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Cronograma:

1-Tributos:
Conceito; espécies; R.M.I.T (regra matriz de incidência tributária), critério
material/espacial/temporal/pessoal-subjetivo/quantitativo; Base da calculo e
alíquota.

2- Princípios tributários

3- Competência tributária:
União: perito (IPI, IE, IR, II, ITR, IOF)
Estado: IPVA, ICMS, ITCMD
Município: IPTU, ITBI, ISS

4- Processo tributário
Ação declaratória
Ação anulatória
Mandado de segurança
Embargos à execução
Exceção de pré-executividade

PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
Competência -> Processo legislativo -> fato gerador + hipótese de incidência ->
obrigação tributária - > constituição de crédito tributário

TRIBUTO

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

prestação pecuniária = OBRIGAÇÃO

Compulsória = obrigatório

Não constitua sanção ilícita

Instituída em lei
Atividade administrativa vinculada Tributo é toda prestação pecuniária,
compulsória e instituída em lei, mediante ato plenamente vinculado.

Prestação pecuniária

Os tributos são pagos em dinheiro ou em cujo valor em dinheiro se


possa exprimir. Desse modo, não é possível pagar tributos in natura ou em in
labore, por exemplo. Além disso, também não é possível pagar tributos por
meio de bens eles são utilizados apenas como garantia da dívida. O artigo 156,
XI, do CTN traz a dação em pagamento de bem imóvel como causa de
extinção do crédito. Contudo, analisando a fundo, é necessário não apenas
entregar o bem imóvel, é preciso que ele vá a leilão e seja arrematado,
convertendo-se em dinheiro.

Compulsória

É uma prestação compulsória, ou seja, tem caráter obrigatório. Em se


tratando do contribuinte, é necessário pagar ou, do contrário, será inscrito em
dívida ativa. Já pela ótica do fisco, também é uma prestação compulsória, que
diz respeito, por exemplo, ao lançamento, tendo em vista que é uma atividade
plenamente vinculada, como consta no art. 142 do CTN, dispondo que
lançamento é uma atividade plenamente vinculada e, caso não seja realizado,
enseja responsabilidade pessoal e funcional do funcionário.

Lei

Ademais, é instituído em lei, pois, como regra, os tributos são criados


por meio de lei ordinária e, para extinguir, reduzir, majorar ou mudar a base de
cálculo, também. Em contrapartida, atualizar é feito por meio de decreto. Como
regra, os institutos em direito tributário dependem de uma lei em sentido formal,
como regra de uma lei ordinária, mas toda regra possui exceções: desse modo,
são quatro as matérias de lei complementar no direito tributário: Norma Geral,
empréstimo compulsório, IGF e a competência tributária residual. Se não for
por estas quatro matérias, como regra, os institutos de direito tributário são
legislados por meio de lei ordinária.
Das cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de
melhorias, contribuições sociais e empréstimo compulsório, quatro possuem
fato gerador vinculado à despesa que lhe deu causa, salvo os impostos. Os
impostos do CTN possuem fato gerador desvinculados de qualquer atividade
estatal específica. Como consta no artigo 167, IV, da Constituição, dispondo
sobre o princípio da não afetação/vinculação das receitas tributárias, pois os
impostos servem para financiar serviços gerais, universais e independentes de
qualquer atividade estatal específica. É possível criar um adicional de imposto
de renda para tributar as empresas poluidoras? Não, pois não é possível criar
tributo com característica sancionatória. Apenas as multas, em Direito
Tributário, possuem caráter de sanção.

O princípio da Pecunia non o let (art. 43, §1º, CTN) significa dizer que
o direito tributário ignora a origem da renda. Se a evolução patrimonial não
condiz com o valor da Receita Federal, será autuado, notificado e lançado
ofício. Desse modo, com base no princípio da Pecunia Non Olet, independente
da origem do dinheiro, é necessário pagar Imposto de Renda.

Há contratos que são considerados inválidos, pois é nulo de pleno


direito ao ser celebrado com uma pessoa absolutamente incapaz. Todavia,
conforme artigo 118, I, do CTN, o Direito Tributário abstrai e desconsidera a
validade jurídica dos atos, desse modo, se o contrato for válido é necessário
pagar, ou se for nulo de pleno de direito também deve-se pagar, pois a única
coisa que importa ao direito tributário é a ocorrência do fato gerador. Conforme
artigo 126 do CTN, I: Maria Cecília possui 10 anos de idade e já possui uma
casa em seu nome, desse modo, quem é o contribuinte dessa casa? Maria
Cecília, tendo em vista que o direito tributário ignora a capacidade civil, desse
modo, não é necessário possuir 18 anos para contribuir no direito tributário,
basta a ocorrência do fato gerador.

Exemplo: Joana, servidora pública, foi passear de férias e viajar de


carro com sua família. Na estrada, Joana sofreu um acidente e teve um
traumatismo craniano gravíssimo. Joana, em coma e em estado vegetativo,
continua sendo contribuinte de Imposto de Renda? Sim, pois ela pode ter
aposentadoria, aluguéis e aplicações financeiras. Desse modo, alguém deve se
responsabilizar tributariamente, mas Joana é a contribuinte, possuindo relação
Direta com o fato gerador, nesse caso, ao auferir renda, e o direito tributário
ignora a sua capacidade civil. Conforme artigo 126 do CTN, II: O direito
tributário ignora a regularidade por sua profissão. Hoje, no Brasil, para ser
Advogado e Contador, além do bacharelado em Direito e Contabilidade, é
necessário ser aprovado na OAB ou no exame de suficiência. Se o contador
exercer a profissão antes do exame de suficiência isso configura exercício
irregular da profissão e é crime. Todavia, ainda assim é necessário pagar o
imposto de renda, pois o direito tributário ignora a regularidade por sua
profissão. Conforme artigo 126 do CTN, III: O direito tributário ignora a
regularidade da pessoa jurídica.

Na venda de roupas em camelô sem regularização, por exemplo, com


a fiscalização, o vendedor será autuado por não recolhimento de ICMS, por
não portar a nota fiscal e por sonegação de imposto de renda. Desse modo,
inscrever em dívida ativa o CPF, pois o direito tributário ignora a regularidade
da pessoa jurídica. A única coisa que define a natureza jurídica de um tributo é
o fato gerador, conforme consta no artigo 4º do CTN.
Ao todo são cinco tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.

O que é um imposto?
Segundo o Art. 16 do Código Tributário Nacional, Imposto é o tributo cuja
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Imposto está ligado a
riqueza.

Isso quer dizer que, para ser um imposto, o tributo não pode estar atrelado a
nenhuma atividade específica, tendo como finalidade apenas a arrecadação
para uso conforme estabelecido pelos orçamentos de saúde, educação,
segurança e demais áreas do Governo.

Ele deve ser pago tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas,
dependendo de qual for o imposto. Algo que também varia é a competência,
que pode ser Federal, Estadual ou Municipal. Conheça quais são os principais:

 Federal: IRPF (Imposto sobre a renda das pessoas físicas), IRPJ


(Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas), IOF (Imposto sobre
Operações de Crédito, Câmbio e Seguros.
 Estadual: ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), IPVA (Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores.
 Municipal: ISS (Imposto sobre Serviços), IPTU (Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana)

O que é uma Taxa?


Ao contrário dos impostos, esse tipo de tributo é, necessariamente, vinculado a
uma contraprestação do Estado. De acordo com o Art. 77 do CTN, as taxas
“têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.”
Podendo ser criadas pelas três esferas governamentais, as taxas, no entanto,
não podem ter a base de cálculo ou o fato gerador iguais a de um imposto.

Como exemplo de taxas, podemos citar a Taxa de Emissão de Documentos, a


Taxa de Coleta de Lixo e a Taxa de Licenciamento Anual de Veículo.

O que são contribuições de melhoria?


Esse tributo é cobrado apenas em uma situação muito específica, que precisa
atender a dois critérios: (1) a ocorrência de uma obra pública e (2) a
valorização dos imóveis de uma região.

Quando essas duas condições são atendidas, as entidades que administram os


tributos podem realizar a cobrança de um valor para o custeio da obra pública
em questão. Para isso, no entanto, também é necessário se atentar a dois
pontos: (1) o valor da cobrança não pode ser maior do que a valorização do
imóvel e (2) o valor total arrecadado não pode ser maior que o custo total da
obra.

É importante dizer que esse é um tributo que está em desuso, mesmo que
ainda seja autorizada a sua utilização. Isso porque há receio por parte do
Poder Público de que seja criado um receio na população quanto às obras
públicas.

O que é um empréstimo compulsório?


O empréstimo compulsório é o único tipo de tributo que possui garantia de
restituição. Sua cobrança somente pode ser instituída pelo Governo Federal
por meio de Lei Complementar — o que necessita da maioria absoluta dos
membros da Câmara dos Deputados e do Senado.

Trata-se de, como o próprio nome indica, um empréstimo forçado, em que o


Governo Federal toma emprestado valores da população com a garantia de
devolução posterior. Sua aplicação é autorizada somente em três casos, sendo
eles:

 Calamidade Pública: quando o país inteiro enfrentar momento de


calamidade pública causada por situação atípica. Como o tributo em
questão possui abrangência nacional, é necessário que a calamidade
pública seja também nacional — motivo pelo qual situações drásticas,
como as fortes chuvas que afetam apenas algumas partes do país, não
tiveram a aplicação do empréstimo compulsório.
 Guerra externa: situações em que o Brasil esteja efetivamente sendo
atacado em conflito armado internacional. Nesse caso, a União pode
tomar emprestado valores para poder proteger a paz nacional.
 Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional: nesse caso, aplica-se o empréstimo compulsório nos casos
em que há uma aplicação de grande importância para o país e a União
precisa dos recursos em um menor espaço de tempo.
O que é uma contribuição especial?
Este é mais um dos tipos de tributos que, por regra, só pode ser instituído pelo
Governo Federal. Como característica principal, ele exige que haja uma
contrapartida do Estado — ou seja, o valor arrecadado já possui uma
destinação específica.

Existem diversos tipos de contribuições, como a Contribuição Social. É nessa


categoria que encontram-se tributos como o PIS e a Cofins, que incidem
diretamente sobre o faturamento das empresas; a CSLL, que incide sobre o
lucro; e a Contribuição Previdenciária, que incide sobre a folha de pagamento.
As contribuições sociais são voltadas para os aspectos sociais, como a
Educação, Saúde e Previdência Social.

Há também as Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico, também


conhecidas como CIDE, que funcionam como uma intervenção do Poder
Público em determinados setores da economia.

A recuperação de tributos
Apesar de o empréstimo compulsório ser o único tipo de tributo que possui
garantia de restituição, há também a possibilidade de outros tributos serem
recuperados pelo contribuinte — a exemplo do PIS e da Cofins.

A recuperação de créditos tributários é, basicamente, uma forma que os


contribuintes possuem de reaver aquilo que pagaram a mais em tributos. Para
isso, é necessário fazer uma análise detalhada sobre toda a escrituração fiscal
da empresa nos últimos 5 anos.

PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/processo-tributario/
629162583
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/direito-processual-
tributario/856699046

1. Competência tributária
2. Processo legislativo
3. REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
a. Critérios
i. Material
ii. Temporal
iii. Quantitativo
iv. Espacial
v. Quantitativo
vi. Subjetivos
4. OT = FG + HI
5. C.T = L + OT
Hipótese de Incidência + Fato Gerador = Obrigação Tributária + Lançamento = Crédito
Tributário.
6. Certidão de dívida ativa -> protesto -> executar

PEÇAS
1. Ação declaratória de inexigibilidade de obrigação tributária
2. Inexistência de relação jurídico tributário
3. Mandado de segurança
4. Embargos à execução (a diferença entre os dois é a dilação probatória,
esse precisa produzir prova)
5. Exceção de executividade (a diferença entre os dois é a dilação
probatória, esse não)

Antes do lançamento: Ação declaratória e mandado de segurança preventivo

Depois do lançamento: ação anulatória e mandado de segurança repressivo

Se já houve execução: embargos à execução e exceção de pré-executividade

https://vademecumbrasil.com.br/lista-de-modelos-pecas-peticoes/direito-tributario

tá ai a matéria

CPC Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a


profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos


alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação
ou de mediação.

§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o


autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.

§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de


informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto


no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos


indispensáveis à propositura da ação.

AÇÃO DECLARATÓRIA
Fundamentos: art. 19, I. art. 319. Art 300 c/c 351 do CTN. Suspensão de exigibilidade,
51 e 52 cpc

Inicialmente é preciso apresentar a nomenclatura neste ramo prático e específico do


Direito: Ação declaratória de (in) existência de relação jurídico-tributária; abreviaremos
com intuito meramente literário, portanto, ‘ADERJT’ ou ‘ADIRJT’, respectivamente,
uma positiva e a outra negativa, divide-se com intuito de seguir os ensinamentos
doutrinários, por dividirem-nas em positiva e negativa, apesar de serem praticamente o
mesmo ‘método processual’. O intuito da ADERJT é a busca da certeza jurídica acerca
da existência de relação jurídico-tributária, ou mesmo autenticidade ou falsidade de
documentos (relacionados factualmente à relação jurídico-tributária), já a ADIRJT tem
intuito oposto de comprovação da inexistência de relação jurídico-tributária, bem como
também de autenticidade ou falsidade documental. Ambas culminam em decisão
judicial com cunho meramente declaratório (não o condenatório).

Está disciplinada nos artigos 19, e 20 do Código de Processo Civil, tendo em vista que,
apesar de se utilizar no ambiente prático tributário, é uma ação de uso geral no Direito.
Citam-se:

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;

II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito.

A lei processual civil informa que, além dos objetivos supramencionados, também
pode-se objetivar a certeza sobre a forma que se opera uma determinada relação
jurídico-tributária, na ADERJT. E nas modalidades negativa e positiva são possíveis
ainda que tenha havido violação de direito.

Numa relação jurídico-tributária em âmbito processual, as partes na ação, são


normalmente as mesmas da relação tributária de fato (contribuinte e Ente cobrador),
com raras ressalvas, como por exemplo, casos em que se pretende justamente a
ilegitimidade, ilegalidade, inconstitucionalidade, dentre outros motivos, de determinada
participação ou não de parte numa relação jurídico-tributária. Aproveitando-se do
assunto relacionado às partes processuais, e levando-se em consideração o artigo 20
supramencionado, ainda que essa Ação seja possível após lesão de direito
(excepcionalmente), busca-se a defesa prévia, como por exemplo, casos voltados às
partes da relação jurídico-tributária (ilegalidade, inconstitucionalidade, …).

a defesa prévia tem essa nomenclatura justamente porque deve ser manejada por meio
dessa ação, antes do lançamento tributário ou auto de infração, isso porque na lógica
processual, se não ocorreu a constituição do crédito tributário, ainda há como se
declarar a existência ou inexistência da relação, e não a desconstituição do crédito.
Portanto, resume-se na recomendação da utilização deste método jurídico-processual na
fase tributária anterior ao lançamento ou auto de infração.

Lembra-se que, antes do Lançamento, ocorre a hipótese de incidência (HI), o fato


gerador previsto em lei (FG), a obrigação tributária, seja acessória como a principal
(OT), e, por fim, o lançamento, demarcando-se a cobrança administrativa (atividade
administrativa plenamente vinculada), onde se identifica toda essa cadeia cronológica e
fática da relação tributária, e, após o lançamento e a não efetivação das obrigações do
contribuinte, inaugura-se a fase judicial onde o Ente inscreve em dívida ativa (DA),
exação da certidão de dívida ativa (CDA) e execução fiscal.

Em se tratando de interesses dos contribuintes, leia-se, dos advogados tributaristas, se


limita, praticamente, ao uso da Ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária, isso porque, como se viu, a pretensão majoritária é de afastar o dever
decorrente da obrigação principal (pagamento), de modo prematuro à própria
constituição do crédito. Na lógica processual, pressupõe-se que o contribuinte
majoritariamente é a parte ativa (o postulante, ou demandante) e o polo passivo o Ente
cobrador (administração direta). Mas há em casos minoritários a possibilidade de os
contribuintes, ou até mesmo o Ente cobrador, desejarem interesses que estão
subordinados a existência prévia de relação jurídico tributária, como imunidade,
isenção, compensação, moratória, etc.
Em termos processuais propriamente, a referida ação, como se falou anteriormente, tem
base na lei processual civil (art. 19 e 20 do CPC), assim, deve ser estruturada em
conformidade com os artigos 319 e 320 do CPC:

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o


número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de


mediação.

§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.

§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente
oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à


propositura da ação.

Basicamente, trata-se da estruturação geral, o qual deve-se verificar o juízo ao qual é


dirigida, ou seja, o endereçamento. Após isso, qualificar-se-á as partes, inicialmente o
cliente (requerente), para que depois, se escreva o título da medida judicial optada, que
no caso, será facilmente identificado nos fundamentos, pois está quase sempre escrito
nos artigos do fundamento (no índice remissivo). Após o título, retorna-se com as
qualificações, agora da parte requerida (arts. 319, II, cominado ao 75 do CPC). Após,
parte-se para um tópico especial que é contido nas ideias do fundamento, porém está
separado na peça por motivos de fungibilidade, onde essencialmente os profissionais
preferem apartar este tópico de extrema importância, o qual se verifica: os motivos que
se está utilizando a medida judicial optada. Após verificado as condições anteriores,
descreve-se as situações fáticas que são normalmente contidas no enunciado e
posteriormente abre-se novo tópico, dos fundamentos propriamente ou pode-se dizer, do
direito (ambos previstos no art. 319, III do CPC).
Importante que, caso haja necessidade de tutelas provisórias ou suspensão da
exigibilidade do crédito tributário (excepcionalmente admitido após o lançamento,
conforme orienta o artigo 20 do CPC), deve-se fundamentar com os artigos 300 ao 311
do CPC, e artigo 151, V do CTN para os casos de suspensão do crédito:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I – moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação


judicial;

VI – o parcelamento.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
consequentes.

Obviamente que a natureza de extrema necessidade, urgência e relevância do que se


leciona nas tutelas de urgência, evidência e suspensão do crédito, recomenda-se da
criação de tópico separado e no início, dentro do tópico das fundamentações de direito.

Ainda é importante lembrar que, apesar de essa ação ter momento oportuno para seu uso
antes do lançamento ou auto de infração, leia-se, antes do crédito tributário, é necessário
se atentar à plausibilidade da demanda pretendida, em termos jurídicos, tendo em vista
que a plausibilidade da fundamentação enseja ou não no efetivo interesse de agir
(utilidade ou necessidade), podendo inclusive, ser considerada inepta, conforme leciona
o artigo 330, I e § 1 do CPC:

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ilegítima;

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;


II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo,
de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia,
discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende
controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e


modo contratados.

Na hipótese de faltar interesse processual ao autor, ou interesse de agir, prevista no art.


330, inciso III, a parte não demonstrou uma situação jurídica violada ou sob ameaça de
violação, ou seja, a realidade objetiva do autor não comprova seu interesse na demanda,
o que pode ocasionar no indeferimento da inicial.

E por fim, há um detalhe com relação ao término da Ação Declaratória, onde a sentença
produz efeitos meramente declaratórios como se mencionou e, somente inter partes
(não produz eficácia erga omnis), porém, esses efeitos se perpetuam no tempo enquanto
não ocorrer modificações no comando normativo que fundamentaram a decisão, salvo
pontuais exceções, como a presente na súmula 239 do STF: “decisão que declara
indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em
relação aos posteriores”.

Com relação ao preparo da peça propriamente, deve seguir uma ordem de tópicos e uma
ordem meramente para facilitar a síntese correta de cada tópico. Inaugura-se a peça pelo
endereçamento, que, por sua vez, informa o juízo competente. O endereçamento, apesar
de ser simples e tomar apenas duas linhas, via de regra, envolve assuntos extremamente
complexos, desde a competência e suas espécies, até o conhecimento do tributo, e das
partes envolvidas.

Para facilitar a identificação das partes processuais e a competência, o tributo deve ser
identificado e para isso existem dicas. Com relação às espécies tributárias, a
constituição adotou no sistema tributário brasileiro a teoria pentapartida, instituindo os
impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais, empréstimos
compulsórios e os empréstimos compulsórios. Tais espécies de tributos têm como
competentes para sua instituição os Entes – União, Estados, Municípios e DF,
competentes por meio de força constitucional (outorga). Segue uma tabela para
memorização com as cinco espécies tributárias e os seus respectivos Entes competentes:
A partir da identificação do tributo e seu Ente competente, pode-se observar a regra ao
endereçamento, que é necessário a análise do artigo 109 da CRFB, o qual pode-se
averiguar interesse ou não da União, de Autarquia Federal ou Empresa Federal. Se há
interesse deve-se optar pela Justiça Federal como competente e iniciar com
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da … Vara Federal da Seção Judiciária
de...”, mas se não há, a Justiça Comum é competente e utiliza-se “Excelentíssimo
Senhor Doutor Juiz de Direito da… Vara…Cível da Comarca de...” ou “da Fazenda
Pública” ou “Única”. Apesar de o rol do artigo 109 da Constituição envolver onze
situações em que compete aos juízes federais processar e julgar, no Direito Tributário
foca-se no inciso I: “as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho”, mas é importante também lembrar do inciso VIII:
“os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais”, pelo fato de o Mandado de
Segurança ser extremamente utilizado, o que não é o caso em questão aqui.

Com a leitura do artigo 109 da Constituição, percebe-se que, identificado o tributo, mas,
ainda que não seja de competência da União, se houver interesse da União, qual seja, o
interesse de pessoas expressas no rol do inciso I do referido artigo, a Justiça Federal é
competente, observado as ressalvas no mesmo inciso onde é competente a Justiça
Eleitoral ou do Trabalho.

Superados os critérios de competência material, a competência territorial deve ser


identificada e na relação tributária, o foro competente é o de domicílio do autor, tendo
em vista que o contribuinte (ou responsável tributário) é normalmente o demandante,
tendo em vista que, como já foi mencionado, a Ação declaratória objetiva a inexistência
de relação jurídico-tributária e esse interesse parte do sujeito passivo dessa relação
material tributária (pessoa a ser cobrada pelo Ente). Leia-se os artigos relacionados ao
foro na lei processual civil, mais precisamente nos parágrafos únicos:
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a
União.

Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de
situação da coisa ou no Distrito Federal.

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor
Estado ou o Distrito Federal.

Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou
a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

Observa-se nos caput dos referidos artigos a regra quando for os Entes tributários
competentes, o que é menos comum quando se trata de Ações declaratórias. Também é
necessário verificar critérios de competência funcional, ou seja, a competência dos
juizados, mantendo a lógica supramencionado de interesse ou não da União, Autarquia
ou Empresa Federal, e, se não houver interesse, e o valor da causa não for superior à 40
salários-mínimos utiliza-se “da xx Vara dos Juizados Especiais da Fazenda Pública”;
mas caso haja interesse, deve-se atentar ao teto do valor da causa de 60 salários-
mínimos e além disso a presença das seguintes partes autoras (demandantes): pessoa
física ou micro e pequenas empresas, assim o endereçamento deve seguir com “da xx
Vara dos Juizados Especiais Federais”.

Apesar de existir discussões sobre a espécie das competências dos juizados especiais (se
absoluta ou relativa), a Lei 10.259/2001 que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais no âmbito da Justiça Federal, informa que é de natureza absoluta a
competência dos Juizados Federais. Leia-se:

Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar


causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos,
bem como executar as suas sentenças.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:

I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de
mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares,
execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou
interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de


natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores


públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de
competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o
valor referido no art. 3o, caput.

§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é


absoluta.

Então, compete aos Juizados Especiais Federais Cíveis quando houver interesse da
União previsto no artigo 109, I da Constituição, ressalvado casos onde o objeto da ação
for bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais, e, obedecidos os
limites do valor da causa em até sessenta salários-mínimos (se as obrigações não
estiverem vencidas, deve-se somar até doze dessas parcelas e se atentar ao teto do valor
da causa).

Leciona no mesmo sentido o artigo 2º, § 4 da Lei 12.153/2009 - que dispõe sobre os
Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, de que os Juizados Especiais da Fazenda Pública possuem
competência absoluta, porém, quando houver interesse desses Entes mencionados, ao
invés da União, obedecidos o mesmo valor de teto, e quando a demanda for de
execuções fiscais ou versar sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios
e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas.

Verificados o endereçamento, que, por consequência, identifica-se o tributo, o território,


as partes, e se os juizados especiais são competentes, parte-se para qualificação das
partes e nomenclatura da ação, o qual já sabe-se aqui que é ‘Ação Declaratória de
Inexistência de relação jurídico-tributária’, e tomando-se cuidado com a necessidade ou
não de Tutela de Urgência, Evidência ou suspensão da exigibilidade (quando em
situações excepcionais após o lançamento ou auto de infração).

A recomendação da suspensão da exigibilidade do crédito é extremamente recomendada


ao advogado demandante, apesar de na maioria das vezes as situações evidenciadas nas
ações declaratórias ocorrerem antes da constituição do crédito tributário o artigo 300 ou
311 do CPC permite, verificados a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco
útil do processo, cominado ao artigo 151, V do Código Tributário Nacional, evitar
que o demandante seja cobrado durante o deslinde do litígio em juízo, tendo em vista
que a mera discussão judicial não é critério para suspensão da exigibilidade ou
constituição definitiva do crédito, ao contrário da concessão de tutela de urgência ou
evidência. E ainda é necessário frisar sobre prejuízos que a constituição do crédito
tributário podem acarretar ao contribuinte, como leciona a Súmula de nº 446 do STJ
que a “inscrição em dívida ativa não é requisito para recusa à emissão de certidão
negativa de débito, bastando, para tanto, a constituição definitiva do crédito”. Bem
como a Súmula Vinculante de nº 24: “Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento
definitivo do tributo”, Lei essa que leciona sobre crimes contra a ordem tributária.
Assim o título da demanda judicial seria ‘Ação Declaratória de Inexistência de relação
jurídico-tributária com pedido de Tutela Provisória (urgência ou evidência)’.

Também pode-se optar como forma de suspensão do crédito tributário, de forma mais
onerosa ao contribuinte, o parcelamento, o depósito do montante integral, conforme
leciona o artigo 151 do Código Tributário Nacional.
Por fim, terminada a qualificação das partes com o título da ação, abre-se os tópicos dos
fatos, que é a exposição da relação fático tributária em questão, que levou o demandante
ao litígio, e posteriormente o tópico do direito, onde se fundamenta normativamente os
fundamentos da pretensão desejada na ação, se atentando à boa praxe processual de
expor inicialmente o cabimento em termos normativos para a obtenção do pedido
mediato da demanda (via de regra a inexistência da relação jurídico-tributária). Após o
cabimento, abre-se subtópicos dentro do tópico do direito, e inicialmente com o
subtópico ‘da tutela provisória (urgência ou evidência), porque a boa praxe processual,
bem como a lógica, pressupõe que neste tópico se pretende expor e fundamentar
medidas de natureza extremamente urgentes e delicadas envolvendo o direito do
demandante, e claro, com a fundamentação sempre conectada semanticamente com os
pedidos emergenciais pretendidos no caso em questão (via de regra a suspensão da
constituição do crédito tributário).

Por fim, derradeiramente expõe-se os pedidos no tópico ‘dos pedidos’, sempre citando
as normas fundamentadoras de cada pedido. Encerra-se com o valor da causa, local,
data, e identificação do advogado.

MODELO DE AÇÃO DE RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA COM PEDIDO


DE TUTELA PROVISÓRIA (URGÊNCIA OU EVIDÊNCIA)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da xxx Vara xxx da Fazenda Pública da
Comarca de xxx

Nome do demandante, estado civil, profissão, portador do RG de nº xxx, inscrito no


CPF ou CNPJ [7] de nº xxx, residente e domiciliado em rua xxx, bairro xxx, cidade xxx,
estado xxx, com endereço eletrônico xxx, por meio de seu advogado abaixo assinado,
procuração em anexo, com endereço profissional para receber todas as informações
processuais em xxx, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos 19º, I, 300º e 319º da Lei 13.105/2015 ( CPC), cumulados com o artigo 151,
inciso V da Lei 5.172/1966 ( CTN), propor a presente Ação Declaratória de Inexistência
de Relação Jurídico-tributária com pedido de Tutela Provisória (Urgência ou Evidência)
em face da (União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios), pessoa jurídica de
direito público interno, e sua respectiva Fazenda Pública, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:

1. Dos Fatos
2. Do Direito

Nas fundamentações do direito pretendido, deve-se observar sempre que possível a


hierarquia das normas, tanto por questões da boa praxe processual como em relação a
lógica processualista e da ciência do Direito. Em se tratando do sistema tributário, a
Constituição é a norma de maior peso hierárquico normativo, portanto, devendo-se
optar preferencialmente pela utilização de critérios constitucionais, sejam normativos,
principiológicos, ou súmulas (vinculantes de preferência), jurisprudências do Supremo,
onde se demonstre além da (in) constitucionalidade, a consonância e lógica com a
demanda pretendida pelo autor.

Em se tratando de matérias infraconstitucionais, a União tem a competência para a


estabelecer norma geral de direito tributário que são o ordenamento geral, que limitam
ou guiam as normas específicas em matéria tributária para os demais Entes, através de
Lei Complementar, conforme leciona o artigo 24, § 1 da CRFB, mas, face a inexistência
ou clarão da norma geral, não impede os Entes de legislarem obedecendo preceitos
normativos hierarquicamente superiores, conforme lecional artigo 24, § 3 da CRFB. A
norma geral no sistema tributário nacional é justamente o Código Tributário Nacional,
que deve ser, via de regra, utilizado nas fundamentais infraconstitucionais, bem como
legislações específicas complementares ao CTN e relacionadas ao caso do demandante,
onde normalmente são da espécie normativa ‘Lei Complementar’, conforme se verifica
as hipóteses no artigo 146 da Constituição e em caráter de exclusão, pode-se ter Lei
Ordinária. Cita-se:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente


sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos


discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades


cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as


empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13,
e da contribuição a que se refere o art. 239.

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:

I - será opcional para o contribuinte;

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de


recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer
retenção ou condicionamento;

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos


entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
Por fim, obedecendo a hierarquia das normas no sistema tributário, permite ao
demandante que utilize fundamentos mais específicos e infralegais. A separação da
fundamentação em parágrafos deve obedecer à utilização ou citação da norma e
posterior descrição correlacionando-a ao caso do demandante, criando a conexão e
semântica entre o fundamento normativo com as matérias de fato e o conteúdo
probatório, tudo com fito no convencimento do magistrado.

1. Da Tutela Provisória (Urgência ou Evidência)


2. Dos Pedidos

Ante o exposto, requer:

1. que seja concedida a tutela provisória de urgência (ou evidência) pleiteada para fins de
suspender a exigibilidade do crédito tributário em caso de eventual lançamento no
curso da ação, nos termos do art. 300 ou 311 (se tutela de evidência) do CPC e artigo
151, V do CTN;
2. a citação da requerida (União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios), para,
querendo, responder aos termos da presente ação;
3. seja julgada procedente a presente ação para fins de se declarar a inexistência de
relação jurídico-tributária xxx discorrer brevemente sobre a (s) tese (s) principais
fundamentadoras da (des) construção da relação tributária;
4. condenação da requerida nas custas e honorários advocatícios [8], segundo o artigo
85, § 3 do CPC;
5. a não realização de audiência de conciliação ou mediação, conforme opção do artigo
319, VII do CPC;

Por fim, pretende o autor realizar todos os meios de prova em direito admitidas, em
especial as provas documentais, nos moldes do artigo 319, VI do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ xxx (em extenso).

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data.

Advogado xx, OAB xx

Segue o guia das abreviações dos respectivos tributos no quadro de Entes e tributos:

1. IEG: Imposto Extraordinário de Guerra ↑


2. CIDE: Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico ↑
3. CSS: Contribuições de Seguridade Social ↑
4. CCPE: Contribuições das Categorias Profissionais ou Econômicas ↑
5. CPS: Contribuições Previdenciárias dos Servidores ↑
6. CIP: Contribuições de Iluminação Pública ↑
7. Nos Juizados Especiais somente pessoas físicas e as microempresas e empresas
de pequeno porte. ↑
8. Nos Juizados Especiais a condenação nas custas e honorários somente em grau
recursal ou em casos de litigância de má-fé ↑
Eletrônica LTDA, empresa estabelecida em São Sebastião do Paraíso, presta serviço em
aparelhos eletrônicos. O município por sua vez publicou um decreto determinando a
cobrança de ISS sobre os serviços de manutenção de aparelhos eletrônicos, bem como
sobre mercadorias utilizadas no serviço de manutenção, a lei complementar 116 de
2003, por sua vez estabelece que sobre as mercadorias utilizadas na prestação do
serviço devera incidir apenas o ICMS de competência do estado de minas gerais.
Pergunta-se, qual a medida cabível para afastar o lançamento e a cobrança do tributo?
Qual o juízo competente? Qual o fundamento legal?

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