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É a disciplina que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas por
ele criadas no desempenho da sua atividade financeira.
São requisitos da Despesa Pública: a utilidade, a possibilidade contributiva do povo, a discussão
pública, a oportunidade, a legitimidade e a legalidade. A Receita Pública, definida por Flora, "é o
complexo de capital social necessário à execução dos diferentes serviços públicos".
A Receita Originária é constituída pelos preços que o Estado cobra por atividades industriais e
comerciais ou pela venda dos seus bens.
A Receita Derivada provém dos tributos arrecadados em virtude do traço característico é serem
cobrados coercivamente, enquanto que as originárias não o são:
TRIBUTO
Tributo é toda prestação pecuniária instituída por lei com caráter compulsório pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no uso de competência constitucional inerente à
sua condição de pessoa jurídica de Direito Público
IMPOSTO
Segundo Alberto Deodato, a definição mais próxima do ideal é a de GASTON JÈZE:
É uma prestação de valor pecuniário, exigida dos indivíduos, segundo regras fixas, para cobrir
despesas de interesse geral, cobrado pelo único fato de que, quem o deve pagar, pratica ato ou fato
econômico numa comunidade política organizada.
Uma primeira característica do Imposto é ser uma prestação pecuniária.
A exigência, a obrigatoriedade, a coação são outras características.
A cobrança está calcada em Regras Fixas, leis anteriores à cobrança, o quanto, à forma e o prazo a
ser cobrado
PRINCÍPIOS CLÁSSICOS SOBRE O IMPOSTO
IDADE MÉDIA
São Tomás de Aquino, no seu entender, para quem devia pagar tributos secundam facultarem ou
secundam equalizarem proporcionais.
PRINCÍPIO DA CERTEZA
O imposto ou parte do imposto que todo cidadão é obrigado a pagar deve ser certo e não-arbitrário.
A época do pagamento, o modo, a soma que deve ser paga, tudo deve estar claro e preciso, tanto
para o contribuinte como qualquer outra pessoa.
PRINCÍPIO DA COMODIDADE
Todo imposto deve ser arrecadado em época e modo que possam ser possivelmente presumidos e
declarados como os mais cômodos para o contribuinte.
PRINCÍPIO DA ECONOMIA
Todo imposto deve ser arrecadado de modo que se retire das mãos do povo a menor soma possível
além da que deve entrar para o Tesouro do Estado; e, ao mesmo tempo, de forma que se a retenha o
menor tempo possível, antes de entrar para o Tesouro do Estado
PRINCÍPIO DE QUE OS IMPOSTOS NÃO EMBARAÇARÃO A PRODUÇÃO
RENÉ STOURM
Deve-se evitar os contatos muito frequentes e diretos entre os agentes do Fisco e os contribuintes.
O imposto ganha em ser;
O imposto não deve ser mais que um fornecedor do Tesouro
WAGNER
Formula nove regras, repartindo-as por quatro princípios: de Política Financeira, de Justiça na
Repartição do Imposto, Administrativo e Lógico.
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
Boas fontes de impostos, tendo-se em vista o efeito do imposto e a fiscalização
PRINCÍPIO ADMINISTRATIVO
Generalidade e Igualdade.
PRINCÍPIO LÓGICO
Certeza, comodidade e redução das despesas ao mínimo possível, com a percepção.
JUSTIÇA DO IMPOSTO
O problema fundamental da justiça do imposto exige duas condições:
A generalidade significa que nenhum indivíduo, pertencente à comunidade política, que pratique
um ato gerador tributado pela lei local, pode fugir à tributação;
A uniformidade indica a medida pela qual os indivíduos devem pagar o imposto
Com a mudança do meio político e social desapareceram os privilégios. Não há classe social que,
pautada na sua condição sócio-política, deixe de pagar imposto.
Na Idade Média, a nobreza e o clero estavam, quase sempre, isentos do Imposto. No Brasil-Colônia
e no Primeiro Império, haviam isenções para as mesmas pessoas, porém nos Séculos XIX e XX, as
classes que dominam o poder discutem a forma de pagamento com preferência ao sistema tributário
que mais lhes convenha.
CRITÉRIO DA GENERALIDADE
Pagam impostos:
Os nacionais, residentes no país, pela totalidade dos capitais e das rendas por eles auferidas no
Território Nacional
Os nacionais, residentes no estrangeiro, que têm a sua renda no País
Os nacionais, residentes no país, que possuem bens no estrangeiro
Os estrangeiros, residentes no país, que dele tiram a sua renda.
Os estrangeiros, residentes, no país, que tiram a sua renda do estrangeiro.
Os estrangeiros que passam pelo país. Há entretanto isenções de impostos determinados e
imunidades tributárias.
Segundo Grizzioti há diferenças profundas entre isenção e privilégio.
"O privilégio é fundado unicamente no favor que se quer conceder a classes ou contribuintes, que
tem plena capacidade tributária e sobre os quais não existem aqueles fins de utilidade coletiva ou
oportunidade política que possam justificar a isenção do imposto”. “A isenção e a imunidade
encontram a sua justificação ou no reconhecimento da falta de capacidade tributária ou no fim de
utilidade geral ou de oportunidade política que a isenção procura conseguir" (Principi i politica,
diritto e scienza delle finaze, As isenções, que não são privilégios de casta, têm como finalidade:
facilitar o assento de receita estabelecer igualdade dos indivíduos; desenvolver forças econômicas
para facilitar benefícios materiais, morais e intelectuais\
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
Indica a medida pela qual os indivíduos devem pagar o imposto
Teorias que o Princípio da Uniformidade exige
A uniformidade do imposto exige o princípio da igualdade diante dos encargos públicos. É o
verdadeiro princípio da igualdade diante dos encargos públicos. É o verdadeiro problema da
repartição dos encargos sociais. A regra da uniformidade indica a medida na qual os indivíduos
devem pagar o imposto.
Não haveria igualdade de sacrifício tributário se não fosse tomada em consideração a capacidade
tributária de cada um.
A Teoria da Contraprestação.
Pressupondo que os rendimentos do imposto sejam só empregados para a satisfação dos verdadeiros
serviços públicos, põe em confronto, de um lado, o complexo dos proventos do imposto e, do outro,
o complexo dos serviços públicos que, por meio desses proventos, podem ser satisfeitos.
A TEORIA DA CAPACIDADE
Um homem deve contribuir aos encargos públicos em proporção à sua aptidão ou faculdade.
Adam Smith interpreta a faculdade de contribuir como renda, vejamos: "Os cidadãos de um Estado
devem contribuir, cada um, o mais possível, em proporção às suas faculdades, isto é, em proporção
à renda que auferem ..." (La riqueza de las naciones).
Nossas necessidades variam em intensidade, gradualmente, das mais prementes, que são as
necessidades absolutas da existência até às de puro luxo. Mas a quantidade de bens de que
dispomos se eleva, menor a intensidade de nossa necessidade. O valor de uma quantidade de bens é
determinado por sua utilidade final, isto é, pela utilidade da última porção utilizável para a
satisfação de certas necessidades particulares. O problema da igualdade do imposto consiste, então,
em retirar dos indivíduos quantidades tais de bens que cada um estime o que lhe é tomado pelo
mesmo valor que seu vizinho estima o que lhe retirado. Em outros termos, é preciso que a utilidade
final das vantagens retiradas seja igual. É o que se chama de princípio econômico da equivalência.
Mas como a utilidade final varia em razão inversa da soma total, a utilidade final das vantagens
suprimidas de dois indivíduos desigualmente ricos não pode ser igual senão quando se peça ao mais
rico não relativamente a mesma porção, mas uma porção relativamente maior.
A TEORIA DA ECONOMIA, CERTEZA E COMODIDADE DO IMPOSTO
A época do pagamento;
O modo do pagamento; e
A quantia a pagar.
Para que estes requisitos sejam aplicáveis é necessário:
Clareza absoluta de todos os textos referentes aos impostos, que irão ser conhecidos pelo povo e
não por técnicos; divulgação ampla das leis de imposto; discriminação exata da quantia a pagar;
imparcialidade da administração perante os contribuintes, não enxergando castas ou classes.
Comodidade: "ter em mente a época e local".
Quando se exige que a lei do imposto fixe a época do pagamento, tal exigência torna necessário que
a época em que se tenha de pagar seja não só fixado na lei anterior como também na ocasião em que
o contribuinte possa dispor, com facilidade, do numerário para pagamento.
O pagamento deve ser feito nos lugares mais próximos possíveis da atividade do contribuinte,
colocando-se as respectivas coletorias acessíveis, para que não tenha o contribuinte de perder dia de
serviço ou se afastar, por muito tempo, do centro de sua atividade.
A quantia a pagar deve ser fixada de modo que o contribuinte saiba o valor correto que irá pagar.
Definições sobre o Imposto Direto, Indireto e Bitributação
A melhor definição para este tipo de imposto é a ordem técnica:
Imposto Direto é o que grava a pessoa, a renda e o capital, arrecadado por meio de listas
nominativas ou lançamentos e que recaem sobre certos fatos permanentes, periodicamente
constatados.
Imposto Indireto é o que grava um ato, fato ou um objeto, cobrado em virtude de tarifas impessoais,
e que recaem sobre certos fatos intermitentes, constatados dia-a-dia.
Bitributação: Segundo Fasolis: é o fenômeno de defeituosa, inexata e injusta repartição tributária,
pela qual o sujeito do imposto, que é a pessoa física ou jurídica que paga, é tributado, na mesma
fonte de imposto, duas vezes por parte de duas diversas autoridades da mesma ordem, entre si
independentes, ou também por parte de duas autoridades de diversas ordens, entre si correlatas, com
exclusão, neste último caso, de outros sujeitos, ainda que submetidos ao mesmo poder tributário, ou
quando, com deliberado propósito, a mesma fonte é atingida duas vezes por parte da mesma
autoridade, em relação ao mesmo ou diversos sujeitos, sempre, porém, com exclusão de outras
fontes sobre as quais todavia haveria direito de imposto e para os quais justifica tratamento
diverso".
O mesmo imposto não é o que tem o mesmo nome. É o que tem o mesmo fato gerador.
Imposto Real, Pessoal e Semi-pessoal