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CUIABÁ - MT
24/03/2023
QUESTÕES E RESPOSTAS
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i)
o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos
estes atos? (vide anexo I a IV).
R: O termo exigibilidade disposto no art. 151 do CTN de acordo com Fabiana Del
Padre Tomé, “é o ato de cobrança do crédito tributário”, ou seja, é a prerrogativa
conferida a administração pública de exigir, cobrar a prestação introduzida pelo
lançamento do crédito tributário.
E segundo Maria Leonor Leite Vieira, “...para que o sujeito ativo possa tomar as
providências necessárias à cobrança do crédito tributário é imprescindível que se
tenha operado o vencimento da prestação”.
3.1. Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança
bancária e do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de
suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista no art. 151, II, do
CTN?
O §2º do art. 835 do CPC não tem o condão de flexibilizar a hipótese de suspensão
da exigibilidade do crédito tributário prevista no art. 151, II do CTN, visto que o
referido artigo dispõe que a equiparação ocorre para fins de substituição de
penhora, vejamos:
(b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e
prestação de caução?
Pode-se afirmar que há distinção entre o depósito judicial e a prestação de
caução para fins de deferimento de medida liminar em virtude da natureza de
cada uma, sendo que o depósito judicial está disposto no art. 151, II do CTN e
a prestação de caução previsto no inciso IV do mesmo artigo.
(c) O levantamento do depósito judicial vincula-se ao êxito (com trânsito em
julgado) da ação proposta pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo
autorizar o levantamento? (vide anexo VI)
De acordo com Maria Leonor Vieira1 se o depósito judicial do montante integral
para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário é uma faculdade do
contribuinte, isto é, se o depósito foi realizado voluntariamente, poderá ser liberado
a qualquer momento, bastando que o depositante requeira, junto ao juízo, o seu
levantamento.
É importante ressaltar que tal levantamento poderá ser realizado a qualquer tempo,
mesmo antes do trânsito em julgado da ação, e que, após a realização do
levantamento, extinguindo-se a hipótese de suspensão da exigibilidade, o fisco
poderá propor ação judicial de cobrança do débito.
1
VIEIRA, Maria Leonor. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário. São Paulo:
Dialética, 1997.
nenhuma novidade) e (ii) de tese firmada em julgamento de recursos, especial ou
extraordinário, repetitivos ou em súmula vinculante; vale dizer: quando se propõe a
aplicação, em mandado de segurança, de parâmetros tais como os da tutela de
evidência (notadamente a fundada no decantado inciso II), garante-se a incidência,
também nessa espécie processual, de um de uma dos principais pilares do
CPC/2015, sabidamente relacionado à vinculação/prevalência da orientação
jurisprudencial assentada.”
2
TOMÉ, Fabiana Del Padre. Exigibilidade do crédito tributário: amplitude e efeitos de sua
suspensão. In: Congresso Nacional de Estudos Tributários: Direito Tributário e Conceito de
Direito Privado, VII. São Paulo: Noeses, 2010.
Sendo assim, a consequência lógica é que, não tendo ocorrido o termo final para o
pagamento do tributo, não há que se falar em aplicação de multa e juros no período
em que a exigibilidade esteve suspensa.