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DIREITO PROCESSUAL TRIBUTÁRIO

APOSTILA BASE
MÓDULO 2

A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do DF, dos
Municípios e respectivas Autarquias, entre estas o INSS, é regida pela Lei n ° 6.830/1980, e
subsidiariamente, pelo CPC.

1. DÍVIDA ATIVA

1.1 INSCRIÇÃO

A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo
órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para
todos os efeitos de direito, por 180 dias ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer
antes do término daquele prazo. [ENTENDIMENTO STJ sobre suspensão do prazo]

SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL (ressalva entendimento quando dívida de


natureza tributária):
 INSCRICÃO DOS VALORES EM DÍVIDA ATIVA
Período de suspensão (o que ocorrer primeiro):
 180 dias ou
 até a distribuição da execução fiscal.

2. EXECUÇÃO FISCAL
Analisaremos a partir de agora a fase judicial da cobrança dos valores inscritos em Dívida
Ativa, os elementos e as fases processuais dessa ação.

Por meio de atos coativos incidentes sobre o patrimônio do devedor, ou responsável, o


credor pretende satisfazer seu direito com a utilização do Poder Judiciário, mesmo contra a
vontade de quem figurar no polo passivo da execução.
PRINCÍPIOS:
EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO FORÇADA: processo deve dar a quem tenha um direito tudo
aquilo que exatamente ele tenha direito de conseguir.
MENOR SACRIFÍCIO POSSÍVEL AO EXECUTADO: por vários meios o credor puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.
CONTRADITÓRIO: garantia da informação necessária e da reação possível. Não é suficiente
para se julgar o mérito da causa.
PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO: inexistência de julgamento do mérito; satisfação de
crédito exequendo. Sentença não é coberta pela coisa julgada material. A desistência não
precisa da manifestação do demandado; salvo se propostos embargos com discussão de mérito.

2.1. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO E PROCESSAMENTO


De acordo com o art. 109 da CF/1988, as causas em que a União, entidade autárquica ou
empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho serão processadas e julgadas pela Justiça Federal.

** Art. 15 da Lei n ° 5.010

De acordo com o disposto no art. 578 do CPC, a execução fiscal será proposta no foro do
domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Na
execução fiscal, a Fazenda Pública poderá escolher o foro de qualquer um dos devedores, quando
houver mais de um, ou o foro de qualquer dos domicílios do réu; a ação poderá ainda ser proposta
no foro do lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida, embora nele
não mais resida o réu, ou, ainda, no foro da situação dos bens, quando a dívida deles se originar.

Entendimento STJ:
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Em execução fiscal movida pela Fazenda Pública Estadual, a União e Autarquias


Federais podem suscitar a preferência dos seus créditos tributários, desde que
demonstrem o ajuizamento de execução contra o(s) mesmo(s) devedor(es) e a penhora
recaia sobre o(s)mesmo(s) bem(ns).

O crédito da União, dos Estados-membros ou dos Municípios deve sempre preferir ao


das suas respectivas autarquias, vez que os entes políticos têm precedência sobre as
pessoas jurídicas de direito público meramente administrativas.

ESTADOS NÃO POSSUEM FORO PRIVILEGIADO, APENAS SE AJUIZADA A DEMANDA


NA CAPITAL É QUE HÁ NECESSIDADE DE PROCESSAMENTO EM VARA DE
FAZENDA PUBLICA. NO CASO DE AÇÃO DECLARATÓRIA OU ANULATÓRIA PODE
AJUIZAR NO 100,IV A, OU B, OU D DO CPC

2.2. LEGITIMIDADE PASSIVA


A execução fiscal poderá ser promovida contra:
 o devedor;
 o fiador;
 o espólio;
 a massa;
 o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de Direito Privado, e
 os sucessores a qualquer título.
Responsáveis podem nomear bens do devedor.
SUMULAS STJ
2.2.1. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Nos processos de falência, recuperação judicial, liquidação, inventário, arrolamento ou
concurso de credores, nenhuma alienação será judicialmente autorizada sem a prova de quitação
da Dívida Ativa ou a concordância da Fazenda Pública. Caso isso não ocorra, o administrador
judicial, o liquidante, o inventariante e o administrador, se, antes de garantidos os créditos da
Fazenda Pública, alienarem ou derem em garantia quaisquer dos bens administrados, respondem,
solidariamente, pelo valor desses bens.

À Divida Ativa, de qualquer natureza, aplicam-se as normas relativas à responsabilidade


prevista na legislação tributária, civil e comercial. Os responsáveis poderão nomear bens livres e
desembaraçados do devedor, tantos quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos
responsáveis ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à
satisfação da dívida.

PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PÚBLICO: Se a devedora for uma pessoa jurídica de direito
público (União, Estado, DF, município suas autarquias e fundações de direito público) o
processamento da cobrança não será realizado de acordo com o disposto na Lei n ° 6.830/1980,
em virtude de os bens públicos serem impenhoráveis. O procedimento, nesses casos, será regido
pelo disposto no art. 730 do CPC.
A devedora será citada para opor embargos em 30 dias; se esta não os opuser, no prazo
legal, observar-se-ão as seguintes regras:
 o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;
 far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo
crédito.

Cabe ressaltar que o STF já se posicionou que as empresas públicas que exploram serviço
monopolizado reservado com exclusividade à União têm garantida a impenhorabilidade de seus

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bens. Nesse sentido, segue a ementa do Recurso Extraordinário nº 100.433-RJ, do qual foi relator
o Min. Sydney Sanches
EXECUÇÃO FISCAL. Impenhorabilidade de bens de empresa pública (ECT) que explora
serviço monopolizado (§ 3º do art. 170 da Constituição Federal - EC-01/69), reservado
exclusivamente à União (art. 8º, inciso XII, da Constituição Federal - EC-01/69). Recurso
extraordinário não conhecido.

2.3. REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL


A provocação do Poder Judiciário, para que este se movimente e impulsione o processo,
se dá por meio da petição inicial, requerendo a sujeição do devedor ou responsável à decisão
judicial.

A petição inicial indicará apenas:


 o Juiz a quem é dirigida;
 o pedido, e [EXPROPRIAR BENS DO DEVEDOR]
 o requerimento para a citação.
A petição será instruída com a CDA, que da inicial fará parte integrante, como se estivesse
transcrita. A petição inicial e a CDA poderão constituir um único documento, preparado inclusive
por processo eletrônico.

A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial.


E o valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais.

Conforme detalharemos abaixo, no título Citação, na execução judicial da Dívida Ativa da


União, suas autarquias e fundações públicas, será facultado ao exequente indicar bens à penhora,
a qual será efetivada concomitantemente com a citação inicial do devedor.

2.4. DEFERIMENTO DA INICIAL


No caso de deferimento da inicial, o despacho do Juiz importa em ordem para:
 citação;
 penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de depósito
ou fiança;
 arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;
O arresto possui natureza cautelar, e na execução fiscal terá lugar quando não possuir
domicílio certo ou quando se ausentar deste o executado.
 registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou
outras despesas [entendimento sobre isenção] e
 avaliação dos bens penhorados ou arrestados.

Se não houver o preenchimento dos requisitos exigidos, anteriormente estudados, ou


quando a inicial apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
o juiz determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 dias. Caso o autor não
cumpra a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

2.4.1. CITAÇÃO
O executado será citado para, no prazo de 5 dias, pagar a dívida, com os juros e multa de
mora e encargos indicados na CDA, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:
 a citação será feita pelo correio, com aviso de recebimento, se a Fazenda Pública não a
requerer por outra forma. A citação pelo correio considera-se feita na data da entrega
da carta no endereço do executado; ou, se a data for omitida no aviso de
recebimento, 10 dias após a entrega da carta à agência postal. A contagem desse
prazo é relevante para fins de determinar o prazo para regularização da situação do
executado, seja pelo pagamento, seja pela garantia da execução.
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 se o aviso de recepção não retomar no prazo de 15 dias da entrega da carta à agência


postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
 o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão
oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 dias, e conterá,
apenas, a indicação da exequente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a
quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da
Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo. O executado ausente do País
será citado por edital, com prazo de 60 dias.

O executado poderá pagar parte da dívida, que julgar incontroversa, e garantir a execução
do saldo devedor. Não ocorrendo o pagamento nem a garantia da execução, a penhora poderá
recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DENUNCIAÇÃO À LIDE.


CABIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 20 DO CPC.
1. É lição de Celso Agrícola Barbi sobre a pertinência da denunciação da lide
nos embargos à execução: "Examinando as características do procedimento de
execução dessa natureza, verifica-se que nele não há lugar para a denunciação da
lide. Esta pressupõe prazo de contestação, que não existe no processo de
execução, onde a defesa é eventual e por embargos".
2. "NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO NÃO SÃO ADMITIDOS O CHAMAMENTO AO PROCESSO, A
DENUNCIAÇÃO DA LIDE E A DECLARATÓRIA INCIDENTAL" (VIENTA, cl. 10).

2.5. GARANTIA DA EXECUÇÃO:


Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados
na CDA, o executado poderá:
 efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito,
que assegure atualização monetária;
 oferecer fiança bancária. A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou
fiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora.
 nomear bens à penhora, observada a seguinte ordem (o arresto também deve seguir a
ordem abaixo):
1. dinheiro. A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito à ordem do
Juízo, conforme acima mencionado.
2. título da Dívida Pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em Bolsa;
3. pedras e metais preciosos;
4. imóveis;
5. navios e aeronaves;
6. veículos;
7. móveis ou semoventes, e
8. direitos e ações.

Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento comercial industrial ou


agrícola, bem como em plantações ou edifícios em construção. Atenção para os bens
considerados absolutamente impenhoráveis pela lei, conforme já mencionamos. Nesse sentido,
segue entendimento do STJ:
É possível a penhora sobre percentual do faturamento ou rendimento da empresa desde
que em caráter excepcional , ou seja, após não ter tido resultado a tentativa de constrição
sobre outros bens arrolados nos incisos do art. 11 da Lei de Execução Fiscal, e que haja
nomeação de administrador, com apresentação da forma de administração e
esquema de pagamento, consoante disposto nos artigos 677 e 678 do CPC.

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 indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.

O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora com o


consentimento expresso do respectivo cônjuge.

A remoção do bem penhorado para depósito judicial, particular ou da Fazenda Pública


exequente poderá ser realizada em qualquer fase do processo de execução, sempre que a
Fazenda pública requerer o depósito judicial.

Serão juntados aos autos a prova do depósito, da fiança bancária ou da penhora dos bens
do executado ou de terceiros.
Conforme previsto no art. 185-A do CTN, na hipótese de o devedor tributário, devidamente
citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a
decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros
de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a ordem judicial. A indisponibilidade limitar-se-á ao valor total exigível,
devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que
excederem esse limite. Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação enviarão
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem
promovido.

2.5.1. EXECUÇÃO FRUSTRADA


O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor OU
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não fluirá o prazo de
prescrição.

Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da
Fazenda Pública. Decorrido o prazo máximo de 1 ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.

Encontrados que sejam, a qualquer tempo o devedor ou os bens, serão desarquivados os


autos para prosseguimento da execução. [entendimento sobre prescrição intercorrente].
Súmula 314 STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por
um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Sigilo Bancário e Sigilo Fiscal
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL ERESP 163408
EXECUÇÃO. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES À RECEITA FEDERAL, A PEDIDO DO
EXEQUENTE, QUANDO FRUSTRADOS OS ESFORÇOS PARA LOCALIZAR BENS DO
EXECUTADO. ADMISSIBILIDADE. ART. 600, CPC.
A requisição, frustrados os esforços do exequente para localização de bens do devedor para a
constrição, é feita no interesse da justiça como instrumento necessário para o Estado cumprir o
seu dever de prestar jurisdição. Não é somente no interesse do credor. Embargos conhecidos e
acolhidos.
1. Em interpretação sistemática do ordenamento jurídico, na busca de uma maior
eficácia material do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art. 185-A do
CTN com o art. 11 da Lei n. 6.830/80 e artigos 655 e 655-A, do CPC, para
possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira,
independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens
penhoráveis. Em suma, para as decisões proferidas a partir de 20.1.2007 (data da

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entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006), em execução fiscal por crédito


tributário ou não, aplica-se o disposto no art. 655-A do Código de Processo
Civil, posto que compatível com o art. 185-A do CTN.
2. O tema foi submetido a julgamento pelo rito no art. 543-C, do CPC, tanto pela
Corte Especial (REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJE 23.11.2010),
quanto pela Primeira Seção desta Corte (REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado no dia 24.11.2010), ocasiões em que restou assentado entendimento no
sentido de que a penhora online, antes da entrada em vigor da Lei n.
11.382/2006, configura medida excepcional cuja efetivação está condicionada à
comprovação de que o credor tenha realizado todas as diligências no sentido de
localizar bens livres e desembaraçados de titularidade do devedor. Contudo, após
o advento da referida lei, o juiz, ao decidir sobre a realização da penhora
online, não pode mais exigir do credor prova de exaurimento das vias
extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados.

2.6. INTIMAÇÃO DA PENHORA


Caso ocorra a penhora na execução fiscal, será realizada a intimação ao executado,
mediante publicação, no órgão oficial, do ato de juntada do termo (nomeação é reduzida a termo)
ou do auto de penhora.

Nas comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá ser feita pela remessa de cópia
do termo ou do auto de penhora, pelo correio, na forma estabelecida para a citação.

Caso a penhora recaia sobre imóvel, far-se-á a intimação ao cônjuge, observadas as


normas previstas para a citação. Far-se-á a intimação, da penhora pessoalmente ao executado
se, na citação feita pelo correio, o aviso de recebimento não contiver a assinatura do próprio
executado, ou de seu representante legal.

O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens penhorados, efetuada
por quem o lavrar.

O Oficial de Justiça entregará contrafé e cópia do termo ou do auto de penhora ou arresto,


com a ordem de registro:
o no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado;
o na repartição competente para emissão de certificado de registro, se for veículo;
o na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se forem
ações, debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título, crédito ou direito
societário nominativo.

Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz ao executado, a substituição da


penhora por depósito em dinheiro ou fiança bancária, e à Fazenda Pública, a substituição dos
bens penhorados por outros, independentemente da ordem prevista, bem como o reforço da
penhora insuficiente.

2.6.1. IMPUGNAÇÃO DA AVALIAÇÃO REALIZADA NA PENHORA


Com a penhora realiza-se a avaliação dos bens, todavia, essa avaliação pode não
corresponder a realidade. Desse modo, cabe à parte que se julgar prejudicada requisitar ao juiz
que solucione a controvérsia. Nesse caso, deve ser observado o seguinte procedimento, para a
solução da questão incidental:

1. Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública antes de publicado o


edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador oficial para proceder à
nova avaliação dos bens penhorados.

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2. Se não houver, na comarca, avaliador oficial ou este não puder apresentar o laudo de
avaliação no prazo de 15 dias, será nomeada pessoa ou entidade habilitada, a critério
do Juiz.

3. Apresentado o laudo, o Juiz decidirá de plano sobre a avaliação.

2.7. OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO (EMBARGOS DO EXECUTADO E EXCEÇÃO DE PRÉ-


EXECUTIVIDADE)
Desejando atacar a execução, seja em relação aos valores cobrados, seja relativo a outros
vícios no procedimento originário na cobrança do crédito, o devedor, responsável ou qualquer um
que figure no polo passivo poderá apresentar embargos à execução. Entretanto, para serem
aceitos, é necessário verificar se foi preenchido o pressuposto para a sua admissibilidade. Assim,
não serão admitidos os embargos do executado antes de estar garantida a execução, por um dos
meios que já estudamos.

Também não serão admitidas a reconvenção nem a compensação nos embargos


[entendimento dos Tribunais]. As exceções, exceto as de suspeição, incompetência e
impedimentos, serão arguidas como matéria preliminar, sendo processadas e julgadas com os
embargos. A defesa indireta do executado, realizada por meio da apresentação de exceções
(suspeição, incompetência e impedimentos) será decidida preliminarmente ao exame do mérito da
questão.

Conforme vimos, os responsáveis poderão nomear bens livres e desembaraçados do


devedor, tantos quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos responsáveis ficarão, porém,
sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação da dívida.

O executado poderá oferecer embargos, no prazo de 30 dias, contados:


 do depósito;
 da juntada da prova da fiança bancária;
 da intimação da penhora.

No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer
provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até 3 ou, a critério do Juiz, até o
dobro desse limite.

Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para impugná-los no prazo de


30 dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento. Contudo, não será
realizada audiência, se os embargos versarem sobre matéria de direito ou, sendo de direito e de
fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o Juiz proferirá a sentença no prazo de
30 dias.

Caso não sejam oferecidos os embargos, a Fazenda Pública manifestar-se-á sobre a


garantia da execução. Nesse caso, poderá impugnar a penhora realizada [embargos à penhora]

Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no caso de garantia


prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a execução nos
próprios autos, para, no prazo de 15 dias:
 remir o bem, se a garantia for real, ou [REMIÇÃO]
 pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, indicados na
CDA, pelos quais se obrigou, se a garantia for fidejussória.

ENTENDIMENTO STJ
Em execução fiscal, a exceção de pré-executividade pode ser argüida, por mera petição, no
tocante às questões relativas aos pressupostos processuais , condições da ação e vícios
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objetivos do título , referentes à certeza, liquidez e exigibilidade, desde que não demandem
dilação probatória.

2.7.1. EXECUÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA


Na execução por carta, os embargos do executado serão oferecidos no Juízo deprecado,
que os remeterá ao Juízo deprecante, para instrução e julgamento. Quando os embargos tiverem
por objeto vícios ou irregularidades de atos do próprio Juízo deprecado, caber-lhe-á unicamente o
julgamento dessa matéria.

2.8. ARREMATAÇÃO
A arrematação será precedida de edital, afixado no local do costume, na sede do Juízo, e
publicado, em resumo, uma só vez, gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão oficial. O
prazo entre as datas de publicação do edital e do leilão não poderá ser superior a 30 nem inferior a
10 dias. O representante judicial da Fazenda Pública será intimado, pessoalmente, da realização
do leilão, com a antecedência prevista acima.

A alienação de quaisquer bens penhorados será feita em leilão público, no lugar designado
pelo Juiz. Na hipótese de alienação antecipada dos bens penhorados, o produto será depositado
em garantia da execução.

A Fazenda Pública e o executado poderão requerer que os bens sejam leiloados de modo
global ou em lotes que indicarem.

Cabe ao arrematante o pagamento da comissão do leiloeiro e demais despesas indicadas


no edital.

2.8.1. ADJUDICAÇÃO PELO CREDOR


A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:
 antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se
rejeitados os embargos;
 findo o leilão:
o se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
o havendo licitantes, com preferência, em, igualdade de condições com a
melhor oferta, no prazo de 30 dias.

Se no primeiro ou no segundo leilões não houver licitante, a União poderá adjudicar o bem
por 50% do valor da avaliação.

Não havendo interesse na adjudicação, poderá o juiz do feito, de ofício ou a requerimento


do credor, determinar sucessivas repetições da hasta pública.

Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for superior ao dos créditos da Fazenda
Pública, a adjudicação somente será deferida pelo Juiz, se a diferença for depositada, pela
exequente, à ordem do Juízo, no prazo de 30 dias.

EMBARGOS À ADJUDICAÇÃO, ALIENAÇÃO OU ARREMATAÇÃO


LEGITIMADO: EXECUTADO
PRAZO: 5 dias da adjudicação, alienação ou arrematação
FUNDAMENTO: nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação superveniente à
penhora.
Oferecidos os embargos, poderá o adquirente desistir da aquisição. o juiz deferirá de plano o
requerimento, com a imediata liberação do depósito feito pelo adquirente

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MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIOS: o juiz imporá multa ao embargante, não superior a 20%


do valor da execução, em favor de quem desistiu da aquisição.

2.9. OBSERVAÇÕES
Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será
feita pessoalmente. Essa Intimação poderá ser realizada mediante vista dos autos, com imediata
remessa ao representante judicial da Fazenda Pública, pelo Cartório ou Secretaria.

As publicações de atos processuais poderão ser feitas resumidamente ou reunir num só


texto os de diferentes processos. As publicações farão sempre referência ao número do processo
no respectivo Juízo e ao número da correspondente inscrição de Dívida Ativa, bem como ao nome
das partes e de seus advogados, suficientes para a sua identificação.

O Auxiliar de Justiça que, por ação ou omissão, culposa ou dolosa, prejudicar a execução,
será responsabilizado, civil , penal e administrativamente.
O Oficial de Justiça deverá efetuar, em 10 dias, as diligências que lhe forem ordenadas,
ressalvado os casos de força maior devidamente justificado perante o Juízo.

A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na


forma da LEF, salvo as hipóteses de mandato de segurança, ação de repetição do indébito ou
ação anulatória do ato, declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do
débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora a e demais encargos
[entendimento dos Tribunais quanto à exigência do depósito].
EMBARGOS; MANDADO DE SEGURANÇA; REPETIÇÃO DO INDÉBITO; AÇÃO
ANULATÓRIA

A propositura, pelo contribuinte, de quaisquer das ações acima previstas importa em


renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos


[entendimento sobre isenção]. A prática dos atos judiciais de seu interesse independerá de
preparo ou de prévio depósito. Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valor das despesas
feitas pela parte contrária.

O Juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da garantia da


execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor. Nesse caso, os processos
serão redistribuídos ao Juízo da primeira distribuição.

2.11. RECURSOS PARA O DEVEDOR


Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50
ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. Considerar-se-á o valor da dívida
monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e demais encargos legais, na
data da distribuição.

Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão deduzidos, no


prazo de 10 dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. Ouvido o embargado, no
prazo de 10 dias, serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 dias, os rejeitará ou
reformará a sentença.

Nos processos regulados pela Lei n ° 6.830/1980 poderá ser dispensada a audiência de
Revisor no julgamento das apelações.
DEMAIS CASOS: APELAÇÃO

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FRAUDE À EXECUÇÃO
Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo
(TRANSMISSÃO DE DIREITO REAL JÁ É COMEÇO, POIS SE NÃO PAGAR, O BEM DEVE SER
ALIENADO. Ex: PROMESSA DE COMPRA E VENDA), por sujeito passivo em débito para com a
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao
total pagamento da dívida inscrita.

EXECUÇÃO FISCAL E LEI DE FALÊNCIAS


Ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com penhora realizada antes desta,
não ficam os bens penhorados sujeitos à arrecadação do juízo falimentar. Proposta a execução
fiscal contra a massa, a penhora será realizada no rosto dos autos do processo falimentar, citando-
se ao administrador judicial.
O produto da arrematação reverterá para o juízo universal da falência
EXECUÇÃO FISCAL E INVENTÁRIO
Penhora sobre o patrimônio do falecido (não no rosto dos autos). Não há arrecadação de
bens, mas simples enunciação do patrimônio, não impedindo ato executivo.

SÚMULAS STJ
Súmula 360 O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.
Súmula 353 As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às
contribuições para o FGTS.
Súmula 349 Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o
julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao
FGTS.
Súmula: 314
Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por
um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.
Súmula: 232
A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do
depósito prévio dos honorários do perito.
Súmula: 196
AO EXECUTADO QUE, CITADO POR EDITAL OU POR HORA CERTA, PERMANECER REVEL, SERA
NOMEADO CURADOR ESPECIAL, COM LEGITIMIDADE PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS.
Súmula: 190
NA EXECUÇÃO FISCAL, PROCESSADA PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL, CUMPRE A FAZENDA
PUBLICA ANTECIPAR O NUMERARIO DESTINADO AO CUSTEIO DAS DESPESAS COM O TRANSPORTE
DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA.
Súmula: 189
E DESNECESSARIA A INTERVENÇÃO DO MINISTERIO PUBLICO NAS EXECUÇÕES FISCAIS.
Súmula: 153
A DESISTENCIA DA EXECUÇÃO FISCAL, APOS O OFERECIMENTO DOS EMBARGOS, NÃO EXIME O
EXEQUENTE DOS ENCARGOS DA SUCUMBENCIA.
Súmula: 134
EMBORA INTIMADO DA PENHORA EM IMOVEL DO CASAL, O CONJUGE DO EXECUTADO PODE OPOR
EMBARGOS DE TERCEIRO PARA DEFESA DE SUA MEAÇÃO.
Súmula: 66
COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR EXECUÇÃO FISCAL PROMOVIDA POR
CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL.
Súmula: 58
PROPOSTA A EXECUÇÃO FISCAL, A POSTERIOR MUDANÇA DE DOMICILIO DO EXECUTADO NÃO
DESLOCA A COMPETENCIA JÁ FIXADA.
Súmula: 46
NA EXECUÇÃO POR CARTA, OS EMBARGOS DO DEVEDOR SERÃO DECIDIDOS NO JUIZO
DEPRECANTE, SALVO SE VERSAREM UNICAMENTE VICIOS OU DEFEITOS DA PENHORA,
AVALIAÇÃO OU ALIENAÇÃO DOS BENS.
Prof. Marco André 10
ABRIL/2014

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