Você está na página 1de 16

CONCEITO DE TRIBUTO, ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS E IMPOSTOS.

O art. 145, da CF autoriza a União, os Estados, o DF e os Municípios a instituir os


tributos que discrimina nos dispositivos seguintes.
O art. 146, III reserva à lei complementar o papel de estabelecer normas gerais
sobre a definição de tributos. Assim, o papel de definir o tributo não é da CF,
mas do CTN (Lei nº 5.172/66), que foi recepcionada pela CF/88 com força de lei
complementar.
De acordo com o art. 3º, do CTN, “tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.

- “Pecuniária” – há necessidade que o objeto da obrigação tributária seja o


comportamento do sujeito passivo consistente em entregar dinheiro ao sujeito
ativo.
- “Compulsória” - a compulsoriedade é elemento essencial do tributo,
consubstanciada em uma obrigação de dar dinheiro ao Erário. O tributo possui
índole coativa e independe da vontade do devedor. Nisso se difere do preço, ou
tarifa, que tem caráter facultativo. V. Súmula n. 545, do STF: “Preços de serviços
públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
orçamentária, em relação à lei que as instituiu”.
- “Que não constitua sanção de ato ilícito” - atos ilícitos não geram obrigações
tributárias, mas outras consequências punitivas que não configuram tributo
(quanto às multas, v. art. 113, do CTN – convertem-se em obrigação principal,
para efeito de cobrança). Quando eu digo que o cigarro paga 300% de IPI,
significa que o legislador está desestimulando o consumo de cigarro. É proibido
fumar cigarro? Não. E fumar maconha? Sim. Então qual é a diferença? Pode
haver um IPI de 500% para fumar maconha? Atualmente não, porque isso não
seria um tributo, e sim uma multa (sanção de ato ilícito).
- “Instituída em lei” - em princípio o tributo é instituído por lei ordinária, a não
ser que a Constituição exija a lei complementar. E em que casos a Constituição
exige lei complementar? No Empréstimo Compulsório (CR, art. 148), no
Imposto sobre Grandes Fortunas (CR, art. 156, VII) e Tributos residuais: os
impostos do art. 154, inc. I e as contribuições da seguridade social no art. 195,
§4°, da CR. Fora esses casos, não há necessidade de lei complementar.
E a medida provisória, pode criar tributo? Sim, desde que não seja reservado à
lei complementar.
- “Cobrado mediante atividade plenamente vinculada” – vale dizer que a
autoridade administrativa deve se ater ao princípio da legalidade e cobrar os
tributos de acordo com a lei e seguindo as formalidades nela previstas (exs.:
instauração de PAF, constituição por AI, NFLD etc). Então tributo deve ser
cobrado e administrado por pessoa jurídica de direito público, sendo delegável
apenas a arrecadação.
Três são as espécies tributárias abordadas no art. 145, da CF, cuja competência
para instituição é da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: impostos,
taxas e contribuições de melhoria (classificação TRIPARTITE de tributos).
Embora o art. 145 enumere apenas três espécies de tributos – impostos, taxas
e contribuições de melhoria -, o STF firmou o entendimento de que, a par
dessas espécies, integram o Sistema Tributário Nacional as demais
contribuições e os empréstimos compulsórios. Assim, de acordo com o STF, 5
são as espécies tributárias existentes em nosso ordenamento (classificação
pentapartida):

(a) Impostos;
Tributos cobrados independentemente de qualquer atuação estatal
específica (art. 16, do CTN); o fato imponível (gerador) não se refere a um
comportamento das pessoas jurídicas de Direito Público, mas se prende a
fato ou situação inerente ao particular, indicativos de sua capacidade
contributiva (art. 145, § 1º, da CF). Exs.: IR, IPI, ICMS, IPTU, IPVA etc. Os
impostos podem ser diretos (aqueles suportados por quem realiza o fato
gerador do tributo – ex.: IR), ou indiretos (impostos que repercutem; quem
efetivamente paga não é o contribuinte de direito, mas terceira pessoa, que
não realizou o fato gerador – ex.: ICMS, que é embutido no preço das
mercadorias e serviços).
(b) Taxas;
Taxas constituem tributos decorrentes da prestação de serviços públicos e
divisíveis aos contribuintes, ou postos à sua disposição; ou, ainda, relativos
ao exercício do poder de polícia (art. 145, II, da CF). Exs.: taxa de coleta de
lixo, taxa judiciária etc. As taxas se referem a serviços essenciais e por isso
são consideradas compulsórias (diferentemente dos preços públicos, em
que o serviço é industrial ou comercial, podendo o cidadão dele prescindir;
os preços remuneram os serviços prestados sob o regime jurídico de Direito
Privado – concessões/permissões).
(c) Contribuições de Melhoria (art. 145, III, da CF; art. 81, do CTN);
A contribuição de melhoria tem como fato gerador a valorização do imóvel
do contribuinte em razão de uma obra pública. Cada contribuinte não pode
ser obrigado a pagar quantia superior à valorização de seu imóvel.
(d) Contribuições especiais do art. 149 e 149-A, da CF;
- Contribuições sociais (Exs.: COFINS e CSLL, que se destinam à manutenção
da Seguridade Social);
- Contribuições de intervenção no domínio econômico – CIDE; e
- Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas;
- Contribuições para o custeio da iluminação pública – COSIP (pode ser
instituída pelos Municípios e DF, facultada sua cobrança na fatura de
consumo da energia elétrica) – paga no município do RJ.
e
(e) Empréstimos Compulsórios (art. 148, I, CF).
A União poderá, mediante lei complementar, instituir empréstimos
compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional.

IMPOSTOS.

O imposto é o tributo por excelência. É a maior fonte de arrecadação dos


Estados. Alguns países chegam a chamar o Direito Tributário de direito dos impostos,
sendo as outras figuras estudadas no direito financeiro.

O imposto se caracteriza pelo fato gerador desvinculado de uma atuação estatal


específica em relação à pessoa do contribuinte:

Art. 16 do CTN – Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte.

Se o fato gerador do imposto não se relaciona com nenhuma atividade estatal,


vai mensurar o quê? Vai mensurar a riqueza do contribuinte, a capacidade contributiva.
O fato gerador do imposto é um signo presuntivo de riqueza (a capacidade
contributiva é um pressuposto do imposto). Não que os outro não sejam, mas no caso
do imposto é só isso, não há atividade estatal. Já nos tributos vinculados, além da
capacidade contributiva há a atividade estatal sendo mensurada.

Impostos diretos e indiretos.

Essa classificação diz respeito à repercussão econômica, ou seja, quem suporta


o encargo econômico da tributação. O imposto direto é aquele cuja repercussão
econômica é suportada pelo contribuinte, que pratica o fato gerador. Imposto indireto,
ao contrário, é aquele em que o contribuinte consegue transferir o encargo econômico
para outra pessoa, geralmente o consumidor, pessoa que não é contribuinte, que não
pratica o fato gerador, que é o contribuinte de fato. Essa expressão “contribuinte de
fato” deve ser sempre usada com reservas, pois contribuinte é quem pratica o fato
gerador. Contribuinte de fato não é contribuinte, mas suporta os efeitos econômicos da
tributação.

Impostos fiscais e extrafiscais.

Imposto fiscal é aquele cuja função primordial é a arrecadação de recursos para o


Estado. Extrafiscal é o tributo cuja função precípua não é a arrecadação, mas o
estímulo ou desestímulo a determinadas atividades pelo contribuinte. Ex: Impostos
aduaneiros. Você sabe que quando o Governo coloca a alíquota de um produto
importado lá no alto o objetivo é arrecadar? Não. O objetivo é de que o contribuinte
não importe aquele bem. Quando se coloca a alíquota do IPI sobre o cigarro a 300% se
objetiva arrecadar mais? Não, visa-se a desestimular o consumo de cigarro.
Hoje em dia, há tons de extrafiscalidade em todos os tributos. Até no IR, que é
um imposto eminentemente arrecadatório, existe a dedução da previdência privada,
de forma a estimulá-la.
Mas a função precípua do IR é a arrecadação. Já a função precípua de certos
impostos, como o IPI, II, IE, IOF, é estimular ou desestimular a prática de determinadas
condutas. O II e o IE visam regular o comércio exterior. O IPI, além de também regular o
comércio exterior, pois incide sobre a exportação, regula a política industrial, o
consumo de determinados bens. O IOF vai regular o mercado financeiro e o ITR a
política de reforma agrária do Governo Federal.

Impostos reais e pessoais.

Os impostos reais são aqueles onde o legislador se preocupa em tributar os


bens, as coisas. Já nos impostos pessoais o legislador se preocupa, precipuamente, com
dados relativos à pessoa do contribuinte. Exemplo de imposto real: IPTU. Não importa
se determinada senhora, que possui um valioso imóvel na orla da zona sul do Rio de
Janeiro, tenha uma pensão do INSS muito baixa, pois a capacidade contributiva está
sendo mensurada pelo imóvel. O imposto é real.
Já esta mesma senhora não será tributada pelo IR (exemplo de imposto
pessoal), pois é um imposto pessoal, que vai olhar para os dados relativos à pessoa.

Impostos ordinários e extraordinários.

Impostos ordinários são aqueles destinados ao pagamento de despesas


ordinárias, despesas comuns, frequentes, previsíveis. Nessa categoria se enquadram
todos os impostos, menos o Imposto Extraordinário de Guerra.
Os impostos extraordinários são impostos destinados ao pagamento de
despesas extraordinárias, excepcionais, imprevistas. Ex: Imposto Extraordinário de
Guerra. Os impostos extraordinários são provisórios, pois se a despesa é
extraordinária, ela tende a ser temporária.

Previsão do art. 146, III, da CF:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos


impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes;
- “Fato gerador”: Fato gerador em abstrato ou “hipótese de incidência” é a “situação
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência” (art. 114, CTN).
Já o fato gerador em concreto ou fato imponível é a subsunção do fato à norma, ou
seja, é o fato ocorrido na situação concreta. Para o surgimento do “fato gerador”, é
necessário que a lei preveja determinada situação (hipótese de incidência) que, uma
vez verificada no mundo concreto (fato gerador imponível), dará origem à obrigação
tributária. Observe:

BASE DE CÁLCULO DEVEM ESTAR PREVISTOS EM LEI COMPLEMENTAR (146, III, CF)

FATO GERADOR

CONTRIBUINTES

LANÇAMENTO

IMPOSTOS FEDERAIS.

- Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

- FISCAL: IRPF/IRPJ (ARRECADATÓRIA)

- EXTRAFISCAL: II, IE, IPI, IOF, ITR (EC 42)

COMPETÊNCIA RESIDUAL (154,I): Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

- Os impostos previstos no artigo 153 podem ser instituídos ou alterados por lei
ordinária (exceto IGF), observado o disposto no artigo 146, III, a, da CRFB/1988.
IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO.

Legislação:
- ART. 19/22 DO CTN;
- DL 37/66;
- DECRETO 6759/2009 (Regulamento Aduaneiro).

FUNÇÃO PREDOMINANTE EXTRAFISCAL (instrumento regulador do


comércio exterior)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ADMITE EXCEÇÃO: alteração da alíquota
pelo Poder Executivo (Decreto ou Portaria
do Ministro da Fazenda) – art. 153, § 1º,
CF
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Não se sujeita
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Não se sujeita
(ANTERIORIDADE “NONAGESIMAL”
FATO GERADOR A entrada de produtos estrangeiros no
território nacional (ou a data do registro
da declaração de importação de
mercadoria submetida a despacho para
consumo)
BASE DE CÁLCULO I – quando a alíquota seja específica, a
unidade de medida adotada pela lei
tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o
preço normal que o produto, ou seu
similar, alcançaria, ao tempo da
importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no
porto ou lugar de entrada do produto no
País;
III – quando se trate de produto
apreendido ou abandonado, levado a
leilão, o preço da arrematação.
CONTRIBUINTES I – o importador, assim considerada
qualquer pessoa que promova a entrada
de mercadoria estrangeira no território
aduaneiro;
II – o destinatário de remessa postal
internacional indicado pelo respectivo
remetente; e
III – o adquirente de mercadoria
entrepostada (depositada em recinto
alfandegário e amparada pelo regime
especial de entreposto aduaneiro).
LANÇAMENTO Por homologação
CUMULAÇÃO DE IMPOSTOS Na operação de importação, podem
incidir três impostos: II, IPI e ICMS

O artigo 21 do CTN autorizava o Poder Executivo a alterar também a base de cálculo do


imposto - não foi recepcionado pela Constituição de 1988.

TRF 4a Região – 2012 Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta


(ADAPTADA).
V. Em relação ao imposto de exportação, o Poder Executivo pode, nas condições e nos
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou a base de cálculo, a fim de ajustá-lo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, não estando esse tributo,
nesse particular, sujeito ao princípio da estrita legalidade tributária.
Errado

IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO.

- Arts. 23, 24 e 27, do CTN;


- Decreto 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro - RA)

FUNÇÃO PREDOMINANTE Extrafiscal (instrumento regulador do


comércio exterior)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Admite exceção: alteração da alíquota
pelo Executivo (Decreto ou Portaria do
Ministro da Fazenda)
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Não se sujeita
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Não se sujeita
FATO GERADOR A saída de produtos nacionais ou
nacionalizados do território nacional (ou a
data de registro da exportação no
SISCOMEX – Sistema Integrado de
Comércio Exterior)
BASE DE CÁLCULO I – quando a alíquota seja específica, a
unidade de medida adotada pela lei
tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o
preço normal que o produto, ou seu
similar, alcançaria, ao tempo da
exportação, em uma venda em condições
de livre concorrência.
CONTRIBUINTES Qualquer pessoa que promova a saída de
mercadoria do território aduaneiro.
LANÇAMENTO Por homologação.
CUMULAÇÃO DE IMPOSTOS Não incide IPI sobre os produtos
industrializados destinados ao exterior,
nem ICMS sobre as mercadorias com o
mesmo destino.

IMPOSTO SOBRE A RENDA.

Legislação:
Princípios constitucionais aplicáveis ao IR: generalidade, universalidade e
progressividade (art. 153, § 2º, I, CF).
Determinação constitucional que decorre dos princípios da isonomia e da capacidade
contributiva:
(I) necessidade de se tratar de forma semelhante os que estão em situação
equivalente: SENTIDO HORIZONTAL DA ISONOMIA; e
(II) de forma dessemelhante os que não estão na mesma situação (TRATAR DE
MANEIRA DIFERENCIADA AS PESSOAS QUE SE ENCONTREM EM SITUAÇÕES
DESIGUAIS, NA PROPORÇÃO DAS DESIGUALDADES ENTRE ELAS HAVIDAS):
SENTIDO VERTICAL DA ISONOMIA, impondo que as alíquotas do imposto
sejam maiores para os proventos ou rendimentos mais elevados
(progressividade).

Obs.: as verbas de natureza indenizatória, por servirem apenas à recomposição do


patrimônio jurídico dos beneficiários (não representando acréscimo ao patrimônio),
não estão sujeitas ao IR.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Não se sujeita
FATO GERADOR A aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto
do capital, do trabalho ou da combinação
de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza,
assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no
inciso anterior.
BASE DE CÁLCULO É o montante, real, arbitrado ou
presumido, da renda ou dos proventos
tributáveis.
CONTRIBUINTES É o titular da disponibilidade a que se
refere o art. 43, sem prejuízo de atribuir à
lei essa condição ao possuidor, a qualquer
título, dos bens produtores de renda ou
dos proventos tributáveis.
LANÇAMENTO Por homologação.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Extrafiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Admite exceção: alteração da alíquota
pelo Executivo (Decreto)
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Não está sujeita
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito
FATO GERADOR I – o seu desembaraço aduaneiro, quando
de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a
que se refere o parágrafo único do art. 51;
III – a sua arrematação, quando
apreendido ou abandonado e levado a
leilão.
BASE DE CÁLCULO I – no caso de produto procedente do
exterior, o preço normal que o mesmo, ou
seu similar, alcançaria, ao tempo da
importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no
porto ou lugar de entrada do produto no
País, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do
produto no País;
c) dos encargos cambiais
efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis;
II – no caso de saída de mercadoria do
estabelecimento do importador,
industrial, comerciante ou arrematante:
a) o valor da operação de que
decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a
alínea anterior, o preço corrente
da mercadoria, ou sua similar, no
mercado atacadista da praça do
remetente;
III – no caso de arrematação de produto
apreendido ou abandonado e levado a
leilão, o preço da arrematação.
CONTRIBUINTES I – o importador ou quem a lei a ele se
equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele se
equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos
ao imposto, que os forneça aos
contribuintes definidos no inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos
apreendidos ou abandonados, ou levados
a leilão.
LANÇAMENTO Por homologação.
CUMULAÇÃO DE IMPOSTOS Não incide nos produtos destinados ao
exterior, mas pode ser cobrado em
conjunto com o ICMS e com o II.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – IOF.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Extrafiscal (funcionamento do mercado


financeiro)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Admite exceção: alteração da alíquota
pelo Executivo (Decreto)
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Não se sujeita
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Não se sujeita
FATO GERADOR I – quanto às operações de crédito, a sua
efetivação pela entrega total ou parcial do
montante ou do valor que constitua o
objeto da obrigação, ou sua colocação à
disposição do interessado;
II – quanto às operações de câmbio, a sua
efetivação pela entrega de moeda
nacional ou estrangeira, ou de documento
que a represente, ou sua colocação à
disposição do interessado em montante
equivalente à moeda estrangeira ou
nacional entregue ou posta à disposição
por este;
III – quanto às operações de seguro, a sua
efetivação pela emissão da apólice ou
documento equivalente, ou recebimento
do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV – quanto às operações relativas a
títulos e valores mobiliários, a emissão,
transmissão, pagamento ou resgate
destes, na forma da lei aplicável.
BASE DE CÁLCULO I – quanto às operações de crédito, o
montante da obrigação, compreendendo
o principal e os juros;
II – quanto às operações de câmbio, o
respectivo montante em moeda nacional,
recebido, entregue ou posto à disposição;
III – quanto às operações de seguro, o
montante do prêmio;
IV – quanto às operações relativas a
títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais
o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor
nominal, ou o valor da cotação em
Bolsa, como determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
CONTRIBUINTES Qualquer das partes na operação
tributada.
LANÇAMENTO Por homologação.
CUMULAÇÃO DE IMPOSTOS Ouro utilizado como mercadoria: incidem
ICMS, IPI, II, IE
Ouro como meio de pagamento: só IOF

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Extrafiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito
FATO GERADOR A propriedade, o domínio útil ou a posse
de imóvel por natureza, como definido na
lei civil, localizada fora da zona urbana do
Município.
BASE DE CÁLCULO O valor fundiário do imóvel (ou seja, é o
valor do imóvel excluídos os valores
relativos a construções, instalações e
benfeitorias; culturas permanentes e
temporárias; pastagens cultivadas e
melhoradas e florestas plantadas).
CONTRIBUINTES É o proprietário do imóvel, o titular de
seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título.
LANÇAMENTO Por homologação.
CARACTERÍSTICA PRINCIPAL Progressividade.

IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS – IGF.

Art. 153, VII, da CF atribui à União a competência para instituir o IGF, por meio de Lei
Complementar, entretanto até o presente momento a União não exerceu sua
competência tributária para tanto.
Discussão: assegurado o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena) a esse
imposto, após sua instituição as grandes fortunas tenderiam a deixar o País (uma vez
que 90 dias é prazo suficiente para remeter as grandes fortunas para o exterior).
IMPOSTOS ESTADUAIS.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

III - propriedade de veículos automotores.


(...)

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO – ITCMD.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito
FATO GERADOR A transmissão, por causa mortis ou por
doação, de quaisquer bens ou direitos.
BASE DE CÁLCULO É o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos.
CONTRIBUINTES Quaisquer das partes na operação
tributada, como dispuser a lei (para
transmissão causa mortis: herdeiro ou
legatário; para transmissão por doação:
doador ou donatário, dependendo da
legislação estadual).
LANÇAMENTO Por declaração.

IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS –


ICMS.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Admite exceção no caso da incidência
monofásica sobre combustíveis definidos
em Lei Complementar – ALÍQUOTA fixada
mediante CONVÊNIO (Confaz).
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito, salvo o restabelecimento das
alíquotas no caso da incidência
monofásica sobre combustíveis definidos
em lei complementar.
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito.
FATO GERADOR - operações relativas à circulação de
mercadorias, inclusive o fornecimento de
alimentação e bebidas em bares,
restaurantes e estabelecimentos
similares;
- prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal, por
qualquer via, de pessoas, bens,
mercadorias ou valores;
- prestações onerosas de serviços de
comunicação, por qualquer meio,
inclusive a geração, a emissão, a
recepção, a transmissão, a retransmissão,
a repetição e a ampliação de
comunicação de qualquer natureza;
- fornecimento de mercadorias com
prestação de serviços não compreendidos
na competência tributária dos
Municípios;
- fornecimento de mercadorias com
prestação de serviços sujeitos ao imposto
sobre serviços, de competência dos
Municípios, quando a lei complementar
aplicável expressamente o sujeitar à
incidência do imposto estadual;
- sobre a entrada de mercadoria ou bens
importados do exterior, por pessoa física
ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto,
qualquer que seja sua finalidade;
- sobre o serviço prestado no exterior ou
cuja prestação se tenha iniciado no
exterior;
- sobre a entrada, no território do Estado
destinatário, de petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e de energia
elétrica, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização,
decorrentes de operações interestaduais,
cabendo o imposto ao Estado onde
estiver localizado o adquirente.
BASE DE CÁLCULO É o valor da operação relativa à circulação
da mercadoria, ou o preço do serviço.
CONTRIBUINTES É qualquer pessoa, física ou jurídica, que
realize, com habitualidade ou em volume
que caracterize intuito comercial,
operações de circulação de mercadoria ou
prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior.
É também contribuinte a pessoa física ou
jurídica que, mesmo sem habitualidade
ou intuito comercial: importe mercadorias
ou bens do exterior, qualquer que seja a
sua finalidade; seja destinatária de serviço
prestado no exterior ou cuja prestação se
tenha iniciado no exterior; adquira em
licitação mercadorias ou bens
apreendidos ou abandonados; adquira
lubrificantes e combustíveis líquidos e
gasosos derivados de petróleo e energia
elétrica oriundos de outro Estado, quando
não destinados à comercialização ou à
industrialização.
LANÇAMENTO Por homologação.
CUMULAÇÃO DE IMPOSTOS Pode ser cobrado em conjunto com o II e
o IPI. No caso de mercadoria fornecida
em conjunto com prestação de serviços, é
possível a cobrança conjunta de ICMS e
ISS desde que o serviço esteja previsto na
LC 116/2003, com ressalva de cobrança
do ICMS.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Seletividade (opcional) e não
cumulatividade (obrigatória)

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES – IPVA.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito, salvo alteração da base de
cálculo (art. 150, § 1º, da CF).
FATO GERADOR A propriedade do veículo automotor.
BASE DE CÁLCULO É o valor do veículo, dependendo do seu
ano de fabricação, marca e modelo.
CONTRIBUINTES É o proprietário do veículo.
LANÇAMENTO De ofício.
CARACTERÍSTICA PRINCIPAL Somente incide sobre veículos
automotores terrestres.
IMPOSTOS MUNICIPAIS.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;

III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal (exceção: extrafiscal – art. 182, § 4º,


II, da CF/1988)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito (exceto em relação às
alterações da BC do tributo).
FATO GERADOR A propriedade, o domínio útil ou a posse
de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município.
BASE DE CÁLCULO É o valor venal do imóvel.
CONTRIBUINTES É o proprietário do imóvel, o titular do
seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título.
LANÇAMENTO De ofício.

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS – ITBI.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito, salvo alteração da base de
cálculo (art. 150, § 1º, da CF).
FATO GERADOR I – a transmissão, a qualquer título, da
propriedade ou do domínio útil de bens
imóveis por natureza ou por acessão
física, como definidos na lei civil;
II – a transmissão, a qualquer título, de
direitos reais sobre imóveis, exceto os
direitos reais de garantia;
III – a cessão de direitos relativos às
transmissões referidas nos incisos I e II.
BASE DE CÁLCULO É o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos.
CONTRIBUINTES É qualquer das partes na operação
tributária, como dispuser a lei
(geralmente é o adquirente do bem ou
direito).
LANÇAMENTO Por declaração.

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISSQN.

FUNÇÃO PREDOMINANTE Fiscal


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Está sujeito
PRINCÍPIO DA NOVENTENA Está sujeito
FATO GERADOR - prestação de serviços constantes da lista
anexa à Lei Complementar nº 116/2003,
ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador;
- serviço proveniente do exterior do País
ou cuja prestação tenha se iniciado no
exterior do País;
- serviços prestados mediante a utilização
de bens e serviços públicos explorados
economicamente mediante autorização,
permissão ou concessão, com o
pagamento de tarifa, preço ou pedágio
pelo usuário final do serviço.
BASE DE CÁLCULO É o preço do serviço.
CONTRIBUINTES É o prestador do serviço.
LANÇAMENTO Por homologação.
CARACTERÍSTICA PRINCIPAL No caso de serviços prestados em
conjunto com mercadorias, é possível a
cobrança conjunta de ICMS e ISS se o
serviço estiver previsto na LC 116/2003,
com ressalva da cobrança do ICMS.

Você também pode gostar