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Se numa relação existir um sujeito público e um sujeito privado, o tipo de direito vai
depender, se a identidade pública está munida do seu poder ou não. Caso esteja munida do seu
poder será o direito privado e caso esteja de igual para igual será o direito público.
Criar impostos;
Cobrar impostos;
Garantir os meios de defesas dos contribuintes perante a atuação tributária;
Imposição equitativa e justa dos impostos entre as várias categorias de cidadãos;
Finalidade / o que se pretende com cada imposto.
DIREITO FISCAL: Ramo do direito público que regula as relações jurídicas fiscais
(traduzem-se na posição jurídica de devedor e credor).
DIREITO FISCAL
IMPOSTO
IMPOSTO: É uma prestação pecuniária unilateral , definitiva e coativa, fixada por lei e exigida
às pessoas com capacidade contributiva, a favor de entidades que desenvolvem ou exercem
funções públicas. Com vista, à satisfação de necessidades coletivas e que não têm caráter de
sanção de ato ilícito / sancionatório.
1. Incidência: o imposto tem de dizer o que é que tributado ( incidência real / objetiva –
ART 1, CIRS) e a quem o tributa ( Incidência pessoal / subjetiva)
Tem de haver
Se não estiver dentro da atos
incidencia do imposto, a pessoa
não tem que ser notificada para
aquele imposto
Nesta fase, ninguém paga nada, apenas sai uma nota/guia de liquidação onde o estado
diz o que vamos pagar e até quando o temos que fazer). A liquidação é feita pelos serviços
tributários.
4. Pagamento: o pagamento pode ser voluntário, se o sujeito passivo paga sem ter que
haver recursos a meios mais forçados, ou coercivo, quando o sujeito passivo não
cumpre com o prazo que foi fixado pela AT e esta tem o poder de iniciar um
procedimento executivo ( não recebo nenhuma notificação).
Momento Estático 1 e 2
Momento Dinâmico 3 e 4
Taxa ≠ Imposto
Bilateral vs Unilateral
Quando pagamos uma taxa, estamos à espera de receber um certo bem ou serviço em
troca (uma contrapartida). Existe para uma das 3 contrapartidas:
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Princípio de proporcionalidade vs De acordo com a capacidade contributiva
O valor da taxa não pode ser colocado às cegas, mas sim tem que ser equivalente à utilidade
que damos ao bem ou serviço. Isto é, a taxa tem que ter um valor proporcional ao valor do
bem, do serviço ou do obstáculo jurídico.
Contribuições especiais
De melhoria: sujeito pode ter que pagar mais por fazer uma melhoria de um serviço
público.
Por maiores despesas: pago mais, porque exerço alguma atividade mais dispendiosa
para o estado.
Tributos parafiscais: não são exigidos pelo estado/autarquia, mas por uma entidade capaz de
cobrar e a totalidade desse montante vai para essa entidade (Ex: segurança social).
CLASSIFICAÇÃO DO IMPOSTO
1. Impostos sobre o rendimento: tributa algo que o sujeito passivo obteve
Imposto sobre o Património: podem ser estáticos – pago sem fazer nada, é exigido ao
Sujeito Passivo apenas por ser proprietário – ou dinâmicos – Implica vender/comprar/
doar etc.
Imposto sobre o consumo: tributa o consumo de um determinado bem.
4. Imposto Direto: são aqueles que tributam a manifestação de riqueza de forma direta,
ou seja, o rendimento tributa na fonte.
Imposto Indireto: são aqueles que tributam o rendimento na sua utilização.
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Imposto Periódico: A obrigação de pagar o imposto renova-se sucessivamente por
vários períodos fiscais.
7. Imposto Principal: é aquele que goza de autonomia, não precisa de qualquer outro
tributa para existir, existe por si só.
Imposto Acessório: não tem autonomia, não existe por si só, precisa de um imposto
principal para existir.
PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS
1. Princípio da legalidade fiscal: não é exclusivo do direito fiscal, tudo o que acontece
tem de ter uma base legal, de acordo com a lei. Os impostos desde que nascem até à sua
liquidação tem de estar alinhados com a lei.
Poder Executivo
Governo
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2. Princípio da proibição da retroatividade fiscal: a lei só se aplica para factos futuros,
ou seja, se aparece uma lei a meio do ano para factos ocorridos antes da sua vigência, à
partida, a retroatividade não é permitida.
a. Retroatividade de 1ºgrau: é a mais forte, a mais inconstitucional.
Determinaria a aplicação de uma lei fiscal a factos ocorridos, inteiramente no
domínio da lei antiga, ou seja, o imposto já teria sido liquidado e pago e surgiria
uma lei nova prevendo a criação adicional de um imposto a incidir sobre factos
tributários já ocorridos.
b. Retroatividade de 2ºgrau: os factos ocorreriam no domínio da lei antiga, mas
os seus efeitos ainda não teriam sido totalmente produzidos, ou seja, os factos
geradores já se teriam verificado, mas a liquidação e a cobrança ainda não
teriam sido efetuados.
c. Retroatividade de 3º grau: os próprios factos não ser verificam por completo
no domínio da lei antiga, prolongando-se a sua produção já ao abrigo da lei
nova, entretanto em vigor, como sucede, por exemplo, no caso dos impostos
periódicos.
4. Princípio da capacidade contributiva: todos temos de pagar impostos, mas nem todos
temos a mesma capacidade contributiva. Daí haver revisões todos os anos relativamente
a isenções/redução de taxa / redução de matéria coletável. Este princípio acaba por se
revelar como uma limitação, uma vez que, um contribuinte não paga além do que a sua
capacidade económica permite.
Fontes externas: fora do nosso país, mesmo sendo fora do nosso ornamento jurídico acaba por
nos influenciar.
1. FONTES INTERNAS
LEI CONSTITUCIONAL: fonte + importante do Direito Fiscal,
consagra normas e os princípios fiscais fundamentais que enquadram 5 o
sistema fiscal, procurando definir as competências legislativas, o tipo de
imposto e o recorte fundamental do sistema fiscal.
LEI ORDINÁRIA: lei – AR e Decreto-lei -
Governo
REGULAMENTOS: Emanados pelo governo são diplomas
que limitam, especificam aspetos que não são criados nas leis
ordinárias
NOTA: A doutrina e a jurisprudência são fontes meramente imediatas, na medida em que não
constituem modos de formação das normas jurídicas, mas apenas contributos para a formação
das mesmas.
FONTES EXTERNAS
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Direito Administrativo: regula todas as relações que são estabelecidos com a
administração pública do Estado. As ações dos agentes de administração fiscal são
regulamentadas em função do direito administrativo.
Direito Aduaneiro: apresenta-se como um sub-ramo especial do direito fiscal, que
disciplina fundamentalmente os impostos aduaneiros. Este direito encontra-se
consagrado no Código Aduaneiro da União ( CAU ).
Direito Civil: a construção do direito fiscal carece das normas do direito civil.
Direito Penal: matérias que têm na sua base ilícitos fiscais, mas, que por vezes, dada a
gravidade não só é sancionado do ponto de vista fiscal, como também é sancionado do
ponto de vista penal (sanção penal).
Direito Processual: serve para processualizar qualquer ramo de direito. Relações entre
o sujeito passivo e a AT.
Direito Fiscal Internacional: é composto por acordos, tratados, convenções,
celebrações entre dois Estados.
Direito Fiscal Europeu: O direito fiscal internacional disciplina os impostos europeus
propriamente ditos e alguns aspetos dos impostos estaduais para os quais a UE exige
uma harmonização, o que constitui o chamado direito europeu fiscal interestadual,
resultante fundamentalmente de diretivas (que necessitam de transposição do nível
interno) e de regulamentos da UE (de aplicação imediata)
Direito da Segurança Social: o direito fiscal e o direito da segurança social regulam
relações jurídicas quer por obtenção de receitas, quer por finalidades extrafiscais.
Direito do Ambiente: verifica-se uma certa proximidade entre o direito fiscal e o
direito do ambiente resultante de imperativos de ordem europeia, que têm levado o
legislador nacional a introduzir critérios ambientais no ordenamento fiscal português
que se manifestam, desde logo, na consagração do princípio do poluidor-pagador,
obrigando os indivíduos a suportar os custos que as suas opções pessoais refletem na
sociedade.
Direito da Contabilidade: existe uma relação de dependência entre o direito fiscal e o
direito da contabilidade, que se manifesta principalmente no IRC, na medida em que o
lucro tributável das pessoas coletivas é determinado com base no resultado líquido do
exercício apurado pela contabilidade, a qual deve ser organizada de acordo com, as
normas contabilísticas legais em vigor. O lucro tributável pode ser objeto de correções
fiscais nos termos do CIRC, sendo certo que esta dependência não é total, dadas as
divergências entre as leis fiscais e as normas contabilísticas. São múltiplas as
divergências entre estas 2 áreas.
TIPOS DE INTERPRETAÇÃO
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Interpretação Extensiva: a letra da lei ficou aquém do espírito do legislador (+curta).
Como tal, é necessário estender a letra da lei, ou seja, têm de ser igual ao espírito do
legislador.
Interpretação Restritiva: a letra da lei ficou além do espírito do legislador. Então, é
necessário encurtar a letra da lei.
Interpretação analógica: consiste em aplicar a um caso que está ainda por decidir e
que ainda não tem lei que se aplique a uma cas análogo.
Como a lei não pode regular tudo, surgem as lacunas. A justiça não pode ser negada e
por isso, o interprete deve integrar uma lacuna por analogia. Se não houver uma analogia
possível cria-se uma norma especifica para o caso.
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No direito fiscal não é exatamente igual. No domínio fiscal existe uma
exceção à regra (ART11/nº4 LGT), ou seja, as lacunas dentro da reserva
da lei não são suscetíveis de integração analógica (elementos essenciais do
imposto – incidência, taxa, benefícios fiscais, garantias dos contribuintes,
crimes e contraordenações fiscais)
Sujeito;
Objeto;
Facto Jurídico;
Garantia.
SUJEITOS
ATIVO: no âmbito da relação jurídica-tributária, o sujeito ativo será aquela pessoa do direito
público com a legitimidade para exigir a obrigação tributária. Por vezes, o titular ativo pode
exigir um comportamento negativo (traduz-se numa inação) ou um comportamento positivo
(traduz-se numa ação).
PASSIVO: pessoa singular ou coletiva, que está obrigado à prestação tributária seja enquanto
contribuinte, responsável ou substituto.
Ex: quando há retenções na fonte, eu sou o contribuinte, mas a minha empresa retém
parte do meu ordenado para entregar ao estado e funciona como sujeito passivo, quando
entrega a retenção diretamente ao estado sem nunca passar por mim.
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E se o empregador (substituto) retém o imposto e não o entrega ao estado? A quem pode ser
exigido o imposto? Nestes casos, ART28/nº1 LGT, o substituto fica desonerado.
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i. Imputação integral: determina que o imposto efetivamente pago no
país de origem seja deduzido, na totalidade, no país de residência.
ii. Imputação normal/ordinária: a dedução permitida no país de
residência seja limitada à fração do seu próprio imposto, calculado
antes da dedução, correspondente aos rendimentos de fonte estrangeira.
2. Elementos de conexão: permite perceber a quê que o legislador deu importância no
momento de tributar.
a. Imposto sobre o rendimento: os elementos de conexão são:
i. Residência do beneficiário do rendimento: este conduz à tributação
do rendimento global do contribuinte, independentemente da sua
origem, de acordo com o princípio da tributação universal ou do
rendimento mundial – CRITÉRIO DA RESIDENCIA.
ii. Local de produção do rendimento: leva a uma tributação limitada dos
rendimentos produzidos no território nacional, como ocorre em regra
em relação à tributação dos não residentes que aufiram rendimentos em
Portugal, baseando-se a respetiva tributação no CRITÉRIO DA
FONTE (Residentes – Universal e os Não Residentes – Fonte).
b. Imposto sobre o consumo: os elementos de conexão são a origem ou o destino
dos bens transacionados. A regra, a este respeito, é a de que os impostos sobre o
consumo devem ser lançados no país onde são consumidos os bens ou no país
onde as prestações de serviços são materialmente executadas (ART 6 CIVA).
c. Imposto sobre o património: sejam impostos sobre património detidos, sejam
impostos sobre a transmissão de património, aplica-se a “lex rei sitae”, ou seja,
a lei do local da situação dos bens patrimoniais.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
! Nesta situação, ART 24/nº1 LGT, “ os administradores, diretores, gerentes e outras pessoas
que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração ou gestão em pessoas
coletivas e estes fiscalmente equiparados são subsidiariamente responsáveis em relação a
estas e solidariamente entre si…”
Segundo o ART 24/nº1 a), era gerente quando a dívida se criou, mas já não era quando
a divida tinha de ser paga. A falta de liquidez para pagar a divida deveu-se a algo que o gerente
fez (é preciso determinar que a culpa foi dele).
Segundo o ART 24/nº1 b), o que interessa à lei é quem esteja a exercer no momento do
pagamento das dividas cujo prazo terminou enquanto exerciam funções. A culpa é “minha” até
que prove o contrário
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ART 24/nº2 - A responsabilidade aplica-se aos membros dos órgãos de fiscalização e revisores
oficiais de contas nas pessoas coletivas em que os houver, desde que se demonstre que a
violação dos deveres tributários destas resultou do incumprimento das suas funções de
fiscalização.
Art.º 577 do CC - cessão de créditos: não tem de pedir consentimento ao credor, apenas tem de
o informar.
! EXCEÇÕES
Transmissão pelo lado ativo – art.º 41, nº2 da LGT: a posição de credor numa
posição fiscal pode ser transmitida para terceiros, existe sub-rogação (substituir e
colocar-se no lugar do estado), desde que se tenha cumprido cumulativamente os 3
requisitos seguintes:
o Prazo de pagamento voluntário do imposto tenha sido ultrapassado
o O terceiro sub-roga-se na posição do credor e passa ele a ser o credor do
devedor em âmbito da situação tributaria
o O terceiro ter obtido autorização do devedor do imposto ou prove um interesse
legítimo no pagamento.
Transmissão pelo lado passivo – transmissão entre vivos não é possível segundo o
art.º 29, nº1. Mas é possível a transmissão das obrigações fiscais por morte/ transmissão
mortis causa (art.º 29, nº2 art.º 2071 do CC)
Ex: Alberto faleceu e deixou um património de 5000 euros, mas possuía uma dívida de 50.000
euros. Os filhos ao aceitarem a herança do pai vão estar a aceitar a dívida também.
Aceitação a título de inventário (faz uma lista dos bens todos e repartem entre eles)
só vão responder para cobrir a dívida os bens recebidos de cada herdeiro. Neste caso
eles só iriam responder com os 5.000 euros a uma dívida de 50.000 euros. O credor tem
que provar que existem mais bens do que aqueles que os herdeiros dizem ter (ónus da
prova a cargo do credor)
Aceitação pura e simples (sem listagem de inventário) neste caso os herdeiros têm
que provar que a herança não é suficiente para cobrir as dívidas, arriscando-se a ter que
pagar com o seu património (ónus da prova a cargo dos herdeiros).
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1. Obrigação legal: é uma obrigação “ex lege”, que resulta entre o facto tributário e a sua
subsunção à lei, ou seja, é uma obrigação que decorre da lei.
2. Obrigação executiva: a AT goza do privilégio da execução prévia, podendo executar-
se coercivamente a dívida tributária findo o prazo para pagamento voluntário através do
processo de execução fiscal, sem necessidade de sentença declarativa da existência da
divida.
3. Obrigação irrenunciável e indisponível: significa que as partes não podem dispor da
dívida e o credor não pode perdoar a dívida.
4. Obrigação especialmente garantida: art.º736 do CC, significa que o crédito é
privilegiado, ou seja, porque o estado é o primeiro a receber.
FACTO JURIDICO
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o Prazo de caducidade: prazo que a lei prevê para o imposto ser liquidado
(art.º45, n1 LGT) todos os tributos têm de ser liquidados no prazo de 4 anos
(a contagem dos anos depende do tipo de impostos que temos art.º45, n2
LGT)
o Prazo de prescrição: prazo dentro do qual o imposto deve ser exigido ao
sujeito passivo. As dívidas tributárias prescrevem no prazo de 8 anos(art.º48,
n1)
Nota: Basta que um destes prazos seja ultrapassado, para a obrigação tributária deixar de existir.
GARANTIA
Garantia geral: o património geral constitui a garantia geral dos créditos tributários;
Garantias especiais:
o Garantia pessoal – na relação a dois surge uma nova pessoa na relação que
aparece para assegurar o cumprimento de uma dívida (ex.: uma fiança
art.º627 CC)
o Garantia real:
Privilégios creditórios(art.º 627 CC): concedem a certos credores o
direito se serem pagos com preferência
Penhor e Hipoteca: o penhor (bens móveis)--art.º50, n2 e hipoteca
(bens imóveis) – art.º666 CC
Direito de retenção (art.º 758 e 759 CC): permite que um credor se
recuse a cumprir a sua obrigação de restituir uma coisa de outro,
enquanto não tiver sido pago.
Prestação de caução: art.º 623 e seguintes
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES DA AT
NOTA: Art.º 51/nº1: Arresto (há uma apreensão) -136 a 139 CPPT e o Arrolamento (não
há apreensão, mas é feito um rol/lista de todos os bens que o devedor tem) - 140 a 142
CPPT
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