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Noções Introdutórias
O Direito Fiscal abrange o direito das receitas, este domínio distribui-se em 3 espécies:
• Direito patrimonial público: constituído por normas que regulam as receitas
geradas pelo património mobiliário e imobiliário do Estado e gerado pelas
explorações industriais e comerciais de utilidade pública – empresas públicas
(podem ter um carácter totalmente público EPE (hospitais) e também as
sociedades comerciais que têm o seu capital social maioritariamente público
(TAP, Caixa Geral de Depósitos);
• Direito ao crédito público: constituído pelas normas que regulam o recurso ao
crédito pelas entidades públicas e a gestão da dívida pública;
• Direito tributário: constituído pelas normas que regulam as receitas impositivas
ou coativas do Estado. É neste setor que o Direito Fiscal se destaca
principalmente.
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2022/2023 REO
Hoje as receitas que vêm dos impostos são a generalidade do suporto das sociedades
civilizadas, esta é uma marca da civilização. Na verdade, em nenhum outro segmento
do universo jurídico estabelecemos com o Estado uma relação tão duradoura, esta
acompanha-nos desde o nascimento até à morte.
O Estado fiscal, um Estado que tem por suporte financeiro determinante ou típico a
figura dos impostos, é o pressuposto do Princípio da liberdade da iniciativa económica
privada (permite-se aos indivíduos, com a maior amplitude possível, a sua livre decisão
em todos os domínios das suas vidas). Este ente público reconhece esta iniciativa,
reconhece a liberdade de organização empresarial, o direito da livre disponibilidade dos
meios de produção e com isso este tende a não ser um Estado empresário. O Estado é
atualmente um agente de regulação mas precisa de receita, que é encontrada nos
impostos.
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2022/2023 REO
Nunca esqueçamos esta verdade fundamental: o Estado não tem fonte de dinheiro
senão o dinheiro que as pessoas ganham por si mesmas e para si mesmas. Se o Estado
quer gastar mais dinheiro, somente poderá fazê-lo emprestando de sua poupança ou
aumentando os seus impostos. Não há “dinheiro público”, há apenas “dinheiro dos
contribuintes”. – Margaret Thatcher
A altíssima taxa fiscal e o desperdício público são os principais pressupostos para que os
impostos continuem a ser vistos pela sua vertente negativa, como o “mal do Estado”. O
desperdício pode ser ativo ou passivo, o ativo é típico da corrupção enquanto o passivo
é o que resulta da negligência na gestão do dinheiro público.
O Estado fiscal e o Estado social não estão em antagonia, o primeiro está dependente
do segundo. O Estado Fiscal é o instrumento de realização do Estado Social.
Assistimos hoje a uma profunda crise do Estado Fiscal. São apresentadas em seguida
algumas características que influenciam esta crise:
Em primeiro lugar ainda ninguém fez uma simples questão “Que Estado é que
queremos?””, para ser percebido o que deve comandar as decisões políticas, “Em que
medida o Estado se deve assumir como prestador de serviços?”.
Em segundo lugar, o Estado Fiscal apresenta impostos sobre o património que estão
ultrapassados, falamos no IMI, que acredita que o dinheiro está nas terras. O Património
mobiliário escapa à carga fiscal, não há uma tributação sobre a riqueza mobiliária.
Em terceiro lugar estão os fenómenos da mundialização e da globalização económicas,
hoje em dia há uma mobilidade crescente dos fatores de produção, o fator mais móvel
é o capital, o que torna a tributação sobre este problemática. Se o capital se move
rapidamente então não convém aumentar muito o imposto sobre ele.
Em quarto lugar está a extremíssima preferência pelos impostos indiretos e não pelos
impostos diretos. As pessoas são altamente sensíveis ao tema do IRS, portanto subir os
seus escalões em função dos rendimentos de cada um seria a alternativa mais justa,
baixando os impostos indiretos. Os indiretos são cegos ao agente consumidor, se vão 2
pessoas à bomba da Galp encher o depósito com 50€, o imposto é igual para ambos,
outro exemplo é o IVA.
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2022/2023 REO
Outra opção poderiam ser as taxas sobre transações financeiras, na compra e venda de
ações, mas isso iria tocar em bolsas específicas, não seria algo mundial, o que iria gerar
benefícios para as bolsas de outros países.
Imposto
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2022/2023 REO
Pode dar origem ao pagamento de uma taxa (do ut des – dou porque me dás), com base
no art.4º/2 LGT:
1.Prestação concreta de um serviço público: propinas, taxa sobre a prestação de
serviços de saúde;
2.Utilização de bens de domínio público: portagens;
3.Devida pela remoção de obstáculos jurídicos à atividade dos particulares (Art.4º/3
LGT): o direito perante atividades sensoradas/perigosas tem a capacidade de as punir
ou pode antecipar que alguma atividade tem um risco para o interesse público mas
devidamente fiscalizada pode ter interesse público, que é o condicionamento
administrativo. (As pessoas não podem caçar a menos que tenham licença para caçar,
há então uma taxa para remover essa impossibilidade de caçar). Ao contrário das
primeiras duas taxas que precisam de alguma existência física, aqui o Estado pode criar
um obstáculo. A Administração vai criando obstáculos à vida dos particulares de maneira
a obter receita. A autorização legislativa é o ato que remove o obstáculo jurídico, se esta
for concedida o obstáculo é removido e cobra-se uma taxa, ou seja, paga-se a taxa e a
contraprestação dessa taxa é a licença e a remoção do obstáculo jurídico.
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2022/2023 REO
Imposto ou taxa?
Para sabermos se estamos perante um tributo unilateral ou bilateral é necessário
realizar-se um teste da sua medida ou critério.
• Um imposto é medido através da capacidade contributiva do contribuinte, como
já referido supra.
• Estamos perante uma taxa se for suscetível de ser medida com base na ideia de
proporcionalidade e bilateralidade. Ou seja, o teste da bilateralidade e o teste
da proporcionalidade são essenciais para que seja aferida a legitimidade de uma
taxa.
Dr. Teixeira Ribeira admitiu que falamos em taxas quando os pagamentos das mesmas
permitem o acesso a um bem semipúblico. Se o pagamento não permite o acesso a este
bem então falamos de um imposto e como tal deve ser tratado.
A taxa devida pela licença de caça ou ainda a taxa devida pela licença de uso e porte de
arma, aqui o Estado não permite um acesso incondicionado à obtenção destas
livremente. De acordo com o Dr. Casalta Nabais esta é uma taxa, para o Dr. Teixeira
Ribeiro é um imposto, porque esta licença não dá acesso a nenhum bem semipúblico).
Qual é então a orientação do curso? Ambos critérios são válidos.
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2022/2023 REO
Þ Não confundir taxa enquanto elemento do imposto com taxa enquanto figura
tributária caracterizada pela sua bilateralidade.
Espécies de Impostos
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2022/2023 REO
Reais ou pessoais:
• Reais: não tomam em consideração a situação económica e pessoal do
contribuinte, incidindo objetivamente sobre a matéria coletada, olham para a
manifestação da riqueza sem outras considerações (IMT). Estes tomam sempre
em consideração a capacidade contributiva do sujeito mas de uma forma avulsa
e isolada, não globalizante.
• Pessoais: tomam em consideração a situação económica e pessoal do
contribuinte, olham para a manifestação da riqueza relevada por aquele sujeito
de maneira global, o valor da sua fortuna e dos seus rendimentos. Considera o
sujeito em todas as dimensões socialmente relevantes.
IRS
Este é pessoal porque considera o rendimento global de cada pessoa, não olha de forma
avulsa para cada tipo de rendimento;
Exclui o mínimo de existência, ou seja, não há lugar ao pagamento de IRS quando o
pagamento desse implica para o sujeito em causa a disponibilidade de um montante
abaixo de um certo patamar (Art.70º Código IRS);
Admite a dedução à coleta de encargos sociais de natureza pessoal/familiar, o imposto
a pagar não corresponde à coleta porque são deduzidas despesas de saúde, educação,...
(Art.78º Código IRS)
Tem taxas progressivas (art.68ºCódigo IRS), estas aumentam à medida que aumenta o
rendimento coletável, quanto maior o rendimento maior é a taxa. Os impostos
progressivos aumentam duplamente em função da matéria coletável, já que aumentam
direta e indiretamente em função da matéria coletável.
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2022/2023 REO
IMI
O IMI é liquidado e pago junto da Direção-Geral dos Impostos, não é pago no município
onde está localizado o imóvel, essencialmente por uma questão de obsessão dos
municípios. Os municípios têm, nos termos da lei, a possibilidade de gerir o IMI mas a
verdade é que nenhum opta por fazê-lo. 1-“Os municípios querendo, podem assumir a
competência para lançar, cobrar e liquidar IMI e IMT; 2- Os municípios que não acionem
essa opção ficam obrigados a pagar ao Estado uma % que é devida pelos custos que o
estado tem no lançamento, liquidação e na cobrança desses impostos.” A verdade é que
nenhum município acionou esta opção. A relação jurídica entre o contribuinte a
propósito deste imposto é uma relação dele com o Ministério das Finanças e não com o
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município. Tanto a região como o município apenas intervêm quando o imposto já foi
pago e as respetivas obrigações fiscais já se encontram extintas.
A receita é dos municípios mas o lançamento, liquidação e cobrança pertente aos
serviços do Estado.
A relação entre o Estado e o Município é de direito financeiro público, onde o primeiro
é devedor e o segundo o credor. O IMI é então um imposto estadual porque toda a sua
relação é entre o contribuinte e o Estado. É natural que existam relações entre a
Administração do Estado com as regiões autónomas e autarquias locais, e também entre
as regiões autónomas e os próprios municípios, a verdade é que estas não constituem
relações de direito fiscal mas sim relações de direito financeiro.
O conceito legal de sujeito ativo encontra-se plasmado no Art.18º/2 LGT: “O sujeito
ativo da relação tributária é a entidade de direito público titular do direito de exigir o
cumprimento das obrigações tributárias, quer diretamente quer através de
representante.”
Diretos ou Indiretos
• Critério da repercussão económica: os impostos indiretos são aqueles que por
determinação legal, ou seja, por força da própria lei, o suportador económico do
imposto não se identifica com o sujeito passivo do imposto.
O sujeito passivo do IVA tem de ser a pessoa que tem o dever perante o credor de pagar
o imposto, ora no quadro do IVA o sujeito passivo é quem presta o serviço ou o bem, é
essa pessoa que tem o dever de entregar o imposto ao estado. Só que ele não suporta
economicamente o imposto porque faz refletir o imposto no próprio valor do produto.
(Quando vamos a um restaurante pagamos o valor da refeição + IVA). Nestes casos diz-
se que há um imposto indireto porque há́ um desfasamento entre a pessoa que suporta
economicamente a carga fiscal e a pessoa que fica obrigada ao dever de entregar a
receita ao Estado
• Critério da Relação jurídica base do Imposto: o Imposto indireto é, normalmente,
aquele que tem como base o ato isolado mesmo que a liquidação se faça a partir
da agregação de liquidações. No contexto do IVA, é trimestral. O imposto direto
é o que incide sobre razões jurídicas duradouras, impondo uma renovação
automática periódica da obrigação de imposto. (O IMT não é imposto direto, é
um imposto indireto, mas assenta num facto isolado).
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Sendo assim, o Direito Fiscal vale apenas para as regras de criação, alteração ou extinção
do imposto, mais concretamente vale para as regras destes quatro:
Incidência: aquilo sobre a qual incide o imposto, esta pode ser:
• pessoal ou subjetiva: sobre que pessoas recaem esses impostos, isto implica a
definição do sujeito ativo, passivo assim como os contribuintes, responsáveis, ...
• material ou objetiva: sobre que realidade material, temporal, quantitativa,
espacial recai o imposto. (Este imposto vai de que data até que data; como se
torna o imposto líquido?; onde existe esse imposto?; como se calcula o valor de
um imóvel?.)
Taxa: todos os impostos têm uma taxa, é a cota sobre a qual se vai tributar, esta é
definida através de uma percentagem – alíquota.
Benefícios fiscais: medidas de desagravamento fiscal.
Garantias dos contribuintes: a caducidade do direito de liquidação, o direito de
audiência previa, o direito de reclamar, o direito à fundamentação.
Quando se afirma que este princípio apenas abrange os elementos essenciais dos
impostos admite-se que não fazem parte das matérias incluídas no princípio da
legalidade fiscal as normas do procedimento de lançamento de liquidação e cobrança
do imposto. Estas normas estão apenas sujeitas ao princípio geral da legalidade da
administração pública. Isto não exclui que a disciplina da liquidação e da cobrança dos
impostos esteja sujeita a outras reservas de lei, na medida em que a mesma se localize
em matérias constitucionalmente reservadas, como limites aos direitos, liberdades e
garantias fundamentais, na medida em que a disciplina afete a esfera dos contribuintes.
Lançamento do imposto:
1.identificação do sujeito passivo (lançamento subjetivo)
2.determinar o valor tributável, o valor relevante para efeitos de um determinado
imposto.
Regiões Autónomas:
Tratando-se de materia de reserva relativa, a AR pode delegar ao governo o poder
tributário. Além desta possibilidade é também importante referir que a CRP reconhece
às regiões autónomas a possibilidade de exercerem poderes tributários próprios além
do poder que têm de adaptar o sistema fiscal nacional às especificidades regionais
(Art.227º/1/al.i) CRP). Ambos estes poderes são exercidos pelas assembleias legislativas
regionais através de decreto legislativo regional (Art.232º/2 CRP). A autorização é dada
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pela própria lei, quando a AR ou o Governo (através de autorização da AR) está a criar
um imposto ou a alterar um já existente, podem, nessa lei, autorizar as ALR a
desenvolverem através dos decretos legislativos regionais alguns aspetos desse
imposto. Para além disto, mesmo que a lei não o defina, as regiões autónomas podem
sempre adaptar o sistema fiscal nacional às especificidades regionais.
Autarquias Locais:
A CRP admite que as autarquias locais possam exercer poderes tributários próprios nos
termos da lei (Art.238º/4 CRP). Diz-se no art.112º/5 Código IMI “Os municípios mediante
deliberação da assembleia municipal, fixam a taxa a aplicar a cada ano, dentro dos
intervalos previstos na alínea c) do número 1, podendo esta ser fixada por freguesia”.
• Reserva material de lei: significa tipicidade. A lei deve conter a disciplina tão
completa quanto possível da matéria reservada (incidências, taxa, benefícios
fiscais e garantias dos contribuintes). Deve conter uma disciplina densa, precisa
e clara na matéria dos elementos essenciais dos impostos.
A lei deve conter a disciplina tão completa quanto possível da matéria fiscal reservada.
A lei deve ser especialmente densa e precisa no que toca aos elementos essenciais do
imposto (incidência, taxa, benefícios ficais e garantias dos contribuintes). Há um dever
de densidade legal acrescida na confirmação dos elementos do imposto. Contudo este
facto não impede em absoluto o recurso a conceitos indeterminados – “utilidade social”
Art.43º/1CIRC - ou se socorra mesmo da atribuição da discricionariedade à
administração fiscal - Art.29º/4 CIRS, a Administração Tributária pode corrigir o valor de
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mercado dos bens atribuídos pelo empresário em nome individual aquando da afetação
à empresa ou da sua transferência para o seu património individual.
Princípio da praticabilidade: Não deve existir uma exigência altamente pormenorizada
da lei fiscal, excluem-se exigências que deem origem a soluções impossíveis de levar à
prática ou soluções economicamente insuportáveis.
Podem existir normas densas ou normas tendencialmente abertas, as chamadas
normas anti abuso. Estas são disposições destinadas a prevenir e reprimir as crescentes
práticas de evasão e fraude fiscal. Veja-se o Art.38º/2 LGT, este retrata uma norma anti-
abuso, tendencialmente aberta.
Esta cláusula teve uma versão originária que se revelava demasiado aberta, esta deixava
à Administração Tributária poderes excessivamente amplos. Esses poderes arriscavam-
se a violar a livre disponibilidade económica dos indivíduos e empresas decorrentes do
princípio do Estado Fiscal. Com efeito, a Administração tributária poderia considerar
ineficazes todos e quaisquer atos ou negócios jurídicos realizados pelas empresas com
o único ou principal objetivo de reduzir ou eliminar impostos. Como é sabido as
empresas com uma ótica de planeamento fiscal correta optam sempre pelos menores
custos fiscais.
Do princípio do Estado fiscal deriva a liberdade de as empresas escolherem as formas
de atuação menos onerosas possíveis do ponto de vista fiscal, obviamente de uma
maneira lícita. Esta cláusula, com a sua reformulação, passou a ter uma função
preventiva e pedagógica. Para que esta seja mobilizada são necessários uma série de
requisitos previsto no Art.63ºCPPT.
Þ Tax planning: planeamento fiscal da sua vida, olhar para o sistema jurídico e
adotar as condutas com menor impacto fiscal;
Þ Tax avoidance: evitação dos impostos;
Þ Tax evasion: fuga aos impostos.
O que é que normalmente, quando falamos em tipicidade, queremos dizer? Só são factos
tributários os factos que se subsumam na hipótese de uma norma fiscal impositiva.
Um facto tributário é um facto que dá origem ao pagamento de um imposto. Para existir
tipicidade só pode haver um facto tributário quando um determinado evento da vida se
subsuma na hipótese descrita numa normal legal impositiva, sem isso o facto não gera
obrigação de imposto.
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As normas jurídicas fiscais devem ser interpretadas como quais outras normas jurídicas,
esta orientação é a concretização do previsto no nº1 do artigo 11ºLGT. Todavia, no nº3
do mesmo preceito surge a dúvida sobre a verdadeira intenção do legislador, visto que
este parece fazer alguma referência à teoria da interpretação económica, contrariando
o disposto no nº1. Ou seja, a segunda disposição contém o perigo de anular o princípio
de que na interpretação de normas jurídicas fiscais devem ser observadas as regras
gerais da interpretação.
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É proibida a integração das lacunas no domínio dos elementos essenciais dos impostos,
fundada no princípio constitucional da legalidade fiscal. Este princípio, ao exigir que a
disciplina dos elementos essenciais dos impostos constem de lei parlamentar, obstaria
a que o legislador deixasse para o aplicador das leis qualquer possibilidade de
colmatação de lacunas, seja através do recurso à analogia seja através de qualquer outro
modo. Contudo, através de uma leitura um tanto ou quanto mais ampla do Art.11º/4
não restam dúvidas de que este preceito deve ser interpretado no sentido de afastar a
colmatação de lacunas no domínio coberto pela reserva de lei fiscal,
independentemente do meio através do qual se faça.
Em suma:
A favor da integração analógica: princípio da igualdade.
Contra a integração analógica: princípio da tipicidade e princípio da segurança jurídica.
O princípio da segurança jurídica cede o passo quando existe uma regra constitucional,
quando existe uma previsão constitucional que, estando ou não em linha com aquele
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Para as situações quotidianas que se identificam com esta regra o que se aplica é ela e
não o princípio. O problema é que esta regra só vale para a retroatividade autêntica, já
não vale para os casos de retroatividade inautêntica, os segundos são regulados pelo
princípio.
Exemplo: B arrenda uma casa em 2020 pelo período de 4 anos, e sabe, pela lei que estava
em vigor à data da celebração do contrato de arrendamento, que a renda não podia ser
majorada senão no terceiro ano de arrendamento, até 5%. A lei nova, em 2022, vem
dizer que as rendas podem ser atualizadas no segundo ano do contrato até 10%. Esta lei
pode, ela mesma declarar-se inaplicável aos arrendamentos que estejam em curso, que
se tenham iniciado antes da sua entrada em vigor e que ainda esteja a decorrer.
Normalmente, quando as leis fazem isso, fazem-no a partir de leis transitórias que
ajudam a estabelecer o trânsito da lei antiga, para a lei nova. Contudo, a lei pode não se
declarar inaplicável, ou até se declarar como aplicável. Estamos perante um caso de
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Seria diferente se, com arrendamento já extinto, surgisse uma lei em 2025 na qual
constasse que “os arrendamentos que tenham sido celebrados após o ano de 2015,
podem ainda ser objeto de atualização de 5%, cabendo a decisão de majorar ou não o
arrendamento, ao proprietário do imóvel”, neste caso estaríamos perante um caso de
retroatividade autêntica.
No nosso sistema jurídico existe o princípio da auto revisibilidade das leis onde assenta
toda a nossa civilização jurídica. Quando dizemos que somos mais evoluídos do que
antes é porque o sistema jurídico caminhou nesse sentido. As leis têm de evoluir e
reparar males passados.
A retroatividade autêntica não é mais grave do que a não autêntica. A revisibilidade das
leis toma em conta o passado que vigora até hoje. A lei pode estar a olhar para o futuro
mas existem sempre situações passadas que ainda vigoram.
Para a Escola de Coimbra este facto de ter existido ou não liquidação é puramente
incidental e irrelevante. A única coisa que interessa para qualificar uma lei como
retrospetiva é o facto tributário, este consubstancia o momento constitucional do
imposto integrante da relação entre o poder de tributar do Estado e o dever
fundamental de pagar impostos dos contribuintes. Não defendemos autonomia
jurídica a este tema.
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Imagine-se o caso de um português, que trabalha e que resida em Portugal, mas que
tenha trabalhado numa empresa que tenha sede em França. Estará́ a receber
rendimentos fora de Portugal, portanto, vai pagar IRS pelo que ganha em Portugal como
também pelo que ganhou em França, como arbitro, por exemplo. Como França e
Portugal têm o mesmo regime, (em França o IRS francês), França não vai tributar este
residente em Portugal pelos rendimentos que obteve em Portugal, mas vai tributar pelo
rendimento que obteve no país em questão. Isto que significa que nessa parte do
rendimento há́ uma dupla tributação internacional, ou seja, sobre o mesmo facto recaem
dois impostos similares, oriundos de dois sistemas jurídicos diferentes.
A CRP parece fazer referência ao facto de poder existir um terceiro género de tributos.
No Art.165º/1/i) é abordado o regime geral das taxas e depois fala de mais contribuições
financeiras. É aberto um caminho para ser encontrada uma terceira categoria de
tributos, há a possibilidade de um sistema tripartido de tributos. Contudo estas
sugestões das formas verbais normativas não passam de sugestões que se constatam
estar erradas do ponto de vista jurídico. A letra da lei é apenas a ponta visível do iceberg
normativo, aquilo que está atrás da letra da lei é muito mais significativo.
Em Coimbra mantemos a ideia de uma estruturação binária dos tributos públicos, mas
reconhecemos espaço para outras figuras que no plano financeiro têm alguma
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autonomia. Contudo, do ponto de vista jurídico conduzimos essas figuras ao regime das
taxas ou dos impostos.
Há casos em que alguém beneficia de uma determinada ação pública, esta provoca um
aumento significativo da capacidade contributiva dessa pessoa, normalmente por via do
património ou rendimento. Esse rendimento deve ser socializado por todos porque essa
ação pública não se destina a beneficiar certas pessoas mas sim a comunidade. A ponte
Vasco da Gama acabou por beneficiar maioritariamente os habitantes de Alcochete por
tornar esta localidade muito próxima de Lisboa. Definição do preço do imóvel antes da
ação pública e definição do valor do imóvel depois da ação pública, o valor dado por esta
diferença acaba por ser tributado.
Neste caso das contribuições especiais está sempre em causa uma certa manifestação
da capacidade contributiva de um determinado sujeito, uma capacidade maior do que
esse esperava por força de uma ação pública ou de uma capacidade que devia ser menor
do que aquilo que revela e que o Estado irá buscar através desta contribuição especial.
Ou o estado vai buscar mais valor ou obriga uma empresa a ter mais custos.
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apurado por via da pretensa de cada sujeito a um determinado grupo homogéneo. Para
que estas existam são necessários 3 requisitos:
Tudo o que vale para os impostos vale para as contribuições especiais - Art.4º/3LGT: “As
contribuições especiais que assentam na obtenção pelo sujeito passivo de benefícios ou
aumentos de valor dos seus bens em resultado de obras públicas ou da criação ou
ampliação de serviços públicos ou no especial desgaste de bens públicos ocasionados
pelo exercício de uma atividade são consideradas impostos.” e tudo o que vale para as
taxas vale também para as contribuições financeiras.
As taxas, até agora, obedecem à lógica do du ut des, no facto de eu dar porque alguém
me dá. Com estas contribuições financeiras este pressuposto foi colocado de lado. As
contribuições financeiras são muito mais complexas do que quando comparadas às
taxas.
Numa relação jurídica fiscal existe, titulares ativos, sujeitos passivos, conteúdo e as
relações em que a mesma se analisa ou desdobra.
• Quanto aos titulares dos diferentes poderes tributários existem os titulares da
capacidade tributária ativa e os titulares da competência tributária.
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Lado passivo:
Já os sujeitos passivos podem ser o contribuinte, o devedor do imposto e o sujeito
passivo da relação jurídica fiscal.
• O contribuinte é a pessoa relativamente à qual se verifica o facto tributário, o
pressuposto de facto ou o facto gerador de imposto, ou seja, o titular da
manifestação de capacidade contributiva que a lei tem em vista atingir e que
deve suportar a ablação ou corte patrimonial que o imposto acarreta.
O contribuinte indireto é visto nos impostos indiretos como o IVA. O IVA é um imposto
que incide sobre as transmissões de bens na perspetiva de quem transmite o bem ou o
serviço mas a pessoa cujo património pretende atingir é o consumidor e, portanto, este
assume o papel de contribuinte indireto. Ele, em si mesmo, não tem nenhuma relação
jurídica com a administração. O legislador sobre esta matéria diz-nos, no
Art.18º/4/al.a)LGT, quem não é o sujeito passivo: “Suporte o encargo do imposto por
repercussão legal, sem prejuízo do direito de reclamação, recurso, impugnação ou de
pedido de pronúncia arbitral nos termos das leis tributárias;”.
O consumidor não é, para o legislador, um sujeito passivo de IVA mas se lhe for faturado
um valor de IVA em excesso através de uma taxa erradamente aplicada pelo transmissor
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do bem, essa pessoa tem o direito de impugnar esse ato tributário. Não é um sujeito
passivo mas tem alguns direitos de reação perante erros na liquidação do IVA.
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Nos termos do Art.19º/1LGT estão esclarecidos quais os domicílios dos sujeitos passivos.
De acordo com o mesmo preceito os sujeitos passivos residentes no estrangeiro,
embora residentes no território nacional, que se ausentem por período superior a seis
meses, devem designar um representante com residência em território nacional.
Substituição tributária
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Se durante cada ano X um sujeito auferir de vários rendimentos, que pertencem a várias
categorias, esses rendimentos, numa fase inicial do cálculo têm um tratamento
separado. Contudo há́ um momento em que esses valores todos são todos “englobados”
MENOS os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias. Por isso é que são chamadas taxas
liberatórias, porque libertam o rendimento do dever de englobamento. Porque é que
ficam de fora? Ficam de fora porque aquele rendimento pagou imposto no momento
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em que foi disponibilizado ao titular e quando este foi disponibilizado ao titular a fonte
deste rendimento reteve consigo a parte do imposto que era devido. Por isso se designar
retenção na fonte a título definitivo. É o que acontece no exemplo referido supra.
Contudo pode acontecer que a esta taxa seja aplicado ao rendimento de alguém que se
situa nas taxas mais baixas do IRS. Se for liquidada uma taxa de 28% a alguém cujos
rendimentos se situam na escala mais baixa do IRS esta fica prejudicada, para anular isto
permite-se, de acordo com o Art.61º/9CIRS, se o titular dos rendimentos quiser pode
optar pelo englobamento sujeito a taxas liberatórias caso em que a substituição que
ocorreu no momento da retenção na fonte passa de própria para imprópria.
Apesar desta facilidade o englobamento não é muito utilizado, isto porque as pessoas
ou têm poucos rendimentos ou não têm conhecimentos jurídicos para fazer isto ou não
têm dinheiro para contratar alguém que tenha conhecimento jurídico para fazer isto. E
quem tiver realmente rendimentos altos sabem sempre que pagam IRS a uma taxa
muito superior a 28%, sendo que para rendimentos altos estas são de 30/40/48%. Isto
em rigor, apesar de parecer uma simpatia do legislador, é ligeiramente cínico, pois os
titulares de rendimentos altos, que são quem têm um amparo fiscal mais atento e
avisado, sabem que não lhes compensa fazer isto por saberem que pagam sempre taxas
mais altas que o IRS normal.
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O que é que os pagamentos têm a ver com a retenção na fonte? Nada. O único pequeno
ponto de contacto é o facto de:
Qual é a fonte de rendimento de um advogado? São os seus clientes. Os advogados
fazem pagamentos por conta e, até agora, existem mais clientes do que advogados.
Existem também professores que fazem pagamentos por conta. No primeiro caso há
menos advogados do que clientes, já no segundo há menos empregadores, há menos
universidades e professores. Ao querer impor aos professores a lógica dos pagamentos
por conta diz-se às universidades que quando colocarem ao dispor dos professores o que
eles têm direito, devem reter na fonte uma percentagem. Esta retenção na fonte não
tem nada a ver as taxas liberatórias, elas tentam substituir os pagamentos por conta.
Assim garante-se a simplificação nas duas situações. Isto encontra-se no Art.28º/2LGT
ou no Art.78º/2CIRS. Tirando o aproveitamento de um terceiro, a segunda situação é
igual à primeira.
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Responsável tributário
Art.22º e ss.LGT
É importante distinguir entre responsabilidade tributária fiscal e solidariedade
tributária. Por vezes, quando nos referimos à primeira, referimo-nos à responsabilidade
em sentido amplo, a responsabilidade por dívidas próprias e alheias, como o que está
presente nos artigos 22º até 28º da Lei Geral Tributária.
Responsabilidade
Solidária Subsidiária
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Estão previstas algumas situações de responsabilidade tributária nos artigos 24º, 25º e
28º da Lei Geral Tributária.
No caso específico do Art.24º/1/al.a)b) procedeu-se a uma distribuição do ónus da prova
mais favorável aos administradores ou gerentes, impôs-se à AT a prova da culpa dos
administradores relativamente às dívidas tributárias cujo facto constitutivo se tenha
verificado no período de exercício do seu cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou
entrega tenha terminado depois do seu referido prazo. Para além disto aos
administradores é solicitada a prova de ausência de culpa na insuficiência do património
da sociedade no respeitante às dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou
entrega tenha terminado no período do exercício do cargo. Tem sido discutido o facto
da prova de ausência de culpa ser demasiado onerosa.
O preceito em causa desonera de forma excessiva os gerentes de direito. Em muitas
situações existem pessoas que estão registadas como gerentes de uma sociedade mas
não exercem mesmo esse cargo. Há quem diga que isso é irrelevante, se a pessoa está
registada como gerente tem de responder como tal ainda que não exerça o cargo.
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Contudo, este artigo exige que haja um exercício efetivo do cargo e, portanto, o fisco
tem de provar que as pessoas em causa eram os reais gestores da entidade em causa.
Há casos em que a responsabilidade tributaria é solidária, ou seja, casos em que ela não
é subsidiária – Art.27ºLGT. Se alguém é administrador de bens de um não residente e
se, porventura, há impostos a pagar, o gestor do bem é solidariamente responsável
com o não residente, se existir mais do que um gestor são responsáveis entre si. Há
casos em que há uma responsabilidade subsidiária em relação ao contribuinte mas
depois pode ser solidária ou não no quadro de diferentes responsáveis. A
responsabilidade pode ser subsidiaria solidária (400+100) ou parcelar (250+250).
Solidários Tributários - Situação que ocorre quando – Art.21ºLGT - neste caso a AT pode
exigir o pagamento integral da divida a qualquer uma dessas pessoas.
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Sucessão legal – ocorre com a transmissão da obrigação fiscal pelo lado passivo, do de
cujus ou cuiús (mandatário) para os respetivos herdeiros – Art.29º/2LGT: “As obrigações
tributárias originárias e subsidiárias transmitem-se, mesmo que não tenham sido ainda
liquidadas, em caso de sucessão universal por morte, sem prejuízo do benefício do
inventário.” Tanto o herdeiro como o mandatário respondem sempre até aos limites da
força da herança ou do legado. Se um pai morre, deixa 500m€ a um filho e tem 500m€
em dívidas e deixa património em 100m€ paga apenas até aos limites da força da
herança (100m€). Tudo o que passou para o herdeiro concorre para o pagamento da
dívida fiscal.
Segundo o Art.155ºCPPT é necessário separar a situação em que já houve partilha, caso
em que será mandado citar cada um dos herdeiros para pagar o que proporcionalmente
lhe competir na dívida, da situação em que ainda não houve partilha.
Admitindo-se a transmissão intermortis não se admite a transmissão de obrigação
fiscal intervivos – Art.29º/3LGT.
Qualquer obrigação fiscal pode extinguir-se por morte natural ou por morte provocada,
assim como pode extinguir-se por forma normal que é o seu cumprimento, seja ele de
forma voluntária ou coerciva – Art.40ºLGT, Art.84ºe ss.CPPT.
O pagamento voluntário das dívidas tributárias é o efetuado dentro do prazo
estabelecido nas próprias leis tributárias.
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Para além do cumprimento existem outros modos de extinção da obrigação fiscal como:
• Prescrição: Art.48º/49ºLGT – as dívidas tributárias prescrevem no prazo de 8
anos contados, nos impostos periódicos, a partir do termo do em que se verificou
o facto tributário e, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o
facto tributário ocorreu. Este prazo é interrompido em virtude de citação,
reclamação, recurso hierárquico, impugnação e pedido de revisão oficiosa da
liquidação de imposto. Os prazos de prescrição e caducidade relativamente a
paraísos fiscais são de quinze e doze anos.
• Dação em cumprimento: Art.40º/2LGT – esta forma de extinção das prestações
tributárias são apenas admitidas nos casos expressamente previstos na lei. Esta
forma é admitida antes da instauração de execução fiscal e no próprio processo
de execução fiscal. (A partir de 2002 os decretos-lei de execução orçamental
preveem a extinção, no mesmo ano económico, por dação em cumprimento, de
todas as dívidas do Estado que ainda não estejam abrangidas pelo processo de
execução fiscal.)
• Compensação: Esta também é apenas admitida nos casos expressamente
previstos na lei. A compensação pode ser por iniciativa do contribuinte ou ainda
por iniciativa da Administração.
O sistema fiscal resultante da reforma dos anos setenta assentava numa administração
pública dos impostos onde a liquidação e a cobrança da generalidade dos impostos era
da responsabilidade de órgãos locais e existia uma separação entre os órgãos
competentes para a liquidação e os órgãos competentes para a sua cobrança.
Já no atual sistema fiscal estamos perante uma sistema de “administração privada”, a
cargo das empresas onde já não se verifica a separação do sistema passado.
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O Procedimento Tributário
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A avaliação indireta tem carácter excecional, só é admitida nos casos e nas condições
expressamente previstas no Art.87ºLGT. Apenas em casos de impossibilidade de
comprovação e quantificação direta estamos perante uma verdadeira situação de
determinação de matéria coletável por métodos indiretos. Neste artigo estão previstos
os casos em que, de acordo com o legislador, se pode optar por este modelo de
avaliação, contudo é certo que a Escola de Coimbra não conclui que todos esses casos
são de avaliação indireta.
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Nº2: “Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício
da sua atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente
anterior um montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria de (euro) 200 000.”
Nº3: “Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela
determinação dos rendimentos com base na contabilidade.”
Uma pessoa, se preferir, pode declarar-se pelo regime da contabilidade, esta opção não
é comum visto acarretar custos suplementares.
Art.31º/al.a)/b)/c) CIRS
Para quem vende mercadorias ou produtos, e estando sujeito ao IRS, não sendo aqui
incluídas sociedades, a matéria coletável corresponde a apenas 15% do valor das
mercadorias e produtos, os restantes 85% ficam a título de despesas.
Se a determinação do rendimento tributável relevante resulta da aplicação do
coeficiente 0,15, significa que se forem 100.000 o que uma pessoa singular fez
(100.000x0,15=15.000€) o valor tributável daquele sujeito de categoria B que teve de
faturação bruta 100m€ são 15.000, só são aplicadas taxas a esse valor. O legislador
presume que estes sujeitos não tem uma atividade empresarial, considera que onerar
estes contribuintes a altas obrigações tributárias como as da contabilidade organizada
seria uma carga excessiva e portanto desonera-os. Os 15% correspondem ao lucro da
atividade.
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significa que se presume que um advogado tem 75% de lucro e apenas 25% de despesas.
Quando um advogado vai almoçar com um cliente, compra um computador, paga um
rendimento de um imóvel, são despesas profissionais, e podem ser deduzidas, mas elas
só são concretamente deduzidas por aqueles que estão no regime da contabilidade
organizada. Sendo que quem está no regime simplificado é puramente abstrato, porque
o legislador estipula que 25% são despesas, e o resto é lucro.
Até bem pouco tempo atrás conseguia-se perceber as pessoas que recebiam mais ou
menos dinheiro. Hoje em dia a diferença não se mantém tao acentuada. Nos termos do
Art.31º/13CIRS há uma parte da dedução ao abrigo do regime simplificado em que tem
de haver um comprovativo de despesa, ou seja, até 15% da dedução de custos. O
contribuinte não tem de provar mais do que 15% dos custos mas, se não o provar, a
dedução cresce a favor do fisco. Regime simplificado é uma dedução abstrata de custo,
hoje até 15% do valor abstrato de dedução tem de ser apresentado o comprovativo sob
pena de ser aumentada essa mesma percentagem.
Para o Doutor Casalta Nabais e também para a Escola de Coimbra este não é um caso
de avaliação indireta da matéria coletável. Para o Doutor o regime simplificado não é
um verdadeiro regime de avaliação indireta, porque não é um caso de avaliação
subsidiária e não se trata de apurar o rendimento real a partir de presunções mas sim
de tributar um rendimento presumido em função de uma presunção de custos, ou seja,
a ideia é não sobrecarregar os titulares de rendimentos mais baixos com obrigações
contabilísticas complexas, permitindo que este possam escolher o regime.
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Com este artigo o legislador vai permitir que a Administração use vários critérios para
tentar calcular qual é que teria sido a matéria tributável do sujeito referido que perdeu
tudo, por exemplo, num incêndio. Este é o mais evidente caso de avaliação indireta.
ALÍNEA C : temos um caso em que é possível utilizar métodos indiretos quando a matéria
tributável do sujeito passivo se afastar sem razão justificada de mais de 30% para menos
ou durante 3 anos mais de 15% para menos da que resulta dos indicadores objetivos da
atividade de base técnico-científica. Contudo, esta alínea remete para indicadores que
deveriam constar de uma portaria do Ministério das Finanças, todavia a mesma não
existe. Logo, esta alínea não tem qualquer aplicação prática.
ALÍNEA D : esta alínea diz respeito aos casos em que são declarados rendimentos muito
moderados mas os seus titulares demonstram ter um nível de vida muito superior e
muito mais confortável. Uma pessoa que ganha 30mil€ por ano não consegue andar de
Ferrari, de jato privado, ..., são rendimentos que não são compatíveis com o que é
declarado. A cada manifestação de fortuna existe um rendimento padrão, se existirem
desvios serão pedidas justificações ao sujeito passivo. Os rendimentos padrão estão no
Art.89º-A LGT.
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ALÍNEA F – alguém oferece a outrem um Ferrari mas depois os seus próprios rendimentos
não são compatíveis com isso. Art.89ºA/3/5/6
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De acordo com o Doutor Casalta Nabais existem atos tributários em sentido amplo que
se dividem em atos tributários em sentido estrito e atos em matéria tributária em
sentido amplo (que por sua vez se dividem em atos em matéria em sentido estrito e atos
administrativos relativos a questões tributárias).
Nenhuma legislação fiscal geral dispõe de normas relativas à invalidade dos atos
tributários e, portanto, são aplicadas a estes especiais atos administrativos as
correspondentes normas do CPA, os arts.161º-164º, ou seja, os atos tributários podem
ser nulos e anuláveis. Nos termos do Art.161º/1CPA são nulos os atos para os quais a
lei comine expressamente essa forma de invalidade.
O ato de liquidação é um ato divisível e a ilegalidade pode inquinar apenas parte desse
ato. Quando assim for o tribunal anula apenas essa parte do ato, salvo se estiver em
causa o exercício de valorações próprias da função administrativa caso em que se deve
proceder à anulação total do ato.
Exemplo: AT utiliza, ao abrigo do art. 90º/1, a), LGT, uma margem média de lucro líquido
que o tribunal considera excessiva. O tribunal não pode substituir-se à AT na escolha da
margem de lucro adequada. Anula totalmente o ato e a AT efetuará depois uma nova
liquidação com os critérios legais corretos.
É de salientar que os atos tributários podem ser revistos, por exemplo quando:
• A revisão tem iniciativa do sujeito passivo, prazo de 120 dias, com fundamento
em qualquer ilegalidade – Art.70º/1CPPT + Art.78º/1/1ªparte LGT.
• A revisão tem iniciativa da Administração Tributária ou do contribuinte no prazo
de quatro anos após a liquidação ou a todo o tempo se o tributo ainda não tiver
sido pago – Art.78º/1/2ªparte LGT.
• A revisão do ato tributário por motivo de duplicação da coleta, no prazo de
quatro anos – Art.78º/6LGT.
• A revisão da matéria tributável quando autorizada pelo dirigente máximo do
serviço nos três anos posteriores ao ato tributário com fundamento em injustiça
grave ou notória – Art.78º/4/5LGT.
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Þ No que toca ao processo de execução fiscal este tem natureza judicial, contudo
só estamos perante um processo que é judicial em certos casos. Um processo só
será judicial se e na medida em que tenha de ser praticado algum dos
mencionados atos de natureza judicial. Normalmente estes processos iniciam-se
e concluem-se nos órgãos de execução fiscal sem intervenção dos tribunais.
Os atos impugnáveis
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Este princípio não se aplica quando a determinação da matéria coletável não der
origem à liquidação de qualquer tributo. Isto compreende-se pelo facto num caso de
decisão de determinação da matéria tributável, a que não se seguisse liquidação, por
não se terem apurado lucros tributáveis mas sim prejuízos, será contenciosamente
inimpugnável, o que impediria o contribuinte de reagir judicialmente contra um
apuramento ilegal dos referidos prejuízos reportáveis nos anos seguintes, violando-se a
garantia a uma tutela jurisdicional efetiva contra os atos da administração, consagrada
no Art.286º/4CRP. Ou seja, quando da determinação da matéria coletável não der
origem a liquidação de qualquer tributo não se aplica o princípio da impugnação
unitária.
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Um órgão pericial porque é constituído por exclusivamente por peritos e a sua função é
proceder a uma revisão que visa a correção da aplicação dos elementos descritos no
Art.90º/1LGT.
Þ O procedimento da revisão da matéria tributável não se aplica à determinação
da matéria tributável com base nas manifestações de fortuna, este é um ato
destacável que deve ser impugnado autonomamente sem necessidade de
esperar pela correspondente liquidação do imposto. Este facto revela que neste
situação não estamos perante uma genuína avaliação indireta da matéria
tributável.
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A petição inicial, cujos requisitos estão fixados no Art.108º CPPT, pode ser apresentada
no Tribunal competente ou no serviço periférico local onde haja sido praticado o ato
(Art.103º/1 CPPT), a quem cabe, então, a sua remessa ao tribunal (103º/3 CPPT). A
contestação cabe ao Representante da Fazenda Pública (Arts.110º/1 e 15ºCPPT). O
regime especial da Administração Indireta e da Administração Autónoma (mandatário
próprio).
A contestação cabe sempre ao representante da fazenda pública – Art.110º. A
administração nunca é defendida por um advogado em tribunal porque a contestação é
sempre apresentada pelo RFP, é quase como um magistrado financeiro do MP. O Estado
não pode confiar a um advogado a defesa do Estado Fiscal. Salvo os casos em que o
tributo em causa não pertença, pelo menos, à Administração direta do estado (MF) ou
à administração indireta do estado, isto porque se o tributo tiver sido liquidado pelos
municípios ou regiões autónomas então já se admite que haja mandatário próprio.
O dirigente do serviço periférico local ou do serviço periférico regional podem proceder
à anulação administrativa do ato impugnado (Art.112º/1/2 CPPT), embora caiba ao RFP
promover a extinção do processo (Art. 112º/4 CPPT).
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Reclamação Administrativa:
Em regra é facultativa. Pode ter por fundamento qualquer ilegalidade (Art.99º e
Art.70º/1 CPPT) e deve ser apresentada perante o serviço periférico local (“serviço de
finanças”) mas, em alguns casos, dirigida ao órgão periférico regional da Administração
Tributária (“direção de finanças”) ou ao dirigente máximo do serviço (“diretor-geral”)
(Arts.73º/1 e 75ºCPPT) — sendo por isso uma espécie de “reclamação hierárquica” ou
de um “semirecurso”.
O prazo são 120 dias, como consta do Art.70º/1 CPPT. Esta é uma solução pouco
coerente, pois o prazo para a impugnação judicial é de 3 meses e, depois de decidida a
reclamação, reabre-se a via da impugnação.
Não suspende a eficácia do ato impugnado - Art.69º/al.f) CPPT - salvo em casos
excecionais, como no Art.92º/8)CPPT, a não ser que seja prestada garantia adequada,
Arts.170º e 199º CPPT.
O indeferimento da reclamação administrativa está sujeito a audição prévia do
reclamante Art.60º/1/al.b) LGT e pode haver recurso hierárquico facultativo a interpor
no prazo de 30 dias, com efeito devolutivo (Art.76º/1 CPPT) ou impugnação judicial no
prazo de três meses após a notificação – Art.102º/1/al.b) CPPT. Tratando-se de
indeferimento tácito o prazo é igualmente de três meses contatos da formação dessa
presunção. A decisão sobre o recurso hierárquico é ainda passível de ação administrativa
no prazo de 3 meses (CPTA), salvo se dela já́ tiver sido deduzida impugnação judicial –
Art.76º/2 CPPT.
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Não pode ser deduzida reclamação administrativa quando já tiver sido apresentada
impugnação judicial com o mesmo fundamento, Art.68º/2 CPPT. Se o fundamento da
reclamação for diferente a mesma deve ser apensa à impugnação, Art.111º/4 CPPT, o
que significa que a reclamação será decidida pelo tribunal.
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2022/2023 REO
deveria existir uma reclamação tributária, sem ela não há fiscalização judicial da
legalidade desses atos tributários.
Recurso Hierárquico:
Art.66ºCPPT
Em regra este recurso tem natureza facultativa e efeitos devolutivos - Art.67º/1 CPPT.
As decisões da Administração Tributária podem ser objeto deste recurso apresentado
junto do autor do ato recorrido e dirigido, ao que parece, ao Ministro das Finanças
(Art.66º/2), e não ao Diretor-Geral, apesar do Art.47º/3 CPPT. O prazo para este recurso
são 30 dias salvo se a questão comportar a apreciação da legalidade do ato de
liquidação, caso em que se impõe a impugnação judicial, do indeferimento do recurso
hierárquico, necessário ou interposto do indeferimento de uma reclamação nos termos
do Art.76º/2 CPPT. Cabe ainda ação administrativa no prazo de 3 meses (CPTA) após a
notificação, salvo se de tal decisão já tiver sido deduzida impugnação judicial com o
mesmo objeto – Art.76º/2 CPPT, parte final.
IRS
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.
Artigo 104º/1 CRP: “O Imposto sobre o Rendimento pessoal, visa a diminuição das
desigualdades, e será único (globalmente sujeito a um mesmo regime, ou pelo menos,
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O nosso legislador optou por uma separação dos dois impostos (IRS e IRC) em relação
da natureza do contribuinte. Aquilo que afasta uma Sociedade Comercial de uma
associação é muito mais do que afasta uma sociedade de um empresário individual. No
quadro da incidência pessoal tudo depende do contribuinte ser ou não um residente.
Portanto o IRS incide sobre, numa perspetiva pessoal:
• Pessoas singulares residentes em território nacional, que são tributadas pela
totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora do território nacional,
ou seja, segundo o princípio da universalidade ou do rendimento mundial (world
wide income principle).
• Pessoas singulares não residentes em território nacional, que são tributadas
apenas pelos rendimentos obtidos em Portugal, ou seja segundo o princípio da
territorialidade.
Tratando-se de residentes e existindo agregado familiar o imposto, de acordo com o
Art.13ºCIRS, é apurado individualmente em relação a cada cônjuge ou unido de facto,
ou seja, a regra é a da tributação individual. Contudo há a opção da tributação conjunta
(nº2 e nº3), aqui o imposto é devido pela soma dos rendimentos das pessoas que
constituem o agregado familiar, são sujeitos passivos aqueles a quem incumbe a sua
direção.
Art.16ºCIRS
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Categorias de Rendimentos:
O IRS é um imposto único e global sobre os rendimentos mas isso não pode fazer
esquecer a diferença entre os rendimentos. Antes dos anos 80 existiam vários impostos
consoante a espécie de rendimento em causa. Com a reforma fiscal temos um imposto
único sobre o rendimento mas, numa fase inicial de apuramento do imposto, o
legislador impos uma separação dos rendimentos – fase cedular – até se chegar ao
englobamento. A cedularidade do IRS ignifica que, numa fase inicial, o IRS distingue os
diferentes rendimentos. Os rendimentos não chegam ao IRS todos da mesma forma, são
“guardados em gavetas específicas” e antes de chegarmos à fase nuclear e critica do
englobamento, que é a fase onde se expressa o caráter único do IRS, ele é cedular, ou
seja, cédula por cédula, cada rendimento que tem efeito no IRS deve ser subsumido
numa determinada cédula ou categoria.
Não pode haver imposto único sem fase de englobamento.
As categorias são hoje seis, o IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos infra
abordados, mesmo quando provenientes de atos ilícitos – Art.1ºCIRS:
Categoria A
Rendimentos do trabalho dependente – Art.2º/1/al.a) b) c) d).
Aqui distinguem-se claramente dois tipos de situações, as remunerações decorrentes de
trabalho por conta de outrem (no âmbito de uma relação jurídica de trabalho
subordinado) – Art.2º/1 - e toda uma série heterogénea de remunerações equiparadas
às do trabalho por conta de outrem – Art.2º/3.
Nos termos da alínea b) do número 3 do referido preceito, as remunerações acessórias
são definidas como direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remuneração
principal que sejam auferidos devido à prestação ou em conexão com esta e constituam
para o seu beneficiário uma vantagem económica, tem uma carácter complementar
relativamente à remuneração devida pela prestação de trabalho considerando-se por
isso como uma manifestação da sua capacidade contributiva.
Categoria B
Rendimentos empresariais e profissionais (compra e venda, pesca, explorações
mineiras, construção civil, artesanato, atividades agrícolas,...) - Art.3º/1/2.
Nº2 – presume-se que estes rendimentos prediais, quando exercidos de maneira
comercial ou industrial, fiquem na categoria B a menos que essa pessoa os queira na
categoria F.
Atividades comerciais e industriais – art.4º
Art.4º/4
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2022/2023 REO
Categoria E
Rendimentos de capitais – Art.5º/6º/7º - são quaisquer formas de remuneração
associada a qualquer elemento patrimonial, bem móvel, ..., são os rendimentos
resultantes da aplicação de capitais. Tudo o que isto permite gerar em termos de
vantagem económica são rendimentos de capital. Normalmente o capital gera juros.
Categoria F
Rendimento Prediais – Art.8º - tudo o que é potenciado pelos imóveis, com exceção da
alienação. Trata-se das rendas resultantes dos prédios rústicos, urbanos ou mistos. É
uma categoria à parte e pressupõe-se como atividade avulsa/não principal ao
contribuinte.
Categoria G
Incrementos Patrimoniais/ Mais-valias) - Art.9º/10º - Tudo o que represente a mais valia
onerosa de uma alienação de um bem pertence a esta categoria a não ser que esta
atividade represente o exercício de uma atividade empresarial de um sujeito, se assim
fosse estava na categoria B. As mais-valias são os ganhos que não são considerados
rendimentos empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, que resultam da
alienação onerosa de direitos reais, de partes sociais e da propriedade intelectual ou
industrial.
Alínea d) importante : “Os acréscimos patrimoniais não justificados, determinados nos
termos dos artigos 87º, 88º ou 89º-A da lei geral tributária;”. Como já fora referido, os
acréscimos patrimoniais não justificados podem dar origem à avaliação indireta. Se
esta apurar um rendimento superior àquele que é declarado pelo contribuinte, eles são
importados na categoria G.
Categoria H
Pensões – Art.11º.
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Por último a Categoria H, com base no Art.53º, a dedução é feita de modo igual à
categoria A.
Para além das taxas gerais temos as taxas especiais, estas são proporcionais e abarcam
as: taxas liberatórias, taxas especiais e taxas de tributação autónoma.
As taxas liberatórias estão sujeitas a retenção na fonte a título definitivo de 28% -
Art.71º.
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tributação celebrada por Portugal, a dedução a efetuar não pode ultrapassar o imposto
pago no estrangeiro.
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