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Art.

151 a 155 CTN

Causas Suspensivas

• Quando ocorrer o fato imponível e forem praticados o ato de lançamento e a


notificação do sujeito passivo, o tributo já estará “em termos”, em condições de
ser pago pelo contribuinte e recebido pela Fazenda Publica, ou seja, o crédito
tributário passará a ser exigível.

• Pode ocorrer, entretanto, um fato novo que venha a adiar o pagamento. Trata-se
das causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário (ato ou fato a que a
lei atribui o efeito de retardar a exigibilidade da cobrança do referido tributo).

• Essas causas podem ser postas antes mesmo da realização do lançamento, ou


seja, independentemente da existência do crédito tributário exigível. Exemplo
ilustrativo é a possibilidade de em sede de mandado de segurança preventivo o
juiz conceder liminar em proveito do impetrante com a finalidade de suspender a
exigibilidade do crédito tributário, mesmo antes da prática do lançamento.

• O que realmente é suspensa é a obrigação ou o dever de cumpri-la por parte


do sujeito passivo. A causa suspensiva qualquer que seja opera diversos
efeitos: impossibilidade de inscrição do devedor em cadastro de inadimplentes, a
inscrição do débito em dívida ativa, propositura de ação executiva fiscal. A
Fazenda caso seja requerida tem por dever o fornecimento ao sujeito passivo da
certidão de regularidade fiscal, conforme artigo 206 do CTN. Relativamente ao
sujeito ativo do crédito haverá também resguardo dos seus direitos e interesses,
visto que na vigência de causa suspensiva não transcorrerá o prazo prescricional.

Espécies

• Tais causas estão previstas no art. 151 do Código Tributário Nacional e são
(obs.: alteração pela Lei Complementar n. 104, de 10.1.2001):

MO DE RE CO PA

• · moratória;
• · depósito do seu montante integral;

• ·reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras


do processo tributário administrativo;

• · concessão de medida liminar em mandado de segurança;

• · concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de


ação judicial; · parcelamento.

• Ainda que presente a causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário, não


desaparece para o contribuinte o dever de cumprir as obrigações acessórias (art.

151, par. ún., do Código Tributário Nacional).

Moratória - Arts. 152 a 155 do CTN

⚫ É instituto que prevê a suspensão da exigibilidade do crédito tributário pela dilação


legal do prazo para o normal recolhimento do tributo.

⚫ Em regra, se a lei não fixa prazo para o recolhimento do tributo, será ele de 30 dias, a
contar da regular notificação do lançamento. Só a lei pode conceder moratória,
prorrogando aquele prazo (lei formal: princípio da legalidade e da indisponibilidade do
interesse público); lei essa da pessoa política competente para criar o tributo.

⚫ Cada ente político só pode conceder moratória de seus próprios tributos. Para uma
corrente doutrinária, o art. 152, inc. I, “b”, do Código Tributário Nacional é
inconstitucional (fere os princípios federativo, da autonomia municipal e da autonomia
distrital). Nesses termos, vide art. 151, inc. III, da Constituição Federal.

⚫ A moratória é medida de política fiscal. Normalmente, é concedida após episódio que


reduz ou diminui a capacidade contributiva do sujeito passivo (ex.: calamidade
pública, estado de emergência, ou mesmo pelo reconhecimento pelo Fisco da
impossibilidade ou dificuldade do contribuinte em cumprir a obrigação.).
⚫ Enfim a Moratória é a dilação do intervalo de tempo estipulado para o implemento de
uma prestação, por convenção das partes, que podem fazê-lo tendo em vista uma
execução unitária ou parcelada”.

Depósito Integral do Montante Tributário

⚫ Trata-se de um depósito cautelar feito quando o contribuinte pretende litigar contra


o fisco. Para acautelar-se dos efeitos de uma decisão contrária, o contribuinte pode
colocar à disposição da Fazenda Pública a quantia que ele entende indevida.

⚫ O art. 38 da Lei das Execuções Fiscais estabelece que a ação anulatória do débito
fiscal deve ser precedida pelo depósito integral do montante a ser discutido. Esse
artigo é inconstitucional e fere o princípio da igualdade e o princípio da
universalidade da jurisdição, pois discrimina o contribuinte que não tem
possibilidade financeira de depositar o valor, impedindo-o de ter acesso à prestação
jurisdicional (assim, o contribuinte com condições de depositar teria acesso ao
judiciário e o contribuinte carente dessas condições teria seu acesso ao judiciário
tolhido).

⚫ O Poder Judiciário declarou letra morta essa parte do art. 38: Súmula 247 do extinto
TRF: “Não constitui pressuposto da ação anulatória do débito fiscal o depósito de
que cuida o art. 38 da Lei n. 6.830, de 1980”.

⚫ Com relação, porém, à suspensão da exigibilidade do crédito, o STJ na S. 112: “O


depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
dinheiro”.

⚫ Vem se consolidando, na jurisprudência, o entendimento de que esse depósito não é


inconstitucional. Essa necessidade do depósito prévio veio ressuscitar a regra solve
et repete (pague para repetir). Tal regra não mais vigora em face da
inconstitucionalidade acima descrita.

⚫ Conveniência do depósito: se o contribuinte perder a demanda, incidirão sobre o


devido crédito juros e correção monetária, os quais serão cobertos pelos
rendimentos do depósito financeiro.
Interposição de Recurso Administrativo com Efeito Suspensivo

⚫ Se o contribuinte, antes de ir a juízo, ingressar com recurso administrativo


visando obter seus direitos, e esse recurso for recebido com efeito suspensivo,
ele não será alvo de uma execução fiscal. A interposição do recurso
administrativo não é obrigatória, ou seja, o ingresso prévio nas vias
administrativas é facultativo, podendo o contribuinte recorrer diretamente ao
judiciário.

⚫ Qualquer decisão administrativa pode ser revista pelo Poder Judiciário, bastando
que a parte sucumbente ingresse com a devida ação (não há trânsito em julgado
de decisões administrativas no Brasil). Enquanto o recurso administrativo estiver
tramitando, fica suspensa a exigibilidade do crédito tributário.

Concessão de Liminar em Mandado de Segurança

⚫ Liminar é uma medida cautelar, portanto se deve observar a presença dos


requisitos fumus boni iure e periculum in mora.

⚫ Enquanto a liminar estiver produzindo efeitos, fica suspensa a exigibilidade do


crédito tributário.

Concessão de Medida Liminar

Tutela Antecipada em Ação Judicial

• A inclusão do inc. V no art. 151 do Código Tributário Nacional trouxe como


hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário a concessão de
medida liminar ou de tutela antecipada em qualquer espécie de ação judicial.

• novo inciso evidencia o que já vinha sendo reclamado pelos juristas e estava
sendo reconhecido pela jurisprudência: as medidas liminares e a antecipação
de tutela, concedidas em qualquer tipo de ação judicial, possuem o condão de
suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Parcelamento

• No art. 155-A, incluído pela Lei Complementar n. 104, de 10.01.2001, houve


mera especificação da referida modalidade de moratória, em que se estipulou
que o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei
específica. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito
tributário não exclui a incidência de juros e multas.

O próprio § 2.º, do art. 155-A, do Código Tributário Nacional menciona que se


aplicam subsidiariamente ao parcelamento as disposições relativas à moratória

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

⚫ O direito obrigacional somente será invocado ou exercido contra o devedor, ou


seja, contra a pessoa legalmente obrigada à prestação que constitui seu objeto.

⚫ O direito obrigacional extingue-se pelo seu exercício, pois cumprida a obrigação,


desaparece o direito do credor, ficando liberado o devedor. Nesse aspecto, a
obrigação tributária é uma espécie do gênero obrigação, embora contenha
características próprias que a distingam da obrigação privada.

⚫ O crédito tributário pode ser entendido como espécie de obrigação, classificada


como obrigação stricto sensu, cujo objeto da relação obrigacional, relação jurídico-
tributária especificamente, constituise em uma prestação pecuniária em que o
credor pode exigir do devedor. Sendo adimplida a obrigação por parte do devedor
há extinção da mesma com a liberação do devedor da relação jurídico-tributária.

MODALIDADES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

⚫ Artigo 156 do CTN - Extinguem o crédito tributário:

⚫ - Pagamento

⚫ - Compensação

⚫ - Transação

⚫ - Remissão
⚫ - Prescrição e Decadência

⚫ - Conversão do depósito em renda

⚫ - Pagamento antecipado com homologação

⚫ - Consignação em pagamento

⚫ - Decisão administrativa irreformável

⚫ - Decisão judicial transitada em julgado

⚫ - dação em pagamento

Rol Taxativo?

⚫ O artigo 146, III, b, CF trata das normas gerais de direito tributário, matéria
esta que inclui a disciplina do crédito tributário e, conseqüentemente, das
formas de sua extinção. Tais normas gerais são normas-quadro, ou seja,
orientação, jamais supressão de competência aos legisladores dos entes
federativos. Assim, cabe a própria lei da pessoa federativa competente
para instituição de determinado tributo dispor, de forma exaustiva, sob de
que forma o crédito tributário pode ser extinto.

⚫ Com isso, não é forçoso concluir que o rol de causas extintivas dispostas
pelo legislador no artigo 156 do CTN não é taxativo ou exaustivo, ao
contrário, é possível que os entes federativos dentro de suas esferas de
poder disponham ou criem outras formas de extinção do crédito
tributário.

⚫ Exemplo: Confusão – que é a extinção de uma obrigação em virtude de


virem a se confundir na mesma pessoa as condições de credor e
devedor da obrigação. Aplica-se no direito tributário quando ocorre, por
exemplo, a herança jacente e os bens arrecadados possuem dívidas
tributárias. Ainda ocorre com as empresas incorporadas pelo patrimônio
público, por exemplo, quando desapropria ações de uma sociedade
anônima devedora de impostos. E ainda, quando o Município
desapropria imóvel que possui débitos de IPTU.

Pagamento

⚫ O pagamento deve ser interpretado no seu sentido estrito, por se tratar a obrigação
tributária de obrigação pecuniária.

⚫ Prova do Pagamento – artigo 158, CTN - O artigo quer significar que o pagamento
da última parcela ou de uma não importa na presunção de pagamento das
prestações anteriores, inversamente portanto do que ocorre no Direito Privado (art.
322, CC). Exemplo: IPTU – o pagamento da última parcela não faz presunção da
quitação das anteriores. O inciso II do artigo 158 dispõe sobre a impossibilidade de
se considerarem quitados outros créditos referentes a um tributo pela só quitação
ou cumprimento de uma de suas obrigações pecuniárias. Exemplo: Pode o
contribuinte do IR pagar somente o valor principal, sem quitar as demais como a
relativa a correção monetária e multas.

⚫ Lugar do pagamento – Art. 159, CTN - No direito privado a obrigação é quesível ou


quérable, assim o credor deve receber a obrigação no domicílio do devedor,
necessitando interpelá-lo para constituí-lo em mora (art. 327, CC). Já no direito
tributário o pagamento é portable ou portável. O sujeito passivo deve comparecer à
repartição competente situada em seu domicílio fiscal para pagar o crédito
tributário. Imposta salientar que a regra em análise não possui natureza absoluta,
dessa maneira é possível ao legislador dispor de forma diversa, determinando o
pagamento em outra repartição ou por intermédio da rede bancária. Deve-se
ressaltar que a iniciativa deve ser sempre do contribuinte em diligenciar para pagar
a obrigação tributária, independentemente de cobrança.

⚫ Prazo de pagamento – ART. 160, CTN - Na lacuna da legislação quanto ao tempo


de pagamento do tributo este deve se dar no lapso temporal de 30 dias após a
notificação do lançamento tributário.
COMPENSAÇÃO – ART. 170, CTN

⚫ No direito tributário, a compensação necessita de integração legislação, não


sendo bastante a sua mera previsão na norma geral tributária, devendo o ente
competente para determinado tributo dispor sobre o seu exercício e requisitos
essenciais.

⚫ Há que se atentar que não espaço para o poder de discricionariedade da


Fazenda, pois preenchidos os requisitos legais configura-se ao contribuinte um
direito subjetivo à compensação.

⚫ Espécies de Compensação:

⚫ - realizada pelo contribuinte no regime de lançamento por homologação, art. 66


da Lei 8383/91;

⚫ - a pleiteada pelo contribuinte à Administração e por esta efetuada, art. 74 da


Lei 9430/96;

⚫ - realizada de ofício pela Administração no seu interesse, DL 2287/86 c/c art. 73


da Lei 9430/96.

TRANSAÇÃO – ART. 171, CTN

⚫ As vozes nessa matéria são discordantes quanto a viabilidade ou não de seu


emprego em se tratando de lides administrativas e judiciais. Autores como Luiz
Emygdio somente aceitam-na em se tratando de lides judiciais, não a admitindo
nos litígios administrativos.

⚫ Autores da linha de Paulo de Barros afirmam ser cabível tanto na via judicial como
na administrativa, por a lei se referir a litígio que pode ser entendido de forma
ampla e não restritamente.

⚫ Cabe ainda expor que a transação somente ocorrerá se estiver expressamente


determinada em lei a sua efetividade em razão de determinado tributo e obrigação
tributária, caso contrário, não será possível o seu exercício pelas partes.
4- REMISSÃO – ART. 172, CTN.

⚫ Significa remir, perdoar a dívida por parte do credor que renuncia a direito.

⚫ Uma vez reconhecida a remissão de um crédito tributário este não mais será
objeto de cobrança pelo credor; a remissão atinge o crédito em qualquer fase
de cobrança, ou seja, antes do lançamento, após o lançamento, na fase de
cobrança executiva ou mesmo após o trânsito em julgado de decisão
administrativa ou judicial.

⚫ Considera-se como a dispensa do pagamento do tributo devido.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA – ART. 173, CTN

⚫ Em linha de princípio, há que se atentar que existe mais de uma forma de ser
contado o prazo dependendo do tipo de lançamento levado a efeito.

⚫ Em se tratando do art. 173 do CTN este restase aos lançamentos por


Declaração e de Ofício. Já o art. 150, par.4º., destina-se aos lançamentos por
homologação.

Consignação em Pagamento:

⚫ quando ao final da demanda, a ação de consignação em pagamento tem


tratamento específico no CTN, art. 164 e no CPC 890 e ss. Dela poderá se valer
o contribuinte quando encontrar empecilhos na quitação do tributo. Preste
atenção ao inciso III do artigo 164 (bitributação).

Pagamento antecipado e homologação do Lançamento:

⚫ tratas-e de contexto afeto ao lançamento por homologação (artigo 150, § 1º ao 4º


do CTN).

Decisão Administrativa Irreformável:

⚫ lembra-se que a decisão administrativa extintiva d CT será aquela favorável ao


contribuinte, na medida em que o posicionamento contrário aos interesses do
sujeito passivo pode em tese ter reapeciado pelo Poder Judiciário.
Decisão judicial trânsito em julgado

⚫ Quando declara a inexistência de uma relação jurídica tributária, seja por qual motivo for.

Conversão de depósito em Renda:

⚫ durante a discussão judicial, é possível a feitura do depósito, hábil a suspender o crédito


tributário (art. 151,0II do CTN). Ao término da lide, vencido o contribuinte, haverá a
conversão do depósito em renda.

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

ISENÇÃO ANISTI

1. Artigo 176 até 179 do CTN; 1. Artigo 180 até 182 do


2. Dispensa legal do pagamento do 2. Dispensa legal do
tributo; multa;
3. Exclui o CT antes do lançamento e de 3. Exclui o CT antes
pois da Obrigação tributária; depois da Obrigação tri
4. Afeta a obrigação principal e 4. Afeta a obrigaç
acessória acessória
5. Arigo175, p. único do CTN 5. Arigo175, p. único do

⚫ Para o STF as excludentes de crédito tributário se opera depois da Obrigação tributária


e antes do lançamento, situando no campo de incidência tributária e após o fato gerador,
senão vejamos o Recurso Extraordinário nº 114.850-1:
⚫ ICM. ISENÇÃO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 575. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 23,
PARAGRAFO-11, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EM FACE DO DISPOSTO NO ARTIGO
325 DO REGIMENTO INTERNO DESTA CORTE, na redação dada pela emenda
regimental n. 2/85, o recurso em causa só pode ser examinado no tocante a alegação de
ofensa ao artigo 23, parágrafo-11, da constituição federal. o parágrafo-11 foi acrescentado
pela emenda n.23/80 ao artigo 23 da constituição para explicitar uma das hipóteses de
incidência do icm (que - notese - já estava prevista, anteriormente, no artigo 1, ii, do
decreto-lei 406/68), e, para, em parte final, elidir a jurisprudência desta corte que vinha
decidindo em sentido contrario ao que ali ficou expresso. a expressão 'incidira' pressupõe
que o estado-membro, como decorre do caput desse artigo 23, tenha instituído, por lei
estadual, esse imposto, e nada impede, evidentemente, que ele conceda, também por lei
estadual, isenção, que, alias, pressupõe a incidência, uma vez que ela - no entendimento
que e o acolhido por este tribunal - se caracteriza como a dispensa legal do pagamento de
tributo devido. Recurso extraordinário não conhecido. (RE 113711 / SP - SÃO PAULO,
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Julgamento:
26/06/1987, Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA, Publicação: DJ 09-10-1987 PG-21782
EMENT VOL-01477-03 PG-00631 RTJ VOL-00123-02 PP-00810).

⚫ Boa parte da doutrina, capitaneada por José Souto Maior Borges e Alfredo Augusto Beker,
entende que a norma isentante incide para que a norma de tributação não possa incidir.

⚫ Assim, para os ilustres doutrinadores, a isenção não pressupõe a ocorrência do fato


gerador, obstando a própria obrigação tributária, diferentemente do que preconiza o STF.

⚫ A isenção e a anistia obedecem ao Princípio da Legalidade – Artigo 97 do CTN.

⚫ Como regra, a lei isencional ou anistiadora será ordinária. Pode, entretanto, a LC isentar?

⚫ Sim, desde que o tributo passível de instituição por Lei Complementar seja dispensado
pela própria Lei Complementar, norma de idêntica estatura, em abono ao princípio da
hierarquia das leis e da legalidade.
⚫ As isenções de ICMS são veiculadas por meio de Convênios – atos celebrados pelos
representantes do Poder Executivo no Âmbito do CONFAZ.

⚫ É fácil perceber que tal ato carece de ratificação do Poder Legislativo a luz do Processo
Legislativo para se revestir de eficácia.

⚫ É sabido que o instrumento ratificador adequado se traduz no Decreto Legislativo e não por
Decreto propriamente dito – instrumento estranhamente usado para a celebração de
convênio. È atecnia ou paradoxo que merece nossa reflexão.

⚫ A isenção é norma com eficácia prospectiva, abrangendo os fatos geradores posteriores


à sua edição em total simetria com o princípio constitucional tributário da irretroatividade.

⚫ A anistia, em outro giro, tem eficácia retrospectiva, abrangendo situações pretéritas (ex
tunc). De fato, a norma anistiadora objetiva retirar o inadimplente do rol de pessoas
impontuais, quando ele, descumprindo uma obrigação tributária, viu-se na iminência de ser
multado.

⚫ A anistia e a isenção designam favores legais antecedem afigura do lançamento, uma vez
que são causas excludentes do Crédito Tributário. Caso tenhamos o tributo ou a multa
lançada, o perdão que suceder ao lançamento receberá o nome de remissão – verbo
remitir.

⚫ Assim, é corriqueira a questão sobre o perdão do tributo inscrito na Dívida Ativa:


Remissão.

⚫ O artigo 151, III da CF/88 proíbe a União de isentar tributos estaduais e municipais. Trata-
se de um princípio constitucional que preconizam as regras das isenções autonômicas.

⚫ O curioso é perceber que na CF anterior, inexistia tal proibição. Portanto, vedam-se as


isenções heterônomas no Brasil. Entretanto faz-se mister esclarecer que a rgra foi
excepcionada na medida em que o legislador constituinte admitiu a heteronomia no campo
isencional do ICMS e do ISS.

⚫ Note os artigos abaixo:


⚫ Artigo 155, § 2º, XII, “e” CF/88: cabe à lei complementar federal (LC 87/96) isentar as
exportações de mercadorias para o exterior quanto ao ICMS;

⚫ Artigo 156, § 3º, II da CF/88: cabe À lei complementar federal (LC 116/03) isentar as
exportações de serviços para o exterior quanto ao ISS.

⚫ Boa parte da doutrina tem entendido que a letra “a” – ICMS – deixou de representar uma
heteronomia quando a E.C./42 ampliou os efeitos do artigo 155, § 2º, X “a”, afastando a
incidência de ICMS para todos os bens exportados.

⚫ Nesse passo, o favor ganhou roupagem de imunidade de mera isenção. E a heteronomia


nos tratados internacionais? É possível o tratado isentar tributos estaduais e municipais?

⚫ Sim, pois a União quando celebra o acordo por meio do Presidente da República (art.84,
VIII), manifesta-se como pessoa política internacional, na defesa dos interesses sabedores
da nação, diante dos demais países signatários.

⚫ Memorize, portanto, que a União não se mostra como Pessoa Jurídica de Direito Público
Interno, sob pena de macular o princípio ora estudado. Por fim, pode-se afirmar qu o
tratado apresenta no campo isencional, uma heteronomia. Exemplos: Tratado de Itaipu –
1973 (Brasil e Paraguai); Tratado de Montevidéu – 1980 (gasoduto Brasil - Bolívia).

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