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IMPOSTOS
Os impostos são uma das espécies de tributos (artigo 3o no2 da Lei Geral Tributária).
São estações pecuniárias coativas e unilaterais sem caráter de sanção que têm em
vista a persecução do interesse geral.
Assentam na capacidade contributiva, revelada, nos termos da lei, através do
rendimento ou da sua utilização e do património (artigo 4o da Lei Geral Tributária).
Quem tem competência para criar impostos é em princípio o parlamento e o governo
com certa restrição.
Impostos – São unilaterais. O contribuinte que paga o imposto não tem nenhum
direito a obter uma contrapartida específica pelo imposto que pagou.
Exemplo: acesso a serviços de saúde ou a frequência de uma escola pública. Há uma
contrapartida específica.
Taxas – São bilaterais. Paga-se uma taxa para obter algo em troca, um benefício.
(Critério do benefício).
Não tem que haver uma correspondência económica entre o que se paga e o que se
recebe. Exemplo de taxa: a propina.
das empresas;
sobre o rendimento;
sobre o património;
sobre o consumo.
Impostos Diretos: são aqueles que incidem sobre as manifestações imediatas (diretas)
de capacidade contributiva (rendimento e património).
Impostos Reais: são aqueles que não atendem à situação pessoal do contribuinte (é o
caso dos impostos sobre o consumo).
Impostos de Quota Fixa: lei estabelece uma importância fixa a pagar pelo contribuinte.
Imposto de Quota Variável: o montante a pagar varia em função da matéria coletável
(normalmente, através da aplicação de um valor percentual – uma taxa específica – à
matéria coletável).
Impostos Não Estaduais: aqueles em que o sujeito ativo é outro ente público distinto
do Estado.
Impostos Proporcionais: os impostos de taxa fixa, isto é, são impostos em que a taxa
aplicável não se altera em função do valor da matéria coletável. Exemplo: IVA.
Direito Da UE: Todas as leis de Direito Fiscal têm de estar em conformidade com o
Direito da União Europeia. Mesmo em impostos sobre o rendimento, onde a soberania
continua a ser dos Estados, há um limite, as regras em matéria de impostos diretos,
não podem restringir o mercado europeu e as liberdades fundamentais. Apesar dos
estados-membros serem soberanos na definição das suas regras fiscais, não podem
aprovar ou manter em vigor regras que colidam com essas liberdades fundamentais e
que restrinjam o mercado interno do mercado europeu. Exemplo: O IVA foi criado a
partir de uma diretiva da UE. Foi uma condição para fazer parte da UE, ter uma
estrutura de tributação no consumo harmonizada com os países da UE.
Direito Civil: As regras para a interpretação da lei fiscal estão presentes no Código
Civil. Em princípio aplicam-se as regras de interpretação presentes no artigo 9o do
Código Civil. Muitos conceitos que utilizamos em direito fiscal são os conceitos de
direito civil. Os elementos da relação jurídica tributária (Direito Fiscal) são os mesmos
elementos da relação jurídica Civil.
Limitação do poder político – num Estado de Direito é crucial garantir que não há
nenhum órgão do Estado com excesso de poder. Equilíbrio de poderes;
Temos um conjunto de interações entre os órgãos de soberania, uns controlam os
outros: parlamento eleito, preseidente da republica e os impostos que são
fundamentas, indispensáveis, para financiar o estado, mas representam uma
intromissão do Estado na esfera individual de cada cidadão, em sua liberdade e em seu
património.
A Constituição prevalece sobre as leis, embora já que temos que nos sujeitar primeiro
às leis da UE e do Direito Internacional;
A constituição deve ser com o um fio condutor com valores e princípios estruturantes
os quais se refletem em vário artigo, em várias partes da constituição. Quando
estudamos a constituição fiscal, artigos da constituição dedicado a matéria de
impostos, devemos interpretá-los e compreendê-lo no contexto da constituição. Deve
haver uma conexão de artigos.
Principio da Igualdade Tributária: 13º CRP // Ninguém pode ser obrigado a pagar
mais ou menos impostos do que uma pessoa “igual”. As regras fiscais não podem ser
diferentes dependendo da religião, raça, sexo, etc... Dito isto, proíbe-se a
descriminação e do arbítrio, há igualdade perante os cargos públicos e o princípio da
capacidade contributiva como critério operativo de concretização do princípio da
igualdade e da justiça fiscal. Para se conseguir a justiça fiscal e igualdade material
quem está numa situação igual, deve ser tratado de maneira igual e quem está numa
situação diferente, deve ser tratado de maneira diferente. Qual é o critério legítimo da
diferenciação? É a capacidade contributiva / critério ou princípio da capacidade
contributiva, é aquele através do qual se concretiza o princípio da igualdade em
matéria fiscal ( 4º LGT).
Principio da Legalidade Tributária: 103º nº2 + 165º nº1 i) CRP + 8º Lei Geral Tributária
Primeiro ponto: É preciso saber a situação da vida social, descrita na lei cuja verificação
obriga ao pagamento de certo imposto.
A lei tem de descrever / detalhar, os factos, caso ocorram, que obrigam ao pagamento
de certo imposto. O legislador tem de descrever de forma clara e detalhada para que
não haja problema em entender a lei e que não ocorram lacunas. Para uma segurança
tributária. (exemplo: 2º IRS). Os impostos têm que estar na lei e são criados por lei,
logo determina-se:
Incidência
Taxa
Benefícios fiscais
Garantias dos contribuintes
Clausula Geral Anti-Abuso: 38º, nº2 LGT // Pretende combater o planeamento fiscal,
particularmente dos contribuintes que se especializam em evitar ou minimizar os
impostos sem infringir a letra da lei, embora atentando contra o seu espírito. A mesma
repousa na verificação da insuficiência da existência de normas fiscais específicas e
detalhadas para combater eficazmente a elisão fiscal, sendo que sem este combate a
confiança pública no sistema fiscal, na administração fiscal e nos tribunais tributários é
definitivamente posta em causa, com elevados custos democráticos e constitucionais.
o imposto acaba por incidir, não sobre as transações que os contribuintes
formalmente realizaram, as transações de elisão, mas sobre as transações que eles
hipoteticamente celebrariam para a obtenção do efeito económico pretendido.
Ou seja, a cláusula geral anti-abuso vem permitir à autoridade tributária tributar o
sujeito não pelo contrato que celebrou, mas aquele que em condições normais teria
celebrado, considerando o verdadeiro contrato que queria realizar.
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
(4º, Nº1 LGT)
A norma jurídica não corresponde necessariamente ao texto, há outros elementos que
através dos quais chegamos à norma.Para chegar na norma não basta o texto (Art.9°,
n°1 CC). Este artigo é uma exceção que vigora no direito civil. Nem tudo no direito
fiscal está sujeito a reserva de lei, mas fora disto em lei não há reserva de lei fiscal.
Elementos da interpretação:
Textual-gramatical;
Histórico-genérico;
Lógico-sistemático;
Teleológico-racional.
Facto: É decisivo, é a situação da vida social descrita na lei, cuja verificação faz
nascer a obrigação tributária.
Permanência e alteração da relação jurídica tributária - quando se verifica um facto
tributário determinado, seja auferir um salário ou obter juros de um depósito a prazo,
mas quando se verifica aquele facto determina um conjunto de implicações jurídicas e
não pode qualquer uma das partes nem a administração nem o sujeito passivo alterar
nem mudar.
Condicionamento e contratualização - Há casos em que a lei permite celebração de
contratos fiscais.
Extinção (pagamento - via normal; caducidade do direito à liquidação-exceção;
prescrição da dívida/ prestação tributária - exceção)
Responsabilidade tributária
Garantia: 50º e ss LGT // Uma das vias que a AT tem a sua disposição são as chamadas
providências cautelares, para garantir a cobrança dos montantes em divida. São
garantias que protegem a AT enquanto credor daqueles montantes.
O sujeito passivo sabe quanto tem que pagar, mas não paga. Não pagando a AT
instaura um processo de execução fiscal para identificar e penhorar bens do
contribuinte se necessário, mas o contribuinte pode não ter bens em seu nome e a AT
não conseguindo encontrar bens ou rendimento que permita cobrar os montantes
devido tem o prazo limite de 8 ANOS para concluir esse processo de cobrança.
Passados 8 anos e a AT não conseguiu fazer essa cobrança considera-se a dívida
tributária prescrita, extinguindo-se dessa forma a relação jurídica tributária.
IMPOSTOS EM ESPECIAL
É um imposto:
Direto
Pessoal
Periódico
Único
Progressivo
Direto: atinge diretamente a capacidade contributiva independente da utilização que
lhe dê.