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É parte do Direito Público que tem por objeto a ordenação jurídica das atividades
financeiras do Estado e dos entes públicos descentralizados.
É o estudo dos princípios jurídicos da atuação estatal que consiste na obtenção de
recursos financeiros para custear as despesas públicas.
- Didaticamente o direito financeiro é elaborado e estudado organicamente, de modo
unitário e segundo uma coordenação sistemática de seus princípios estruturais.
O estudo é autônomo e não independente porque os fatos se interrelacionam e o
Direito é uno.
O Brasil incorpora a autonomia do Direito Financeiro na própria CF - Art. 24, I.
O sistema financeiro difuso e esparso, ao longo de diversas passagens está no Art. 24,
incisos e parágrafos, Art. 30, I e II, nas repartições das receitas tributárias, despesas (ex.:
Art. 212) e normas relativas ao orçamento público.
- lnfraconstitucionalmente a matéria é basicamente regulada pela Lei n. 4.320-64
(Normas Gerais de Direito Financeiro - para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços dos entes políticos), inicialmente editada como lei ordinária, atualmente com
status de lei complementar.
Portanto, o direito financeiro é um Ramo do Direito Público Interno que trata da
captação e da gestão dos recursos econômicos com que os órgãos públicos contam para o
desempenho de sua missão.
Da mesma forma que qualquer cidadão, o Estado carece de numerário para satisfazer
às suas necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade. Daí, a importância do
Direito Financeiro, cuja autonomia é implicitamente reconhecida na Constituição Federal,
tendo em vista o disposto nos arts. 145 a 169.
(Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica de Ciências Jurídicas em 30 de
abril de 2007)
Ocorre que, estas necessidades cresceram sobremaneira nos últimos tempos. Assim, a
medida que o Estado passa a atender mais necessidades públicas, conseqüentemente passa a
necessitar de mais dinheiro. Neste passo, surge uma atividade meio, atividade esta que é
financeira, que começa a se destacar, visando atender a atividade fim – atender as
necessidades públicas.
Portanto, a atividade financeira do Estado é aquela voltada a obter, gerir e aplicar as
receitas públicas, no atendimento das necessidades públicas. Surgindo a necessidade de
regras jurídicas para controlar esta atividade financeira do Estado.
II – Receitas Públicas
Receita pública pode ser definida como o dinheiro obtido, não apenas do particular,
para que o Estado exista e atenda as necessidades públicas.
Receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional,
incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as
necessidades de investimentos públicos.
Em sentido amplo, receita pública é o recolhimento de bens aos cofres públicos,
sendo sinônimo de ingresso ou entrada.
Diferencia-se da receita tributária, pois ao contrário desta, não está limitada à
arrecadação de tributos e multas, sendo que a receita tributária é um dos tipos de receita
pública.
A receita pública também embarca as receitas das empresas estatais, a remuneração
dos investimentos do Estado e os juros das dívidas fiscais.
Disto, se tem que, receitas públicas dizem respeito apenas às entradas definitivas, que
é o ramo do qual trata o direito financeiro.
Segundo Aliomar Baleeiro, “receita pública, objeto do direito financeiro, é a
entrada que se integrando ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer seu vulto como elemento novo e positivo.”
- derivadas: que é obtida pelo Estado, não por meio do seu próprio patrimônio, mas
sim através do patrimônio do particular, que hoje é a principal fonte de receita estatal.
Funda-se no poder tributário do Estado, poder este que é disciplinado por lei.
- transferidas: esta nada mais é que a transferência de parte da arrecadação de um
tributo de competência de um ente para outro ente estatal, p. ex. o IPVA, que é pago ao
estado, porém este deve repassar ao município parte da arrecadação. Existem tributos de
receita partilhada, que embora somente um ente tenha competência exclusiva para cobrá-lo,
não pode deixar de repassá-lo.
A CF/88 tornou esta partilha muito extensa, por tal motivo, a União passou a não
investir na arrecadação de impostos, e passou a fazê-lo na de contribuições, sobre as quais
não recaia o dever do repasse. Diante disto, os estados, DF e municípios passaram a
requerer a transferência também das contribuições. Alterou-se, então, a CF de modo a
viabilizar o repasse das contribuições, exemplo claro é a CIDE.
3. Receitas derivadas
Receitas derivadas e tributos são a mesma coisa, valendo a diferença apenas para o
direito financeiro. Vale reforçar o conceito de tributo, que é uma prestação pecuniária paga
para o Estado pelo particular.
Das 05 espécies de tributos, 03 são chamados clássicos, pois seguem a teoria
clássica ou tríplice. Os impostos, taxas e contribuição de melhorias tem fator de distinção
evidente. Os tributos adotam o critério da vinculação ou não vinculação de uma atividade
estatal específica relacionada ao contribuinte ou ao devedor do tributo.
Alguns tributos trazem a idéia de contrapartida, contraprestação, pois são pagos em
decorrência de um serviço prestado pelo Estado. Outros não trazem esta idéia de
contrapartida. Existem, ainda, outros tributos que se justificam pela realização de uma
atividade estatal capaz de valorizar de um imóvel.
4. Receitas transferidas
Em matéria tributária, existem duas formas para o ente obter receita. A primeira dela
através dos seus próprios tributos, ou seja, através do exercício da competência tributária.
A segunda se dá, através de um mecanismo de partilha do produto da arrecadação de
alguns tributos, que é definido pela constituição. Por esta, a União partilha com os Estados,
Distrito Federal e Municípios, e, por sua vez, os estados partilham com os municípios.
A competência para definir tributos é que determinará a instituição e partilha do
tributo.
São tributos partilháveis, os impostos, e desde 2003 a CIDE sobre combustíveis.
5. Compensação financeira
A LRF nos arts. 11 a 14 tem algumas previsões específicas para as receitas públicas.
Não há, p. ex. pena para a cobrança de IPTU, pois este prevê punição ao
administrador, e não ao legislativo para não fazer a lei.
O art. 14 trata da renúncia tributária que é feita por benefícios fiscais (isenção,
remissão, anistia, crédito presumido, moratório). Para que haja a renúncia é necessária uma
justificativa, ou seja, um demonstrativo de impacto na receita.
1. Noções
Despesa Pública é toda aplicação de dinheiro pelo Estado no atendimento de
necessidades públicas, sejam elas quais forem.
DIREITO TRIBUTÁRIO
6. EVOLUÇÃO
Tributos existem desde a remota Antigüidade. Sempre foi a maneira de o Estado
(qualquer que fosse a sua forma) obter receitas necessárias à consecução de seus fins. Sob o
regime absolutista, as imposições fiscais decorriam tão-só da vontade do detentor do poder
absoluto, normalmente o monarca absolutista. Aos contribuintes restavam duas opções: ou
atender à imposição ou a insurreição armada.
Na história brasileira, inúmeras rebeliões têm por causa exigências tributárias (assim,
entre outras, a Revolta de Felipe dos Santos, a Inconfidência Mineira, a Revolução
Farroupilha). O primeiro diploma legal sobre garantias do contribuinte é a Magna Carta
inglesa de 1215, na qual lograram os barões limitar os poderes absolutos da Coroa, onde
figura, pela primeira vez, ainda que de forma embrionária, o princípio da legalidade
(qualquer tributo dependeria de aprovação assemblear). Mas da existência de um direito
tributário enquanto tal que é basicamente um sistema de limitações ao poder impositivo
estatal (em matéria de tributos) e de garantias constitucionais e legais ao contribuinte não
poderia se cogitar nos parâmetros (ou na falta deles) do Estado absolutista.
Só com o surgimento dos Estados de Direito criam-se as pré-condições para o
desenvolvimento do direito tributário.
Na sua esteira, surgiu o Código Tributário Nacional, a partir de anteprojeto elaborado
por Comissão composta por Rubens Gomes de Sousa, Gerson Augusto da Silva, Sebastião
Santana e Silva, Mário Henrique Simonsen, Gilberto de Ulhôa Canto e Luiz Simões Lopes.
Aprovado pelo Congresso Nacional tornou-se a Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. O
art. 1º do Ato Complementar n. 36, de 13 de março de 1967, denominou-a (com as
alterações posteriores) Código Tributário Nacional.
Na esteira do Código, surgiram inúmeras obras de doutrina (entre tantas outras, de
Baleeiro, Fábio Fanucchi, Geraldo Ataliba, Bernardo Ribeiro de Moraes, Souto Maior
Borges) que vieram consolidar a autonomia e o desenvolvimento do direito tributário no
Brasil.
Com a Constituição de 1988, houve algumas modificações em nossa estrutura
tributária e a disciplina mereceu uma minuciosa normatização constitucional, também
estimulando o desenvolvimento doutrinário e o surgimento de novos estudos tributários
(entre outros, podem-se apontar as obras de Celso Ribeiro Bastos, Ives Gandra da Silva
Martins, Paulo Barros de Carvalho, Roque Carrazza, Zelmo Denari, Luciano Amaro, Hugo
de Brito Machado, Sacha Calmon Navarro Coelho). Desde então tem-se falado
repetidamente em reforma tributária, com o surgimento de projetos tanto de origem no
Poder Executivo quanto parlamentar, que, todavia, não vinham avançando, pela extrema
dificuldade de construir o mínimo consenso necessário entre os vários interesses
contrapostos e ausência de real interesse na sua aprovação pelo forte Poder Executivo
federal, que preferiu adotar medidas, sempre pontuais, para ampliar sua arrecadação a
empenhar-se em verdadeira reformulação geral do sistema tributário, que ainda remonta a
1965, com inúmeras modificações particularizadas, ao sabor das imposições políticas
cotidianas e necessidades de caixa governamentais, carecendo efetivamente de maior
sistematização e racionalidade.
No ano de 2003, propôs o novo governo federal projeto que denominou "reforma
tributária", sendo ele aprovado e resultado na Emenda Constitucional n. 42, de 19 de
dezembro de 2003.
Muito longe está, todavia, de uma verdadeira reforma tributária, ainda por fazer.
Limitou-se a modificações pontuais e à prorrogação da Desvinculação de Receitas da União
e da antiga CPMF, para atender às necessidades financeiras do governo federal.
TRIBUTOS
1. NOÇÃO