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• Tributo é um dever fundamental. É parcela do contrato social (parcela da riqueza). Tributo é exercício de cidadania (consciência fiscal);
• Conceito legal de tributo: art. 3º do CTN – “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
• Vinculados: Quando o fato gerador está vinculado /relacionado a uma atividade estatal específica, diretamente ligada à figura do
contribuinte.
• Não Vinculados: É o tributo em que basta somente a previsão legal para que seja instituído, não exigindo vinculação com qualquer
atividade estatal específica.
➢Quanto à finalidade:
• Fiscal: São aqueles cuja finalidade é a mera arrecadação de receita, sem qualquer prestação recíproca por parte do Estado. É a mera
captação de recursos financeiros para os cofres públicos.
• Parafiscal: Sua finalidade precípua é prover receita para determinados entes autônomos que executam serviços essenciais, paralelamente
ao Estado, mas de forma descentralizada.
EX: Contribuições para os conselhos de classe (CREA, COREN, CREFITO, CRA, etc); INSS, Contribuições para o sistema S (SENAI,
SESC, SESI, etc).
Ex: II, IE, IPI, IOF, CIDE – Esses impostos são exceção dos princípios da legalidade e da anterioridade (noventena/ nonagesimal) (exceto o
IPI que em que observar o prazo de 90 dias). (Princípios é assunto de uma aula específica).
➢Quanto à competência:
• Federais: São aqueles instituídos pela União Federal – arts.148, 149, 153 e 154, todos da CRFB/88;
• Estaduais/distritais: São aqueles instituídos pelos Estados / DF – art. 155 CF;
• Municipais: São aqueles instituídos pelos Municípios – art. 156 CF.
➢ TEORIAS DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS – ART. 5º CTN / ARTS. 145, 148 e 149, todos da CF/88.
• TEORIA TRIPARTITE / TRIPARTIDA: Art. 5 º CTN / art. 145 CF – Para essa teoria, os tributos são divididos em três espécies
autônomas (impostos, taxas e contribuições de melhoria);
• TEORIA QUADRIPARTITE / QUADRIPARTIDA: Art. 145, 148 e 149 CF - Para essa teoria, os tributos são divididos em quatro
modalidades: impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições (sociais / especiais e de melhoria);
• TEORIA PENTAPARTITE / PENTAPARTIDA: Art. 145, 148 e 149 CF – Teoria MAJORITÁRIA, adotada pelo STF, que entende
que há cinco espécies autônomas de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria (art. 145 CF), empréstimos compulsórios (art.
148 CF), contribuições especiais (art. 149 CF).
Para essa teoria, que o art. 145 CF é exemplificativo, razão pela qual o art. 5º do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988.
• TEORIA HEXAPARTITE / HEXAPARTIDA: A EC nº 39/02 criou a contribuição de iluminação pública de competência privativa
dos municípios e do DF, motivo pelo qual alguns doutrinadores sustentam uma sexta espécie autônoma de tributo. Entretanto, a doutrina
majoritária segue o entendimento do STF afirmando que esta contribuição se encaixa dentro da classificação de contribuições especiais.
Art. 149-A, CF.
• Imposto é um tributo de finalidade meramente fiscal, ou seja, de cunho meramente arrecadatório. Exceção do II, IE, IPI e IOF que são
predominantemente extrafiscais.
• É uma espécie tributária cujo fato gerador não está vinculado a nenhuma atividade estatal específica (não vinculado);
• Serve principalmente para cumprir as despesas gerais / genéricas do Estado, dentre elas os serviços públicos universais e indivisíveis
(saúde, educação, segurança, etc);
• Pode ser, excepcionalmente, usada para uma destinação específica, conforme art. 167, IV, CF (exceção ao princípio da não afetação /
não vinculação).
• Diretos: O fato gerador incide sobre o contribuinte de direito (aquele que realizou o fato gerador e tem a obrigação de pagar).
EX. IR, IPTU, IPVA
• Indiretos: O contribuinte de direito é diferente do contribuinte de fato. O contribuinte de direito transfere o encargo fiscal para uma
pessoa alheia a relação jurídica tributária, qual seja, o consumidor final.
EX: ICMS, IPI
• Pessoais: Incide sobre a pessoa do contribuinte, em função de suas características pessoais.
EX: IR
• A taxa se diferencia dos impostos face a sua vinculação a uma atividade estatal específica, qual seja, o exercício regular do poder de
polícia ou a utilização efetiva OU potencial de um serviço público essencial específico E divisível.
✓ Serviços Públicos Gerais, ditos Universais/ Indivisíveis: São os prestados UTI UNIVERSI, isto é, indistintamente a todos os cidadãos.
Eles alcançam um número indeterminado de pessoas. Estes serviços não podem ser remunerados por taxas, mas sim pelas receitas gerais
do Estado (IMPOSTOS).
✓ Serviços públicos específicos: São aqueles que podem ser previamente determinados. São cobrados UTI SINGULI (individualmente),
podendo ser remunerados por TAXAS.
✓ Serviço específico e divisível: Serviço específico é aquele que pode ser destacado em unidades autônomas de intervenção da autoridade,
ou de sua utilidade ou de necessidade pública; e serviço divisível, é aquele no qual pode ser suscetível de utilização, separadamente, por
parte de cada usuário, ou seja, pelo contribuinte.
✓ Serviço Efetivo: É aquele que está sendo efetivamente utilizado pelo contribuinte e prestado pelo Estado;
✓ Serviço Potencial: É aquele que está à disposição do contribuinte para a sua utilização.
• Taxa de iluminação Pública: É indevida. Ela foi declarada inconstitucional. Em 2002, entrou em vigor a EC 39/2002 que autorizou a
CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP). Súmula Vinculante nº 41 - O serviço de iluminação pública não pode
ser remunerado mediante taxa.
• Taxa de coleta residencial de lixo: É devida. Súmula Vinculante nº 19 – A taxa cobrada exclusivamente em razão de serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.
• Taxa de incêndio: É devida. Utilização efetiva ou potencial? O STF já se manifestou que a taxa de incêndio cobrada por municípios é
INCONSTITUCIONAL. A utilização é POTENCIAL (o serviço está disponível para utilização) na maioria das vezes.
• Taxa de limpeza urbana: É indevida.
O poder de polícia é exercido universalmente para todos ao mesmo tempo, mas a taxa é cobrada de algumas pessoas quando essas provocam a
fiscalização que o Estado tem sobre elas. O poder de polícia só será exercido quando o ato for praticado por autoridade competente dentro
do exercício regular do poder, sem que haja abuso ou desvio de poder.
Ex. Taxa de controle e fiscalização ambiental (TCFA); Taxa de alvará; Taxa de fiscalização de anúncios, etc.
❖ Preço público (tarifa) é receita originária, obtida através de exploração do patrimônio público. A origem do preço público / tarifa é a
autonomia da vontade das partes de adesão, de aceitação tácita, é uma obrigação contratual. (Súmula 545 do STF).
• Se não houver uma via alternativa, o pedágio acaba adquirindo característica de taxa por conta da COMPULSORIEDADE.
Art. 145 CF/88 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
• Sujeitos: Ativo (ente público que realiza a obra) – Passivo (proprietários de imóveis de domínio privado, conforme art. 3º, § 3º, DL nº
195/67).
OBS: Proprietários de imóveis de domínio privado, situados nas áreas direta e indiretamente beneficiadas pela obra.
CUIDADO: Não confundir a previsão do art. 3º, § 3º, DL nº 195/67 com a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, CF/88).
A imunidade recíproca proíbe a instituição de IMPOSTOS sobre patrimônio, renda e serviços dos entes da federação. O DL 195/67
afirma que NÃO HAVERÁ INCIDÊNCIA da contribuição de melhoria sobre os bens públicos.
• Tributo vinculado e retributivo: A contribuição de melhoria é paga/ devida como forma de retribuição do contribuinte de uma despesa
previamente suportada pelo Estado, qual seja, a obra pública. A contribuição de melhoria é pautada na relação de custo-benefício.
• Limite total / global: Vinculado a ideia do não enriquecimento sem causa. O valor máximo que poderá ser arrecadado é o valor total
que foi gasto na realização da obra.
• Limite individual: Prestigia o princípio da vedação do confisco. O valor máximo que poderá ser cobrado de cada contribuinte é a
valorização sofrida pelo imóvel.
• O DL 195/67 estipula normas gerais sobre contribuição de melhoria, tendo sido recepcionado pela Constituição Federal de 1988 como
LEI COMPLEMENTAR em matéria de contribuição de melhoria. (Havia compatibilidade material (conteúdo) entre o DL 195/67 e a
CF/88). Ocorreu à recepção constitucional. O DL 195/67 tem status de Lei Complementar.
Art. 148 CF. A União (competência privativa), mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição.
• A Constituição Federal NÃO previu o fato gerador do empréstimo compulsório. Ela apresentou as hipóteses / situações que autorizam a
instituição;
• Por se tratar de empréstimo, ainda que de natureza compulsória, qualquer pessoa que pagar esse tributo terá o direito à restituição (regras
definidas na lei que instituir o tributo);
• O pagamento será realizado pelas regras do precatório. A doutrina entende que a devolução deve ocorrer em moeda.
• Em nosso ordenamento jurídico o empréstimo compulsório foi criado pela Lei 4156/62 para financiar a expansão do setor elétrico no
Brasil. Era cobrado na fatura de energia elétrica pelas concessionárias e repassado à Eletrobrás.
• A hipótese do inciso I do artigo 148 NÃO obedece a prazo. Não observa o princípio da anterioridade (urgência).
• A hipótese do inciso II do artigo 148 TEM que respeitar o prazo de anterioridade previsto no artigo 150, III, “b”, CF.
• As contribuições especiais não têm um fato gerador próprio, mas sim uma destinação específica (referibilidade);
• É tributo vinculado.
• Em regra, as contribuições são instituídas pela União (art. 149 CF), por meio de lei ordinária;
• Os estados, municípios e o DF podem instituir contribuição previdenciária cobrada de seus servidores, conforme art. 149, § 1º, CF;
• Os municípios e DF podem instituir e cobrar contribuição para o custeio de iluminação pública, conforme art. 149-A, CF.
Espécies de contribuições – art. 149 CF:
• Poder de Tributar: É o exemplo de soberania estatal consistente na instituição, cobrança e arrecadação de tributos. É sinônimo de
competência tributária.
• Competência é o poder que a Constituição Federal outorga aos entes da federação para instituir / criar tributos por lei.
2. Administrativa: Poder de fiscalizar, cobrar e arrecadar tributos por meio da atividade da administração pública (capacidade
tributária ativa);
3. Jurisdicional: Poder de solucionar os conflitos entre o credor e o devedor das obrigações tributárias.
1. Privatividade (privativo): A Constituição Federal atribui a um ente federativo determinado o poder de instituir um tributo;
2. Facultatividade: Não há determinação constitucional para que a competência seja exercida e o tributo instituído. Na realidade, a
CF entrega para o ente federativo uma faculdade – Ex. IGF – art. 153, VII, CF;
3. Improrrogabilidade: O não exercício da competência pelo ente designado na Constituição, não permite que outro possa exercê-la
– EX. IGF;
4. Irrenunciabilidade: O ente competente pode deixar de legislar, mas não pode legislar rejeitando o poder de vir a instituí-lo no
futuro – Ex: IGF;
5. Indelegabilidade: O poder de instituir o tributo por lei não pode ser delegado, entendendo-se a delegação como violação ao pacto
federativo (art. 7º do CTN) – Ex. IGF;
6. Incaducabilidade: Não há prazo para o exercício da competência. Não há perda de direito pela inércia. Ex. IGF.
➢ ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
1. Privativa: É aquela que a CF, em seus dispositivos tributários, atribuiu a um determinado ente federado o poder para legislar e criar o
tributo. Ex. impostos (art. 153 a 156 CF); IR, Empréstimo compulsório, etc;
2. Comum: É aquela que a CF, em seus dispositivos tributários, não atribui a um ente federado específico o poder de instituir o tributo.
Ex: taxas e contribuições de melhoria.
3. Residual: É aquela que a CF atribui a determinado ente para tributar os fatos que ela não distinguiu expressamente. Somente à União
pode exercer. Criar novo imposto não previsto no Texto Constitucional, por Lei Complementar. Ex: impostos residuais art. 154,
I CF e contribuições residuais (art. 195, § 4º, CF);
4. Extraordinária: É aquela que atribui à União para instituir determinados tributos EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. Ex. art.
154, II, CF – imposto extraordinário de guerra. / art. 148 CF – Empréstimo Compulsório;
➢ CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
1. Invasão de competência: É a instituição de tributos por ente federativo distinto daquele designado pela Constituição Federal;
2. Bitributação: É a instituição de tributos por entes federativos DISTINTOS ao mesmo contribuinte sobre o mesmo fato gerador. Ex:
Dois municípios cobram IPTU ou ISS sobre o mesmo contribuinte pelo mesmo fato gerador.
OBS: É, em regra, inconstitucional, pois se configura espécie de invasão de competência. A CF somente autoriza na hipótese do
artigo 154, II, CF/88 (imposto extraordinário de guerra);
3. Bis in idem: É a instituição pelo MESMO ente federativo, mais de uma vez, do mesmo tributo sobre o mesmo fato gerador. Há
controvérsia sobre a constitucionalidade:
1ª corrente - É, em regra, constitucional, pois não há invasão de competência e por não haver vedação expressa na Constituição. Só
não seria constitucional se a soma dos vários tributos tiver efeito confiscatório (ofender a capacidade econômica do contribuinte de
pagar tributo);
2ª corrente: é, em regra, inconstitucional, pois quando a CF quis, expressamente, autorizou e o fez no caso do artigo 154, II, CF.
4. Dupla tributação: Não há conflito de competência, pois não ocorre entre entes federativos. É a tributação do mesmo fato
gerador em dois países distintos (Estados Soberanos). Só haverá solução no plano dos TRATADOS INTERNACIONAIS.
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais
serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. (CF autorizou o Bis in idem e a Bitributação).
• É o poder de fiscalizar e arrecadar o tributo devido. A capacidade é privativa, permitindo a lei a consignação da importância devida
se duas ou mais Fazendas Públicas a exercer (art. 164, II, CTN);
• Ela é vinculada e obrigatória para a Fazenda que verificando a ocorrência do fato gerador deve fiscalizar e arrecadar, sob pena de
responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único, CTN);
• A capacidade é também improrrogável, não podendo outro ente fiscalizar e cobrar o tributo – a menos que haja delegação desse poder
(art. 153, § 4º, III, CF - ITR); A capacidade tributária ativa é delegável nos casos previstos a CF;
• Há prazo para o exercício dessa capacidade tributária ativa, sob pena de decadência e prescrição (art. 156, V, CTN). O prazo
decadencial e prescricional é de 5 anos (art. 173 e 174, ambos do CTN).
➢ Valores: São bens abstratamente considerados protegidos ou tutelados pelo ordenamento jurídico;
➢ Princípios: São normas dotadas de amplo grau de abstração e que servem de base para a criação,
interpretação e aplicação das demais normas jurídicas;
➢ Regras: São normas dotadas de maior concretude e que estabelecem um modelo, um padrão de
comportamento a ser seguido.
✓ LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR: São garantias fundamentais do contribuinte, razão pela
qual são verdadeiras cláusulas pétreas. As limitações podem se dar por princípios, regras e imunidades.
✓ Tipicidade tributária: Não basta existir a situação hipotética prevista em lei, tem que haver a perfeita
adequação da conduta do sujeito passivo à norma, ou seja, a subsunção do fato à norma.
Vale ressaltar que além de existir lei em sentido formal, é imprescindível que o seu conteúdo traga todos
os elementos necessários à concretização da obrigação tributária (elementos do fato gerador integral),
e ainda é necessário também que o contribuinte pratique a conduta prevista como fato gerador.
✓ Exceções à legalidade: O art. 153, § 1º, CF faculta ao Poder Executivo a alteração das alíquotas do
II, IE, IPI, IOF por DECRETO. Além disso, o artigo 177, § 4º, I, “b”, CF permite ao executivo a redução e
o restabelecimento da alíquota da CIDE sobre combustíveis.
✓ OBS: É possível alterar as alíquotas por DECRETO, desde que atendidas às condições e os limites
estabelecidos em LEI.
2. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA: O art. 150, III, “a”, CF, c/c art. 105, CTN reforçam a ideia de
segurança jurídica das relações, vedando a cobrança de tributo em relação a fatos geradores ocorridos
antes da vigência da lei que os instituiu ou majorou.
OBS: O tributo devido pelo contribuinte é aquele lançado segundo a lei vigente a época do fato gerador,
conforme artigo 144 do CTN. Entretanto, há exceções ao princípio da irretroatividade, conforme art. 144, §
1º e art. 106, CTN, a lei se aplica aos fatos ou atos pretéritos, podendo retroagir (art. 106, CTN):
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA OU NÃO SURPRESA OU EFICÁCIA DIFERIDA – art. 150, III, “b” e “c”
CF: Este princípio permite um planejamento das atividades econômicas por parte do contribuinte,
evitando que seja surpreendido por um tributo recém criado ou recém majorado. A anterioridade nada
mais é do que um PRAZO ENTRE A DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI E A EFETIVA COBRANÇA DO TRIBUTO que
foi instituído ou majorado.
A. 90 dias;
B. Exercício financeiro;
C. Exercício financeiro e 90 dias.
➢ ANTERIORIDADE MÁXIMA: Visa conter uma prática que era muito usual na edição de leis em
novembro e dezembro, com cobrança já em janeiro. Desta forma, com o advento da NOVENTENA
/ ANTERIORIDADE NONAGESIMAL, a anterioridade passou a exigir a observância de 2 prazos
combinados, ou seja, o exercício financeiro e 90 dias.
Exemplos: ITR, IGF, ITD, ITBI, ISSQN, contribuição de melhoria, taxa de serviços e polícia, contribuição
de iluminação pública, alíquotas do IPTU e IPVA e o empréstimo compulsório, na forma do artigo
148, II, CF (investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional).
➢ ANTERIORIDADE MÉDIA: Observa apenas o prazo referente ao exercício financeiro, conforme artigo
150, III, b, CF.
Exemplos: IR, base de cálculo do IPTU e IPVA.
Exemplos: Contribuições sociais para o custeio da seguridade social (art. 195, § 6º e art. 149, § 1º,
ambos da CF).
IPI – CUIDADO!!!!
➢ AUSÊNCIA DE ANTERIORIDADE (exceção): São tributos que por suas peculiaridades, em especial a
extrafiscalidade, não se submetem a qualquer prazo, podendo ser cobrado de imediato.
Empréstimos compulsórios – art. 148, I, CF (calamidade pública, guerra externa ou sua iminência);
CUIDADO COM O IPI – É EXCEÇÃO À LEGALIDADE, MAS NÃO É EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE. O IPI TEM QUE OBSERVAR O
PRAZO DE 90 DIAS.
• GENERALIDADE: Art. 153, § 2º, I, CF – Sob o enfoque SUBJETIVO, em princípio, todo aquele que demonstre
riqueza é contribuinte;
• UNIVERSALIDADE: Art. 153, § 2º, I, CF – Sob o enfoque OBJETIVO, em princípio, todo fato que demonstre riqueza
é gerador de tributos;
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
➢ PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA – ART. 145, § 1º, CF – É a capacidade que tem o contribuinte para se
onerar junto ao Fisco, sem que haja violação de sua dignidade. Busca a justiça fiscal, uma justiça distributiva em
que todos os cidadãos participem do custeio dos tributos, mas segundo sua capacidade de pagá-los.
➢ Apesar da Constituição se referir somente a impostos, nada impede que se aplique às taxas, contribuições de
melhoria ou empréstimos compulsórios.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão CARÁTER PESSOAL e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
• PERSONIFICAÇÃO: Devemos tentar identificar características do próprio contribuinte, indo além do fato
gerador;
• PROPORCIONALIDADE: Quanto maior a base de cálculo, maior será o valor do tributo devido. É, normalmente,
a regra quanto aos tributos reais. (mesma alíquota).
• PROGRESSIVIDADE: Quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota e consequentemente maior será o valor
do tributo devido. É exceção no que se refere aos tributos reais, sendo certo que o STF afirma que depende
de autorização expressa na Constituição (art. 153, § 2º, I e art. 156, § 1º, I – Súmulas 656 e 668 do STF).
OBS: Cuidado!!! Com o ATUAL posicionamento do STF – progressividade é possível em todos os impostos/
tributos visando aplicar o princípio da capacidade contributiva.
• SELETIVIDADE: As alíquotas serão fixadas conforme a ESSENCIALIDADE do objeto da tributação (art. 153, § 3º, I;
art. 155, § 2º, III, art. 155, § 6º, II e art. 156, § 1º, II, todos da Constituição Federal). Quanto mais essencial,
tributação menor; quanto menos essencial, tributação maior.
➢ PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO / PROIBIÇÃO AO CONFISCO – ART. 150, IV, CF – A tributação não pode ser tão
elevada ao ponto de extinguir a riqueza do contribuinte. Esse princípio também se aplica às multas
(proporcionalidade). Multa moratória: 20 %
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
• Extrafiscalidade: Política tributária que visa estimular ou desestimular o comportamento dos contribuintes. Ela
pode ocorrer por meio da oneração fiscal (aumento da carga tributária) ou por desoneração fiscal (diminuição
da carga tributária) visando alcançar um fim constitucionalmente previsto.
• Princípio da não limitação de tráfego – art. 150, V, CF – A tributação não pode restringir a mobilidade de
contribuintes ou bens dos contribuintes. Este princípio visa garantir a liberdade de locomoção. Este princípio
proíbe que um tributo seja tão oneroso a ponto de estabelecer barreiras à circulação de bens ou pessoas,
motivo pelo qual é pautado em dois fundamentos:
1. A liberdade relativa ao tráfego de bens: envolve normas relativas ao comércio e à preservação do
princípio federativo;
2. A liberdade relativa ao tráfego de pessoas: envolve direito constitucionalmente previsto, assegurando a
liberdade de ir e vir.
Art. 150 CF – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
• Princípio da vedação da diferença tributária em razão da origem / procedência ou destino – Princípio da não
diferenciação – Art. 152 CF – Não deve haver distinção na tributação em função da origem ou destino de
produtos ou serviços, o que poderia dificultar a sua mobilidade.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
• Princípio da uniformidade geográfica da tributação – Art. 151, I, CF – Este princípio decorre do principio
constitucional da forma federativa de Estado. Significa dizer que a tributação deve ser efetivada de maneira
uniforme em todo o território brasileiro, ressalvada a possibilidade de promover o equilíbrio socioeconômico
entre as diversas regiões do país. A finalidade precípua da uniformidade é a de assegurar a unidade política e
econômica do país, o que significa que o tributo (federal) será igual em todo o território nacional.
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
• Princípio da vedação às isenções heterônomas – art. 151, III, CF – A União é proibida de conceder isenção de
tributos estaduais, distritais e municipais.
OBS: isenção é renúncia de receita e só pode ser concedida pelo ente titular da competência tributária.
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
• Princípio da transparência – A norma tributária deve ser clara e a administração agirá com publicidade (art. 37
CF)
Art. 150, § 5º, CF - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca
dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
➢ ALÍQUOTA ZERO – Hipótese de incidência em que um dos elementos quantitativos do tributo é reduzido
à zero. É uma decisão administrativa. É realizada por decreto. Ex.: IPI.
✓ Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista têm direito à imunidade recíproca? Depende. Vai depender
da natureza jurídica, conforme dispõe o artigo 150, § 3º, CF:
✓ Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não terão direito à imunidade tributária se foram criadas
para exploração da atividade econômica. Ex. CEF, BB, Petrobrás, etc;
✓ Se elas foram criadas para prestação de serviço público, podem ter reconhecido o direito (JURISPRUDÊNCIA)
à imunidade se atuarem em forma de monopólio sem ofender a livre concorrência. EX. Correios, Infraero,
Sabesp.
✓ E se essas entidades que possuem imunidade recíproca fizerem um contrato de cessão de uso do bem público
imune para particular que explore a atividade econômica, tal bem permaneceria imune? De acordo com o
atual entendimento do STF, tal bem não permanece imune, devendo ser recolhido o IPTU relativo ao imóvel.
B) IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – Art. 150, VI, “b”, da CF – Visa resguardar a liberdade religiosa
• Súmula 724 do STF e Súmula Vinculante nº 52 – O Imóvel vai permanecer imune, desde que o valor seja aplicado
nas atividades essenciais do templo.
C) IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS E
EDUCACIONAIS SEM FINS LUCRATIVOS – Art. 150, VI, “c” CF.
• Súmula 724 do STF e Súmula Vinculante nº 52 – O Imóvel vai permanecer imune, desde que o valor seja aplicado
nas atividades essenciais da instituição.
D) IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS - Art. 150, VI, “d”, CF – Liberdade de expressão, cultura.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
➢ Obrigação caracteriza-se por uma relação de natureza pessoal de caráter transitório, pois se extingue pelo
cumprimento. Verifica-se, também, que nas obrigações há uma relação jurídica entre o sujeito ativo (credor) e o
sujeito passivo (devedor), que pode vincular mais de um devedor ou credor.
➢ A obrigação tributária baseia-se no vínculo jurídico que permite ao credor exigir do devedor o cumprimento da
obrigação pactuada. Desta forma, podemos dizer que a obrigação tributária é o vínculo por meio do qual o
Estado (sujeito ativo da obrigação tributária) pode exigir do particular (sujeito passivo) uma prestação tributária
(principal ou acessória).
➢ As obrigações tributárias, assim como as do direito civil, são relações obrigacionais. No direito civil obrigação e
crédito são institutos semelhantes. No direito tributário essa interpretação é distinta, em razão da existência de
dois momentos distintos, o da obrigação tributária que surge com a ocorrência do fato gerador; e o do crédito
tributário, que se constitui com o lançamento.
✓ Obrigação principal – está relacionada com o verbo PAGAR / obrigação de dar coisa certa, ou seja, dinheiro
(pagar tributo ou penalidade pecuniária) – art. 113, § 1º, CTN;
✓ Obrigação acessória – Art. 113, § 2º, CTN – Podem ser instituídas pela legislação tributária. Como prestações
positivas e negativas, o CTN quis se referir às obrigações de fazer, não fazer ou tolerar, como por exemplo: emitir
nota fiscal, não rasurar os livros obrigatórios, tolerar fiscalização e auditoria, etc.
✓ OBS: O descumprimento de uma obrigação acessória (fazer, não fazer e tolerar) se resolve em pagamento de
perdas e danos, convertendo-se em obrigação de dar / pagar (principal), conforme artigo 113, § 3º, CTN.
➢ SUJEIÇÃO TRIBUTÁRIA:
• Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito público titular da competência tributária para exigir o seu
cumprimento, conforme artigo 119 do CTN;
• Sujeito passivo: é a pessoa obrigada ao cumprimento das obrigações principais e acessórias, conforme
artigos 121 a 123 do CTN;
• O artigo 121 do CTN dispõe que o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento
do tributo ou penalidade pecuniária;
• Já o artigo 122 do CTN traz o sujeito passivo da obrigação acessória, identificando-o como pessoa
meramente instrumental que visa à fiscalização e formalização da obrigação principal.
• Por sua vez, o parágrafo único, do artigo 122 do CTN divide o sujeito passivo em:
I. Contribuinte: quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador;
II. Responsável: quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra da disposição
expressa da lei, conforme artigo 128 do CTN (casos de responsabilidade tributária).
➢ ALTERAÇÃO DA RESPONSABILIDADE POR CONTRATO ENTRE AS PARTES: Artigo 123 do CTN é regra especial que
difere da ideia da autonomia da vontade das partes lá do Direito Civil, em especial quanto às convenções
particulares que não podem ser opostas contra a Fazenda Pública com o objetivo de modificar a definição legal
de sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Significa que as convenções entre particulares
não podem alterar o sujeito passivo da obrigação tributária. Ex. Contrato de locação.
➢ CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA: A capacidade tributária passiva nada mais é do que a aptidão para figurar
no polo passivo da relação jurídica tributária. Vale ressaltar que as regras inerentes à capacidade civil não são
aplicadas ao direito tributário, conforme dispõe o artigo 126 do CTN, já que a capacidade tributária passiva
INDEPENDE... (da capacidade civil das pessoas naturais, de estar à pessoa jurídica regularmente constituída, etc).
➢ Domicílio tributário: O artigo 127 do CTN traz as regras relativas ao domicílio tributário, afirmando que a regra
geral se dará por ELEIÇÃO. Caso não haja a eleição de um domicílio, deve-se observar as regras contidas no
referido artigo.