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Contextualização
O Tributo é tido como sendo uma prestação patrimonial definitiva, publicada por lei, em sentido
amplo, a favor de uma entidade pública para a satisfação das necessidades públicas, sem carácter
de sanção e independente e vínculos anteriores.
Conceitualização do Imposto
Segundo Teixeira (1985: 36) o imposto é uma prestação pecuniária efectiva, de pagamento
coercivo com carácter unilateral e definitivo, em geral não consignados a nenhum tipo de
utilizações, sendo uma prestação devida ao Estado, estabelecida por lei sem carácter de sanção,
tendo como objectivo a realização de fins públicos.
Para Waty (2004: 160), imposto é uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, definitiva, não
sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por lei, a favor de uma entidade pública ou
com funções públicas, para a satisfação de necessidades públicas e redistribuição de riqueza,
independente de qualquer vínculo anterior. Neste conceito pode perceber-se que, o sujeito activo
não é apenas o Estado, como também todas as entidades públicas ou com funções públicas,
como, aliás, a LBST define, no artigo 56, que o sistema tributário integra impostos nacionais e
autárquicos.
Por seu turno, Guimarães (1993: 17), por uma questão metodológica e pedagógica, define o
imposto como sendo uma prestação definitiva e unilateral estabelecida por lei a favor de uma
pessoa que exerce funções públicas para a realização de fins públicos, e que não constitui sanção
de um acto ilícito.
Para o Teixeira (1995: 35), imposto é uma prestação definitva e unilateral, estabelecida pela lei a
favor de uma pessoa colectiva de direito público, para a realização de fins públicos, a qual não
constitui sanção de um acto ilícito.
Nabais (2008: 11) define o imposto com base em três elementos, “um elemento objectivo, um
elemento subjectivo e um elemento teológico (ou finalista) ”. Objectivo porque o imposto é uma
prestação pecuniária, unilateral, definitiva e coerciva. Subjectivo, o imposto é exigido a (ou
devida por) detentores (individuais ou colectivos) de capacidade contributiva (ability to pay) a
favor de entidades que exerçam funções ou tarefas públicas. O elemento teológico (ou finalista)
o imposto ser exigido pelas entidades que exercem funções públicas, sem carácter sancionatório.
Fases do Imposto
A incidência
Em abstracto, se definem os pressupostos tributários que fazem nascer a obrigação de imposto,
em que, em abstracto, se define a matéria colectável do imposto e identificam os sujeitos
passivos da relação jurídica fiscal a que o mesmo dará lugar. É a fase, em suma, em que a lei
determina o que vai estar sujeito a imposto (incidência real) e quem vai estar sujeito a imposto
(incidência pessoal).
Como elemento essencial do imposto que é , a incidência está sujeita ao princípio da legalidade
fiscal.
A par da incidência positiva (definida pelas chamadas normas de incidência, reais e pessoais),
temos que considerar uma incidência negativa, integrada pelas normas que estabelecem isenções
de imposto, quer excluindo da tributação situações que, a não ser a norma de isenção, caberiam
no âmbito de previsão da norma real impositiva (incidência real negativa), quer excluindo do
universo dos contribuintes, sujeitos que, sem a norma de isenção, se constituiriam normalmente
como devedores do imposto (incidência pessoal negativa). Um e outro caso, bem diferentes das
situações de não tributação, em que o âmbito de previsão da norma de incidência positiva não
compreende os factos e os sujeitos considerados, não sendo necessária nenhuma norma de
isenção para que estes fiquem fora do quadro legal de sujeição a imposto.
O lançamento
Corresponde ao momento do início da aplicação da lei. É a fase em que, do geral e abstracto da
incidência, se passa ao individual e concreto; é a fase em que se processam as operações
conducentes à identificação particular dos sujeitos passivos e à determinação concreta da matéria
colectável sobre que vai incidir o imposto.
Nos principais impostos que compõem actualmente o sistema fiscal português (IRS, IRC, IVA),
as operações de lançamento são efectuadas pelo próprio contribuinte, por isso se falando, a este
propósito, em auto lançamento do imposto.
A liquidação
É a operação aritmética de aplicação de uma taxa à matéria colectável apurada na fase do
lançamento, para determinação do montante exacto de imposto devido pelo sujeito passivo
A cobrança (pagamento)
Cobrança e pagamento são expressões que traduzem a mesma realidade jurídica. A primeira
assumida do ponto de vista da administração fiscal, que cobra o imposto; a segunda encarada do
ponto de vista do contribuinte, que o paga. É a fase final da vida do imposto, para que tende toda
a relação jurídica fiscal. Com a cobrança (pagamento) os valores correspondentes ao imposto vão
dar entrada nos cofres do Estado e com isso a relação jurídica fiscal, normalmente, extinguir-se-
á.
Classificação de Imposto
Imposto Directo
Os principais impostos directos são o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
IRPS, o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas IRPC, o Imposto Pessoal
Autárquico, Imposto sobre Veículos Imposto Predial Autárquico , Imposto sobre as
Transmissões e Doações.
rendimento apurado. A tributação directa é geralmente declarativa, que é estabelecida tanto pelo
indivíduo ou por terceiros em seu nome no caso de retenção na fonte.
Imposto directo é pago por parte das pessoas (jurídicas ou naturais) directamente ao governo a
quem é imposto (muitas vezes acompanhada de uma declaração fiscal apresentada pelo
contribuinte). Alguns impostos incidem sobre o rendimento, outros sobre entes corporativos e
alguns incidem também sobre transferências, tais como impostos sobre herança e imposto sobre
doações.
O imposto Indirecto
É um tipo de imposto que incide sobre transacções de mercadorias e serviços, sendo a base
tributária os valores de compra e venda. Este tipo de imposto é cobrado tanto do produtor como
do consumidor, independentemente da condição social, e é calculado no valor adicionado e na
transacção total, como é o caso do Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA, Imposto de Selo,
etc.
Impostos Autárquicos
vigorar anualmente em cada autarquia são estabelecida ate 30 de Setembro do ano anterior pela
respectiva assembleia autárquica, não podendo exceder no máximo dois décimos do salário
mínimo nacional dos trabalhadores da indústria.
O artigo 53 da Lei n o 1/2008, de 16 de Janeiro, prevê a isenção do pagamento do Imposto
Pessoal Autárquico (IPA) para:
O Estado;
As associações humanitárias e outras entidades que, sem intuito lucrativo, prossigam no
território da autarquia actividades de relevante interesse público, relativamente aos
prédios urbanos afectos à realização desses fins;
Os Estados estrangeiros, relativamente aos prédios urbanos destinados exclusivamente à
sede da missão diplomática ou consular ou à residência do chefe da missão diplomática
ou do cônsul, quando haja reciprocidade de tratamento;
A própria autarquia e qualquer dos seus serviços, ainda que personalizados, relativamente
aos prédios que integrem o respectivo património.
O artigo 58 da Lei n o 1/2008, de 16 de Janeiro, prevê as seguintes taxas para o Imposto Predial
Autárquico (IPRA):
Princípios da tributação
Justiça
Um sistema tributário é justo quando todos, do mais pobre ao mais rico, contribuem em
proporção directa à sua capacidade de pagar. Na definição de justiça tributária, está implícito
o princípio da progressividade – quem ganha mais deve contribuir com uma parcela maior do
que ganha, pois uma parte maior da sua renda não está comprometida com o atendimento de
necessidades básicas.
Simplicidade
De acordo com Smith, num sistema tributário simples é relativamente fácil e barato para
o contribuinte calcular e pagar quanto deve. A mesma facilidade tem o governo para fiscalizar se
o contribuinte pagou o que devia.
Neutralidade
Neutralidade quer dizer que o sistema tributário não deve influenciar a evolução natural da
economia. Ou seja, não deve influir na competitividade e nas decisões das empresas e tão pouco
no comportamento do consumidor/contribuinte.