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UFMA – Universidade Federal do Maranhão – CCSST – Imperatriz

Curso: Direito – Disciplina: Direito Tributário II – 05/05/2023


Docente: Camila D. Sevilhano
Discente: Larissa Lima Braz – Matrícula 2019063546

1. André ajuizou, em 2006, ação contra Ricardo, na qual pleiteou indenização por danos materiais e
morais. Após sentença transitada em julgado, ele obteve julgamento de procedência total dos
pedidos formulados, razão pela qual recebeu, a título de indenização por danos morais, o valor de
R$ 50.000, sendo R$ 20.000 a título de danos morais próprios e R$ 30.000 a título de danos
estéticos. Pelos danos materiais, André recebeu R$ 30.000, dos quais R$ 10.000 correspondem a
danos emergentes e R$ 20.000 a lucros cessantes. No tempo devido, ele declarou os valores
recebidos e efetuou o recolhimento do imposto de renda correspondente.

De acordo a situação acima, julgue os itens a seguir e justifique sua resposta.

a)Trata-se de tributo sujeito ao auto lançamento, não sendo admitida a repetição de indébito,
podendo o valor pago a maior ser utilizado pelo contribuinte em futura compensação com outros
créditos tributários.
Errada. De acordo com art. 165 do CTN, o sujeito passivo tem direito, independentemente
de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do
seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4 do art. 162, nos casos dispostos nos incisos I,
II e III do art. 165.

b)A extinção do crédito tributário ocorrerá cinco anos após o pagamento realizado por André,
quando ocorre a homologação tácita da declaração e do pagamento realizado, visto que o imposto
de renda é espécie tributária sujeita a lançamento por homologação.
Errada. De acordo com o art. 150, § 4 do CTN, a extinção do crédito tributário ocorrerá
com a homologação tácita após 5 anos contados da data em que ocorreu o fato gerador e
não cinco anos após o pagamento.

2. A moratória pode ser concedida em caráter geral e individual? Justifique sua resposta.
Sim, a moratória pode ser concedida em caráter geral e individual. Conforme o art. 152, I
do CTN, a moratória poderá ser concedida em caráter geral se dividindo em moratória
autônoma (art.152, I “a” ), que é quando o ente competente concede a prorrogação de
prazo de tributos já constituídos e ainda não vencidos, e moratória heterônoma (art.152, I
“b” ), que é quando a União concede concede dilatação do prazo para pagamento dos
tributos estaduais, distritais ou municipais desde que conceda simultaneamente aos
tributos federais.
Já a moratória em caráter individual, de acordo com o art. 152, II do CTN, pode ser
concedida por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei
ordinária nas condições do inciso I.
Ainda sobre a Moratória individual, conforme art. 155 do CTN, a concessão de moratória
em caráter individual não gera direito adquirido podendo ser revogada de ofício pela
administração pública a qualquer tempo, sempre que seja verificado que o contribuinte
não atende mais os requisitos previstos em lei cobrando o crédito com acréscimo de multa
nos casos praticados com dolo ou simulação.

3. Discorra sobre a anistia e remissão, conceituando e diferenciando cada uma delas.


Conforme art. 180 do CTN, a anistia é uma causa de exclusão do crédito, concedida por
meio de lei ordinária e que impede a constituição do crédito por meio do lançamento.
Trata-se de uma dispensa legal da penalidade (multa) devendo abranger as infrações
cometidas anteriormente a vigência da lei, ou seja, multas que já tenham sido aplicadas.
Já a remissão, conforme o art. 172 do CTN é o perdão da dívida de forma voluntária,
autorizado por meio de lei, gerando a extinção do crédito tributário parcialmente ou
totalmente.

4. Quais são as características, as modalidades e a natureza jurídica do lançamento tributário?


Explique elucidando se o prazo previsto no § 4º, do art. 150, do CTN, é decadencial ou
prescricional.
A maior característica do crédito tributário é que ele é inalterável, conforme art. 145 do
CTN. As modalidades do lançamento tributário são: misto ou por declaração, lançamento
por homologação e lançamento de ofício, conforme o art. 147 do CTN.
No lançamento misto/por declaração, há atuação do contribuinte e da Fazenda Pública: o
contribuinte presta determinadas informações por meio de declaração, e o Fisco calcula o
tributo devido com base nessas informações.
No lançamento por homologação, de acordo com o art. 150 do CTN, há mais ação do
contribuinte e menos ação do Fisco, o contribuinte presta determinadas informações por meio
de declaração, calcula o tributo devido e paga, e, na sequência, o Fisco analisa essas ações do
contribuinte. Ao concordar com o pagamento, o Fisco homologa o lançamento. Caso o Fisco não
analise esses atos em 5 anos, conclui-se que houve homologação tácita, havendo assim a
decadência, conforme art. 150, § 4 do CTN.
Já no lançamento de ofício, conforme o art. 149 do CTN, há atuação somente do Fisco, não
envolvendo o sujeito passivo, no caso, o contribuinte.
Quanto a natureza jurídica do lançamento tributário, o lançamento tem natureza declaratória
quanto à obrigação tributária e natureza constitutiva quanto ao crédito tributário, isso porque
o contribuinte pratica o fato gerador, que é o momento do nascimento da obrigação tributária,
mas só depois de o crédito tributário ser devidamente constituído, por meio do lançamento, é
que o tributo é considerado efetivamente exigível.

5.Consoante o Código Tributário Nacional é correto afirmar a respeito da isenção. (Justifique a


alternativa assinalada!!!)

a) É modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário;


b) Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, a isenção extingue o crédito tributário de
forma integral;
c) A isenção afasta o cumprimento da obrigação acessória;
d) A isenção é modalidade de exclusão do crédito tributário, sendo uma forma de dispensa
legal do pagamento do tributo.
Conforme o art. 175 do CTN, Isenção é uma das causas de exclusão do crédito. A isenção é
concedida por meio de lei ordinária e que impede a constituição do crédito por meio do
lançamento. Trata-se de uma dispensa legal do tributo.

6. O contribuinte que efetua o recolhimento do tributo em data posterior ao vencimento da


obrigação tributária fica sujeito ao pagamento de multa e juros moratórios. Considerando a opção
pelo parcelamento do débito, é verdadeiro afirmar que: (Justifique a alternativa assinalada!!!)

a) Multa e juros moratórios são devidos sempre que houver o atraso, inexistindo hipótese de
exoneração por parte do sujeito ativo.
b) Multa e juros moratórios não podem ser exigidos se o contribuinte solicitar o parcelamento do
débito.
c) Multa e juros moratórios são sempre devidos, salvo se a lei instituidora do parcelamento
versar de forma diversa.
d) Multa e juros moratórios são sempre exonerados, salvo se a lei instituidora do parcelamento
versar de forma diversa.
De acordo com o art. 155-A, § 1º, salvo disposição de lei contrário, o parcelamento do crédito
tributário não exclui a incidência de juros e multa.
7. O Governador do Estado edita Decreto concedendo isenção de determinado imposto para
contribuintes que atuam no ramo do comércio de alimentos. Sobre a referida isenção pode-se
afirmar, segundo a legislação tributária, que: (Justifique a alternativa assinalada!!!)
a) É Regular porquanto preenche todos os requisitos exigidos pelo Código Tributário;
b) É Irregular porquanto somente a lei pode estabelecer as hipóteses de exclusão do
crédito tributário;
c) É Regular uma vez que segundo a Constituição da República cabe ao Governador do Estado
dispor sobre os tributos de sua competência;
d) A análise de sua regularidade dependerá do disposto na Constituição do Estado.
Conforme art. 176 do CTN, A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão,
os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

8. Assinale a alternativa que, no CTN, não se configura em modalidade de extinção do crédito


tributário: (Justifique a alternativa assinalada!!!)

a) Compensação;
b) Moratória;
c) Decadência;
d) Remissão.
Somente as modalidades dispostas no art. 156 do CTN são modalidades de extinção.
Conforme o art. 151, a moratória é modalidade de suspensão e não de extinção.

9. Assinale a alternativa incorreta: (Justifique a alternativa assinalada!!!)

a) A isenção exclui o crédito tributário;


b) A isenção é concedida por lei;
c) A exclusão do crédito tributário também dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias, dependentes da obrigação principal;
d) A Anistia exclui o crédito tributário.
Conforme Art. 175, Parágrafo único: A exclusão do crédito tributário não dispensa o
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito
seja excluído, ou dela consequente.

10. O pagamento é a forma mais rudimentar de extinção do crédito tributário. Sobre o pagamento,
é INCORRETO afirmar: (Justifique a alternativa assinalada!!!)

a) Haverá presunção de pagamento integral do crédito tributário quando, tratando-se de


pagamento em parcelas, se comprovar o pagamento da última parcela.
b) O vencimento do crédito tributário ocorre em 30 dias, a contar da data da notificação válida do
lançamento feita ao sujeito passivo, desde que a legislação tributária específica não fixe o tempo
para pagamento.
c) Os juros de mora são calculados à taxa de 1% ao mês, se a lei não dispuser de modo diverso.
d) Na pendência de consulta tempestiva formulada ao Fisco, não haverá incidência de acréscimos
decorrentes da mora.
e) O pagamento em cheque somente opera a extinção do crédito tributário após o resgate do título
pelo sacado.
Conforme art. Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de
pagamento:
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;

“No meio da dificuldade está a oportunidade.”


(Albert Einstein)
BOA SORTE

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