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Aula 09

Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito


Tributário - 2022 (Pós-Edital)

Autor:
Fábio Dutra, Coordenação

18 de Dezembro de 2022

40181815826 - Flávio Ricardo Cirino


Fábio Dutra, Coordenação
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Índice
1) Crédito Tributário - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3

2) Lançamento do Crédito Tributário


..............................................................................................................................................................................................4

3) Alteração do Lançamento
..............................................................................................................................................................................................
15

4) Modalidades de Lançamento
..............................................................................................................................................................................................
25

5) Questões Comentadas - Crédito Tributário e Lançamento - FGV


..............................................................................................................................................................................................
36

6) Lista de Questões - Crédito Tributário e Lançamento - FGV


..............................................................................................................................................................................................
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Você já ouviu falar repetidas vezes sobre o “crédito tributário” durante o nosso curso. Até o presente
momento, você foi capaz de definir o que vem a ser crédito tributário?

Veremos isso a partir de agora!

O termo “crédito tributário” deve ser lembrado como crédito do Fisco e dívida do contribuinte. Logo, o
Estado tem o direito ao recebimento do valor, e o contribuinte tem o dever de pagar o valor exigido pelo
Fisco.

Ademais, deve-se destacar que o crédito tributário não se refere unicamente a tributo, mas também às
dívidas decorrentes de multas tributárias. Isso se dá porque o crédito tributário decorre da obrigação
tributária principal e, como você já aprendeu em outra aula, esta tem por objeto o pagamento de tributo
==275324==

ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, § 1º).

Nesse sentido, o art. 139 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta.

É válido ressaltar que, embora o crédito tributário decorra da obrigação tributária, as circunstâncias que
modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos,
ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem (CTN, art. 140).

Observação: Por mais que você não entenda tudo o que foi dito, no momento, é
importante que você guarde que as modificações no crédito tributário não afetam a
obrigação tributária.

Assim, relembrando a linha do tempo que já estudamos, quando o fato gerador ocorre, surge a obrigação
principal, consistente no dever de pagar tributo ou penalidade pecuniária (multa). Contudo, para que a
dívida se torne exigível (guarde essa palavra), é necessário que a autoridade administrativa realize o
lançamento.

O lançamento confere liquidez (quanto ao valor) e certeza (quanto à existência) à


obrigação tributária principal, além de torná-la exigível.

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LANÇAMENTO
Para explicarmos melhor o que vem a ser o lançamento, nada melhor do que transcrevermos o art. 142 do
CTN:

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que alguém (a autoridade administrativa), com
conhecimento da legislação aplicável, defina o valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base
de cálculo e aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, deve-se verificar quem é o sujeito passivo
(contribuinte ou responsável) que possui o dever legal de pagar o montante devido. A esse procedimento,
denominamos lançamento.

Para memorizar todo o procedimento de lançamento, guarde o seguinte mnemônico:

• Verificar a ocorrência do fato gerador da


V obrigação tributária

D • Determinar a matéria tributável

C • Calcular o montante do tributo devido

I • Identificar o sujeito passivo

• Propor aplicação da penalidade cabível (se for o


P caso)

A função do lançamento não é fazer nascer a dívida, mas sim torná-la exigível.

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Embora o próprio art. 142 do CTN mencione que o lançamento é considerado um procedimento
administrativo, o entendimento da doutrina é o de que se trata de um ato administrativo.

Ao estudar Direito Administrativo, você verá que os atos administrativos possuem certos requisitos para que
se tornem válidos. Além disso, há também determinadas características ou atributos típicos dos atos
administrativos. Com base nos conceitos oriundos do Direito Administrativo, é possível concluir que de fato
o lançamento é um ato administrativo.

Para enfrentar as provas de concurso público, o que você deve ter em mente é o seguinte:

➢ O lançamento é um procedimento administrativo (se a questão não fizer ressalvas);


➢ O lançamento é um ato administrativo, embora resulte de um procedimento, por possuir determinados
requisitos de validade e características inerentes aos atos administrativos (se a questão se aprofundar
na discussão, o que normalmente não ocorre).

Outro ponto de discussão seria a natureza do lançamento. Novamente, em vez de nos prolongarmos nos
comentários, vou ensinar como o tema deve ser levado para a prova: o lançamento declara a obrigação
tributária (verifica a ocorrência do fato gerador) já existente e constitui o crédito tributário (previsto no
início do caput do art. 142). Portanto, pode-se dizer que o lançamento possui natureza jurídica mista.

Lançamento = Natureza jurídica mista

Mais detalhes sobre a natureza declaratória e constitutiva do lançamento.

No art. 142, caput, do CTN, o legislador estabelece que “compete privativamente à


autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento”. Com isso, fica
bastante clara a natureza constitutiva do lançamento, operando efeitos ex nunc, criando
direitos e deveres a partir de então, no âmbito da relação jurídico-tributária.

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Ainda no caput do art. 142, do CTN, é dito que o lançamento é um procedimento


administrativo tendente a “verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente”. Isso torna patente a natureza declaratória do lançamento, operando
efeitos ex tunc, isto é, confirmando a ocorrência de um fato gerador anterior.

Competência para lançar

O caput do art. 142, do CTN, apenas estabelece que compete, privativamente, à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento. Quem seria essa autoridade administrativa? Cabe ao
legislador de cada ente federativo determinar.

A rigor, a competência é exclusiva da autoridade determinada pelo legislador.

Por conseguinte, não há possibilidade de delegação ou avocação.

Observação:

Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o exercício de uma atribuição.

Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce temporariamente a competência


de um subordinado.

A título de exemplo, em relação aos tributos de competência da União, cabe privativamente ao Auditor-
Fiscal da Receita Federal do Brasil o lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal Estadual
ou Municipal, ou denominação equivalente.

Como decorrência disso, nem mesmo o juiz tem competência para realizar o procedimento previsto no art.
142 do CTN, culminando no lançamento.

Por fim, cabe ressaltar que, de acordo com o par. único do art. 142, do CTN, a atividade administrativa do
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Isso significa que não há
discricionariedade por parte da autoridade competente quanto ao lançamento, em decorrência do princípio
da indisponibilidade do interesse público, visto em nossa aula inicial.

Aliás, nós vimos, quando do estudo do conceito de tributo (CTN, art. 3º), que a atividade de cobrança é
plenamente vinculada. Como o lançamento é o procedimento para tornar a obrigação exigível, a atividade
de lançamento também é vinculada.

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Legislação aplicável ao lançamento

Ao realizar o lançamento, a autoridade fiscal deve considerar a legislação material e a legislação formal. O
que seria isso?

A legislação material (ou legislação substantiva) diz respeito, obviamente, aos aspectos materiais do
lançamento, ou seja, refere-se à estrutura da obrigação tributária. Como exemplo, podemos citar a lei que
define os fatos geradores, as bases de cálculo e alíquotas, o sujeito passivo da obrigação (contribuintes e
responsáveis) etc. De acordo com Aliomar Baleeiro1, a lei que discipline tais aspectos sobrevive para as
situações jurídicas definitivamente constituídas ao tempo de sua vigência.

A legislação formal (ou legislação adjetiva), por seu turno, trata dos procedimentos, dos aspectos formais,
a serem levados a cabo pela autoridade administrativa no momento do lançamento. Trata-se de disposições
relativas ao Direito Processual Tributário. Assim como em outros ramos do direito, as normas processuais
têm eficácia imediata. A título de exemplo, temos os poderes que possuem as autoridades lançadoras, os
prazos para início e conclusão das atividades relativas ao lançamento, o modo de notificação ao contribuinte
etc.

Aspectos materiais = Compõem a estrutura da obrigação tributária

Aspectos formais = Relacionados aos procedimentos do lançamento

Essa distinção deve ser feita, pois o CTN estabeleceu critérios diferenciados para aplicação de cada uma.
Vamos, então, ver quais foram os critérios definidos pelo legislador.

Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais

Vimos que, além de constituir o crédito tributário, o lançamento tem natureza declaratória, ou seja, declara
a existência da obrigação tributária. Logo, quando a autoridade administrativa vai realizar o lançamento de
determinado tributo, deve levar em consideração a legislação substantiva que se deve aplicar é a que estava
em vigor na data da ocorrência do fato gerador (quando surgiu a obrigação tributária):

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e


rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

1
BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atualizada por Misabel Abreu Machado Derzi. 13ª
Edição. 2015. Pág. 1.197.

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Com isso, podemos dizer que o lançamento possui efeitos ex tunc, ou seja, efeitos retroativos.

Observação: Lembre-se de que quando a lei já tenha sido revogada (não esteja mais
vigente), ainda assim, neste caso específico, pode produzir efeitos futuros, fato que se
denomina ultratividade da lei tributária.

Por exemplo, imagine que tenha ocorrido no mês de janeiro de 2014 o fato gerador de um imposto, cuja
alíquota era de 20%. No mês de março, uma nova lei alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que
em janeiro de 2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual será a alíquota aplicada?
Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do fato gerador).

Perceba que a alíquota de 30% somente será aplicada aos fatos geradores que surgirem a partir do
momento em que a lei que a alterou começar a produzir efeitos. Logo, pode-se concluir que a legislação
substantiva somente se aplica a fatos geradores futuros.

Agora, caro(a) aluno(a), imagine que, no lançamento, a autoridade tenha que aplicar uma multa pelo não
recolhimento do tributo por parte do contribuinte e que o percentual dessa multa em janeiro de 2014 era
de 50%. Se outra lei alterar essa multa para 20% em março de 2014, qual seria a multa aplicável pela
autoridade quando do lançamento?

Neste caso, precisamos nos ater à regra contida no art. 106, do CTN, que estabelece a aplicação retroativa
da lei que aplique penalidade menos severa que a lei anterior. A resposta, portanto, seria 20%, e não 50%.
Por outro lado, se a lei estivesse majorando o percentual da multa (75%, por exemplo), a autoridade teria
que utilizar o percentual de 50%, isto é, referente à norma vigente na data da infração.

Diante do exposto, podemos dizer que o art. 144 do CTN encontra fundamento no princípio constitucional
da irretroatividade da lei tributária, já que a nova lei (alíquota de 30%) não poderá se aplicar a fatos
geradores ocorridos antes do início da sua vigência.

Assim, você deve entender o seguinte:

• O lançamento possui efeitos ex tunc (retroativos);


• No realização do lançamento, pode ocorrer a ultratividade da lei tributária vigente na data do fato
gerador, mas que, posteriormente, tenha sido revogada;
• A nova lei que tenha alterado os aspectos materiais da obrigação tributária não produz efeitos sobre os
fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência (princípio da irretroatividade da lei tributária).

Não confunda:

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A legislação material somente se aplica aos fatos geradores futuros, pois ela deve estar
vigente e produzindo efeitos no momento da ocorrência do fato gerador. Cumpre-se,
assim, o princípio da irretroatividade tributária.

Sob outra ótica, quando for realizado o lançamento, deve-se levar em consideração a legislação
material vigente na data do fato gerador, ainda que já tenha sido revogada.

Cabe destacar que, de acordo com o § 2º do próprio art. 144, não se aplica o que acabamos de ver aos
impostos lançados por períodos certos de tempo (IPVA e IPTU, por exemplo), desde que a lei fixe
expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.

Vamos entender o que o legislador quis dizer com isso. O que vimos até agora foi que o lançamento deve
utilizar como base a legislação vigente na data da ocorrência do fato gerador, correto?

Em relação aos impostos lançados por períodos certos de tempo, isso não se aplica se a lei fixar a data em
==275324==

que o fato gerador se considera ocorrido. Na prática, a situação não muda muito, já que, quando a lei fixar
um momento em que o imposto se considera ocorrido, aplica-se a legislação que estiver em vigor nesse
momento.

A título de exemplo, se o fato gerador do IPVA ocorre no dia 1º de Janeiro de cada ano, aplica-se ao
lançamento a legislação que estiver em vigor nessa data.

Assim, na essência, a regra do § 2º do art. 144 não é uma exceção, mas deve ser memorizada para fins de
prova!

Legislação aplicável em relação aos aspectos formais

Além dos aspectos materiais, no momento do lançamento, a autoridade deve respeitar regras formais. Para
entender qual será a legislação aplicável em cada caso, vamos ver o que o legislador estabeleceu no § 1º do
art. 144:

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato


gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

Como já foi explicado, os aspectos formais dizem respeito aos procedimentos, não se relacionando com a
estrutura da obrigação tributária. Por esse motivo, o legislador optou pela aplicação das regras formais
vigentes na data do lançamento, ainda que tenham sido alteradas após a ocorrência do fato gerador.

Na redação desse parágrafo, percebe-se que os aspectos procedimentais estão relacionados a


procedimentos de fiscalização, poderes de investigação e, até mesmo, maiores garantias e privilégios ao
crédito tributário.

Observação:

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Garantias do crédito tributário: tornam mais efetiva a atividade de cobrança dos tributos.

Privilégios do crédito tributário: regras que outorgam prioridade de pagamento aos


tributos, em detrimento de outras dívidas, quando há pluralidade de credores contra o
devedor.

>Nós estudaremos em momento oportuno as garantias e privilégios do crédito tributário.

Novamente, vamos analisar a situação sobre outra ótica: se a autoridade administrativa deve aplicar a
legislação formal em vigor no momento do lançamento, como este ocorre em data posterior ao fato gerador,
pode-se dizer que a legislação alcança fatos geradores passados (anteriores a ela), mas que estão sendo
objeto de apuração pela autoridade fiscal no momento do lançamento.

Imagine, como ocorrido exemplo anterior, que no mês de Janeiro de 2014 ocorra o fato gerador de um
imposto. A legislação que regulava os procedimentos formais a serem adotados pela autoridade
administrativa era a Lei “A”. Em Julho de 2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os procedimentos
aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te pergunto: qual lei deve ser aplicada ao lançamento,
realizado em Janeiro de 2015? Certamente, é a Lei “B”.

Veja que, no momento do lançamento, a autoridade fiscal aplicou a legislação em vigor nessa data (em
obediência ao § 1º do art. 144). Analisando a situação sob outro ângulo, você será capaz de perceber também
que a Lei “B” atingiu fatos geradores passados, em cujo momento estava em vigor outra legislação formal (A
Lei “A”). Entendido?

Não confunda!

A legislação formal se aplica aos fatos geradores passados, pois o que importa é a legislação
vigente na data do lançamento (pode ter havido alteração após o fato gerador).

Contudo, há uma exceção: não pode ser aplicada a legislação que, posteriormente à data da ocorrência do
fato gerador da obrigação, tenha atribuído responsabilidade tributária a terceiros.

Vamos entender a lógica dessa exceção. Nós aprendemos que o sujeito passivo da obrigação tributária é um
aspecto material a ser levado em consideração no momento do lançamento. Sendo assim, não faz sentido

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inserir no pólo passivo da obrigação uma pessoa que, na data da ocorrência do fato gerador, não era
obrigada a cumpri-la. Entendido?

Taxa de câmbio aplicável ao lançamento

Deve ser ressaltado também que, em alguns casos, o valor da base de cálculo do tributo é expresso em
moeda estrangeira. Isso é comum nos tributos aduaneiros, sobretudo no imposto de importação.

Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, no momento de realizar o lançamento,
qual a taxa de câmbio a ser utilizada.

Como a taxa de câmbio influencia no valor do tributo devido (um aspecto material), o legislador do CTN
optou por manter a mesma lógica da legislação relativa aos aspectos materiais: a data de ocorrência do fato
gerador, lembrando que isso foi determinado “salvo disposição de lei em contrário”, conforme preceitua o
art. 143 do CTN:

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso
em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Vamos esquematizar isso de forma bastante simples:

Aspectos Aspectos Taxa de


Formais Materiais Câmbio

Legislação vigente Legislação vigente


Data do fato
na data do na data do fato
gerador
lançamento gerador

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1. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019
A secretaria de fazenda de determinado estado da Federação realizará o lançamento de tributo de sua
competência na importação de mercadoria; o valor tributário está expresso em moeda estrangeira e
discriminado em documento idôneo.
Nesse caso, de acordo com o CTN, o lançamento será feito por
a) arbitramento do valor mediante aferição de similar exclusivamente nacional.
b) arbitramento do valor mediante aferição de similares nacional e internacional, prevalecendo o que for
maior.
c) conversão em moeda nacional ao câmbio do dia fixado na nota fiscal de remessa da mercadoria no
exterior.
d) conversão em moeda nacional ao câmbio do dia do lançamento definitivo do tributo.
e) conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Comentário: De acordo com o art. 143, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor
tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional
ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Gabarito: Letra E

(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.
Comentário: Trata-se da definição exata do art. 142, caput, do CTN, trazendo a definição de lançamento.
Gabarito: Correta
(TCE-RS-Auditor Público Externo/2018) Competem privativamente às autoridades administrativas e judiciais
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o processo administrativo tendente a
verificar, pelo agente fiscal, a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, com autorização do órgão
competente, aplicar a penalidade cabível.
Comentário: A definição trazida no art. 142 foi alterada. Senão, vejamos: compete privativamente à
autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor
a aplicação da penalidade cabível.
Gabarito: Errado

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(STJ-Analista Judiciário/2018) Em regra, a constituição do crédito tributário é regida pela legislação vigente
na data do vencimento do tributo.
Comentário: Como regra, de acordo com o caput do art. 144, do CTN, o lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente
modificada ou revogada.
Gabarito: Errada
(PGM-Procurador-João Pessoa/2018) Considere que lei tributária tenha instituído novos critérios de
apuração de tributo municipal e que tenha ampliado os poderes de investigação do auditor. Com relação a
esse caso, é correto afirmar, com base nos dispositivos normativos do Código Tributário Nacional (CTN), que
será aplicada ao lançamento
a) lei nova apenas se tiver vigência retroativa ao tempo do fato gerador.
b) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador, desde que não amplie os poderes de investigação.
c) lei antiga vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido modificada.
d) lei vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido revogada.
e) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador e vigente também ao tempo do lançamento.
Comentário: Com relação aos critérios formais, que não impactam no valor do tributo ou na definição do
sujeito passivo, deve ser aplicada a lei vigente na data do lançamento, ainda que modificada após a
ocorrência do fato gerador.
Gabarito: Letra E
(AL-MS-Consultor de Processo Legislativo/2016) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor
tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional
ao câmbio da data em que o contribuinte tomou ciência do lançamento.
Comentário: De acordo com o art. 143, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor
tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional
ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Como a data mencionada na assertiva é a
ciência do lançamento, a questão está errada.
Gabarito: Errada
(PGE-MT-Procurador do Estado/2011) Dispõe o art. 144, do CTN que “o lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente
modificada ou revogada”. Esta regra legal encontra fundamento de validade no princípio constitucional da
a) irretroatividade da lei tributária.
b) anterioridade anual.
c) anterioridade nonagesimal.
d) legalidade.
e) vedação ao confisco.
Comentário: A regra prevista no art. 144, do CTN, encontra fundamento de validade no princípio
constitucional da irretroatividade da lei tributária, já que impede que nova lei que altere os aspectos
materiais da obrigação tributária produza efeitos sobre fatos passados, isto é, fatos geradores ocorridos
antes do início da sua vigência.

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Gabarito: Letra A

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ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO
Após a conclusão do lançamento, para que este possa produzir efeitos em relação ao sujeito passivo, é
necessário que haja a notificação do lançamento. Trata-se de comunicação oficial feita ao devedor por meio
de notificação de lançamento ou mesmo por carnê de cobrança, conforme se depreende da jurisprudência
do STJ:

Súmula STJ 397 - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu
endereço.

Quanto a este ponto, é válido informar que, em 2016, ao julgar caso semelhante relativo ao IPVA (imposto
lançado periodicamente, da mesma forma que o IPTU), o STJ considerou que a ciência do contribuinte a
respeito do lançamento realizado pelo Fisco pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de
carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação.

A notificação pode ser realizada por qualquer meio idôneo.

-Envio do carnê;

-Publicação de calendário de pagamento.

Ao ser notificado, o contribuinte terá duas opções: quitar a obrigação ou impugnar o lançamento contra ele
realizado. Obviamente, ele terá um prazo para agir diante da notificação. Portanto, antes de o contribuinte
ser notificado da existência do crédito tributário, o lançamento não produz qualquer efeito (contagem do
prazo para impugnação, por exemplo).

É por esse motivo que, antes da comunicação oficial, a autoridade administrativa pode alterar o
lançamento para corrigir informações ou valores, já que o contribuinte ainda não foi informado da dívida
tributária. Podemos dizer, então, que nesse período o lançamento é revisível.

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Até a notificação, a revisibilidade do lançamento é absoluta.

Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir deste momento, a regra é a vedação da alteração
do lançamento efetuado. Dizemos, neste caso, que o lançamento é presumidamente definitivo.

Contudo, tal presunção é relativa, já que o art. 145 do CTN, seguindo a lógica do que acabamos de ver, previu
situações excepcionais que permitem a alteração do lançamento regularmente notificado. Senão, vejamos:

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado
em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

Vamos estudar cada uma dessas hipóteses de alteração do lançamento. Antes disso, seria interessante que
você entendesse a seguinte dica de prova:

DICA DE PROVA: Fique atento quando a questão mencionar o lançamento, afirmando que
é definitivo. Ele é apenas presumidamente definitivo, pois pode ser alterado nas hipóteses
do art. 145 do CTN. Como consequência, o crédito tributário também não está
definitivamente constituído com o lançamento.

Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I)

Acabamos de estudar que, após ser notificado do lançamento efetuado, existem três situações possíveis de
ocorrer: pagamento, impugnação ou revelia.

Dessa forma, caso o sujeito passivo concorde com o valor lançado, poderá efetuar o seu pagamento,
hipótese em que ocorrerá a extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do CTN.

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Observação: Existem outras formas de se extinguir o crédito tributário, como, por exemplo,
compensando, na forma da lei, os créditos que o sujeito passivo tenha contra a Fazenda
Pública. Para estudar este assunto, contudo, só nos interessa o pagamento.

Por outro lado, quando o sujeito passivo discorda do lançamento realizado, tem o direito de contestar,
dentro de determinado prazo fixado na legislação tributária de cada ente, o lançamento por meio da
impugnação. Instaura-se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) do lançamento.

Se a decisão administrativa de primeira instância proferida for desfavorável ao sujeito passivo, tem ele a
oportunidade de pagar e desistir do processo ou recorrer de forma voluntária ao órgão de segunda instância,
o que se denomina “recurso voluntário”.

Observação: Ainda que obtenha decisão definitiva desfavorável na esfera administrativa,


o contribuinte sempre pode se socorrer no âmbito do Poder Judiciário.

Veja que o art. 145 do CTN apenas citou a impugnação. Contudo, como acaba de se analisar, o sujeito passivo
pode obter a alteração do lançamento tanto na impugnação, como no recurso voluntário.

Para tornar a explicação mais clara, entenda que a impugnação se refere à contestação do lançamento
efetuado e o recurso ocorre quando a decisão da autoridade julgadora é atacada.

Deve-se destacar que, ao impugnar o lançamento ou ao oferecer o recurso voluntário, é


possível que o valor do crédito tributário seja alterado, inclusive para maior, se for
detectado erro no lançamento.

Imagino que, neste momento, você já deve estar pensando: e se o contribuinte não pagar e também não
impugnar? Será declarada a sua revelia, em razão de ter permanecido inerte. Neste caso, o processo é
encaminhado para cobrança. Evidentemente, se o crédito tributário não foi contestado, torna-se
definitivamente constituído.

Recurso de ofício (Art. 145, II)

Em se tratando de decisão administrativa, proferida na primeira instância, desfavorável ao Fisco, fica sujeita
ao recurso de ofício. Isso significa que o processo é encaminhado ao órgão de segunda instância para novo
julgamento.

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Nessa instância, o julgamento pode ser a favor do sujeito passivo novamente (em desfavor da Fazenda
Pública) ou a favor do Fisco. No primeiro caso, ocorre alteração do lançamento.

Observação: O recurso de ofício também pode vir em prova com a denominação reexame
necessário, remessa necessária ou duplo grau obrigatório.

Se a decisão administrativa definitiva é favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário é


extinto, nos termos do art. 156, IX, do CTN.

Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (Art. 145, III)

Já estudamos que o lançamento, regularmente notificado ao sujeito passivo, só pode ser alterado em três
situações: impugnação do sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativa de ofício da autoridade
administrativa. É sobre esta que vamos falar neste tópico da aula. Trata-se de alteração de lançamento que
decorre da atuação da própria autoridade administrativa que efetuou o lançamento ou seu superior
hierárquico.

Essa modalidade de alteração do lançamento está fundada no princípio da legalidade, segundo o qual a
Administração Pública deve tomar as medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. Assim, se for
constatada alguma ilegalidade no lançamento, a autoridade administrativa deve promover a alteração a fim
de corrigi-lo, independentemente de provocação do sujeito passivo.

Nesse caso, deve ser ressaltado que a alteração ocorre de ofício. Isso significa que, caso se faça necessário,
em cumprimento ao art. 145, III, a autoridade deve promover o lançamento de ofício.

Observação: Nós já vimos, em outra aula, que existem três modalidades de lançamento:
de ofício, por declaração e por homologação. Nesta aula, estudaremos todas elas
detalhadamente.

Portanto, sempre que ocorrer alguma das situações previstas no art. 149 do CTN, a autoridade deve fazer a
alteração do lançamento de ofício, mesmo que o tributo tenha sido originariamente lançado por meio de
outra modalidade de lançamento. Vamos ver quais são essas situações previstas no art. 149:

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

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II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos
do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido
de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não
o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido


na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,


no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente


obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional


da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade
especial.

Observação: O inciso V se refere ao art. 150 (artigo seguinte ao 149), referindo-se à


atividade do sujeito passivo no lançamento por homologação, que será estudado adiante.

Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra alguma das hipóteses do art. 149 do
CTN.

Destaque-se que tais alterações somente podem ser efetuadas, enquanto não estiver extinto o direito da
Fazenda Pública pela decadência.

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Por fim, uma dica para guardar as hipóteses previstas no art. 149 é, além de fazer reiteradas leituras como
recomendado na aula inicial do curso, entender que quase todas as hipóteses representam algum vício no
lançamento. A exceção é o inciso I, que estabelece a alteração quando a lei determinar.

Para facilitar a memorização, lembre-se das palavras-chave descritas a seguir (só irá funcionar se você ler a
lei):

• Quando a lei determinar (óbvio);


• Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na forma prevista na legislação;
• Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade administrativa;
• Falsidade, erro, inexatidão ou omissão;
• Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária (multas);
• Dolo, fraude ou simulação;
• Fato não conhecido ou não provado;
• Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora.

Observação: O lançamento de multas é realizado pela lavratura de auto de infração, uma


das formas de lançamento de ofício (art. 149, VI). Fique ligado, pois a questão da prova
pode se referir à constituição do crédito tributário, citando o auto de infração.

Agora é com você! Leia o art. 149 e veja como tudo ficou mais fácil de ser compreendido e armazenado na
memória.
Alteração de lançamento

Impugnação do
sujeito passivo
notificado

Recurso de ofício

Iniciativa de ofício
(CTN, art. 149)

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Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e erro de


fato

Vejamos, inicialmente, o que diz o art. 146 do CTN:

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão


administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa
no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito
passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Quando o legislador fala em “critérios jurídicos” adotados pela autoridade no lançamento, está se referindo
à interpretação da legislação tributária aos casos concretos.

A interpretação de determinada norma pode ser alterada com o decorrer do tempo, já que a tecnologia, a
sociedade e a economia, por exemplo, são fatores que se alteram, podendo resultar em outro modo de
entender a lei tributária. Essa modificação nos critérios jurídicos é denominada erro de direito.

O dispositivo em análise tem por objetivo proteger a alteração do lançamento efetuado, com base em erro
de direito, prestigiando a boa-fé do contribuinte que, ao fazer acontecer o fato gerador, tinha por base a
interpretação anterior da lei tributária.

Portanto, as alterações nos critérios jurídicos, ou melhor, na interpretação da lei só pode ser feita, em relação
ao mesmo sujeito passivo, quanto aos fatos geradores que vierem a ocorrer após a mudança na
interpretação.

A mudança nos critérios jurídicos possui efeitos ex nunc, aplicando-se apenas aos fatos
geradores futuros.

Com efeito, o art. 146, do CTN, tem como objetivo reforçar a imodificabilidade do lançamento que já foi
regularmente notificado ao sujeito passivo. Trata-se de decorrência do princípio da segurança jurídica,
assegurando ao sujeito passivo a estabilidade das relações jurídicas já constituídas.

Da mesma forma, o referido dispositivo impede que determinado sujeito passivo, que tenha se submetido
a lançamento realizado com base no critério jurídico “X”, seja sujeito passivo de outro lançamento
posterior, realizado com base no critério jurídico “Y”, quando este lançamento tenha como objeto fato
gerador anterior à introdução do critério “Y”.

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O marco temporal para aplicabilidade do novo critério jurídico é a data da sua introdução.

Dito isso, o candidato deve memorizar que não cabe alteração de lançamento com base em erro de direito.
Ora, se a alteração dos critérios jurídicos só pode alcançar fato gerador praticado pelo mesmo sujeito passivo
posterior a essa alteração, é evidente que não alcançará fatos anteriores que já foram, inclusive, objeto de
lançamento.
==275324==

Vejamos o entendimento do STJ sobre o assunto:

TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - DESEMBARAÇO ADUANEIRO - RECLASSIFICAÇÃO DA MERCADORIA


- REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 227 DO
EXTINTO TFR.

1. É permitida a revisão do lançamento tributário, quando houver erro de fato, entendendo-se


este como aquele relacionado ao conhecimento da existência de determinada situação. Não se
admite a revisão quando configurado erro de direito consistente naquele que decorre do
conhecimento e da aplicação incorreta da norma.

2. A jurisprudência do STJ, acompanhando o entendimento do extinto TRF consolidado na Súmula


227, tem entendido que o contribuinte não pode ser surpreendido, após o desembaraço
aduaneiro, com uma nova classificação, proveniente de correção de erro de direito.

3. Hipótese em que o contribuinte atribuiu às mercadorias classificação fiscal amparada em laudo


técnico oficial confeccionado a pedido da auditoria fiscal, por profissional técnico credenciado
junto à autoridade alfandegária e aceita por ocasião do desembaraço aduaneiro.

4. Agravo regimental não provido.

(STJ, AgRg no REsp n° 1.347.324, Segunda Turma, Rel. Eliana Calmon, Julgamento em
06/08/2013)

Por outro lado, o “erro de fato”, quando ocorrido, deve ser indubitavelmente alterado, com base no art.
149 do CTN, respeitando, é claro, o prazo decadencial, conforme a regra prevista no par. único do mesmo
artigo.

O erro de fato ocorre quando algum fato relevante deixa de ser levado em consideração no momento do
lançamento ou mesmo quando as informações, tomadas como base para o lançamento, não correspondem
à realidade. Como exemplo, imagine que o IPVA referente a um carro foi calculado sobre uma base de cálculo

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relativa a outro carro. Nesse caso, o lançamento deve ser alterado de ofício com base no art. 149, VIII, do
CTN.

(PGE-TO-Procurador/2018) O Código Tributário Nacional, em seu art. 145, estabelece, de modo indireto, a
definitividade do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. O referido dispositivo estabelece,
expressamente, que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em
virtude de: I − impugnação do sujeito passivo;
II − recurso de ofício;
III − iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
De acordo com o artigo 149 do CTN, a revisão do lançamento só pode ser iniciada
a) quando o processo administrativo tributário tiver corrido à revelia das autoridades fazendárias.
b) enquanto não transcorrido o prazo decadencial.
c) enquanto não transcorrido o prazo prescricional.
d) quando se comprove que a autoridade fiscal, ou terceiro em benefício daquela, agiu com dolo, fraude ou
simulação.
e) quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da
atividade de auto aplicação de penalidade pecuniária − lançamento de penalidade por homologação.
Comentário:
Alternativa A: As hipóteses que ensejam revisão do lançamento tributário são bastante restritas e foram
previstas no art. 149, do CTN, não estando ali inclusa a situação descrita nesta assertiva. Alternativa errada.
Alternativa B: De acordo com o art. 149, par. único, a revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto
não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela decadência. Alternativa correta.
Alternativa C: No Direito Tributário, a prescrição está relacionada à perda do direito à cobrança do crédito
tributário. Logo, não faz sentido relacionar este prazo à revisão do lançamento. Alternativa errada.
Alternativa D: De acordo com o art. 149, VII, do CTN, a revisão pode ocorrer quando o sujeito passivo ou
terceiro em benefício daquele (e não a autoridade fiscal), tenha agido com dolo, fraude ou simulação.
Alternativa errada.
Alternativa E: Na realidade, o art. 149, V, do CTN, prevê que o lançamento pode ser revisto de ofício quando
se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade de
antecipação do pagamento do tributo lançado por homologação. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B

1. CESPE/PGM-Fortaleza-Procurador/2017
Considera-se válida e regular a notificação do lançamento de ofício do imposto predial e territorial urbano
por meio de envio de carnê ou da publicação de calendário de pagamento juntamente com as instruções
para o cumprimento da obrigação tributária.

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Comentário: Vimos durante a aula que a notificação do lançamento de ofício do IPTU ou IPVA pode ser
realizada por meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com
instruções para a sua efetivação.

Gabarito: Correta

2. CESPE/TCE-PA-Auditor de Controle Externo/2016


Comprovada a falsidade, o erro ou a omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária
como de declaração obrigatória, o lançamento deverá ser efetuado e revisto de ofício pela autoridade
administrativa.

Comentário: De acordo com o art. 149, IV, do CTN, o lançamento é efetuado e revisto de ofício pela
autoridade administrativa quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória.

Gabarito: Correta

(MPE-CE-Promotor de Justiça/2011) Segundo o Código Tributário Nacional, o lançamento


a) constitui a obrigação tributária.
b) não pode ser modificado após a notificação válida ao sujeito passivo.
c) por homologação ou misto é aquele em que o sujeito passivo declara a prática do fato gerador e o Fisco
constitui o crédito para pagamento.
d) é atividade discricionária quanto à sua realização em situações de calamidade pública.
e) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que
revogada ou modificada posteriormente.
Comentário:
Alternativa A: A obrigação tributária decorre do fato gerador, e não do lançamento. Alternativa errada.
Alternativa B: O art. 145 prevê algumas situações que permitem a alteração do lançamento já regularmente
notificado ao sujeito passivo. Alternativa errada.
Alternativa C: Não se pode confundir lançamento por homologação com o lançamento por declaração (ou
misto), já que naquele o sujeito passivo tem o dever de realizar o pagamento antecipado sem prévio exame
da autoridade administrativa, sendo que esta, ao tomar conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, a homologa. Alternativa errada.
Alternativa D: De acordo com o art. 142, par. único, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Alternativa errada.
Alternativa E: Esta regra consta no caput, do art. 144, do CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência
do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E

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MODALIDADES DE LANÇAMENTO
Já sabemos que existem três, e apenas três, modalidades de lançamento. São elas: de ofício, por declaração
e por homologação.

No CTN, eles foram disciplinados nos seguintes dispositivos:

• Lançamento de ofício: Art. 149


• Lançamento por declaração: Art. 147
• Lançamento por homologação: Art. 150

É a lei que determina a modalidade de lançamento pela qual o tributo será lançado.

Vamos estudar cada uma delas a seguir. Vamos lá!

Lançamento de ofício

No lançamento de ofício, o fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a participação do
contribuinte. Assim, todo aquele procedimento (VDCIP) que compõe o lançamento é realizado pela
autoridade administrativa.

Observação: O lançamento de ofício também é denominado ex officio ou direto.

O art. 149 do CTN estabelece as situações que justificam a realização do lançamento ou sua revisão. Vimos
isso quando estudamos as formas de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo.

Pela leitura do art. 149 do CTN, nota-se que, mesmo quando o lançamento inicial tenha sido efetuado por
outra modalidade (por declaração ou por homologação), pode haver revisão de ofício. Portanto, vale frisar
que todo tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no art. 149, pode vir a ser lançado de
ofício.

O que pode suscitar dúvida é que você estudou que alguns impostos estão sujeitos ao lançamento de ofício,
mesmo não havendo irregularidade. Isso é feito com base no art. 149, I, segundo o qual o lançamento é
efetuado de ofício quando a lei determinar.

Como naquele momento nós vimos apenas os impostos que são lançados de ofício, vamos ampliar o nosso
rol de exemplos. São lançados de ofício, entre outros, os seguintes tributos:

• IPTU;

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• IPVA;
• Taxas;
• Contribuição de Melhoria;
• Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou econômicas);
• Contribuição de Iluminação Pública.

Não há nenhuma norma geral que determine quais os tributos que devem ser lançados de
ofício. O art. 149, I, permite que a lei de cada ente federativo venha definir se será ou não
de ofício.

Lançamento por declaração

Na sistemática do lançamento por declaração (ou misto), o sujeito passivo atua mais intensamente,
auxiliando a autoridade administrativa com as informações necessárias para efetuar o lançamento.

Nessa modalidade lançamento, o contribuinte fica obrigado a prestar declaração com informações sobre a
matéria de fato (valor, data de ocorrência do fato gerador, informações pessoais etc.). Com base nas
informações fornecidas pelo contribuinte, a autoridade providencia o lançamento, notificando-o para
pagamento.

A entrega de declaração constitui típica obrigação acessória.

Um aspecto pertinente a essa modalidade de lançamento é a retificação da declaração, quando provocada


pelo próprio declarante. Vamos ver o que o CTN estabelece sobre o assunto:

Art. 147:

(...)

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir


ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e
antes de notificado o lançamento.

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§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício
pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Portanto, prestada a declaração pelo sujeito passivo, só pode ser feita alteração com o intuito de reduzir ou
excluir tributo, antes da notificação. Além disso, o contribuinte deve provar que a declaração realmente
continha erros.

Observação: Veja que para aumentar tributo (embora isso seja difícil de ocorrer na prática)
não há tal restrição.

Caso a declaração contenha erros, e o contribuinte não consiga retificá-la por já ter sido notificado, poderá
apresentar impugnação, conforme estudamos no art. 145, I, do CTN.

Pode acontecer também de a autoridade administrativa, ao analisar a declaração prestada pelo contribuinte,
detectar erros. Nesse caso, a retificação ocorrerá de ofício, com base no § 2º do art. 147, do CTN.

Por fim, como exemplo de lançamento por declaração temos o ITBI.

A técnica do arbitramento

O art. 148 do CTN prevê a possibilidade de se realizar o lançamento por arbitramento nas seguintes
hipóteses:

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor
ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

Portanto, sempre que o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos fornecidos pelo
contribuinte por meio das declarações não merecerem ou forem omissos, a autoridade administrativa
deverá realizar o arbitramento.

Um exemplo prático seria o de um contribuinte que adquire imóvel de luxo, por um preço de R$
2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi de R$ 100.000,00, para escapar da tributação do ITBI.
O fisco, ao detectar que a declaração do sujeito passivo não merece fé, arbitrará o valor mais próximo da
realidade.

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O arbitramento não é considerado como uma modalidade de lançamento, mas, sim, como
técnica para definição da base de cálculo.

Uma das maneiras de efetuar o arbitramento é por meio das pautas fiscais, sendo esta semelhante a uma
tabela dos valores aproximados dos produtos, utilizada para definir a base de cálculo do tributo.

Contudo, o uso da pauta fiscal é restrito às hipóteses previstas no art. 148 do CTN, não podendo ser utilizada
como presunção absoluta de valor, ou seja, quando for possível apurar o valor real da base de cálculo, isso
deve ser feito.

Nesse sentido, como já foi citado em outra aula, o STJ já decidiu o seguinte:

Súmula STJ 431 - É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao
regime de pauta fiscal.

Na verdade, o que o STJ considerou ilegal foi o uso indiscriminado dessa técnica para apuração da base de
cálculo do ICMS.

DICA DE PROVA: Se uma questão transcrever a Súmula 431 do STJ, você pode considerar
correta, sem pestanejar.

Deve ser destacado, em tempo, que o lançamento por arbitramento não possui natureza punitiva, embora
seja utilizado em situações em que o contribuinte seja inidôneo ou omisso.

Por fim, não cometa o equívoco de imaginar que o imposto de renda das pessoas físicas (IRPF) é lançado por
declaração, pelo fato de haver aquela famosa declaração a ser entregue à Receita Federal.

Repare a diferença: no lançamento por declaração, o contribuinte presta as informações e aguarda o


lançamento da autoridade fiscal bem como a notificação para pagamento. Por outro lado, no caso do IRPF,
o contribuinte prepara a declaração, antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
e esta apenas faz a posterior conferência, homologando o procedimento. Trata-se, pois, de lançamento por
homologação, estudado no tópico a seguir.

No lançamento por declaração, a atividade do contribuinte consiste em informar a


autoridade.

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No lançamento por homologação, a atividade do contribuinte consiste em antecipar o


pagamento.

Lançamento por homologação

O lançamento por homologação, também denominado “autolançamento”, tem como característica


intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento. Vejamos o que diz o caput do art. 150:

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

Como já foi visto, no lançamento por homologação o sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa, sendo que esta, ao conferir a exatidão dos valores recolhidos, realiza a
homologação do pagamento.

No § 1º do art. 150, o legislador afirmou que o pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob
condição resolutória da ulterior homologação. Na realidade, a redação foi imprecisa, pois nós aprendemos
que a condição resolutória, caso seja implementada, desfaz os efeitos de algo.

Em vez de afirmar que a homologação do pagamento desfaz os efeitos da extinção do pagamento (na prática,
ela não desfaz, mas torna os efeitos definitivos), deveria ter dito que “sob condição resolutória da não
homologação”.

Observação: É importante que você entenda a essência, mas nunca se esqueça de que em
prova, se vier a cobrança literal, a questão estará correta!

Nesse contexto, fortalecendo a tese por nós estudada, o § 2º do mesmo artigo 150 estabeleceu que
quaisquer atos praticados pelo sujeito passivo ou terceiro, anteriores à homologação, com o objetivo de
extinguir total ou parcialmente o crédito, não influem sobre a obrigação tributária. O que isso significa? A
obrigação continua existindo!

Nessa esteira, se a autoridade administrativa detectar que os valores declarados e pagos não condizem com
o montante devido, cabe a ela lançar a diferença de ofício, com base no art. 149, V, do CTN. Dissemos que
deve ser lançada apenas a diferença, pois o § 3º assegura que o que foi pago deve ser pago na apuração do
saldo devido, inclusive para fins de aplicação de penalidades.

Ainda sobre a homologação do pagamento, deve-se destacar que pode ser expressa ou tácita. Para ficar mais
claro, vamos ver o que estabelece o § 4º do art. 150, do CTN:

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,

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considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se


comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

A que se refere esse prazo de 5 anos? Você se lembra da decadência? Esse é o prazo decadencial para o fisco
verificar o que foi pago e, sendo o caso, lançar de ofício eventuais diferenças.

Sendo assim, se decorrer o prazo quinqüenal, o lançamento é considerado homologado tacitamente, não
havendo possibilidade de se constituir as diferenças porventura cabíveis.

Como o assunto se refere ao instituto da decadência, vamos deixar para aprofundar o tema no momento
certo, a fim de evitar confusões.

Por ora, é apenas necessário que você saiba que a homologação é expressa, se for feita dentro do prazo de
cinco anos, contado da ocorrência do fato gerador, ou tácita, caso não ocorra dentro do referido prazo.
Deve ser guardado, ainda, que tal prazo não se aplica se for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou
==275324==

simulação.

É importante dizer também que o CTN permite que outra lei venha fixar o prazo para homologação. Como
vimos, trata-se de prazo decadencial. Sendo assim, a referida lei deve ser complementar, seguindo o
comando previsto no art. 146, III, b, da CF/88.

Antes de encerrar o estudo do lançamento por homologação, cabe destacar que o entendimento do STJ é
que a entrega de declaração (obrigação acessória criada para tributos sujeitos a esta modalidade de
lançamento) pelo contribuinte constitui o crédito tributário. Vejamos o que diz a Súmula 436:

Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

Portanto, ao entregar a declaração, o contribuinte reconhece a dívida que tem com o fisco. A consequência
disso, para o STJ, é de que cessa a contagem do prazo decadencial.

Para encerrar, é essencial que você tenha em mente que o lançamento de ofício dispensa a participação do
sujeito passivo, que fica evidente no lançamento por declaração e, com maior intensidade, no lançamento
por homologação. Podemos ilustrar a explicação do seguinte modo:

Modalidades de Lançamento

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Por homologação Por declaração De ofício

Participação do sujeito passivo

(PC-AM/2022) 321 Vestuário Ltda., atuante no comércio varejista de roupas, sonegou o Imposto Estadual
sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS), omitindo dolosamente do Fisco Estadual suas operações
comerciais com o fim de evitar o pagamento do tributo devido.
Diante desse cenário, o Fisco Estadual, a fim de poder cobrar administrativamente tais valores, terá
necessariamente de realizar
A) um lançamento por declaração.
B) um lançamento de ofício.
C) um lançamento por homologação.
D) uma notificação prévia ao lançamento para comparecimento do sujeito passivo perante autoridade fiscal
estadual.
E) uma notificação prévia ao lançamento à autoridade policial acerca dos indícios de crime de sonegação
fiscal.
Comentário:
Alternativa A: O lançamento por declaração está previsto legalmente no art. 147 do CTN. Alternativa errada.
Alternativa B: Essa modalidade de lançamento está prevista no art. 149 do CTN. Ademais, pela inteligência
do artigo, nota-se que, mesmo quando o lançamento inicial tenha sido efetuado por outra modalidade (por
declaração ou por homologação), pode haver revisão de ofício. Consequentemente, vale ressaltar que todo
tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no artigo, pode vir a ser lançado de ofício. Alternativa
correta.
Alternativa C: O lançamento por homologação está previsto no art. 150 do CTN, e tem como principal
característica a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento.Alternativa errada.
Alternativa D: Os tipos de lançamentos previstos são apenas três, a saber: de ofício, por declaração e por
homologação. Alternativa errada.

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Alternativa E: Conforme item anterior. Alternativa errada.


Gabarito: Letra B
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) O lançamento tributário deve ser feito por homologação se o sujeito passivo
da obrigação tributária antecipar o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa.
Comentário: O art. 150, do CTN, prevê que o lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
Gabarito: Correta
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) No caso de lançamento por homologação, não influem sobre a obrigação
tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando
à extinção total ou parcial do crédito.
Comentário: A extinção do crédito tributário, e consequentemente a extinção da obrigação tributária, só
ocorre com a homologação (expressa ou tácita). Assim, não influem sobre a obrigação tributária quaisquer
atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou
parcial do crédito.
Gabarito: Correta
(TRF4-Analista Judiciário/2019) Considerando-se as modalidades de lançamento previstas no Código
Tributário Nacional (CTN),
(A) quando a autoridade administrativa arbitra valor ou preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos
para o cálculo do tributo que tenha por base, ou tome em consideração, estes valores, sem a necessidade
de processos regulares ou complexos, em tributos de baixo valor, tal procedimento se classifica como
“lançamento simplificado”.
(B) o lançamento efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro,
na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato,
indispensáveis à sua efetivação, pode ser classificado como “lançamento por declaração”.
(C) o lançamento pode ser realizado pelo sujeito passivo, quando a legislação estabelece que ele deva
elaborar sua escrituração fiscal, mediante procedimento regulado e regular, calcular o valor devido,
apresentar os cálculos a autoridade administrativa, obter a guia de recolhimento com o visto autorizativo e
recolher o valor devido, hipótese em que se configura o “lançamento passivo”.
(D) as leis tributárias da União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem estabelecer outras modalidades
de lançamento e de modificação do lançamento realizado, não previstas no Código, conhecidas por
“lançamento especial”.
(E) o lançamento é realizado de ofício pela autoridade administrativa apenas na hipótese de indício ou
suspeita de falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como
sendo de declaração obrigatória, ou de não localização do sujeito passivo.
Comentário:
Alternativa A: O CTN não previu essa modalidade de lançamento simplificado. Alternativa errada.
Alternativa B: O lançamento por declaração foi previsto no art. 147, estando esta alternativa correta.
Alternativa C: O CTN não previu essa modalidade de lançamento passivo. Alternativa errada.

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Alternativa D: Não há que se falar em outras modalidades de lançamento, além daquelas previstas no CTN,
isso porque o lançamento deve ser tratado em norma geral (lei complementar). Alternativa errada.
Alternativa E: Existem várias hipóteses que ensejam a realização do lançamento de ofício, descritas no art.
149, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete ao contribuinte, responsável ou coobrigado pelo valor devido,
constituir o crédito tributário pelo pagamento do imposto devido, após o prévio exame da autoridade
administrativa, no chamado alto lançamento, na hipótese de tributo relativo a operações no mercado
financeiro, grandes heranças ou grandes fortunas, por exemplo.
Comentário: De uma forma um tanto confusa, a banca tentou confundir o candidato com o conceito de
lançamento por homologação.
Gabarito: Errada
(Pref. Recife-PE-Analista de Gestão Contábil/2019) De acordo com o art. 142 do Código Tributário Nacional,
compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. De
acordo com este Código, os créditos tributários podem ser constituídos por meio dos seguintes lançamentos:
a) amplo, limitado e restritivo.
b) contábil, escritural e originário.
c) de ofício, por homologação e por declaração.
d) preambular, complementar e suplementar.
e) originário, derivado e reparador.
Comentário: As modalidades de lançamento são as seguintes: de ofício, por declaração e por homologação.
Logo, vamos diretamente para o gabarito da questão, que é a Letra C.
Gabarito: Letra C
(SEFAZ-GO-Auditor Fiscal/2018) É fundamental, para o exercício do cargo de Auditor-Fiscal da Receita
Estadual, conhecer as regras do Código Tributário Nacional a respeito do lançamento tributário, pois uma de
suas atividades funcionais poderá ser a de promover a constituição do crédito por meio daquele
procedimento administrativo. De acordo com o referido código
A) a legislação tributária de cada tributo poderá fixar prazo para homologação da atividade desenvolvida
pelo sujeito passivo, que será de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado, e de 8 anos, no caso de se comprovar que o sujeito passivo agiu com
dolo, fraude ou simulação.
B) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou
simulação, a autoridade administrativa deverá desenvolver a atividade de lançamento por homologação do
tributo e da penalidade pecuniária.
C) quando o sujeito passivo ou terceiro presta à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária,
informações sobre matéria de fato indispensáveis à constituição do crédito tributário, está-se distante do
denominado “lançamento de ofício”.
D) O lançamento que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo, ou a terceiro a
obrigação de prestar à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária, informações sobre

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matéria de fato, as quais deverão ser homologadas no prazo decadencial de cinco anos, denomina-se
“lançamento por homologação”.
E) quando se comprova ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar
a aplicação da penalidade pecuniária, o lançamento será efetuado de ofício aplicando-se ao infrator a
penalidade pecuniária correspondente.
Comentário:
Alternativa A: Nos casos de dolo, fraude ou simulação, o prazo para homologação da atividade desenvolvida
pelo sujeito passivo será também de cinco anos, sendo iniciada sua contagem a partir do primeiro dia do ano
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Alternativa errada.
Alternativa B: Nos termos do art. 149, VII, em tal caso cabe o lançamento de ofício. Alternativa errada.
Alternativa C: Trata-se do disposto no art. 147, do CTN, que prevê o lançamento “por declaração”.
Alternativa errada.
Alternativa D: Não se trata de homologação, mas sim de lançamento “por declaração”, nos termos do art.
147, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa E: O art. 149, VI, determina o lançamento de ofício quando se comprovar ação ou omissão do
sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar a aplicação da penalidade pecuniária,
aplicando-se ao infrator a penalidade pecuniária correspondente. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E
(MPE-RR-Promotor de Justiça/2017) A legislação que instituiu determinada taxa atribuiu ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento do tributo, sem qualquer exame prévio por parte do órgão da fazenda
pública competente pela respectiva arrecadação. A mesma lei prevê que o lançamento do tributo ocorrerá
em momento posterior ao pagamento, por meio de ato administrativo com o qual a autoridade tributária,
tomando conhecimento da declaração prestada pelo contribuinte quanto à atividade exercida, confirmará
ou não o montante do tributo devido. Nesse caso, estando o pagamento correto, a autoridade tributária
reconhecerá de ofício a extinção do respectivo crédito tributário.
Nessa situação hipotética, de acordo com o CTN, a modalidade de lançamento tributário prevista pela
referida lei consiste em lançamento
a) direto.
b) por homologação.
c) de ofício.
d) por declaração.
Comentário: Ao mencionar que foi atribuído ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento do tributo,
sem qualquer exame prévio por parte do órgão da fazenda pública competente pela respectiva arrecadação,
fica muito claro que se trata do lançamento por homologação, previsto no art. 150, do CTN.
Gabarito: Letra B
(PGM-Fortaleza-Procurador/2017) A declaração prestada pelo contribuinte nos tributos sujeitos a
lançamento por homologação não constitui o crédito tributário, pois está sujeita a condição suspensiva de
ulterior homologação pela administração tributária.
Comentário: De acordo com a Súmula 436, do STJ, a entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

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Há que se atentar também para o art. 150, § 1º, do CTN, segundo o qual o pagamento antecipado pelo
obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
Gabarito: Errada

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QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS

Crédito Tributário e Lançamento

1.FGV/PC-AM/2022

321 Vestuário Ltda., atuante no comércio varejista de roupas, sonegou o Imposto Estadual sobre a Circulação
de Mercadorias (ICMS), omitindo dolosamente do Fisco Estadual suas operações comerciais com o fim de
evitar o pagamento do tributo devido.

Diante desse cenário, o Fisco Estadual, a fim de poder cobrar administrativamente tais valores, terá
necessariamente de realizar

A) um lançamento por declaração.

B) um lançamento de ofício.

C) um lançamento por homologação.

D) uma notificação prévia ao lançamento para comparecimento do sujeito passivo perante autoridade fiscal
estadual.

E) uma notificação prévia ao lançamento à autoridade policial acerca dos indícios de crime de sonegação
fiscal.

Comentário:

Alternativa A: O lançamento por declaração está previsto legalmente no art. 147 do CTN.

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou
outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de
fato, indispensáveis à sua efetivação.

Alternativa errada.

Alternativa B: De acordo com o art. 149, do CTN, mesmo quando o lançamento inicial tenha sido efetuado
por outra modalidade (por declaração ou por homologação), pode haver revisão de ofício.
Consequentemente, vale ressaltar que todo tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no artigo,
pode vir a ser lançado de ofício. Alternativa correta.

Alternativa C: O lançamento por homologação está previsto no art. 150 do CTN, e tem como principal
característica a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo

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ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,
expressamente a homologa.

Alternativa errada.

Alternativa D: Os tipos de lançamentos previstos são apenas três, a saber: de ofício, por declaração e por
homologação. Alternativa errada.

Alternativa E: Conforme item anterior. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

2.(FGV/SEPOG-RO/2017)

O estágio de lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito
fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Assinale a opção que indica um exemplo de lançamento direto.

a) Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza.

b) Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

d) Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

e) Imposto sobre Serviços (ISS)

Comentário: O lançamento de ofício também é denominado ex officio ou direto. Essa é a modalidade em


que o fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a participação do contribuinte e está
prevista legalmente no art. 149 do CTN.

Feita essa introdução vamos aos comentários.

Alternativa A: O IR é lançado por homologação, modalidade prevista no art. 150 do CTN. Alternativa errada.

Alternativa B: O ICMS em linhas gerais é realizado por homologação. Alternativa errada.

Alternativa C: O IPI também é realizado por homologação. Alternativa errada.

Alternativa D: São lançados de ofício, por força legal do art. 149, I, do CTN, os seguintes tributos:

▪IPTU;
▪IPVA;
▪Taxas;
▪Contribuição de Melhoria;
▪Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou econômicas); e

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▪Contribuição de Iluminação Pública.

Alternativa correta.

Alternativa E: O ISS é mais um imposto realizado por homologação. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

3.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

Pedro é sujeito passivo de um imposto cuja lei estabeleceu que cabe aos contribuintes efetuarem o
pagamento antecipado sem o prévio exame da autoridade fiscal. Adicionalmente, a legislação também prevê
a apresentação de uma declaração pelos contribuintes desse imposto. Pedro descumpriu tais obrigações, o
que levou a autoridade fiscal a realizar um procedimento de fiscalização, e ao final, constituir o crédito
tributário. Aponte a alternativa que indica a modalidade de lançamento realizado pela autoridade fiscal neste
==275324==

caso:

a) Lançamento por declaração;

b) Lançamento por homologação;

c) Lançamento por arbitramento;

d) Lançamento por evidências;

e) Lançamento de ofício.

Comentário:

Letra A: Errada. Na sistemática do lançamento por declaração (ou misto), o sujeito passivo atua mais
intensamente, auxiliando a autoridade administrativa com as informações necessárias para efetuar o
lançamento. Nessa modalidade lançamento, o contribuinte fica obrigado a prestar declaração com
informações sobre a matéria de fato (valor, data de ocorrência do fato gerador, informações pessoais etc.).
Com base nas informações fornecidas pelo contribuinte, a autoridade providencia o lançamento,
notificando-o para pagamento.

Letra B: Errada. O lançamento por homologação, também denominado “autolançamento”, tem como
característica intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento. Vejamos o que diz o caput
do art. 150: O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo
ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,
expressamente a homologa.

Letra C: Errada. Não se trata de arbitramento. O lançamento por arbitramento na verdade é considerado por
vários doutrinadores como apenas uma forma de apuração da base de cálculo.

Letra D: Errada. Não existe esta modalidade de lançamento no direito tributário.

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Letra E: Correta. No lançamento de ofício, o fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a
participação do contribuinte. Esta modalidade de lançamento também é utilizada pela autoridade fiscal para
revisar um lançamento já realizado por declaração ou por homologação, que é o que ocorreu nesta questão.

Veja que não se pergunta sobre a modalidade de lançamento do tributo, mas sim sobre o lançamento de
revisão da própria autoridade, que sempre será de ofício.

Gabarito: Letra E

4.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

Em 19/11/2021, ocorreu o fato gerador de determinada taxa, devida em razão do exercício regular do poder
de polícia, incidindo sobre a prestação de serviço público específico e divisível. O lançamento deste tributo,
realizado de ofício, ocorreu em 20/05/2022. Considere as seguintes informações:

A referida taxa foi instituída pela Lei 01, em 05/05/20, estabelecendo que a alíquota aplicável seria de 5%.

Em 20/10/21, foi publicada a Lei 02, alterando a alíquota aplicável para 15%.

A Lei 03, publicada, em 20/01/2022, alterou a alíquota para 10%.

A Lei 04, publicada em 20/05/2022, alterou a alíquota da referida taxa para 20%.

Com base em tais informações, responda qual é a alíquota a ser aplicada pela autoridade fiscal competente,
ao efetuar o lançamento da taxa:

a) não será cobrada a taxa

b) 15%

c) 10%

d) 5%

e) 20%

Comentário: De acordo com o art. 144, do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

O lançamento tem natureza declaratória, ou seja, declara a existência da obrigação tributária. Logo, quando
a autoridade administrativa vai realizar o lançamento de determinado tributo, deve levar em consideração
a legislação substantiva que se deve aplicar é a que estava em vigor na data da ocorrência do fato gerador.

Deve-se atentar ainda em mais um detalhe: princípios da anterioridade anual e nonagesimal. Como se trata
de uma taxa, a lei que a tenha majorado (lei 02) só pode produzir efeitos no ano seguinte ao da sua
publicação e ainda após 90 dias da referida publicação.

Consequentemente, a lei aplicável é a Lei 01, que prevê a taxa de 5%.

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Letra A: Errada. A taxa será devida, à alíquota de 5% (Lei 01).

Letra B: Errada. A taxa será devida, à alíquota de 5% (Lei 01).

Letra C: Errada. A taxa será devida, à alíquota de 5% (Lei 01).

Letra D: Correta. A taxa será devida, à alíquota de 5% (Lei 01).

Letra E: Errada. A taxa será devida, à alíquota de 5% (Lei 01).

Gabarito: D

5.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado nas seguintes situações, exceto:

a) Impugnação do sujeito passivo.

b) Quando a lei assim o determine.

c) Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou
simulação.

d) Em face de nova interpretação da norma aplicável ao lançamento.

e) Recurso de ofício.

Comentário: Após a conclusão do lançamento, para que este possa produzir efeitos em relação ao sujeito
passivo, é necessário que haja a notificação do lançamento. Trata-se de comunicação oficial feita ao devedor
por meio de notificação de lançamento ou mesmo por carnê de cobrança.

A partir da notificação, a regra é a vedação da alteração do lançamento efetuado. Dizemos, neste caso, que
o lançamento é presumidamente definitivo. Contudo, tal presunção é relativa, já que o art. 145 do CTN,
seguindo a lógica do que acabamos de ver, previu situações excepcionais que permitem a alteração do
lançamento regularmente notificado.

Letra A: Correta. O art. 145 I, do CTN, prevê que a impugnação do sujeito passivo pode refletir na alteração
do lançamento, no âmbito do processo administrativo tributário (PAT). Isto é, tendo razão o contribuinte em
seu pleito, haverá alteração do lançamento.

Letra B: Correta. O art. 149, I, do CTN, estabelece que, nos casos previstos em lei, o lançamento já é realizado
de ofício.

Letra C: Correta. O art. 149, VII, do CTN, estabelece que haverá lançamento de ofício quando se comprovar
que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.

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Letra D: Errada. O art. 146 do CTN veda a alteração de lançamento já efetuado, motivada por alteração na
interpretação da norma por parte da administração fazendária. Ou seja, trata-se do denominado “erro de
direito”.

Letra E: Correta. O recurso de ofício, realizado pela própria administração, também pode refletir na
alteração do lançamento já efetuado, no âmbito do processo administrativo tributário (PAT). Trata-se do
disposto no art. 145, II, do CTN.

Gabarito: D

6.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Acerca da obrigação
tributária principal e do crédito tributário, assinale a opção errada:

a) O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

b) O lançamento de ofício independe da participação do sujeito passivo.

c) A depender da garantia atribuída ao crédito tributário, a obrigação tributária pode ser afetada.

d) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade


funcional.

e) O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro,
na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato,
indispensáveis à sua efetivação.

Comentário:

Letra A: Correta. De acordo com o art. 139 do CTN, o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem
a mesma natureza desta.

Letra B: Correta. O lançamento de ofício é realizado nos casos previstos no art. 149, do CTN, e independe
da participação do sujeito passivo.

Letra C: Errada. De acordo com o art. 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua
extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade
não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

Letra D: Correta. De acordo com o art. 142, par. único, do CTN, a atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Letra E: Correta. Esta questão se baseia no art. 147, do CTN: o lançamento é efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta
à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

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Gabarito: C

7.FGV/SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018

Segundo o Código Tributário Nacional, o lançamento é o procedimento pelo qual a autoridade administrativa
verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, determina a matéria tributável, calcula o
montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade
cabível. Sobre o lançamento, analise as afirmativas a seguir.

I. O envio do carnê de IPTU ao endereço do contribuinte configura a notificação presumida do lançamento


do tributo.

II. O lançamento pode ser revisto de ofício pela Fazenda Pública, se constatado erro em sua feitura, enquanto
não extinto o direito de lançar.

III. Ocorrendo o pagamento antecipado do ICMS por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o
lançamento de eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato gerador.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

(B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

Comentário:

Item I: De acordo com a Súmula 397, do STJ, basta o envio do carnê de IPTU ao endereço do contribuinte
para restar configurada a notificação do lançamento do imposto. Item correto.

Item II: Em se tratando de erro, é admitida a revisão de ofício do lançamento, desde antes de extinto o direito
da Fazenda Pública. Item correto.

Item III: Como o ICMS é um imposto lançado por homologação, e havendo o pagamento antecipado por
parte do sujeito passivo, o prazo para o lançamento de eventuais diferenças por parte do Fisco é de cinco
anos a contar da data do fato gerador. Item correto.

Gabarito: Letra E

8.FGV/SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018

Com relação ao lançamento tributário, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

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( ) Compete, privativamente, à autoridade administrativa constituir, pelo lançamento, a obrigação tributária,


verificando a ocorrência do fato gerador.

( ) Uma nova lei, que tenha estabelecido novos procedimentos fiscalizatórios para a apuração do tributo, é
plenamente aplicável ao fato gerador já ocorrido, porém com crédito ainda não lançado.

( ) Quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, salvo disposição legal distinta, no
lançamento será feita a conversão para moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador do
tributo.

Na sequência em que aparecem, as afirmativas são, respectivamente,

a) V – F – V.

b) F – V – V.

c) F – F – V.

d) F – V – F.

e) V – V – F.

Comentário:

Item I: O lançamento é realmente privativo da autoridade administrativa, porém constitui o crédito


tributário, e não a obrigação tributária, que já surgiu desde a ocorrência do fato gerador. Item errado.

Item II: De fato, por se tratar de legislação formal, estabelecendo novos procedimentos fiscalizatórios para
a apuração do tributo, tal lei, é plenamente aplicável ao fato gerador já ocorrido, porém com crédito ainda
não lançado. Item correto.

Item III: Realmente, o art. 143, do CTN, prevê que, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor
tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional
ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Item correto.

Gabarito: Letra B

9.FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016

Sobre a constituição do crédito tributário, analise as afirmativas a seguir.

I. A entrega da declaração de rendimentos, seja mediante DCTF, GFIP e GIA pelo próprio contribuinte
reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte
do fisco.

II. O envio do carnê de cobrança do IPTU ao endereço do contribuinte constitui o crédito tributário.

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III. A revisão do lançamento só pode ser iniciada se não extinto pela decadência o direito de a Fazenda Pública
lançar.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Comentário:

Item I: Esta é a jurisprudência pacífica do STJ, nos termos da Súmula 436: a entrega de declaração pelo
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco. Item correto.

Item II: É o que dispõe a Súmula 397 do STJ: o contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio
do carnê ao seu endereço. Item correto.

Item III: O art. 149, par. único, do CTN, prevê que a revisão de ofício do lançamento realmente só pode ser
iniciada se não extinto pela decadência o direito de a Fazenda Pública lançar. Item correto.

Gabarito: Letra E

10.FGV/Pref. Paulínia-Procurador/2016

O Município X enviou para os proprietários de imóveis localizados na zona urbana o carnê do Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.

a) O lançamento do crédito ocorreu por declaração, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte configura
a notificação presumida do lançamento do tributo, passível de ser ilidida pelo contribuinte, a quem cabe
comprovar seu não recebimento.

b) O lançamento do crédito ocorreu de ofício, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte configura a


notificação presumida do lançamento do tributo, passível de ser ilidida pelo contribuinte, a quem cabe
comprovar seu não recebimento.

c) O lançamento do crédito ocorreu de ofício, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte somente


configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento do carnê
de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

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d) O lançamento do crédito ocorreu por declaração, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte somente
configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento do carnê
de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

e) O lançamento do crédito ocorreu por homologação, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte


somente configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento
do carnê de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

Comentário:

Alternativa A: O lançamento ocorreu de ofício, uma vez que não foi requisitada prestação de informações
do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa B: O lançamento ocorreu de ofício, uma vez que não foi requisitada prestação de informações
do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário. Ademais, o STJ já decidiu que o contribuinte do
IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. É evidente, porém, que tal presunção
pode ser ilidida pelo contribuinte que comprove o não recebimento do carnê. Alternativa correta.

Alternativa C: O lançamento ocorreu de ofício, uma vez que não foi requisitada prestação de informações
do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário. Ademais, o STJ já decidiu que o contribuinte do
IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. Alternativa errada.

Alternativa D: O lançamento ocorreu de ofício, uma vez que não foi requisitada prestação de informações
do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa E: O lançamento ocorreu de ofício, uma vez que não foi requisitada prestação de informações
do sujeito passivo para a constituição do crédito tributário. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

11.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015

No mês de janeiro de 2013, a alíquota do IOF de uma liquidação de operação de câmbio para remessa de
juros sobre o capital próprio e dividendos recebidos por investidor estrangeiro era de 4%. No dia 15 de julho
do mesmo ano, o Poder Executivo editou um decreto, elevando-a para 6%. No ano seguinte, houve novo
aumento da alíquota, que passou para 8%, e a partir de janeiro de 2015, a alíquota foi reduzida para zero.
Em maio de 2015, um auditor fiscal da Receita Federal autuou uma instituição financeira pelo não
recolhimento do IOF incidente sobre uma liquidação de operação de câmbio, ocorrida em novembro de
2013. Além da multa e juros de mora, o fiscal deverá lançar o imposto aplicando a alíquota de:

a) 0%;

b) 4%;

c) 6%;

d) 8%;

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e) 9%.

Comentário: De acordo com o art. 144, do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Logo, o auditor fiscal deverá utilizar a alíquota vigente na data da ocorrência do fato gerador. Vamos
esclarecer os fatos:

Janeiro de 2013 – Alíquota de IOF: 4%

Julho de 2013 – Alíquota de IOF: 6%

Ano 2014 – Alíquota de IOF: 8%

Janeiro de 2015 – Alíquota de IOF: zero

Fato Gerador: Novembro de 2013

Diante do exposto, a alíquota do IOF em novembro de 2013 (mês da ocorrência do fato gerador) era de 6%,
e é a que será utilizada no lançamento de ofício pela autoridade fiscal.

Gabarito: Letra C

12.FGV/Pref. Niterói-Fiscal de Tributos/2015

O proprietário de um imóvel realizou, no fim de 2013, uma obra em seu imóvel. Por conta dessa obra, a área
do imóvel foi ampliada de 120m2 para 280m2 . O proprietário nada informou ao Município, descumprindo
normas administrativas e tributárias que impõem a comunicação. Assim, a administração tributária
municipal realizou os lançamentos do IPTU dos fatos geradores ocorridos em 2014 e 2015 com valores que
consideravam uma área construída de 120m2 e não de 280m2 . A prefeitura tomou conhecimento do
aumento da área construída em agosto de 2015. Considerando a situação exposta e as normas do CTN, a
fiscalização do Município:

a) poderá revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao exercício de 2015, pois o exercício
ainda está em curso;

b) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois os
lançamentos já foram regularmente notificados e não podem ser alterados;

c) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois a
constatação do aumento da área construída é introdução de modificação nos critérios jurídicos adotados
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento e somente pode ser efetivada, em relação a um
mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução;

d) poderá revisar de ofício os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois o aumento da área
construída representa apreciar fatos desconhecidos anteriormente, mas essa revisão do lançamento só
poderá ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública;

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e) poderá revisar de ofício, a qualquer tempo, os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, por
conta do descumprimento por parte do contribuinte das normas que determinam a comunicação da obra.

Comentário: O art. 145, III, do CTN, permite que haja alteração do lançamento regularmente notificado ao
sujeito passivo, por iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos termos do art. 149, do CTN. Desta
forma, a referida omissão do sujeito passivo quanto ao aumento da área construída do imóvel enseja revisão
de ofício do IPTU correspondente aos exercícios de 2014 e 2015, já que em agosto de 2015 ainda não houve
decadência do crédito tributário.

Gabarito: Letra D

13.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015

Uma vez regularmente notificado ao sujeito passivo, o lançamento só pode ser alterado em virtude de:

a) decurso do prazo decadencial;

b) majoração superveniente das alíquotas do tributo;

c) alteração posterior da lei tributária no tocante à base de cálculo;

d) impugnação do sujeito passivo;

e) responsabilização tributária de pessoa imune.

Comentário: São três as possibilidades de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo: impugnação do sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativa de ofício da autoridade administrativa,
nos termos do art. 149, do CTN.

Gabarito: Letra D

14.FGV/Fiscal de Tributos-Niterói/2015

O proprietário de um imóvel realizou, no fim de 2013, uma obra em seu imóvel. Por conta dessa obra, a área
do imóvel foi ampliada de 120m2 para 280m2. O proprietário nada informou ao Município, descumprindo
normas administrativas e tributárias que impõem a comunicação. Assim, a administração tributária
municipal realizou os lançamentos do IPTU dos fatos geradores ocorridos em 2014 e 2015 com valores que
consideravam uma área construída de 120m2 e não de 280m2. A prefeitura tomou conhecimento do
aumento da área construída em agosto de 2015. Considerando a situação exposta e as normas do CTN, a
fiscalização do Município:

a) poderá revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao exercício de 2015, pois o exercício
ainda está em curso;

b) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois os
lançamentos já foram regularmente notificados e não podem ser alterados;

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c) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois a
constatação do aumento da área construída é introdução de modificação nos critérios jurídicos adotados
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento e somente pode ser efetivada, em relação a um
mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução;

d) poderá revisar de ofício os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois o aumento da área
construída representa apreciar fatos desconhecidos anteriormente, mas essa revisão do lançamento só
poderá ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública;

e) poderá revisar de ofício, a qualquer tempo, os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, por
conta do descumprimento por parte do contribuinte das normas que determinam a comunicação da obra.

Comentário: O art. 145, III, do CTN, permite que haja alteração do lançamento regularmente notificado ao
sujeito passivo, por iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos termos do art. 149, do CTN. Desta
forma, a referida omissão do sujeito passivo quanto ao aumento da área construída do imóvel enseja revisão
de ofício do IPTU correspondente aos exercícios de 2014 e 2015, já que em agosto de 2015 ainda não houve
decadência do crédito tributário.

A decadência extingue o crédito tributário, pelo decurso do prazo previsto no CTN, sem que a Fazenda
Pública tenha promovido o lançamento. Ainda que não tenhamos estudado a decadência, guarde, por ora,
que é um prazo de 05 anos. No momento certo, você entenderá com clareza.

Gabarito: Letra D

15.FGV/Câmara Municipal de Recife-PE-Consultor Legislativo/2014

De acordo com o sistema tributário nacional, o lançamento tributário compete:

a) ao defensor público;

b) à autoridade judiciária;

c) ao promotor de justiça;

d) ao juiz de direito;

e) à autoridade administrativa.

Comentário: De acordo com o art. 142, do CTN, compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento.

Gabarito: Letra E

16.FGV/SEAD-AP-Auditor/2010

Em relação à revisão do lançamento regularmente notificado ao contribuinte, não é correto afirmar que:

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a) é possível quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória

b) é possível nas hipóteses de erro de fato e desde que iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda
Pública promover o lançamento.

c) pode se dar em razão de impugnação do sujeito passivo.

d) pode ser feita a qualquer tempo, sempre que caracterizado erro de direito.

e) é cabível quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação.

Comentário: Preste atenção, pois o que se pede é a alternativa errada, ok? Vamos comentar cada uma delas:

Alternativa A: Conforme prevê o art. 149, IV, do CTN, trata-se de hipótese de que permite a realização de
lançamento ou revisão de ofício. Item correto.

Alternativa B: O erro de fato, quando ocorrido, deve ser alterado, com base no art. 149 do CTN, respeitando,
é claro, o prazo decadencial, conforme a regra prevista no par. único do mesmo artigo. Item correto.

Alternativa C: A impugnação do sujeito passivo, nos termos do art. 145, I, do CTN, é uma das hipóteses que
justificam a alteração de lançamento regularmente notificado ao contribuinte. Item correto.

Alternativa D: De acordo com o art. 146, do CTN, não é possível alterar o lançamento efetuado, com base
em erro de direito. Item errado.

Alternativa E: De fato, cabe lançamento de ofício na hipótese aventada, nos termos do art. 149, VII, do CTN.
Item correto.

Gabarito: Letra D

17.FGV/CGE-MA-Auditor/2014

Quanto ao lançamento, analise as afirmativas a seguir.

I. É declaratório da obrigação tributária e constitutivo do crédito tributário.

II. Pode ser revisto pela autoridade tributária, desde que haja erro de direito.

III. É constitutivo da obrigação tributária e declaratório do crédito tributário.

IV. É revisto de ofício pela autoridade administrativa quando determinado em lei.

Assinale:

a) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

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b) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.

Comentário:

Item I: O lançamento declara a obrigação tributária e realmente constitui o crédito tributário. Item correto.

Item II: O art. 146, do CTN, veda a revisão de lançamento motivada por erro de direito. Item errado.

Item III: Como comentamos, o lançamento declara a obrigação tributária e realmente constitui o crédito
tributário. Item errado.

Item IV: O art. 149, I, do CTN, estipula que o lançamento seja revisto de ofício pela autoridade administrativa
quando determinado em lei. Item correto.

Gabarito: Letra B

18.FGV/SEFAZ-RJ-Fiscal de Rendas/2010

Com relação ao lançamento tributário, analise as afirmativas a seguir.

I. De acordo com a redação do CTN o lançamento por homologação é aquele efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta
à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

II. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado a qualquer tempo em virtude
da caracterização de erro de direito.

III. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios,
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário:

Item I: De acordo com a redação do CTN, esta modalidade de lançamento é por declaração. O lançamento
por homologação apresenta como característica básica o pagamento antecipado pelo sujeito passivo sem
prévio exame por parte da autoridade administrativa. Item errado.

Item II: O art. 146, do CTN, veda a revisão de lançamento motivada por erro de direito. Item errado.

Item III: É o que prescreve o art. 144, § 1º, do CTN: aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente
à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros. Item correto.

Gabarito: Letra C

19.FGV/SEFAZ-RJ-Fiscal de Rendas/2009

Analise as afirmativas a seguir:

I. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos,
serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou
preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou
os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. No entanto, havendo escrituração regular,
ainda que parcialmente, o Fisco deverá sempre adotá-la como base de prova.

II. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou excluir tributo,
pode ser feita a qualquer tempo, independentemente da constituição do crédito tributário pelo lançamento,
desde que haja comprovação do erro em que se funde.

III. Segundo jurisprudência do STJ, tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, e tendo o
contribuinte declarado o débito e não pagado no vencimento, considera-se desde logo constituído o crédito
tributário, tornando-se dispensável a instauração de procedimento administrativo com a finalidade de
promoção do lançamento para viabilizar a posterior cobrança judicial.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem estão corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário:

Item I: A utilização do arbitramento da base de cálculo do tributo é excepcional, conforme prevê o art. 148,
do CTN, de modo que, havendo escrituração regular, ainda que parcialmente, o Fisco deverá sempre adotá-
la como base de prova. Item correto.

Item II: Há duas condições para que a retificação da declaração seja feita por iniciativa do próprio declarante
com o intuito de reduzir ou excluir tributo: quando comprovado erro em que se funde e antes de o
lançamento ter sido notificado. Item errado.

Item III: Trata-se de jurisprudência do STJ sobre os tributos lançados por homologação. De acordo com a
Súmula 436, do STJ, a entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. Item correto.

Gabarito: Letra C

20.FGV/TJ-AP-Juiz/2008

Em matéria de lançamento e crédito tributário, assinale a alternativa correta.

a) Em conformidade com o CTN, quando regularmente notificado o sujeito passivo, o lançamento somente
pode ser alterado por impugnação do próprio sujeito passivo, recurso de ofício ou por iniciativa de ofício da
autoridade administrativa.

b) A atividade administrativa do lançamento é obrigatória; contudo, será discricionária quando o CTN


expressamente autorizar.

c) A "teoria dualista" do Direito Tributário determina a aplicação da legislação vigente à época do lançamento
do tributo para a apuração do crédito tributário, em qualquer hipótese.

d) A moratória, parcelamento, conversão do depósito em renda, concessão de liminar em mandado de


segurança, reclamações e recursos administrativos são exemplos de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário.

e) A isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, sob pena de
violação do princípio constitucional da isonomia tributária.

Comentário:

Alternativa A: Essas são exatamente as situações previstas no art. 145, do CTN, como ensejadoras de
alteração de lançamento já regularmente notificado o sujeito passivo. Alternativa correta.

Alternativa B: A atividade administrativa do lançamento é sempre obrigatória, sob pena de responsabilidade


funcional. Alternativa errada.

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Alternativa C: O art. 144, do CTN, determina que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Alternativa errada.

Alternativa D: A moratória, o parcelamento, a concessão de liminar em mandado de segurança e as


reclamações e recursos administrativos são exemplos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,
porém a conversão do depósito em renda configura hipótese de extinção do crédito tributário. Alternativa
errada.

Alternativa E: O próprio CTN, em seu art. 176, par. único, admite que a isenção pode ser restrita a
determinada região do território da entidade tributante. Alternativa errada.

Gabarito: Letra A

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LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

Crédito Tributário e Lançamento

1.FGV/PC-AM/2022

321 Vestuário Ltda., atuante no comércio varejista de roupas, sonegou o Imposto Estadual sobre a Circulação
de Mercadorias (ICMS), omitindo dolosamente do Fisco Estadual suas operações comerciais com o fim de
evitar o pagamento do tributo devido.

Diante desse cenário, o Fisco Estadual, a fim de poder cobrar administrativamente tais valores, terá
necessariamente de realizar

A) um lançamento por declaração.

B) um lançamento de ofício.

C) um lançamento por homologação.

D) uma notificação prévia ao lançamento para comparecimento do sujeito passivo perante autoridade fiscal
estadual.

E) uma notificação prévia ao lançamento à autoridade policial acerca dos indícios de crime de sonegação
fiscal.

2.(FGV/SEPOG-RO/2017)

O estágio de lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito
fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Assinale a opção que indica um exemplo de lançamento direto.

a) Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza.

b) Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

d) Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

e) Imposto sobre Serviços (ISS)

3.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

Pedro é sujeito passivo de um imposto cuja lei estabeleceu que cabe aos contribuintes efetuarem o
pagamento antecipado sem o prévio exame da autoridade fiscal. Adicionalmente, a legislação também prevê

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a apresentação de uma declaração pelos contribuintes desse imposto. Pedro descumpriu tais obrigações, o
que levou a autoridade fiscal a realizar um procedimento de fiscalização, e ao final, constituir o crédito
tributário. Aponte a alternativa que indica a modalidade de lançamento realizado pela autoridade fiscal neste
caso:

a) Lançamento por declaração;

b) Lançamento por homologação;

c) Lançamento por arbitramento;

d) Lançamento por evidências;

e) Lançamento de ofício.

4.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

Em 19/11/2021, ocorreu o fato gerador de determinada taxa, devida em razão do exercício regular do poder
de polícia, incidindo sobre a prestação de serviço público específico e divisível. O lançamento deste tributo,
realizado de ofício, ocorreu em 20/05/2022. Considere as seguintes informações:

A referida taxa foi instituída pela Lei 01, em 05/05/20, estabelecendo que a alíquota aplicável seria de 5%.

Em 20/10/21, foi publicada a Lei 02, alterando a alíquota aplicável para 15%.

A Lei 03, publicada, em 20/01/2022, alterou a alíquota para 10%.

A Lei 04, publicada em 20/05/2022, alterou a alíquota da referida taxa para 20%.

Com base em tais informações, responda qual é a alíquota a ser aplicada pela autoridade fiscal competente,
ao efetuar o lançamento da taxa:

a) não será cobrada a taxa

b) 15%

c) 10%

d) 5%

e) 20%

5.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado nas seguintes situações, exceto:

a) Impugnação do sujeito passivo.

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b) Quando a lei assim o determine.

c) Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou
simulação.

d) Em face de nova interpretação da norma aplicável ao lançamento.

e) Recurso de ofício.

6.Prof. Fábio Dutra/Questão Inédita/2022

A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Acerca da obrigação
tributária principal e do crédito tributário, assinale a opção errada:

a) O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

b) O lançamento de ofício independe da participação do sujeito passivo.

c) A depender da garantia atribuída ao crédito tributário, a obrigação tributária pode ser afetada.

d) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade


funcional.

e) O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro,
na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato,
indispensáveis à sua efetivação.

7.FGV/SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018

Segundo o Código Tributário Nacional, o lançamento é o procedimento pelo qual a autoridade administrativa
verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, determina a matéria tributável, calcula o
montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade
cabível. Sobre o lançamento, analise as afirmativas a seguir.

I. O envio do carnê de IPTU ao endereço do contribuinte configura a notificação presumida do lançamento


do tributo.

II. O lançamento pode ser revisto de ofício pela Fazenda Pública, se constatado erro em sua feitura, enquanto
não extinto o direito de lançar.

III. Ocorrendo o pagamento antecipado do ICMS por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o
lançamento de eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato gerador.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.

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(B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

8.FGV/SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018

Com relação ao lançamento tributário, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

( ) Compete, privativamente, à autoridade administrativa constituir, pelo lançamento, a obrigação tributária,


verificando a ocorrência do fato gerador.

( ) Uma nova lei, que tenha estabelecido novos procedimentos fiscalizatórios para a apuração do tributo, é
plenamente aplicável ao fato gerador já ocorrido, porém com crédito ainda não lançado.

( ) Quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, salvo disposição legal distinta, no
lançamento será feita a conversão para moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador do
tributo.

Na sequência em que aparecem, as afirmativas são, respectivamente,

a) V – F – V.

b) F – V – V.

c) F – F – V.

d) F – V – F.

e) V – V – F.

9.FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016

Sobre a constituição do crédito tributário, analise as afirmativas a seguir.

I. A entrega da declaração de rendimentos, seja mediante DCTF, GFIP e GIA pelo próprio contribuinte
reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte
do fisco.

II. O envio do carnê de cobrança do IPTU ao endereço do contribuinte constitui o crédito tributário.

III. A revisão do lançamento só pode ser iniciada se não extinto pela decadência o direito de a Fazenda Pública
lançar.

Está correto o que se afirma em:

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a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

10.FGV/Pref. Paulínia-Procurador/2016

O Município X enviou para os proprietários de imóveis localizados na zona urbana o carnê do Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
==275324==

Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.

a) O lançamento do crédito ocorreu por declaração, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte configura
a notificação presumida do lançamento do tributo, passível de ser ilidida pelo contribuinte, a quem cabe
comprovar seu não recebimento.

b) O lançamento do crédito ocorreu de ofício, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte configura a


notificação presumida do lançamento do tributo, passível de ser ilidida pelo contribuinte, a quem cabe
comprovar seu não recebimento.

c) O lançamento do crédito ocorreu de ofício, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte somente


configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento do carnê
de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

d) O lançamento do crédito ocorreu por declaração, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte somente
configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento do carnê
de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

e) O lançamento do crédito ocorreu por homologação, e o envio do carnê ao endereço do contribuinte


somente configura a notificação do lançamento do tributo se o Fisco comprovar a remessa e o recebimento
do carnê de cobrança no endereço do contribuinte, sob pena de nulidade da CDA.

11.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015

No mês de janeiro de 2013, a alíquota do IOF de uma liquidação de operação de câmbio para remessa de
juros sobre o capital próprio e dividendos recebidos por investidor estrangeiro era de 4%. No dia 15 de julho
do mesmo ano, o Poder Executivo editou um decreto, elevando-a para 6%. No ano seguinte, houve novo
aumento da alíquota, que passou para 8%, e a partir de janeiro de 2015, a alíquota foi reduzida para zero.
Em maio de 2015, um auditor fiscal da Receita Federal autuou uma instituição financeira pelo não
recolhimento do IOF incidente sobre uma liquidação de operação de câmbio, ocorrida em novembro de
2013. Além da multa e juros de mora, o fiscal deverá lançar o imposto aplicando a alíquota de:

a) 0%;

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b) 4%;

c) 6%;

d) 8%;

e) 9%.

12.FGV/Pref. Niterói-Fiscal de Tributos/2015

O proprietário de um imóvel realizou, no fim de 2013, uma obra em seu imóvel. Por conta dessa obra, a área
do imóvel foi ampliada de 120m2 para 280m2 . O proprietário nada informou ao Município, descumprindo
normas administrativas e tributárias que impõem a comunicação. Assim, a administração tributária
municipal realizou os lançamentos do IPTU dos fatos geradores ocorridos em 2014 e 2015 com valores que
consideravam uma área construída de 120m2 e não de 280m2 . A prefeitura tomou conhecimento do
aumento da área construída em agosto de 2015. Considerando a situação exposta e as normas do CTN, a
fiscalização do Município:

a) poderá revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao exercício de 2015, pois o exercício
ainda está em curso;

b) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois os
lançamentos já foram regularmente notificados e não podem ser alterados;

c) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois a
constatação do aumento da área construída é introdução de modificação nos critérios jurídicos adotados
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento e somente pode ser efetivada, em relação a um
mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução;

d) poderá revisar de ofício os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois o aumento da área
construída representa apreciar fatos desconhecidos anteriormente, mas essa revisão do lançamento só
poderá ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública;

e) poderá revisar de ofício, a qualquer tempo, os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, por
conta do descumprimento por parte do contribuinte das normas que determinam a comunicação da obra.

13.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015

Uma vez regularmente notificado ao sujeito passivo, o lançamento só pode ser alterado em virtude de:

a) decurso do prazo decadencial;

b) majoração superveniente das alíquotas do tributo;

c) alteração posterior da lei tributária no tocante à base de cálculo;

d) impugnação do sujeito passivo;

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e) responsabilização tributária de pessoa imune.

14.FGV/Fiscal de Tributos-Niterói/2015

O proprietário de um imóvel realizou, no fim de 2013, uma obra em seu imóvel. Por conta dessa obra, a área
do imóvel foi ampliada de 120m2 para 280m2. O proprietário nada informou ao Município, descumprindo
normas administrativas e tributárias que impõem a comunicação. Assim, a administração tributária
municipal realizou os lançamentos do IPTU dos fatos geradores ocorridos em 2014 e 2015 com valores que
consideravam uma área construída de 120m2 e não de 280m2. A prefeitura tomou conhecimento do
aumento da área construída em agosto de 2015. Considerando a situação exposta e as normas do CTN, a
fiscalização do Município:

a) poderá revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao exercício de 2015, pois o exercício
ainda está em curso;

b) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois os
lançamentos já foram regularmente notificados e não podem ser alterados;

c) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois a
constatação do aumento da área construída é introdução de modificação nos critérios jurídicos adotados
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento e somente pode ser efetivada, em relação a um
mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução;

d) poderá revisar de ofício os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, pois o aumento da área
construída representa apreciar fatos desconhecidos anteriormente, mas essa revisão do lançamento só
poderá ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública;

e) poderá revisar de ofício, a qualquer tempo, os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e 2015, por
conta do descumprimento por parte do contribuinte das normas que determinam a comunicação da obra.

15.FGV/Câmara Municipal de Recife-PE-Consultor Legislativo/2014

De acordo com o sistema tributário nacional, o lançamento tributário compete:

a) ao defensor público;

b) à autoridade judiciária;

c) ao promotor de justiça;

d) ao juiz de direito;

e) à autoridade administrativa.

16.FGV/SEAD-AP-Auditor/2010

Em relação à revisão do lançamento regularmente notificado ao contribuinte, não é correto afirmar que:

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a) é possível quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória

b) é possível nas hipóteses de erro de fato e desde que iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda
Pública promover o lançamento.

c) pode se dar em razão de impugnação do sujeito passivo.

d) pode ser feita a qualquer tempo, sempre que caracterizado erro de direito.

e) é cabível quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação.

17.FGV/CGE-MA-Auditor/2014

Quanto ao lançamento, analise as afirmativas a seguir.

I. É declaratório da obrigação tributária e constitutivo do crédito tributário.

II. Pode ser revisto pela autoridade tributária, desde que haja erro de direito.

III. É constitutivo da obrigação tributária e declaratório do crédito tributário.

IV. É revisto de ofício pela autoridade administrativa quando determinado em lei.

Assinale:

a) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.

18.FGV/SEFAZ-RJ-Fiscal de Rendas/2010

Com relação ao lançamento tributário, analise as afirmativas a seguir.

I. De acordo com a redação do CTN o lançamento por homologação é aquele efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta
à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

II. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado a qualquer tempo em virtude
da caracterização de erro de direito.

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III. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios,
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

19.FGV/SEFAZ-RJ-Fiscal de Rendas/2009

Analise as afirmativas a seguir:

I. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos,
serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou
preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou
os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. No entanto, havendo escrituração regular,
ainda que parcialmente, o Fisco deverá sempre adotá-la como base de prova.

II. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou excluir tributo,
pode ser feita a qualquer tempo, independentemente da constituição do crédito tributário pelo lançamento,
desde que haja comprovação do erro em que se funde.

III. Segundo jurisprudência do STJ, tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, e tendo o
contribuinte declarado o débito e não pagado no vencimento, considera-se desde logo constituído o crédito
tributário, tornando-se dispensável a instauração de procedimento administrativo com a finalidade de
promoção do lançamento para viabilizar a posterior cobrança judicial.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem estão corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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20.FGV/TJ-AP-Juiz/2008

Em matéria de lançamento e crédito tributário, assinale a alternativa correta.

a) Em conformidade com o CTN, quando regularmente notificado o sujeito passivo, o lançamento somente
pode ser alterado por impugnação do próprio sujeito passivo, recurso de ofício ou por iniciativa de ofício da
autoridade administrativa.

b) A atividade administrativa do lançamento é obrigatória; contudo, será discricionária quando o CTN


expressamente autorizar.

c) A "teoria dualista" do Direito Tributário determina a aplicação da legislação vigente à época do lançamento
do tributo para a apuração do crédito tributário, em qualquer hipótese.

d) A moratória, parcelamento, conversão do depósito em renda, concessão de liminar em mandado de


segurança, reclamações e recursos administrativos são exemplos de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário.

e) A isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, sob pena de
violação do princípio constitucional da isonomia tributária.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

7. E 14. D
1. B
8. B 15. E
2. D
9. E 16. D
3. E
10. B 17. B
4. D
11. C 18. C
5. D
12. D 19. C
6. C
13. D 20. A

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