédulas rurais de n. 013822-3 e
013.823-1. Em 25 de agosto de 2000 foi homologado o acordo firmado entre as
partes, consistente na contrataçã o de novas cédulas de crédito rural (fls. 73/80).
Em 14 de maio de 2019 a parte exequente pugnou pela execuçã o do acordo,
afirmando que as parcelas vencidas a partir de 01/10/2010 nã o foram pagas (fls.
121/122). À s fls. 161 as partes foram instadas a se manifestarem acerca da
prescriçã o. A executada Neusa Quinalha Crosatti defendeu a ocorrência de
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prescriçã o (fls. 163/164. O exequente deixou transcorrer o prazo in albis (fls. 165).
É o breve relató rio. Decido. Nos termos da sú mula 150 do STF, há muito já
pacificado que a execuçã o prescreve no mesmo prazo de prescriçã o da açã o. O
presente caso trata de execuçã o de cédula de crédito rural, cujo prazo prescricional
é de cinco anos (art. 206, §5º, I, CC). Assim, a pretensã o para execuçã o da sentença
que homologou o acordo entre as partes prescreve em cinco anos a contar da
inadimplência, já que tal como consta da cédula que materializou o acordo: o
inadimplemento de qualquer obrigaçã o legal ou convencional implicará no
vencimento antecipado do total da dívida representada neste título,
independentemente de interpelaçã o judicial ou extrajudicial, e na forma do
estatuído no artigo 11 do Decreto-lei n. 167/67. O exequente narra que houve
inadimplência em relaçã o à parcela com vencimento posterior a 01/10/2010, ou
seja, 03/10/2011 (fls. 73/80). Sendo assim, quando do pleito de início do
cumprimento de sentença (maio de 2019) já havia se operado a prescriçã o. Ante o
exposto, reconheço a prescriçã o da pretensã o executiva e JULGO EXTINTO o
presente cumprimento de sentença, sem ô nus para a exequente em razã o do
princípio da causalidade, já que incontroversa a inadimplência. Custas iniciais já
recolhidas. Desbloqueie-se o veículo de fls. 138. Retire-se o nome dos executados
via SERASAJUD. Em caso de recurso de apelaçã o, ciência à parte contrá ria para,
querendo, apresentar contrarrazõ es no prazo de 15 dias ú teis (art. 1.010, §1º do
CPC). Apó s, havendo recurso, subam os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Sã o Paulo, com nossas homenagens e cautelas de estilo. Publique-se e
intimem-se. Oportunamente arquivem-se. Advogados(s): Antonio Crosatti (OAB
43786/SP), Felipe Eduardo Candeias Bis (OAB 84757/PR

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