Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE DIREITO
COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: Direito Tributário

Aluno:
Nome: Amaury Melo
Turma: B

Resumo do Tópico 5 - Crédito Tributário

Definição - Crédito tributário é um valor que os sujeitos ativos da obrigação tributária


podem exigir dos sujeitos passivos (contribuintes) a partir da ocorrência de um determinado
fato gerador. Ele é constituído a partir de três fatores: a previsão legal, o fato gerador e o
lançamento tributário.

Constituição (lançamento) – conforme  Código Tributário Nacional – CTN,


a competência para constituir o crédito tributário é privativa da Autoridade Administrativa,
que o faz por meio do lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Modalidades de lançamento:

a) por declaração - o próprio contribuinte, independente do regime


tributário escolhido, que fornecerá ao Fisco todas as informações necessárias para que seja
apurado o crédito tributário devido. Após apuração devidamente realizada pelo Fisco, o
contribuinte será notificado quanto ao montante que deverá ser pago. Como exemplo de
tributos sujeitos a essa modalidade de lançamento, temos o ITBI e o imposto de importação
na bagagem.

b) por homologação - o contribuinte tem o dever de antecipar o pagamento sem prévio


exame da autoridade administrativa, ou seja, é o próprio contribuinte que apura e efetua o
pagamento do tributo. Neste caso, compete à autoridade administrativa verificar se o
lançamento atendeu aos requisitos legais, – se o pagamento do tributo concretizou-se de
maneira correta. Atendidos os requisitos legais, o Fisco homologa o lançamento realizado
pelo contribuinte. Se a lei não fixar um prazo para homologação, a Fazenda Pública terá o
prazo decadencial de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador para realizar o
lançamento de ofício, caso haja diferença entre o valor pago pelo contribuinte e o
efetivamente devido. Atualmente, a maior parte dos tributos está sujeito ao lançamento por
homologação, temos como exemplo: ICMS, IPI, IR e ITCMD.

c) de ofício = é realizado direta e exclusivamente pelo Fisco, seja por previsão legal,
ou por desrespeito por parte do contribuinte das modalidades acima mencionadas. No
lançamento de ofício, a autoridade administrativa, após verificar a ocorrência do fato

1
gerador, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo, identifica o sujeito
passivo e, se for o caso, aplica a penalidade cabível. Alguns dos tributos sujeitos ao
lançamento de oficio, IPTU, IPVA, taxas, entre outros.

Alguns doutrinadores mencionam uma quarta forma de constituição do crédito


tributário: o lançamento por arbitramento ou aferição indireta. Esse tipo de lançamento
ocorre quando o Fisco não possui elementos concretos para apurar a base de cálculo com
exatidão, em razão da ausência ou inidoneidade da documentação. Assim, acaba apurando
o valor do tributo mediante elementos indiciários.

Suspensão - A suspensão do crédito tributário é o que acontece quando a cobrança de


determinados tributos fica suspensa ou é adiada em virtude de algumas situações, tais como
o depósito judicial do montante integral da dívida, a interposição de recurso em processo
administrativo, a concessão de medida liminar em mandado de segurança ou outras ações
judiciais, parcelamento do débito e a moratória. De acordo com o Artigo 51 do CTN,
existem 5 hipóteses que suspendem a exigência imediata do crédito tributário:

1. Moratória: versa sobre a dilação do prazo para pagamento do tributo. Logo, uma vez
concedida, tem-se a extensão do prazo para adimplemento da obrigação tributária.
2. Parcelamento: Constitui instituto que visa à recuperação do crédito vencido. Deve ser
instituído, exclusivamente, por meio de lei,
3. Depósito de seu montante integral: quando já há em andamento uma discussão
administrativa ou judicial acerca do crédito. É um meio de suspender a exigibilidade do
crédito tributário enquanto se discute a obrigação tributária principal.
4. Reclamações e recursos nos termos do processo administrativo tributário : em razão do
processo administrativo iniciado. A impugnação do lançamento feito de ofício ou por
declaração suspende a exigibilidade do crédito tributário.
5. Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em mandado de segurança e outras
espécies de ação judicial.

Exclusão - Entende-se por exclusão do crédito tributário o impedimento do lançamento do


tributo, quebrando a linha do tempo do fenômeno jurídico tributário, evitando, portanto o
nascimento do crédito e, consequentemente, a obrigação do pagamento. Existem duas
formas de excluir o crédito tributário, quais sejam a isenção (dispensa legal do pagamento
do tributo devido – efetiva-se após o surgimento da obrigação tributária e antes do
lançamento do crédito tributário) e a anistia (perdão legal de infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei, impedindo o lançamento da respectiva penalidade
pecuniária – efetiva-se o benefício após o cometimento da infração, mas deve ocorrer antes
do lançamento da penalidade pecuniária), conforme dispositivo previsto no art. 175 do
CTN

Extinção - o artigo 156 do CTN traz formas de extinção do crédito tributário, quais sejam:
I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a
decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a

2
homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a
consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão
administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não
mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado; XI – a
dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário - Estão previstos como garantias e


privilégios do crédito tributário no CTN a responsabilidade patrimonial universal do sujeito
passivo pelo crédito tributário (artigo 184), a presunção de fraude à Fazenda Pública no
caso de alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo
relativamente a crédito inscrito como dívida ativa (artigo 185, com a redação da Lei
Complementar 118/2005) e a indisponibilidade de bens e direitos do sujeito passivo
(artigo 185-A, incluído pela Lei Complementar 118/2005).

Você também pode gostar