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PROCESSO TRIBUTÁRIO
Prof. Williams Pacífico
CESMAC

O PROCESSO TRIBUTÁRIO
Introdução

O Processo Tributário é o conjunto de atos administrativos e judiciais


que envolvem a apuração da obrigação tributária ou o seu
descumprimento. O Processo Tributário divide-se em:

I – Processo Administrativo Tributário – aquele que é desenvolvido


na repartição fiscal, tendo como finalidade a resolução de possíveis
controvérsias entre o Fisco e o Contribuinte. Se destina a
determinar, exigir ou dispensar o crédito fiscal, bem como fixar
o alcance das normas de tributação.

II – Processo Judicial Tributário – é a utilização do judiciário: pelo


sujeito ativo (Fisco), para fazer valer os seus direitos; e pelo sujeito
passivo (Contribuinte), para garantir seus direitos.
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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

1. ESPÉCIES DE PROCESSOS TRIBUTÁRIOS

2. PRINCÍPIOS DO PROC. ADM. TRIBUTÁRIO

3. FASES DO PROCESSO ADM. TRIBUTÁRIO

DÍVIDA ATIVA

CERTIDÕES
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Espécies de Procedimento Administrativo Fiscal

PREVENTIVO – como o próprio nome já diz, é aquele realizado para


prevenir, ou seja, antes que o sujeito ativo se defina a respeito de
determinada situação fiscal.

VOLUNTÁRIO – é o procedimento segundo o qual o sujeito passivo se


antecipa ao fisco em qualquer situação referente à administração
tributária, mesmo após a existência da OT.

CONTENCIOSO – procedimento através do qual há um litígio entre


Fisco e Contribuinte. Pode se originar pelo Fisco, através de auto
de infração, ou pode se originar pelo contribuinte, através de
Consulta.
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Princípios do Procedimento Administrativo Fiscal

. LEGALIDADE ESTRITA

. OFICIALIDADE

. FORMALISMO MODERADO

. VERDADE MATERIAL

. DEVIDO PROCESSO LEGAL


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Fases do Procedimento Administrativo Tributário

INSTAURAÇÃO – é o ato formal da autoridade competente. Pode ser o ato da


ciência do procedimento fiscal ou apreensão de uma mercadoria.

INSTRUÇÃO – é a colocação dos elementos que irão servir de base à


quantificação do crédito tributário e, posteriormente, com as provas
apresentadas pela defesa.

RESPOSTA (DEFESA OU IMPUGNAÇÃO) – é a garantia constitucional de


todo acusado (art. 5º, LV, CF). Aqui se determina efetivamente a fase
litigiosa do procedimento.

JULGAMENTO – decisão promovida pela administração pública, ocorre em


duas instâncias, em regra a primeira é individual e a segunda é colegiada e
paritária.

RECURSO – inconformismo da parte, realizado de acordo com o regramento


legislativo administrativo.

* Processo Administrativo X Processo Judicial (conflito)


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EXEMPLOS DAS FASES PROCESSUAIS

. PAF – Processo Administrativo Fiscal Federal


(Dec. 70.235/72)

. PAT – Processo Administrativo Tributário de


Alagoas (Lei 6.771/2006)
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P.A.F.
RECEITA FEDERAL

A.I.

IMPUGNAÇÃO
(30 DIAS)

JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA
(DRJ)

RECURSO VOLUNTÁRIO
(30 DIAS)

JULGAMENTO EM 2ª INSTÂNCIA
(CARF)

RECURSO ESPECIAL *
(15 DIAS)

JULGAMENTO
(CSRF)
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P.A.T.
SEFAZ-AL

A.I.

IMPUGNAÇÃO
(30 DIAS)

JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA
(GJ)

RECURSO ORDINÁRIO
(15 DIAS)

JULGAMENTO EM 2ª INSTÂNCIA
(CTE)

RECURSO ESPECIAL *
(15 DIAS)

JULGAMENTO
(PLENO)
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Certidões de Regularidade Fiscal

CERTIDÃO NEGATIVA (art. 205 CTN) – necessidade em


alguns casos para comprovar a quitação de determinado
tributo.

CERTIDÃO POSITIVA

CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA


(art. 206, CTN)
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Inscrição na Dívida Ativa

DÍVIDA ATIVA – É o montante de tributo constituído e não quitado pelo


sujeito passivo. Local onde será formalizada a cobrança do Crédito
tributário.

INSCRIÇÃO – Ato da autoridade administrativa tendente a


instrumentalizar uma possível execução fiscal.
Aqui o contribuinte é notificado para quitar o débito. Não é ato de
constituição do Crédito Tributário. Ver art. 202, CTN.

CDA – A Certidão de Dívida Ativa é o título executivo extrajudicial


próprio da Fazenda Pública. É a liquidação do Crédito Público. Tem
presunção de certeza e liquidez. Ver arts. 203 e 204, CTN.
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Processo Judicial Tributário


1. Ações do Sujeito Ativo
1. EXECUÇÃO FISCAL (LEF)

Objetivo

Fundamento Legal: Lei 6.830/80; CPC (subsidiariamente)

Dívida Ativa: conceito e regras

Procedimento:

.Citação: para pagar ou garantir o débito em 5 dias


.Garantias: depósito, fiança bancária/seguro garantia,
penhora de bens
.Prazos
.Privilégios da Faz. Pública: int. pessoal do procurador
.Prescrição intercorrente
2. MEDIDA CAUTELAR FISCAL (MCF)

Fundamento Legal:
Lei 8.397/92; CPC (subsidiariamente) e CTN

Objetivo: (art. 1º)


MCF instaurada após a constituição do crédito, inclusive
no curso da execução judicial da Dívida Ativa do ente
público.

Concessão da MCF: (art. 3º)

Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:


I - prova literal da constituição do crédito fiscal;
II - prova documental de algum dos casos estabelecidos
para sua concessão.
2. MEDIDA CAUTELAR FISCAL (MCF)

Cabimento: (art. 2º) Quando o devedor:

I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa
de pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o
adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu
patrimônio;
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito
fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem
trinta por cento do seu patrimônio conhecido;
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão
fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
2. MEDIDA CAUTELAR FISCAL (MCF)

Procedimento:

. Cautelar Preparatória ou “Incidental”


. Indisponibilidade dos bens
. Concessão da liminar
. Comunicação aos órgãos de registro
. Contestação: Prazo de 15 dias
. Sentença: apelação e seu efeito
A MCF e a mudança do CTN (LC 118/2005)
"Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário,
devidamente citado, não pagar nem apresentar
bens à penhora no prazo legal e não forem
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará
a indisponibilidade de seus bens e direitos,
comunicando a decisão, preferencialmente por
meio eletrônico, aos órgãos e entidades que
promovem registros de transferência de bens,
especialmente ao registro público de imóveis e às
autoridades supervisoras do mercado bancário e
do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito
de suas atribuições, façam cumprir a ordem
judicial.”
3. MEDIDA DE SUSPENSÃO

Fundamentos Legais:

Lei 4.348/64 (Rev. pela Lei 12.016/09 – MS)

Lei 8.038/90

Lei 8.437/92

Objetivo:

Suspender decisão judicial que comprove trazer grave


lesão a alguma atividade pública.
3. MEDIDA DE SUSPENSÃO

Lei 12.016/09

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de


direito público interessada ou do Ministério Público e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas, o presidente do tribunal ao qual
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender,
em decisão fundamentada, a execução da liminar e da
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a
julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
3. MEDIDA DE SUSPENSÃO

Lei 8.038/90

Art. 25 - Salvo quando a causa tiver por fundamento


matéria constitucional, compete ao Presidente do Superior
Tribunal de Justiça, a requerimento do Procurador-Geral
da República ou da pessoa jurídica de direito público
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia pública, suspender, em
despacho fundamentado, a execução de liminar ou de
decisão concessiva de mandado de segurança,
proferida, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do
Distrito Federal.
3. MEDIDA DE SUSPENSÃO

Lei 8.437/92

Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber


o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em
despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações
movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a
requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica
de direito público interessada, em caso de manifesto
interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas.
Processo Judicial Tributário
2. Ações do Sujeito Passivo
AÇÕES JUDICIAIS CONTRA COBRANÇAS TRIBUTÁRIAS
OBS: Nestes casos, não se aplicam o Mandado de Segurança, a Repetição de Indébito e a Consignação em
pagamento

Legenda:
L: Lei
FG: Fato Gerador
OT: Obrigação Tributária
LÇ: Lançamento
DA: Dívida Ativa
EF: Execução Fiscal

MOMENTO L (FG) - OT LÇ (CT) - DA EF GARANTIA

PROCEDIMENTO DECLARATÓRIA ANULATÓRIA EXCEÇÃO EMBARGOS


JUDICIAL PRÉ-EXEC. À EF
1 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

LEI 6.830/80; CPC

CITAÇÃO: PAGAR OU GARANTIR O DÉBITO EM 5 DIAS


OPOSIÇÃO DOS EMBARGOS EM 30 DIAS APÓS
GARANTIA
INÍCIO DO PRAZO: DEPÓSITO, JUNTADA DA PROVA DA
FIANÇA/SEGURO OU INTIMAÇÃO DA PENHORA
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
MATÉRIA: TODA, EXCETO COMPENSAÇÃO E
RECONVENÇÃO
IMPUGNAÇÃO DA FAZENDA: 30 DIAS
SENTENÇA - EFEITOS
1 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30


(trinta) dias, contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou seguro garantia;
III - da intimação da penhora.
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de
garantida a execução.
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar
toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos
os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do
juiz, até o dobro desse limite.
§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e
as exceções, salvo as de suspeição, incompetência e
impedimentos, serão argüidas como matéria preliminar e
serão processadas e julgadas com os embargos.
1 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

Art. 17 - Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a


Fazenda, para impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias,
designando, em seguida, audiência de instrução e
julgamento.
Parágrafo Único - Não se realizará audiência, se os
embargos versarem sobre matéria de direito, ou, sendo de
direito e de fato, a prova for exclusivamente documental,
caso em que o Juiz proferirá a sentença no prazo de 30
(trinta) dias.
Art. 18 - Caso não sejam oferecidos os embargos, a
Fazenda Pública manifestar-se-á sobre a garantia da
execução.
2. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

CONSTRUÇÃO DOUTRINÁRIA

CPC 525 e 803 (de forma indireta)

APLICAÇÃO: MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA

JURISPRUDÊNCIA SOBRE A MATÉRIA

STJ
Súmula n. 393, publicada em 07/10/2009:

“A exceção de pré-executividade é admissível na execução


fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que
não demandem dilação probatória”.
CAS0 01
Uma sociedade foi autuada pelo não recolhimento
de ICMS devido por seus clientes, em operação
pela qual era responsável tributária nos anos 2006
e 2013. O auto de infração fora lavrado em maio de
2014 e foi definitivamente julgado na esfera
administrativa em novembro de 2019, após a
apresentação de defesa da autuada. Em seguida, a
Fazenda do Estado moveu execução fiscal contra a
sociedade, tendo recebido, há dois dias, a visita de
um oficial de justiça, que a intimou da penhora de
bens de sua propriedade para pagamento da
dívida. Qual a ação judicial cabível nesse caso?
Que tempo falta para o ajuizamento dessa ação?
CAS0 02
João da Silva, proprietário de imóvel urbano no
município de Maceió, recebeu citação de oficial de
justiça, em uma execução fiscal para cobrança de
IPTU referente ao exercício de 2018. Considerando
que João da Silva adquiriu referido imóvel de
Miguel Carvalho em março/2019, o atual
proprietário chama ao processo Miguel Carvalho
para ser polo passivo na lide processual e
responder pelo débito tributário, pois este último
era o proprietário do imóvel no exercício de 2018.
Relativamente a João da Silva, qual é a medida
judicial cabível, para defesa de seus interesses?
Caso haja prazo para ajuizamento, qual é ele?
3 - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA

CPC ART. 19 e 20

FINALIDADE

PROCEDIMENTO: ORDINÁRIO

CONSEQUÊNCIAS
NÃO DÁ DIREITO A RECEBER CRÉDITOS
PODE DECLARAR IMUNIDADE, FIXAR VALOR MENOR
4 - AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL

CTN ART. 169 e regra geral de direito

FINALIDADE: ANULAR LANÇAMENTO OU DECISÃO ADM


(2 ANOS)

PROCEDIMENTO: ORDINÁRIO
5 - AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO

ART. 165, CTN

FINALIDADE: REAVER CRÉDITO PAGO INDEVIDAMENTE

PROCEDIMENTO: ORDINÁRIO

REQUISITO: PROVA DO PGTO OU AUTORIZAÇÃO P/


RECEBER

JUROS: APÓS TRÂNSITO EM JULGADO

DIREITO AO CRÉDITO: 5 ANOS


6 - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

CTN ART. 164; CPC ARTS. 539 a 549

CABIMENTO

MATÉRIA: RESTRITA AO CRÉDITO QUE SE PROPÕE


PAGAR

PROCEDIMENTO: ORDINÁRIO
7 - MANDADO DE SEGURANÇA

LEI 12.016/09; CF/88, ART. 5º

PROTEGER DIREITO LÍQUIDO E CERTO


NÃO CABIMENTO: RECURSO C/ EFEITO SUSPENSIVO
DECADÊNCIA PARA IMPETRAÇÃO: 120 DIAS
REQUISITOS: PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA
FORMA:
PETIÇÃO INICIAL
CONCESSÃO DA LIMINAR
NOTIFICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA
INFORMAÇÕES: 10 DIAS
PARECER DO MP: 10 DIAS
SENTENÇA: 30 DIAS

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