Hipóteses Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
suspensivas 1. Depósito do montante integral CTN Art. 151 2. Reclamações e Recursos administrativos Hipóteses 3 e 6 3. Medida liminar em MS somente depois 4. Medida liminar ou Tutela antecipada do lançamento 5.Moratória MODERECOCOPA 6. Parcelamento
Não exaustivas Apesar de o CTN afirmar que o crédito só tem sua
“Quem pode o mais exigibilidade suspensa no casos nele previstos (art. pode o menos” 141) e que a legislação que disponha sobre suspensão do crédito deve ser interpretada literalmente, o STF tem entendido que “não há reserva de LC federal para tratar de novas hipóteses de suspensão e extinção de créditos tributários”, ratificando a “possibilidade de o estado-membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos tributários.”
Suspensão STJ: A suspensão pode ocorrer antes da constituição
antes do do crédito, caso em que o impedirá a exigibilidade. lançamento O lançamento será feito, sem penalidades e sem prazo, apondo-se a expressão “suspenso por medida judicial”. Se o juiz, ainda assim, conceder liminar proibindo o lançamento, o STJ entende que não será proclamada a decadência, de forma que, após a reversão do procedimento judicial, o Fisco lançará o crédito. Isso equivale a uma suspensão do prazo decadencial. DEPÓSITO DO A impugnação de um lançamento pode ser MONTANTE administrativa ou judicial. INTEGRAL Na via administrativa, a instauração do processo já suspende a exigibilidade. O que não impede o depósito para evitar juros de mora. Na via judicial, o sujeito passivo tem direito subjetivo* ao depósito do montante integral, como forma de impedir a ação de execução fiscal (e a constrição do patrimônio dela decorrente). *STJ
Levantamento Reconhecida a improcedência total ou parcial do
do depósito lançamento, o sujeito passivo levantará o valor depositado (todo ou parte), com acréscimos legais. STJ: O depósito inibitório de ação fiscal deve ser devolvido, não sendo lícito ao fisco apropriar-se a pretexto de existirem outras dívidas do contribuinte. A decisão administrativa irreformável e a decisão judicial transitada em julgado são formas de extinção do crédito tributário.
Conversão Reconhecida a procedência do lançamento, o
em renda depósito será convertido em renda (destinado aos cofres públicos), forma de extinção do crédito tributário. O STJ entende que também será convertido em renda caso o processo judicial transite em julgado sem decisão de mérito.
Extinção do Seja procedente ou não o lançamento, a conclusão
crédito do litígio levará à extinção do crédito.
Integral Deve ser depositado o valor exigido pelo Fisco (com
multa e juros, inclusive). Em dinheiro A exigência de que o depósito seja em dinheiro aplica- se apenas a créditos tributário. Multas de polícia podem ser suspensas mediante apresentação de fiança bancária ou seguro garantia judicial. STJ Súmula 112: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.
Depósito O STJ entende que, depositado o montante integral
integral em pelo contribuinte, a Fazenda deve manifestar sua tributo com concordância (expressa ou tácita) com o valor lançamento depositado, reputando-se lançado o tributo. por homolo- Não é necessária a realização de lançamento de gação ofício para prevenir a decadência.
RECLAMAÇÕES A impugnação administrativa instaura um
E RECURSOS processo litigioso administrativo a ser dirimido em no processo primeira/única instância (“reclamação”) ou em administrativo segunda instância (recurso). fiscal Apesar de o CTN prever que a hipótese de suspensão se dê “nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativa” (editada por cada ente), o STJ entende que até mesmo o recurso incabível e o intempestivo suspendem a exigibilidade. Impede, também, a inscrição em cadastro de inadimplentes (ex: CADIN). Já a impugnação que não trata do lançamento, mas de fato correlato, não suspende. Ex: enquadramento em programa de parcelamento.
Depósito e O ordenamento jurídico não garante duplo grau
arrolamento obrigatório no processo administrativo, de modo prévios que o STF chegou a considerar que a lei poderia condicionar o acesso ao 2º grau a depósito ou arrolamento de bens equivalentes a parte do crédito. Hoje é pacífico e sumulado (SV21) que “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” A exigência fere: y Isonomia y Contraditório e ampla defesa y Reserva de LC de NG sobre crédito tributário y Direito de petição independente de taxas
LIMINAR EM É comum o sujeito passivo impetrar MS alegando
MANDADO DE que a demora no provimento acarretaria prejuízos SEGURANÇA irreparáveis. Por exemplo: y Negativa de certidões não participando em licitações y Inscrição em cadastro de inadimplentes y Negativa de crédito oficial
Direito do Cumpridos os requisitos, a liminar deve ser
impetrante concedida.
Pode ser antes Pois basta haver ameaça de lesão a direito.
do lançamento Se uma lei comprovadamente causará danos concretos a quem esteja sob seu alcance, cabe MS e a liminar suspendendo a exigibilidade, antes do lançamento e, até mesmo, do fato gerador.
Não impede o Pois inverteria o perigo da demora, com risco de
lançamento prejuízo definitivo para o Fisco. O lançamento deve conter “suspenso por medida judicial”.
Denegação da Denegada a segurança, o crédito recupera sua
segurança exigibilidade. Não se A suspensão não impede o lançamento e, caso o juiz proclamará assim determine (erroneamente), o STJ reconhece decadência que a Fazenda pode realizar o lançamento.
Independe STJ: A liminar em MS suspende a exigibilidade
de depósito independentemente do depósito. Se o juiz condiciona integral a concessão da medida à realização do depósito, está, na verdade, indeferindo a liminar.
LIMINAR Mesmas peculiaridades aplicáveis à liminar
OU TUTELA em MS: não impede lançamento (suspende sua ANTECIPADA decadência) e independe de depósito. Espécies de tutela provisória de urgência: y Tutela cautelar (conservativa): assegura eficácia do provimento final, o resultado útil do processo y Tutela antecipada (satisfativa): antecipa o gozo, com a ressalva de que o julgamento é provisório. Com o novo CPC, os requisitos foram igualados, pondo fim às celeumas.
MORATÓRIA Dilação do prazo para pagamento de tributo,
concedida ou autorizada por lei. Excepcional.
Lei especificará: y Prazo de duração do favor
y Condições (se individual) Moratória parcela- y Garantias do beneficiário (se individual) se for o da não se confunde y Tributos a que se aplica caso com parcelamento y Número de prestações e vencimentos
1) Caráter Por ato administrativo (despacho).
individual Mediante requerimento. Não gera direito Lei estabelece condições e requisitos. adquirido Despacho tem caráter declaratório. Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
2) Caráter Por lei. Automaticamente concedida a todos.
geral y Moratória autônoma: concedida pelo ente competente para instituir o tributo. y Moratória heterônoma: concedida pela União Gera direito quanto a tributos de outros entes, desde que adquirido igualmente concedidas aos tributos federais e obrigações de direito privado. só se justificaria em casos excepcionais e sem ameaçar o pacto federativo.
Moratória A LC 104 inseriu o parcelamento como hipótese
parcelada vs. de suspensão, sem revogar o inciso que trata da Parcelamento moratória parcelada. Na prática: y Moratória parcelada tem caráter excepcional e, na prática, tem sido concedida sem incidência de juros e multas y Parcelamento é medida corriqueira de política fiscal e o CTN afirma que, salvo disposição em contrário, não exclui juros e multas.
Créditos Salvo disposição de lei em contrário, a moratória
abrangidos abrange os créditos já lançados ou cujo lançamento já tenha sido iniciado por ato notificado. A ressalva permite, portanto, que a lei conceda ou autorize moratória de tributos ainda não lançados, o que pode ser necessário, na prática. A moratória não aproveita casos de dolo, fraude ou simulação. Não impede o Assim como as outras hipóteses de suspensão, o lançamento lançamento pode ser feito, mas o pagamento não será exigido enquanto durar a moratória.
Moratória O artigo 155 afirma que a moratória individual
individual não gera direito adquirido e que será “revogada” e direito caso se apure que o beneficiário não cumpria adquirido ou deixou de cumprir os requisitos (subjetivos) e condições (objetivas). Na verdade serão anuladas ou cassadas, jamais revogadas, cobrando-se: 1) Sem dolo/simulação: Tributo + Juros de mora (sem penalidade), salvo se já prescrito o direito da Fazenda de desfazer o ato concessório (5 anos). 2) Com dolo/simulação: Tributo + Juros de mora + Multa e não corre a prescrição desde a concessão até a data do desfazimento. Na verdade, jamais será revogado. Será anulado (se não cumpria requisitos e condições) ou cassado (se deixou e cumprir).
P.R.I.M.A O artigo 155 aplica-se a outros benefícios que podem
ser individualmente concedidos (remissão, isenção, anistia, parcelamento (subsidiariamente). Em todos os casos, a “revogação” deve ser precedida de procedimento que assegure ampla defesa (STF).
PARCELAMENTO Forma e condições em lei específica de cada ente.
y número máximo de prestações y valor mínimo da prestação y garantias oferecidas pelo beneficiário y casos de rescisão do parcelamento Parcelamento O STF entende que lei ordinária não pode independe condicionar o parcelamento a garantia do valor de garantia parcelado. Reserva de LC para tratar de suspensão do valor do crédito tributário e o CTN não condiciona.
Juros e multas Incidem sobre o crédito parcelado, salvo disposição
de lei em contrário. A regra, inserida pela Lcp104, confirma que os benefícios da denúncia espontânea não se aplicam no caso de parcelamento (requer pagamento).
Parcelamento Outra lei específica do ente regula (geralmente com
em recuperação condições mais favoráveis). judicial Se o ente não editar, será aplicada a sua lei geral de parcelamento, não podendo ser o prazo inferior ao concedido pela União para seus devedores em recuperação judicial.
Concessão de STJ: A obtenção de recuperação judicial não depende
recuperação de apresentação de comprovação de regularidade judicial fiscal (certidão negativa ou positiva com efeito de independe negativa), devido ao princípio da preservação da de CND empresa. Para o STJ é o verdadeiro alcance da norma, e não uma negativa de vigência. Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.
Crimes contra O parcelamento impede o encaminhamento ao MP
a ordem de representação fiscal para fins penais relativa tributária aos crimes contra a ordem tributária. Ficam suspensas a pretensão punitiva e a prescrição do crime, enquanto vigente o parcelamento (pedido de parcelamento feito antes da denúncia criminal).