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AULA 2
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CONTEXTUALIZANDO
Nesta aula, iremos entender um pouco mais sobre os objetivos fiscais dos
tributos.
A tributação está diretamente ligada à economia, mas será que ela
poderia estar ligada ao comportamento das pessoas?
Para essa reflexão, veremos que é possível dizer que a tributação tem
ligação também com o comportamento das pessoas que vivem em sociedade.
Já conhecemos a guerra fiscal, que é a competição entre estados ou
municípios para que possam arrecadar mais recursos, por meio de benefícios
fiscais direcionados a empresas e de modo que estas fixem sua sede em
determinado local. Esse é um dos exemplos da extrafiscalidade.
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A função estatal é normativa e administrar é, em regra, realizar a edição
de normas concretas, indicando a possibilidade de uma função administrativa
normativa. Regular é efetuar ponderações no plano concreto.
Dessa forma, a finalidade da regulação possui referência a uma atividade,
edição de um ato normativo e produto dessa atividade, para os efeitos do ato
administrativo editado e seu resultado jurídico produzido, sendo que tanto a
atividade quanto o resultado são conceitos definidos pela finalidade (Martins,
2011, p. 119).
A regulação de que estamos falando envolve não somente a função de
fiscalização, mas também de incentivo, com o objetivo de satisfazer, de forma
indireta, as necessidades públicas. Há ainda a regulação presente no art. 173,
da CF (Brasil, 1988), referente à exploração direta de atividade econômica pelo
Estado, e também referente a intervenção do Estado na ordem econômica.
O sistema jurídico brasileiro aparece assentado no valor fundamental da
liberdade. Acerca da regulação administrativa, esta refere-se à atividade
econômica, ou seja, à interferência da administração pública sobre a atividade
econômica.
E como isso acontece?
Para analisar a atividade financeira do Estado, precisamos analisar
também a capacidade de o Estado impor aos outros determinado tipo de
comportamento. O exercício desse poder tem como finalidade principal a
realização do bem comum.
Para a manutenção do Estado, utilizam-se os tributos, porém, a função da
cobrança dos tributos não é somente essa. Como verificamos na introdução
deste tema, é possível que o Estado regule comportamentos e também interfira
na ordem econômica.
A cobrança de um tributo não depende necessariamente de sua
finalidade, ou para que determinado tributo foi cobrado. A finalidade demonstra
o que dá sentido ao tributo, e após estudarmos o que é tributo e também o
Sistema Tributário Nacional, é possível classificar as finalidades dos tributos em
três: fiscalidade, parafiscalidade e extrafiscalidade.
1.1 Fiscalidade
1.2 Parafiscalidade
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Regional de Contabilidade (CRC) (entidade de registro e fiscalização do
exercício profissional – Decreto-Lei n. 9.295/1946).
Cumpre lembrar que essas contribuições se submetem às normas gerais
de direito tributário.
1.3 Extrafiscalidade
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TEMA 2 – REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
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Critério espacial: especifica onde ocorreu o fato gerador, faz menção a
um comportamento, no espaço e no tempo;
Critério temporal: especifica o tempo do fato gerador, do comportamento;
Critério pessoal: indica o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito
passivo);
Critério quantitativo: indica o valor a ser pago. Desdobra-se em:
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o Alíquota: percentual variável dependendo do município analisado.
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Vejamos:
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Para Amaro (2011, p. 273-274):
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obrigação acessória ao que for relativo à penalidade pecuniária irá se converter
em obrigação principal.
Nas palavras de Coêlho (2010, p. 585):
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circunstâncias materiais necessárias a produzir efeitos que normalmente lhe são
próprios (art. 116, I, CTN) (Brasil, 1966), ou seja, uma situação material existe
desde que apta a produzir seus efeitos (Amaro, 2011).
Acerca do fato gerador correspondente de uma situação jurídica, este
ocorre quando a situação referida se mostra juridicamente aperfeiçoada (art.
116, II, CTN), ou seja, no momento em que os requisitos legais necessários à
existência da situação jurídica específica estiverem presentes, conforme o
arranjo instrumental por lei exigido ou facultado (Brasil, 1966).
O fato gerador (hipótese de incidência) possui os seguintes critérios:
material, espacial, temporal, pessoal e quantitativo. O critério material configura
o núcleo do fato gerador, ou seja, o verbo mais o complemento; já o critério
espacial procura demonstrar onde ocorreu o fato gerador; o critério temporal visa
especificar o tempo do comportamento, enquanto o critério pessoal indica os
sujeitos ativo e passivo da relação tributária e, por fim, o critério quantitativo
indica o valor a ser pago.
Vejamos, como exemplo, o caso do IPTU:
5. Critério quantitativo: valor que deverá ser pago, base de cálculo x alíquota;
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relação de obrigação tributária, assumindo a posição de sujeito passivo tributário
(Delgado, 2004).
Nas palavras de Amaro (2011, p. 329):
TROCANDO IDEIAS
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A obrigação tributária acessória nem sempre será de responsabilidade
somente do contribuinte, sendo assim, a responsabilidade poderá também ser
do contador por obrigações tributárias do contribuinte.
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NA PRÁTICA
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Resposta: será pago o imposto sobre transmissão causa mortis. A regra
matriz será assim instituída:
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FINALIZANDO
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(critérios: pessoal e quantitativo), de modo a ser possível estabelecer a
obrigação tributária principal.
Assim, a obrigação tributária principal decorre do fato gerador (núcleo da
hipótese de incidência -> critério material -> verbo + complemento), que é a
situação definida em lei de forma necessária e suficiente (art. 114, CTN) e a
obrigação tributária acessória tem como fato gerador qualquer situação que
imponha a abstenção ou prática de ato que não configure obrigação principal
(art. 115, CTN) (Brasil, 1966).
Verificado o fato gerador, é importante definir quem irá constituir a
obrigação tributária, tanto como sujeito ativo (credor) quanto como sujeito
passivo (devedor -> contribuinte ou responsável tributário).
Com base no que estudamos, daremos continuidade aos estudos ao
abordarmos os próximos temas.
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REFERÊNCIAS
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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