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@conteudosPGE
Fonte: Leonardo da Cunha, Didier, Machado Segundo, Araken de assis e Execução
fiscal aplicada.
A ação declaratória tributária não vem prevista no artigo 38 da LEF, que trata das
ações tributárias, mas isso tem um motivo: a ação declaratória não é meio hábil
para discutir a dívida ativa em execução, mas sim para discutir a existência ou não
da relação jurídica tributária que autorize a fazenda pública a constituir dívidas
ativas em face do contribuinte (Machado segundo).
A fazenda pública tem legitimidade para propor ação declaratória em matéria
tributária? De acordo com a doutrina majoritária, NÃO! esse entendimento tem
sentido, já que a fazenda tem a possibilidade de constituir os créditos tributários que
entende possuir, necessitando do poder judiciário apenas para executá-los.
Prazo para desconstituir o lançamento: De acordo com o STJ, deve ser aplicado
o prazo do decreto 20.910 para as ações desconstitutivas do lançamento tributário,
ou seja, 5 anos, conforme Resp 1.033.112-RJ.
Por outro lado, o locatário não tem legitimidade para propor ação declaratória em
relação ao IPTU e taxa de coleta de lixo, tendo em vista que não se enquadra como
contribuinte ou responsável do crédito tributário (REsp 552.468 RJ). Vejamos outro
julgado (AgRg no AgRg no REsp 1131379/RJ):
No mesmo sentido, decidiu o STJ no REsp 576.926/PE. Vejamos:
Em suma:
● pedido leva em consideração apenas determinado exercício financeiro ->
incide a súmula do STF;
Legitimado passivo: devedor tributário, que pode ser contribuinte ou até mesmo o
responsável.
A ação pode ser intentada antes da constituição do crédito tributário nos casos do
contribuinte põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros ou aliena bens ou
direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública
competente, quando exigível em virtude de lei. Ademais, também pode ser proposta
no curso da execução fiscal.
O Prazo para contestação é de 15 dias. Quando a medida cautelar fiscal for
concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a
execução judicial da Dívida Ativa no prazo de sessenta dias (60), contados da data
em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa.
Liminar: Caso seja concedida a medida liminar, a mesma conservará sua eficácia
na pendência da execução fiscal e até mesmo nas hipóteses de suspensão do
crédito tributário, mas pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo.
A fazenda não precisa formular justificação prévia ou prestar caução para que seja
concedida medida liminar. Basta que esteja presente as hipóteses mencionadas
acima e a prova literal da constituição do crédito tributário.
Sentença: Via de regra, a sentença proferida não interfere (faz coisa julgada) em
relação à execução fiscal, salvo se o juiz reconhecer a alegação de pagamento, de
compensação, de transação, de remissão, de prescrição ou decadência, de
conversão do depósito em renda, ou qualquer outra modalidade de extinção da
pretensão deduzida (Artigo 15 e 16 da Lei).
Contra a sentença, é cabível recurso de apelação, que será recebido sem efeito
suspensivo, salvo se o requerido promover a garantia da execução correspondente
ao valor da prestação da Fazenda Pública.
A maior parte das questões de concursos sobre medida cautelar fiscal exigem a
literalidade da lei 8.397/92, motivo pelo qual é preciso uma leitura atenta e a
resolução de várias questões. A lei é pequena e bastante importante: foi alvo da
peça judicial na prova da segunda fase da PGE/MT.
Exceção de pré-executividade: De acordo com Leonardo Munareto, é instrumento
hábil à defesa na execução, que serve para combater a ausência de algumas das
condições da ação ou dos pressupostos processuais da tutela executiva. Para o
autor, referida exceção funciona como uma comunicação ao juiz de vícios existentes
no processo, que impedirá o regular prosseguimento do mesmo.
Matérias alegáveis: No incio do instituto, que teve construção doutrinária de Pontes
de Miranda, era aceito somente as matérias que o juiz poderia conhecer de ofício.
Com a evolução da ciência processual, o rol de hipóteses que podem ser alegados
aumento, sendo possível afirmar que todas as matérias podem ser alegadas na
exceção de pré-executividade, desde que exista prova pré-constituída. O único
limite é a vedação à produção probatória. Neste sentido, é a lição de Fredie Didier
Jr.
No entanto, para o STJ, somente as matérias que podem ser reconhecidas de ofício
podem ser alegadas. Vejamos Julgado de 2017 (AgInt no AREsp 764227/RS):
Por esse motivo, o STJ entende também que a ilegitimidade passiva não pode ser
alegada em sede de exceção de pré-executividade. Seria necessário que houvesse
dilação probatória, o que é vedado pelo tribunal. No entanto, há uma situação que é
possível alegar a ilegitimidade em sede de exceção. Vejamos:
Não precisa ser apensada ou recebida em autos apartados. É uma petição e deve
ser nos processada e também ser decidida nos próprios autos. Via de regra, a
exceção NÃO possui efeito suspensivo, salvo quando houver garantia do juízo
(posição do STJ – Resp 1.131.064/SP). Vejamos a lição de Araken de Assis:
Ação anulatória do ato declarativo da dívida simples: De acordo com João
Aurino, trata-se de ação tributária antiexacional, manejada pelo contribuinte, que
não possui regime jurídico processual específico, que visa desconstituir o ato
administrativo declaratório da existência do crédito fiscal.
Conforme mencionamos, antes da constituição do crédito tributário, que acontece
pelo lançamento, a ação tributária devida é a declaratória. No entanto, após a
constituição do crédito, a ação adequada é a anulatória do ato constitutivo da dívida.
Caso a ação anulatória seja proposta quando exista execução fiscal, com ou sem
embargos, deve ser reconhecida a conexão entre as demandas para que ocorra
julgamento em conjunto. Por ser matéria de interesse público, o juiz pode conhecer
da conexão de ofício. Vejamos o que dispõe o CPC:
Depósito prévio: Alvo de muitas questões, para propor a ação anulatória, não é
preciso que exista garantia do juízo. Tal entendimento está cristalizado na súmula
278 do antigo TFR e também na Súmula vinculante 28 do STF. O tema também foi
alvo de recurso repetitivo no STJ. Vejamos a ementa:
De acordo com o artigo 167 do CTN, a restituição do indébito engloba o tributo pago
juros moratórios e multa. Os juros de mora são devidos a partir do trânsito em
julgado da ação e se não houver lei editando o mesmo, é devido no percentual de
um por cento ao mês.
A jurisprudência do STJ não aceita a incidência de juros compensatório em
nenhuma hipótese. No entanto, é devida a correção monetária desde o pagamento
indevido, nos termos da súmula 162 do STJ.
Importante ressaltarmos o que dispõe a súmula 523 do STJ:
Prescrição: De acordo com o artigo 168 do CTN, o direito de pleitear a restituição
ocorre após 5 anos. Vejamos: