º 22-B/92, de 9 de Setembro
SUMÁRIO:
Extingue os Órgãos de Justiça Laboral. - Revoga os artigos 19.º, 27.º e 31.º, n.º 2 da Lei n.º 18/88, além da demais legislação que contrarie a presente
lei.
NOTA:
Os Valores absolutos constantes do presente Diploma, são actualizados e convertidos pelo Decreto executivo conjunto n.º 72/99, de 21 de Maio.
APROVADO POR:
Decreto executivo conjunto n.º 72/99, de 21 de Maio (última alteração)
Lei n.º 22-B/92, de 9 de Setembro
Preâmbulo
O Decreto n.º 44 310, de 27 de Abril de 1962, criara os Tribunais de Trabalho no então Ultramar e, na mesma data, pelo Decreto n.º 44 309,
aprovara o Código de Trabalho Rural, seguindo-se-lhes em 30 de Dezembro de 1963, o Decreto-Lei n.º 45 597, que aprovara o Código de
Processo de Trabalho.
E, em consequência, foram criados e entraram em funcionamento os Tribunais de Trabalho nas então Comarcas de Luanda, Huambo e
Benguela. Após a independência, como resultado das opções ideológico-políticas, partiu-se do pressuposto de que seria o próprio ambiente de
trabalho, onde surgem os problemas, o local privilegiado para, num primeiro passo, os resolver.
Foi assim que revogando a legislação então vigente, se publicaram a Lei n.º 9/81, de 2 de Novembro, Lei da Justiça Laboral e o Decreto executivo
conjunto n.º 3/82, de 11 de Janeiro que a regulamentou. Entretanto, se do ponto de vista teórico, a solução parecia lógica e transparente, a
prática veio mostrar inúmeras dificuldades na implementação do sistema.
Destas avultam, a fraca preparação da maioria dos membros das Comissões Laborais, a sua fraca ou nenhuma formação e qualificação jurídicas
e a pouca sensibilidade ou receptividade das empresas.
É, pois, mister mudar este estado de coisas e devolver as questões laborais aos tribunais, integrando-as dentro do Sistema Unificado de Justiça.
E, dada a urgência, optou-se por um diploma que tratasse simultaneamente de aspectos substantivos e processuais, para depois, com
experiência acumulada na sua execução, se elaborarem novos Códigos de Trabalho e do Processo do Trabalho.
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 51.º e do artigo 61.º da Lei Constitucional e no uso da faculdade que me é conferida pela alínea
q) do artigo 47.º da mesma Lei, a Assembleia do Povo aprova e eu assino e faço publicar a seguinte lei:
a) conhecer dos recursos interpostos das decisões proferidas pelas Salas do Cível e Administrativo, da Família e do Trabalho dos Tribunais
Populares Provinciais;
b) conhecer do recurso interposto das decisões definitivas e executórias do Ministro do Trabalho, Administração Pública e Segurança Social,
nos termos do artigo 65.º, n.º 3 da Lei n.º 18/90, de 27 de Outubro;
c) conhecer de todos os outros recursos que, por lei, sejam submetidos ao seu julgamento;
d) julgar confissões, desistências e transacções, bem como quaisquer incidentes, nos processos de que deva conhecer;
e) julgar os processos de reforma de autos de sua competência e que se tenham perdido no Tribunal;
f) conhecer quando tal não for atribuído a outra Câmara dos conflitos de competência entre os Tribunais Populares Provinciais e entre estes
e os Tribunais Populares Municipais de outra Província;
g) julgar em primeira instância as acções de indemnização propostas contra Juízes e Assessores Populares de todos os Tribunais e dos
magistrados do Ministério Público, por faltas cometidas no exercício das suas funções;
h) rever as sentenças que em matéria cível, de família e de trabalho tenham sido proferidas por tribunais estrangeiros ou árbitros em países
estrangeiros.
Artigo 23.º Execução para pagamento de quantia certa baseada em título diverso
de sentença
Quando a acção executiva se destine ao pagamento de quantia certa ou venha a converter-se em execução com essa finalidade e se baseie
em título diverso de sentença, aplicar-se-ão à execução e à oposição que for deduzida o que se dispôs nos dois artigos anteriores.