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DIREITO TRIBUTÁRIO

EXCLUSÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Crédito Tributário


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Exclusão do A exclusão do crédito tributário inclui duas possibilidades, a isenção (arts 176 ao 179) e a anistia
crédito tributário (arts. 180 ao 182). Em ambos os casos, o contribuinte está exonerado de efetuar o pagamento
do tributo e da penalidade pecuniária.
Segundo o art. 175 do CTN, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela
consequente.

Suspensão do A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na paralisação do curso do processo


crédito tributário enquanto persistir a causa da suspensão. O prazo já percorrido permanece computado e após a
solução da causa suspensiva continua do ponto onde parou. As causas que geram a suspensão
estão descritas no rol do artigo 151 do CTN e foram ampliadas pela lei complementar 104 de
2001. Basta dizer que o fato gerador ocorreu, a exigibilidade do crédito é legitima e de fato existe
ao contribuinte a obrigação de arcar com o referido tributo, entretanto, por força da suspensão,
esta exigibilidade fica paralisada, não surtindo mais seus efeitos enquanto a causa que a gerou
não for integralmente resolvida.
Extinção do Consiste no desaparecimento da exigibilidade do crédito tributário motivado por qualquer ato
crédito tributário jurídico ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva, desde que prevista em lei,
conforme explicita o artigo 156 do CTN, que mencionará as modalidades de extinção do crédito
tributário. A extinção poderá ser total ou parcial e, será assim definida, após a verificação de
irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149 (tratam do
lançamento).

Hipóteses de EXCLUSÃO
Descrição
do crédito tributário
Isenção A isenção consiste em uma norma infraconstitucional que exclui o crédito tributário,
impedindo a incidência da norma de tributação. Para tanto, deverá ocorrer antes da
prática do fato gerador.
Isto é: antes da ocorrência do fato deve haver disposição legal excluindo o crédito
tributário que decorreria daquele fato. Por isso se diz que a lei exclui da tributação
hipótese que constitucionalmente poderia ser tributada.

Anistia É a hipótese de exclusão do crédito tributário, na qual o crédito já foi constituído e


houve o inadimplemento por parte do contribuinte, cuja consequência é a imputação
de multa. Nesse panorama, a anistia consiste, exatamente, na feitura de lei posterior
com a finalidade de perdoar a multa.
Desta feita, resta a crítica doutrinária que entende por errado a colocação da anistia
como hipótese de exclusão do crédito tributário, tendo-se em vista que o crédito
permanece, a exclusão é tão-somente da multa.
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Hipóteses de SUSPENSÃO
Descrição
do crédito tributário
Moratória Moratória diz respeito à dilação do prazo para pagamento (postergação da data de
vencimento). A moratória somente pode ser concedida:
• em caráter geral:
* pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se
refira;
* pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de
competência federal e às obrigações de direito privado;
• em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que
autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
Depósito do montante O depósito do montante integral é um meio de suspender o crédito tributário
integral enquanto se discute a obrigação, seja administrativa ou judicialmente.
Além disso, segundo a Súmula 112 do STJ, o depósito só suspende a exigibilidade
do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

Reclamações e recursos Trata-se da modalidade de suspensão pelas vias administrativas. A simples


administrativos formulação de uma reclamação de um lançamento suspende a exigibilidade do
crédito tributário.
Com o julgamento administrativo, caso a decisão administrativa seja favorável ao
contribuinte, haverá a EXTINÇÃO do crédito tributário. Caso contrário, se for
desfavorável, a exigibilidade do crédito é restabelecida, cessando a sua suspensão,
sem prejuízo dos juros e multas.

Medida liminar ou tutela Essas modalidades de suspensão do crédito tributário são semelhantes à
antecipada reclamação administrativa, todavia dá-se por vias judiciais, e não mais
administrativas.
Desse modo, uma vez preenchidos os requisitos para a concessão da medida liminar
ou da tutela antecipada (fumus boni iuris e periculum in mora), é possível a
suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Parcelamento Assim como na moratória, o parcelamento exige uma lei específica.


O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.
Além disso, salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário
não exclui a incidência de juros e multas.
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Hipóteses de EXTINÇÃO
Descrição
do crédito tributário
Pagamento Pagamento é o cumprimento do objeto da prestação tributária. É um fenômeno
jurídico e não só tributário. Pode ser considerado quanto: ao tempo (apontado
genericamente na lei e especificamente no ato administrativo de lançamento. Se o
pagamento do tributo for feito em prestações, o inadimplemento de qualquer uma
delas acarretará o vencimento antecipado das demais), ao lugar (o domicílio ou sede
do contribuinte), ao modo [os tributos são pagos em moeda ou equivalente (cheque,
títulos da dívida pública resgatáveis, selo ou papel selado ou estampilha)]. Quando
pago em cheque, dá-se ao contribuinte uma quitação provisória, que se tornará
definitiva após a devida compensação.
Remissão É importante diferenciar remissão de remição. A primeira significa perdão e a
segunda significa pagamento.
Assim, remissão é o perdão legal do débito tributário, que pode ser total ou parcial.
Somente a lei pode perdoar o débito tributário (lei remissiva), não podendo, a
remissão, ser concedida por decretos, portarias ou qualquer outro ato que não seja
lei propriamente dita (princípio da legalidade e princípio da indisponibilidade do
interesse público). Somente lei específica da pessoa política tributante pode
conceder a remissão. (art. 150, § 6.º, da CF/88).
A remissão tanto como a moratória são medidas de política fiscal (moratória é o
adiamento da obrigação tributária).
Compensação A compensação corresponde ao encontro de contas do Fisco e do contribuinte,
sempre que forem credor e devedor um do outro. Existem duas grandes modalidades
de compensação em matéria civil: a legal e a consensual. Em matéria tributária,
entretanto, somente é admitida a compensação legal. Para que a compensação
ocorra, é necessária a presença de três requisitos:
1. As partes devem ser as mesmas (mesma Fazenda Pública, federal, estadual ou
municipal, e mesmo contribuinte). O contribuinte não pode utilizar um crédito federal,
por exemplo, para compensar um crédito estadual.
2. Os créditos já devem estar liquidados, ou seja, é necessário que se saiba
exatamente quanto há de ser pago.
3. A existência de uma lei autorizando a medida: cada pessoa política deve legislar
a respeito. A União obedece à Lei n. 8.383/91; o seu art. 66 permite a compensação
de tributos federais, indevidos ou recolhidos a maior, com outros da mesma espécie.
A Fazenda Pública entende que tributo da mesma espécie significa o mesmo tributo
(p. ex.: IR somente poderá ser compensado por IR). A doutrina, entretanto, entende
que tributo pode ser compensado por tributo, taxa por taxa e contribuição de melhoria
por contribuição de melhoria. A jurisprudência tem decidido em favor da doutrina.
Transação Transação é um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte,
pelo qual a primitiva obrigação tributária desaparece, dando lugar a uma ou mais
novas obrigações tributárias. É causa extintiva da obrigação tributária, muito rara.
Há quem admita que o parcelamento do débito tributário seria uma modalidade de
transação; entretanto, outros doutrinadores entendem que o parcelamento é uma
modalidade de moratória.
Em resumo, a transação é um acordo celebrado com base em lei entre o Fisco e o
contribuinte, pelo qual a primitiva obrigação tributária desaparece, fazendo nascer
uma nova (ou várias) obrigação tributária.
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Hipóteses de EXTINÇÃO
Descrição
do crédito tributário
Confusão Ocorre quando o Fisco se torna, ao mesmo tempo, credor e devedor do tributo. Por
exemplo, no caso da herança vacante, os débitos que o espólio possuía para com o
Município desaparecem no caso de incorporação de empresas pelo Poder Público.
Ocorrendo a confusão, o débito se extingue, não podendo renascer, se o Poder
Público alienar a propriedade a terceiros, objetivando cobrar crédito anterior.

Desaparecimento sem Não pode subsistir a relação jurídica tributária se uma das partes deixa de existir,
Sucessor do Sujeito Passivo sem deixar sucessores. Exemplo: desaparecimento de Município em razão de
do Tributo e do Sujeito Ativo inundação da área onde se localizava (isso ocorreu no Nordeste, na década de 60).
(doutrina) O desmembramento de Goiás e Tocantins não fez desaparecer os débitos tributários,
pois houve sucessão.
Exemplo de desaparecimento do sujeito passivo sem deixar sucessores: contribuinte
que morre sem deixar bens, apenas dívidas tributárias.

Decadência e Prescrição das A Lei n. 8.212/91, art. 45, estabelece que a decadência do direito de lançar tais
Contribuições Sociais para a contribuições opera-se em 10 anos, contados das mesmas hipóteses previstas no
Seguridade Social art. 183 do Código Tributário Nacional.
A prescrição da ação de cobrança dá-se, também, em 10 anos, conforme o art. 146
da referida lei. Alguns autores, fundados no art. 146, inc. III, “b”, da Constituição
Federal, sustentam a inconstitucionalidade desses dispositivos, pois, prescrição e
decadência devem ser reguladas em lei complementar. Porém, essa posição é
minoritária, pois, a lei complementar dispõe apenas sobre normas gerais.

Decadência A regra do art. 173 é aplicada para tributos que são lançados de ofício ou por
declaração. A regra do § 4.º do art. 150 é aplicada para tributos que são lançados
por homologação. O art. 173 do Código Tributário Nacional estabelece que o direito
do fisco, de constituir o crédito tributário, se extingue após cinco anos, contados: a)
do primeiro dia do ano seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado; b) da data em que for anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente realizado; c) da data em que for tomada qualquer providência
administrativa conducente ao lançamento.
Prescrição Prescrição é a perda da ação inerente ao direito e de toda a sua capacidade
defensiva, por seu não exercício durante certo lapso. A fluência do lapso
prescricional, diferentemente do que ocorre com a decadência, pode ser suspensa
ou interrompida.
São requisitos para ocorrência da prescrição:
* Existência de uma ação exercitável.
* Inércia do titular dessa ação.
* Prolongamento dessa inércia durante certo lapso.
* Ausência de qualquer ato ou fato a que a lei atribua o efeito de impedir, suspender
ou interromper a fluência prescricional.
DIREITO TRIBUTÁRIO

Hipóteses de EXTINÇÃO
Descrição
do crédito tributário
Decisão Administrativa Segundo o disposto no art. 156, IX, do CTN, extingue a obrigação tributária a decisão
Irreformável administrativa irreformável “assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que
não mais possa ser objeto de ação anulatória”.

Decisão Judicial passada em Essa referência é meramente didática pois, ainda que não expressa, seria forçoso
julgado concluir-se constituir ela modalidade de extinção do vínculo obrigacional.
Isso porque, à vista do princípio da universalidade da jurisdição, “a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito.
Desse modo, provocado o poder judiciário mediante ação par discutir a exigência
fiscal, ou mediante a propositura, o pronunciamento judicial definitivo no sentido da
invalidade do crédito tributário, culminará em coisa julgada, extinguindo a obrigação
tributária.

BOM TRABALHO!

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