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MÓDULO I – EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEMINÁRIO II- Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário,


Mandado de Segurança e Tutelas Provisórias.

ALUNA: Natália Pereira Lino


1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o
lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos?
(vide anexo I a IV).

Exigibilidade é o direito que o Fisco tem de postular a obrigação do Contribuinte, sendo


que esta surge quando se constitui a dívida com a lavratura do ato de lançamento pelo próprio
Fisco. A suspensão da exigibilidade, não exclui o lançamento ou anula seus atos, apenas faz
com que os efeitos do lançamento atinjam o contribuinte. Portanto, a suspensão
da exigibilidade impede a inscrição em dívida ativa e, consequentemente, a execução fiscal.

2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa
expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa
por desrespeito aos deveres instrumentais)?

Primeiramente é importante ressaltar que o sentido da norma contido no texto do art. 151
do CTN carece de adequação ao ordenamento tributário como um todo, para que a expressão
do texto reflita à realidade que a norma busca abranger, nesse sentido, Fabiana Del Padre
Tomé faz considerações criticas sobre o anacronismo da expressão “suspensão do crédito
tributário” e suspensão da “exigibilidade’’, vejamos o trecho a seguir:
Situado no Livro Segundo do Código Tributário Nacional, o Capítulo III do Título III
intitula-se “Suspensão do crédito tributário”. Sabemos, porém, que o legislador
emprega linguagem técnica, aproveitando algumas palavras e expressões do
domínio científico, mas edificando seu discurso com suporte na linguagem natural.
Isso leva à inevitável presença de equivocidades redacionais, cabendo ao
intérprete suplantá- las. Nesse sentido, e seguindo a lição de renomada doutrina
brasileira, concluímos que não é o “crédito tributário” que se suspende, mas sua
“exigibilidade”. O próprio art. 151 do Código Tributário Nacional, ao disciplinar o
assunto, relaciona as hipóteses que “suspendem a exigibilidade do crédito
tributário”, dispondo sobre os efeitos das situações fáticas que indica: moratória,
depósito do montante integral do crédito tributário, concessão de medida liminar
em mandado de segurança, concessão de medida liminar ou de tutela antecipada
em outras espécies de ação judicial e parcelamento. Tais fatores não atingem o
crédito em si, em quaisquer de seus elementos existenciais, mas somente sua
exigibilidade.
Esse entendimento acima dá o caminho para a compreensão da pergunta inicial, ou seja, a
expressão crédito tributário no art. 151 do CTN foi utilizada no sentido de que se suspende
apenas a obrigação principal, não atingindo as obrigações acessórias. No mesmo sentido F.
Tomé, corrobora nosso entendimento sobre o tema:
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do
processo de positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o
credor postular o recebimento do valor devido a título de tributo. Não inibe,
contudo, a aplicação das normas prescritivas de deveres instrumentais. Estes
permanecem exigíveis, conforme estipula o parágrafo único do art. 151 do
Código Tributário Nacional.
Portanto, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, via de regra, atinge apenas a
obrigação principal, a qual consiste o crédito tributário em si, porem, as obrigações acessórias
permanecem validas, pois tais normas que estipulam regras prescritivas de deveres
instrumentais visam dar operabilidade ao sistema tributário.

3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do


CTN são taxativas? (vide anexo V). Considerando que não houve alteração nos art. 151 do
CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e do
seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário
prevista no art. 151, II, do CTN?
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais
medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?

Em princípio o rol de hipóteses do art. 151 do CTN são taxativas e exaustivas. Esta
interpretação pode ser extraída da leitura do art. 141 do CTN que traz a seguinte prescrição:
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas
garantias.
No mesmo sentido, o art. 111 do mesmo CTN reforça tal perspectiva hermenêutica, conforme
seu texto que diz:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I – suspensão ou exclusão
do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Portanto, é possível extrair da hermenêutica do ordenamento tributário sua
taxatividade no que se refere à suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Entretanto, dentro de cada possibilitada do rol taxativo, existe a possiblidade de
expandir a literalidade do texto dentro dos limites semânticos do próprio ordenamento. Nesse
sentido, com o advento do Código de Processo Civil de 2015, as possiblidades do inciso V do
art. 151 do CTN sofreu ampliação do seu alcance. Pois, com a nova sistemática processual
promovida pelo CPC/2015, houve avanços na temática das tutelas provisórias. Sobre este
assunto, Camila Vergueiro Catunda, faz as seguintes considerações:
Como apontamos, no CPC/2015 as tutelas provisórias são subdividas em duas
categorias, a tutela de urgência e a tutela de evidência, que se diferenciam em razão do
fundamento jurídico que autoriza a sua concessão: a tutela de urgência está baseada na
ideia de perigo; - a tutela de evidência não está abalizada na ideia de perigo, mas, sim,
na de incontroversibilidade fática provada documentalmente (na evidência do direito)
e/ou na existência de precedente repetitivo ou Súmula Vinculante, ou no intuito
protelatório da parte. Bem, se o processo tributário toma como pano de fundo a relação
jurídica material tributária, as tutelas provisórias previstas no CPC/2015 devem
respeitar as peculiaridades da relação tributária e os efeitos que decisões desse quilate
podem produzir no âmbito do direito material tributário. [...] Isto significa que o
requerimento de tutela provisória no processo tributário dependerá da constatação da
existência de perigo, ou da evidência do direito invocado pelo sujeito passivo, ou do
intuito protelatório da Fazenda Pública, no caso concreto, tal como exige o CPC/2015,
mas, o efeito promovido pela concessão da tutela provisória fundada no perigo ou na
evidência do direito nas regras condutoras do processo de aplicação da regra-matriz de
incidência tributária será o mesmo: suspender a exigibilidade da obrigação tributária nos
termos do artigo 151, V do Código Tributário Nacional.
Assim, as novas possiblidades de tutela provisória podem ser incorporadas ao direito
tributário e em especial, no inciso V, do art. 151 do CTN, tal possibilidade é possível, apesar do
texto do inciso falar apenas em tutela antecipada, contudo, a elaboração conceitual do código
visou se adaptar as especificidades da realidade vivida pela sistemática processual e garantir a
melhor proteção aos direitos discutidos no, e pelo processo.
Esse mesmo raciocínio hermenêutico se aplica também as hipóteses de substituir a
penhora por outros meios de garantia, hipótese dada pelo §2o do art. 835 do CPC/2015. Vale
aqui a mesma premissa que abre as possibilidades para o alargamento dos incisos observando
o caso sob judice e o contexto fático que cerca a aplicação dessa condição para a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário.
Portanto, o rol de incisos do art. 151 do CTN é taxativo quanto aos gêneros possíveis,
mas a análise de cada inciso pode expandir os sentidos destes em espécies a fim de adequar o
ordenamento tributário ao direito como um todo, bem como à Constituição. A análise,
portanto, deve se pautar por critérios e deverá ser feita caso a caso.

4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da
constituição do crédito tributário, pergunta-se: (a) trata-se de faculdade do contribuinte?
(b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de
caução?
(c) O levantamento do depósito judicial vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da
ação proposta pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o
levantamento? (vide anexo VI).

Primeiramente é importante ressaltar que o sentido da norma contido no texto do art.


151 do CTN carece de adequação ao ordenamento tributário como um todo, para que a
expressão do texto reflita à realidade que a norma busca abranger, nesse sentido, Fabiana Del
Padre Tomé faz considerações criticas sobre o anacronismo da expressão “suspensão do
crédito tributário” e suspensão da “exigibilidade’’, vejamos o trecho a seguir:
Situado no Livro Segundo do Código Tributário Nacional, o Capítulo III do Título
III intitula-se “Suspensão do crédito tributário”. Sabemos, porém, que o
legislador emprega linguagem técnica, aproveitando algumas palavras e
expressões do domínio científico, mas edificando seu discurso com suporte na
linguagem natural. Isso leva à inevitável presença de equivocidades
redacionais, cabendo ao intérprete suplantá- las. Nesse sentido, e seguindo a
lição de renomada doutrina brasileira, concluímos que não é o “crédito
tributário” que se suspende, mas sua “exigibilidade”. O próprio art. 151 do
Código Tributário Nacional, ao disciplinar o assunto, relaciona as hipóteses que
“suspendem a exigibilidade do crédito tributário”, dispondo sobre os efeitos
das situações fáticas que indica: moratória, depósito do montante integral do
crédito tributário, concessão de medida liminar em mandado de segurança,
concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de
ação judicial e parcelamento. Tais fatores não atingem o crédito em si, em
quaisquer de seus elementos existenciais, mas somente sua exigibilidade.
Esse entendimento acima dá o caminho para a compreensão da pergunta inicial, ou
seja, a expressão crédito tributário no art. 151 do CTN foi utilizada no sentido de que se
suspende apenas a obrigação principal, não atingindo as obrigações acessórias. No mesmo
sentido F. Tomé, corrobora nosso entendimento sobre o tema:
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do processo de
positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o recebimento do
valor devido a título de tributo. Não inibe, contudo, a aplicação das normas prescritivas de
deveres instrumentais. Estes permanecem exigíveis, conforme estipula o parágrafo único do
art. 151 do Código Tributário Nacional.
Portanto, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, via de regra, atinge
apenas a obrigação principal, a qual consiste o crédito tributário em si, porem, as obrigações
acessórias permanecem validas, pois tais normas que estipulam regras prescritivas de deveres
instrumentais visam dar operabilidade ao sistema tributário.

5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de


tutela provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se:
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão
de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança
tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?

De acordo com art. 300 do CPC: "A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo".
Assim, tem-se que a tutela de urgência se divide em duas espécies i) cautelar e ii)
antecipada.
A tutela provisória consiste em uma técnica processual que visa a tutela do direito no
curso do processo, sem que a parte autora suporte todo o ônus do tempo, em outras palavras,
a tutela provisória visa garantir que o direito em discussão, ou a tutela principal, sejam
protegidos até o provimento final, seja de forma cautelar (protetiva), seja de forma
antecipada(adiantamento dos efeitos do provimento final). A tutela provisória é uma proteção
que é marcada pelo signo da futura transformação de provisória para definitiva.
Assim, a diferenciação entre tutela provisória antecipada e a tutela cautelar estão
contidas nos requisitos para a concessão de cada medida, bem como nos seus efeitos. Nesse
sentido, a tutela cautelar pretende conservar o direito, possuindo como requisitos o recurso
processual contra um dano irreparável ou de difícil reparação e detém o caráter temporário,
por outro lado, a tutela antecipada visa satisfazer o direito da parte, contra o perigo da
demora e detém a característica de provisoriedade.
Uma das diretrizes do CPC/2015 é distribuir isonomicamente o tempo do processo
como meio de equiparar as forças no, e pelo processo e garantir que este instituto seja uma
disputa marcada pela igualdade entre as partes. Com isso, o novel instituto normativo
processual distribuiu as tutelas provisórias em duas grandes espécies. Conforme Camila
Vergueiro Catunda, temos a seguinte consideração sobre a tutela de urgência e a tutela de
evidência (arts. 294; 300 e 311):
Nos termos do CPC/2015, a concessão da tutela de urgência, seja ela cautelar ou
antecipada, depende da demonstração pela parte requerente (i) da probabilidade do direito
invocado; e (ii) ou o perigo de dano ao bem da vida que se pretende proteger com a
provimento final; (iii) ou o risco de dano ao resultado útil do processo.
Dessa forma, a tutela de urgência, cautelar ou antecipada, se fundamenta da
demonstração do perigo e pretende a proteção do direito em disputa para o regular curso do
processo até a decisão final. Por outro lado, sobre a tutela de evidência dispõe:
Ainda que pareça, a tutela de evidência não é uma novidade no processo civil, pois,
partindo-se de suas hipóteses de concessão, constata-se que duas delas (“a” e “b”) estão
fundadas na existência de prova documental de plano do direito invocado, ou seja, na
incontroversibilidade fática promovida pela parte mediante prova documental, e uma delas
(“c”) na hipótese de condução do processo pela parte de maneira protelatória, situações essas
já positivadas antes do CPC/2015.
Assim, a tutela de evidência é uma espécie de tutela provisória que visa assegurar o
direto e garantir a isonomia a distribuição do tempo entre os litigantes, ou seja, essa tutela é
mais fundada nas questões de direito do que nas questões de fato, pois, sua análise parte de
fatos jurídicos, como por exemplo, força probatória, alegações infundadas e a observação do
direito jurisprudencial, considerando o seu descumprimento nos casos taxativos no inciso II do
art. 311 do CPC de 2015.

b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do


direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09,
apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela
provisória prevista no CPC/15?

É cabível a tutela da evidência no mandado de segurança, inclusive em matéria


tributária. Uma vez satisfeitos os requisitos exigidos pelo CPC para a obtenção da
tutela da evidência de: i) prova cabal dos fatos e ii) tese firmada em precedentes
vinculantes, ou quando há clara violação à lei. Assim, desde que comprove
documentalmente todas as suas alegações de fato, o contribuinte pode conseguir a
liminar independentemente de urgência ou perigo da demora.

6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de
Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi
“cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se:

a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de


sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos
da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as
disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII).

Sim. No caso do recebimento da apelação se dar em seu duplo efeito (efeitos


suspensivo e devolutivo), é possível reconstituir os efeitos da liminar, afastando os da
sentença, a depender do caso concreto, não sendo uma regra obrigatória. Explique-se. De
acordo com o artigo 1.012 do Novo CPC a apelação, em regra, terá efeito suspensivo e
devolutivo, entretanto, em determinados e excepcionais casos será atribuído efeito não
suspensivo, ou seja, a sentença poderá ser executada de forma provisória, ainda que o recurso
de apelação esteja pendente de julgamento. Assim, o §1º do art. 1.012 do CPC prevê
hipóteses em que se atribui apenas o efeito devolutivo à apelação, ou seja, a sentença começa
a produzir efeitos imediatos a partir de sua publicação. Uma dessas hipóteses, diz respeito a
exposto no inciso V, que é quando a sentença confirma, concede ou revoga tutela provisória.
Em outras palavras, no caso de uma sentença que “cassa” uma liminar, o efeito suspensivo
deixa de ser regra e passa a ser exceção, nos termos §3º do mesmo dispositivo, que prevê a
possibilidade de requerer efeitos suspensivos a sentenças que deveriam surtir efeitos
imediatos. Dessa forma, para que no caso concreto a liminar seja reestabelecida é necessário
que o Apelante, demonstre a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação, nos termos do §4º do art.
1.012 do CPC. Desta forma, cabe ao julgador da apelação decidir, de acordo com o caso
concreto, se é necessário reestabelecer os efeitos da liminar.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito
tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em
Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi
concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX).

Não há incidência de multa moratória em relação ao período em que o crédito


tributário ficou com a exigibilidade suspensa por força de liminar em mandado de segurança,
pois de acordo com o art.63, §2º da lei 9.430/96 e a súmula 405 do STF, a liminar interrompe
desde quando foi concedida até 30 dias depois da decisão que à cassou. No que diz respeito
aos juros moratórios, estes devem incidir neste período já que o artigo anteriormente citado
apenas impede a aplicação de multa e não dos juros, sobretudo considerando que os juros são
uma compensação do atraso no pagamento do credito tributário, visando restituir a
desvalorização monetária, já a multa tem caráter punitivo que não poderia ocorrer,
pois o contribuinte não tinha a obrigação de pagar devidamente constituída.

7. Antes de responder a esta pergunta aponte a distinção entretutela antecipada e tutela cautelar
tal como colocada na resposta à questão “5. a)”. Fixados esses conceitos, responda à seguinte
pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015, a
ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na
urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?

A Tutela Antecipada e a Tutela Cautelar são espécies de Tutela Provisória de Urgência. Na


Tutela Antecipada se busca a antecipação do provimento jurisdicional fim, enquanto na Tutela
Cautelar se busca assegurar um direito de determinada parte, como o próprio nome já diz, se
busca acautelar este direito.
A principal diferença entre esses dois tipos de tutelas são os requisitos necessários para a
concessão de cada um. Os requisitos para a concessão da Tutela Antecipada estão previstos no
art. 300, do CPC, que é demonstrar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo. Já a Tutela Cautelar, prevista no art. 301, do CPC, deve demonstrar
que se busca assegurar um direito que está sob a iminência de um dano irreparável de difícil
reparação, através de medidas como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de
protesto contra alienação de bem.
A ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, que tenha
fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza cautelar ou satisfativa, a depender
do objeto, há quem diga que em matéria tributária não há como antecipar os efeitos do
provimento jurisdicional fim, sendo passível apenas de tutela cautelar, que teria o condão de
suspender a exigibilidade crédito tributário. No entanto, entendo que pode ter natureza
satisfativa antecipada, como nos pedidos de certidão negativa de débito.

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