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Victória Puglia de Andrade

AE2

Questões conceituais – tema 3

1. O que representam os aspectos material, temporal, espacial e quantitativo do


fato gerador da obrigação tributária?

Obrigação tributária nasce com a ocorrência de um fato gerador, necessário e


suficiente para que surja a obrigação.
Em primeiro lugar, o aspecto material refere-se ao núcleo da hipótese de
incidência, isto é, a descrição do fato que, uma vez realizado, origina a obrigação
tributária. É o comportamento (ação ou omissão) previsto na norma que, ao ocorrer, faz
nascer a obrigação de pagar o tributo. Por exemplo, a realização de uma venda de
mercadorias é o aspecto material que gera a obrigação de pagar o ICMS.
Por outro lado, o aspecto temporal indica o momento em que se considera
ocorrido o fato gerador, ou seja, o instante em que nasce a obrigação tributária. Esse
momento é definido pela legislação de cada tributo. No caso do Imposto de Renda, o
aspecto temporal é o último dia do ano, quando se apura a renda acumulada no
ano-calendário.
Em relação ao aspecto espacial, refere-se ao lugar onde o fato gerador ocorre,
determinando a competência territorial do ente tributante. Ou seja, define em que
localidade (município, estado, país) a obrigação deve ser cumprida. O local da
prestação de serviços, por exemplo, determina o município competente para a
cobrança do ISS.
Finalmente, o aspecto quantitativo reflete a base de cálculo e a alíquota do
tributo, determinando o valor a ser pago. A base de cálculo é a grandeza econômica
sobre a qual se aplica a alíquota para calcular o montante do tributo devido. No caso do
IPTU, a base de cálculo é o valor venal do imóvel, e a alíquota é um percentual definido
pela legislação municipal.

2. O que são obrigações acessórias? Muitas das obrigações acessórias são


identificadas por siglas. Explique o que são PER/DECOMP, DIRF, ECD e DCTF

São deveres administrativos, previstos na legislação tributária, que não resultam


diretamente em uma exigência de pagamento, mas que, se descumpridos, podem
converter-se em obrigações principais, geralmente mediante a aplicação de multas. As
obrigações acessórias têm como objetivo principal o controle, a fiscalização e a
arrecadação dos tributos. Algumas delas são:
● PER/DECOMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso
e Declaração de Compensação): Instrumento utilizado pelos contribuintes para
solicitar à Receita Federal a restituição, o ressarcimento, o reembolso de
quantias pagas a mais ou indevidamente, ou a compensação de créditos
tributários.
● DIRF (Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte): Declaração feita
pela fonte pagadora, com o intuito de informar à Receita Federal os rendimentos
pagos a pessoas físicas domiciliadas no país, o valor do imposto sobre a renda
e contribuições retidos na fonte, dentre outras informações.
● ECD (Escrituração Contábil Digital): Parte do Sistema Público de Escrituração
Digital (SPED), a ECD substitui a escrituração em papel pela digital. É a
obrigação de transmitir, em versão digital, os livros Diário, Razão, Balancetes
Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos
neles efetuados.
● DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais): Declaração
destinada a informar à Receita Federal os débitos de tributos e contribuições
federais, as compensações, suspensões, e o pagamento unificado.

3. Do que tratam as Súmulas 430 e 435 do STJ mencionadas no final do capítulo


do livro a respeito da responsabilidade dos sócios por dívidas tributárias da
empresa? Explique

Súmula 430 do STJ: "O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade


não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente." Essa súmula
estabelece que a mera inadimplência da empresa não acarreta automaticamente a
responsabilidade do sócio-gerente pelas dívidas tributárias, necessitando de atos com
excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatutos para tal
responsabilização.
Súmula 435 do STJ: "Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que
deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente." Esta súmula
trata da presunção de dissolução irregular da empresa que cessa suas atividades sem
a devida comunicação aos órgãos fiscais, permitindo que a execução fiscal seja
redirecionada aos sócios-gerentes, sob a presunção de que houve ato com excesso de
poderes ou infração legal.

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