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DIREITO FISCAL

ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

Necessidades de satisfação activa e passiva

A actividade financeira do Estado resulta do processo levado a cabo pelo


Estado com vista a satisfação das necessidades colectivas, e é preciso obter
receitas para a satisfação das despesas geradas pelas necessidades.

Portanto a actividade financeira do Estado se traduz na existência de


despesas e de receitas para cobrir as despesas ou seja uma actividade que se
desenvolve em dois sentidos complementares realização de despesas e
obtenção de receitas (ambos têm um objecto comum a satisfação das
necessidades públicas).

Para os particulares as receitas limitam as despesas, ninguém gasta acima


das suas possibilidades. Ao passo que para o Estado nenhuma condiciona
outra (despesas é que determinam o nível de receitas).

Fins essenciais do Estado: fim de conservação, garantir o bem-estar


social, administrar a justiça, assegurar a ordem interna e defender a
comunidade de ameaças externas. Sendo para tal necessário a existência de
um limite territorial, uma população e um poder local.

Classicamente distinguem-se como fins do Estado, a segurança, a justiça


e o bem-estar.

A segurança reveste várias modalidades. Podemos falar numa segurança


interna e numa segurança externa. No primeiro caso, também usamos a
expressão ordem interna para significar a tarefa do Estado de assegurar,
dentro das suas fronteiras, do seu território, a segurança dos seus cidadãos
e, da população em geral. A segurança externa pretende significar a defesa
da colectividade perante qualquer ataque do exterior.

A Justiça destina-se a substituir o arbítrio nas relações entre os homens por


regras que se destinam a estabelecer uma nova ordem.

A justiça como fim do Estado abrange duas realidades distintas: a justiça


comutativa, no âmbito da qual o Estado deve garantir nas relações entre os
cidadãos a equivalência dos valores permutados; cada um deve receber de
acordo com o que prestou a certo ou certos concidadãos. No âmbito da
justiça distributiva cada cidadão deve receber da colectividade de acordo
com o tipo de actividade produtiva que, de forma permanente, lhe prestou,
ou em função da situação de carência em que se encontra.

Finalmente o bem-estar económico, social e cultural. Aqui estarmos a


falar da promoção que o Estado deve fazer junto dos seus cidadãos em
termos de lhes proporcionar condições de acesso a bens e serviços
considerados fundamentais para a comunidade. Por exemplo, a saúde, a
educação, a segurança social.

Necessidades de satisfação activa- são aquelas que pressupõem acção por


parte do interessado, há aqui uma obrigação de agir, actuar com vista a sua
satisfação e pressupõem uma relação de troca (trabalhar, ir ao hospital
para tratamento etc.)

Necessidade de satisfação passiva são aquelas que dispensam a iniciativa


do interessado, são utilidade conjunta e de uma comunidade e por regra são
realizadas pelos fins ou função do Estado. Ex. serviços de polícias, saúde
pública e outros.

É destas que decorrem as despesas públicas a serem suportadas por toda


comunidade.

Tipos de Receitas

Patrimoniais (artigo 2º alínea a) da Lei nº 18/10, de 6 de Agosto, Lei do


Património Público)

Imobiliárias - derivam da exploração de imoveis estatais (arrendamento ou


alienação de prédios e outros.

Mobiliarias – direitos e obrigações (acções - parcelas que integram o capital


social de uma empresa. Pode-se dizer que são pequenas unidades de títulos emitidas por
sociedades empresárias.
Elas representam a menor fração do capital social de um negócio, ou seja, as ações são a
divisão do capital social em partes iguais sendo, o capital social, conceituado como o
investimento dos proprietários da empresa, representando assim, o próprio negócio em
si. Participações (A participação societária corresponde à parcela do capital
social que determinada pessoa tem e que pode ser representada por ações,
quinhões ou quotas, dependendo do tipo de sociedade. sociais com natureza
patrimonial.
Empréstimo sendo uma despesa que gera dívida.

“Por empréstimo público entende-se - cada um dos actos de natureza


contratual que o Estado celebra com entidades privadas para obter meios
de liquidez, assumindo, como contrapartida típica, duas obrigações: (a)
obrigação de reembolso ou restituição: o Estado vincula-se ao pagamento
(à restituição) do capital que lhe foi emprestado; (b) Remuneração do
capital: o Estado compromete-se a remunerar o capital que lhe foi
transferido mediante o pagamento de juros (ou «rendas»).”

Nas economias de mercado baseadas na livre iniciativa, e na propriedade


privada as receitas patrimoniais não são muitas na medida em que são os
particulares que detêm o sector agrícola, industrial e outros, o contrário a
economia seria socialista ou estatizada.

Taxas são uma espécie de pagamento para a prestação de um benefício não


se trata de um preço mas sim de uma contraprestação na despesa gerada
pela satisfação da necessidade, pois o valor não é o preço do bem.

O preço resulta da remuneração que serve para a cobertura de um serviço o


preço tem sempre uma relação de oferta e procura.

Imposto uma forma de receita especial e resulta de um dever que as


pessoas têm para com a comunidade, de contribuir na medida da sua
capacidade.

Numa economia de mercado a principal receita do Estado é o imposto,


visto que com este o Estado não dá nenhuma contrapartida e não tem que
dar nada, porém a cobrança dos impostos não é ilimitada, uma sociedade
não concede imposto ilimitadamente, foi por isso é que se aponta a
Revolução Francesa de 1789 e a Revolução Americana de 1776, ambas
causadas por motivos de ordem fiscal, devido ao agravamento de imposto
em França e na colónia Inglesa (Estados Unidos da América).

Historicamente o berço do imposto foi o Médio Oriente. Foram os arabes


nomeadamente os egípcios que criaram o imposto antes mesmo do império
romano.

O princípio vector de toda a actividade financeira nasce no século XII, na


Inglaterra e se mantem até aos nossos dias o princípio da legalidade
tributária (no permission without representation, não há imposto se os
contribuintes não o permitirem por isso é que os mesmos só são aprovados
por lei da Assembleia Nacional artigo 102º e 165 da CRA.( Jonathan
Mayhew, segundo pastor congregacional da Old West Church, usou
a frase "no taxation without representation" (em português:
"nenhuma taxação sem representação") em um sermão seu em
1750.[4] A frase revivia um sentimento que havia sido uma das
causas que deflagraram a guerra civil inglesa (1642-1651).

Difinição de Direito Fiscal

Critérios:

Critério dos interesses segundo este critério seriam normas de direito


público as que tivessem como base a prossecução de interesse público, ou
interesses predominantemente públicos, normas aplicadas a relações
públicas, privado as que regulassem relações privadas.

Critério dos sujeitos seria de direito público as normas que regulassem


relações jdcas em que houvesse relação de subordinação, um sujeito que
ordena e outro que subordina ou seja relações de predominância de supra –
infra-ordenação e de privado qdo houvesse paridade.

Critério da qualidade dos sujeitos se aplica a relações em que um dos


sujeitos é de direito público e como tal investido de poder de autoridade ou
ius imperi. E de direito privado quando não houvesse o poder de
autoridade.

Posição adoptada o Direito Fiscal é um ramo de direito público, primeiro


porque o interesse que prossegue as normas fiscais são de interesse público.

Segd porq as normas que o regulam são enquadradas de acordo aos critério,
no direito público, na medida em que quando o Estado determina o imposto
o estado usa o seu poder de soberania.

Assim sendo é um ramo de direito público que integra o conjunto de


normas que regulam as formas de lançamento, de liquidação e
cobrança de impostos entre a Administração e os contribuintes, bem
assim como as formas de sancionar o incumprimento das normas
jurídico-tributárias.
RELAÇÃO DO DIREITO FISCAL COM OUTROS RAMOS DE
DIREITO
Com isso se quer saber se o Direito Fiscal é um ramo de direito autónomo
ou não:
Todavia é preciso analisar o seguinte;
Direito Fiscal VS, Direito Constitucional
Toda a actividade financeira é baseada num princípio vector que é o da
legalidade tributária e é a constituição que consagra no artigo 102º CRA o
mesmo princípio.
Assim, no nº 1 do artigo 101º da CRA encontra-se plasmada a definição de sistema fiscal,
especificamente que:

“O sistema fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras entidades


públicas, assegurar a realização da política económica e social do Estado e proceder a uma
justa repartição dos rendimentos e da riqueza nacional.

Não obstante, Pereira (2009), numa visão mais simplificada, considera que a noção clássica
de sistema fiscal - será o conjunto de impostos vigentes num determinado país ou espaço
geográfico, remetendo-se à legislação fiscal existente.

Este não só limita a criação do imposto como também implica limitações e


orientações na interpretação das normas bem assim como a consagração da
garantia dos contribuintes.
Portanto a relação entre o Direito Fiscal e Constitucional resulta do facto de
que é no Direito Const que o DTO Fiscal encontra os princípios
orientadores.
Direito Fiscal vs Direito Administrativo
Certa doutrina defende que o direito fiscal é parte do direito administrativo.
Isto resulta do facto de que na execução das suas normas fiscais a
Administração Tributária ou fiscal desencadeia uma série de actos
administrativos, sendo certo que a administração fiscal está inserida na
administração pública.
Portanto a relação entre ambos resulta do facto de que por um lado o
Estado ao criar imposto exerce o seu poder de soberania e a actividades
levada a cabo pela administração tributária é feita enquanto órgão
administrativo e regulada pelo direito administrativo.
Direito Fiscal VS Direito Processual
O direito Fiscal enquanto conjunto de normas que regulam as relações que
derivam da criação e extinção do imposto, tem uma série de normas de
caracter processual, e porque precisa de normas relativas a execução ele vai
beber quer do direito processual penal como do direito processual civil
artigos 2º nº 4, 3º al. d), e) 24º e 29º CPT e 145º CGT, e ainda porque o
processo fiscal é constituído por normas de natureza processual

Direito Fiscal vs Direito Penal


O direito fiscal é um conjunto de normas que regem determinada matéria, o
imposto, porém essas normas são susceptiveis de serem violadas e a
violação destas normas jurídicas acarretam sempre uma sanção ou seja o
direito prevê uma consequência contra o violador da norma, no direito
fiscal essas normas são as que se referem a infracções fiscais artigo 144º
CGT, todavia as normas que estabelecem as penas são normas de Direito
Penal Artigo 145º Nº 2 CGT
Portanto a relação resulta do facto de que o direito fiscal busca
determinados princípios e normas do direito penal para fazer vincar as suas
normas sancionatórias.
Direito Fiscal vs Direito Civil
Resulta do facto de que o direito fiscal se socorre de determinados
conceitos do direito civil (ex. obrigações artigo 397º CC), e também porque
inúmeras situações com as quais se confronta tem como base o direito civil
artigo 5º CGT)
Porém é preciso notar que o direito fiscal não concebe o direito civil de
forma literal e lhe dá algumas nuances por exemplo no que diz respeito
as sociedades irregulares o direito comercial não as considera sociedade
para efeitos comerciais, lhe retira a capacidade jurídica e lhe atribui apenas
capacidade passiva isto é susceptibilidade de serem demandadas em juízo.
Ao passo que para o direito fiscal sendo ou não regular desde que tenha
agido como de regular se tratasse ou desenvolva actividades económicas
ficam obrigadas a pagar imposto, nº 4 artigo 28º e nº 2 do artigo 29º CGT.
Direito fiscal e o direito das obrigações
Resulta do facto de o imposto ser uma obrigação e as obrigações são
reguladas no direito das obrigações, mormente no direito civil artigo 397º
CC.
Direito fiscal vs direito internacional
A relação entre direito fiscal e o direito internacional resulta do facto de
que os Estados precisam regular situações que possam sujeitar relações
com tributação e que afectam os Estados e os seus cidadãos. Daí resulta a
necessidade de se estabelecer regras, normas acordos bilaterais e adesão a
tratados internacionais.
Nesta senda surgem as situações de dupla-tributação, quando um Estado
tributa dentro do seu país um determinado rendimento, utilizando
critérios de rendimento, cuja incedência da tributação recai a um
cidadão estrangeiro cujo país tributa o mesmo rendimento, diz-se que
não encera um critério de justiça na medida em que o cidadão vê o seu
património duplamente atacado.
A dupla tributação internacional resulta da acumulação de duas cargas
tributárias na mesma pessoa relativa aos mesmos rendimentos em dois
países diferentes. Cada Estado detém a possibilidade de exercer o poder
tributário dentro dos limites do seu território, o que por vezes, conflitua
com o poder de tributar dos outros Estados.
A dupla tributação - é entendida como a incidência de imposto
equiparado a dois ou mais Estados relativamente a um mesmo contribuinte,
ao mesmo facto gerador e a períodos de tempos idênticos.

Os métodos para evitar a dupla tributação internacional

1- Método de isenção: aqui os rendimentos obtidos em fontes estrangeiras são isentos


de impostos no estado de residência, normalmente sob condição de prova de
pagamento efectivo de imposto no estado da fonte. A isenção pode ser integral ou
com progressividade:

a) Isenção integral: o rendimento tributável no estado da fonte nunca é tomado em


consideração pelo estado da residência para efeitos fiscais.

b) Isenção com progressividade: aqui a inserção de imposto do rendimento


estrangeiro não impede a sua consideração para determinação da taxa a aplicar ao
rendimento tributado no estado residência.

Vantagens e desvantagens do método de isenção:

a) Vantagens - É neutro à importação de capital, uma vez que trata de todos os


contribuintes no estado da fonte de acordo com a mesma base fiscal; - Reconhecer
os benefícios fiscais concedidos pelo estado da fonte; - É aquele cuja aplicação
exige menor compressibilidade administrativa; - Evita a necessidade de
relacionamento do contribuinte com duas autoridades tributárias; 5 -Elimina a
dupla tributação actual e potencial.
c) Desvantagens - Reduz as receitas ficais devidas no estado da residência; - O estado
da fonte pode recusar a concessão de determinados benefícios ou deduções; - As
perdas de um estabelecimento estável podem ser rejeitadas pelo estado de
residência; - No caso da inserção com progressividade, requer relatos financeiros
detalhados; - Promove a utilização como estado da fonte de países com taxas
reduzidas.

2- Métodos de imputação ou de crédito: o Estado de residência concede um crédito ao


contribuinte pelos impostos pagos no estado da fonte, até um determinado montante
para desincentivar a sua tributação excessiva no estrangeiro. Os sistemas de
imputação podem ser integral ou ordinário:

a) Integral: o contribuinte é reembolsado totalmente do imposto pago no estado da


fonte.
b) Ordinária: o contribuinte não reembolsado pelo que haja pago a mais no estado da
fonte relativamente ao que pagaria pelos mesmos rendimentos no território da
residência. 3- Método de redução da taxa: os rendimento obtido em fonte estrangeira
é tributado a uma taxa reduzida, no território da residência. Dessa forma até não se
evitar a dupla tributação, embora sejam moderados os seus respectivos efeitos.

2- Método de dedução: é reconhecido o direito de dedução, por parte das empresas


nacionais, dos impostos pagos no estrangeiro, como custo da actividade, até um certo
limite para não pôr em causa as receitas do estado da nacionalidade. 6 3- Método do
crédito por investimento: consiste numa dedução imediata, ao imposto devido de uma
parcela de investimento efectivamente realizado no estrangeiro.

2.1. A conversão
Os estados procuram combater a dupla tributação recorrendo a soluções unilaterais
de natureza legislativa, e soluções bilaterais de natureza convencionais, para evitar os
efeitos nefaticos da dupla tributação, nomeadamente em matérias de circulação de
bens, serviços, capitais, tecnologias e pessoas.
a) Modelo de conversão das nações unidas Quanto a este modelo resultou da
necessidade sentida pelos países em vias de desenvolvimento, a encontrarem uma
alternativa ao modelo OCDE que, em seu entender, não era adequado à sua condição
de importadores líquido de capitais.
b) Conversão modelo dos Estados Unidos O objectivo deste modelo é servir de base as
negociações de tratados ficais com os estados e adequa-los às políticas e leis internas
dos Estados Unidos. Contrariamente no sucede no modelo OCDE. O modelo dos
Estados Unido não prevê o método de isenção apenas admitindo o mecanismo para
evitar a dupla tributação o método de credito do imposto.

Evasão fiscal - ocorre quando um rendimento não é tributado em nenhum


sistema fiscal, na medida em que um Estado argumenta que determinado
rendimento é tributado no Estado de origem ou de que é nacional e o
Estado em causa reserva tal direito de tributar ao país da fonte do
rendimento. Há aqui a utilização de dois critérios, o da nacionalidade e
o da fonte.
Estas situações são resolvidas por acordos internacionais de dupla-
tributação, e de evasão fiscal, logo estes acordos são regulados pelo direito
internacional porque provêm de vários Estados.
Assim o Direito Internacional Fiscal é tido como o conjunto de normas
produzidas por acordos para regerem as questões de dupla tributação e de
evasão fiscal.
Portanto a autonomia do direito fiscal assim como os demais ramos de
direito é relativa, na mediada em que o sistema jurídico é uma unidade,
todos os ramos fazem parte de um todo (sistema jurídico), com ligações
estreitas com o escopo de formar a ordem jurídica.

Elisão, evasão fiscal e Sonegação de Impostos.

A evasão fiscal, também conhecida como sonegação fiscal, é o uso de


meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos.
Entre os métodos usados para evadir tributos, estão a omissão de
informações, as falsas declarações e a produção de documentos que
contenham informações falsas ou distorcidas, como a contrafacção de notas
fiscais, faturas, duplicatas etc.

Já a elisão fiscal configura-se num planejamento que resulta da utilização


de métodos legais para diminuir o peso da carga tributária num
determinado orçamento. Respeitando o ordenamento jurídico, o
administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo
fiscal) que permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente
administrado.

Diferentemente da evasão fiscal (onde ocorre o fato gerador do tributo e o


contribuinte não paga uma obrigação legal), na elisão fiscal, através do
planejamento, evita-se a ocorrência do fato gerador. E, por não ocorrer o
fato gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento não
caracteriza ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o
surgimento de uma obrigação fiscal.

A elisão fiscal é muito utilizada por empresas quando das transferências


internacionais de recursos, na busca de conceitos tributários diferentes
em países diferentes - de forma a direcionar o tráfego dos valores; assim,
pode-se reduzir a carga tributária e fazer chegar, às matrizes, as maiores
quantidades possíveis de recursos vindos das filiais. Como as grandes
matrizes internacionais encontram-se em países já de mais recursos, as
discussões sobre elisão fiscal revestida de legalidade têm, também,
adquirido contornos de discussões morais.[3]
Segundo Ives Gandra da Silva Martins e Antônio Roberto Sampaio Dória,
a distinção básica entre elisão ou economia de impostos e evasão está na
licitude ou ilicitude dos meios empregados pelo indivíduo. Tal citação foi
complementada por Marcus Vinícius Lima Francoː "A diferença entre a
chamada economia de impostos e a evasão reside na licitude ou ilicitude
dos procedimentos ou dos instrumentos adotados pelo indivíduo e por isso
poderíamos falar em elisão legal ou elisão ilegal de tributos.

Definição de paraíso fiscal


Como é sabido, uma das formas mais trivial de evasão fiscal internacional
consiste na utilização de paraísos fiscais.
O termo “paraíso fiscal” surgiu a partir de uma má interpretação do inglês
tax haven, que significa literalmente “refúgio fiscal”. A semelhança das
palavras “haven” e “heaven” (“paraíso”), fez com que fosse criada a
expressão “paraíso fiscal” na tradução para a língua portuguesa
(Importa pois, perceber o que se entende por paraíso fiscal. A este
propósito, refere o Relatório da OCDE ( significa Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Económico cujo objetivo é o de promover políticas que visem o
desenvolvimento econômico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo.
O combate à corrupção e à evasão fiscal faz parte da agenda), «International Tax
Avoidance and Evasion, four related studies» (1987, p. 21 apud Faria,
2003) poder defender-se “que o conceito de paraíso fiscal tem um caráter
de tal modo relativo que não teria alguma utilidade consagrar esforços para
o tentar definir”).
- Contudo, várias são as definições de paraíso fiscal constantes na
literatura sobre a matéria.
Entre elas destacamos a de Beauchamp (1981 apud Leitão, 2007b)
segundo a qual um paraíso fiscal é normalmente definido como:
“um país ou território que atribua a pessoas físicas ou coletivas
vantagens fiscais suscetíveis de evitar a tributação no seu país de
origem ou de beneficiar de um regime fiscal mais favorável que o desse
país”.
Por sua vez, o Relatório da OCDE de 1998, refere que os paraísos fiscais
são:
“os países que conseguem financiar os seus serviços públicos com
baixos ou nulos impostos sobre o rendimento e que se oferecem a si
próprios como locais para serem usados por não residentes para
escapar à tributação no seu país de residência”.
E possuem alguns traços característicos para identificar um país como
paraíso fiscal:
a) Tributação inexistente ou insignificante dos rendimentos;
b) Ausência de uma troca efetiva de informações;
c) Falta de transparência;
d) Ausência de atividades económicas substanciais.

Forma de identificação dos paraísos fiscais

Normalmente costumam ser localidades pequenas, como ilhas e micro


países, 3que possuem com autonomia suficiente para definir sua própria
legislação tributária. Logo, por serem lugares com pouca atividade
econômica, se tornar um paraíso fiscal e oferecer facilidades financeiras
para estrangeiros acaba sendo uma alternativa para atrair capital para o
país. 1.7 Lista de países e regiões reconhecidas como paraísos fiscais Entre
os paraísos fiscais mais conhecidos do mundo, estão os seguintes países:
Andorra; Bahamas; Emirados Árabes Unidos; Hong Kong; Luxemburgo;
Suíça; Ilhas Bermudas; Ilhas Cayman; Ilhas Fiji; Ilhas Jersey; Ilha de
Mann; Ilhas Marshall; Irlanda; Jamaica; Mônaco; Panamá; Singapura.
Porém, dependendo da definição utilizada, diversas outras localidades
também podem ser colideradas como um paraíso fiscal. 3 Micropaíses são
países cujo território não ultrapassa 1000 km². Apesar da dimensão
reduzida do território, esses países possuem população, leis, soberania,
governo e organização política, ou seja, tudo que um Estado precisa

FONTES DO DIREITO FISCAL

Fontes de direito - dizem respeito aos factores que constituem a causa do


surgimento de determinadas normas, é o sentido que aponta a génese das
normas jurídicas, o seu modo de manifestação e revelação.

Tradicionalmente são quatro as fontes do direito; a lei, a jurisprudência, o


costume e a doutrina.
Por força do princípio da unidade jurídica os princípios aplicáveis aos
vários ramos de direito aplicam-se ao direito fiscal, observando as várias
especificidades do direito fiscal.

O costume só é fonte do direito quando reconhecido pela ordem jurídica, é


uma fonte subalternizada do direito, isto é, carece de uma lei para ser
considerada fonte válida, eficaz e vinculativa do direito. Na ordem jurídica
angolana o direito consuetudinário e gentílico têm muita força daí serem
acolhidos como fontes de direito, ex. a isenção de tributação de
funcionários diplomáticos e as missões diplomáticas, o Estado ainda que
tenha uma lei sobre isenções diplomática deve isentar uma missão
diplomática por força da praxe internacional resultante da regra de
reciprocidade entre os Estado.

Outro exemplo é o que resulta do costume da não tributação dos salários ou


rendimentos dos membros do corpo diplomático no país onde funciona.
Este costume deu lugar a Convenção das Relações Diplomáticas e
Consulares dos Países.

 Jurisprudência (do latim: jus "justo" + prudentia "prudência") é o


termo jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpretações das
leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição, ou conjunto das
soluções dadas pelos tribunais as questões de Direito. (é acolhida através
dos assentos (isto é uma decisão dos tribunais supremos com caracter de lei
na medida em que poem termos a divergências de interpretação
jurisprudencial), conforme os preceitos do artigo 2º C.C).

Lei (do verbo latino ligare, que significa "aquilo que liga", ou legere, que
significa "aquilo que se lê") - é o conjunto de normas recolhidas e escritas,
baseadas na experiência das relações humanas, que servem para ligar os
factos ou os acontecimentos ao direito, em ordem à paz social (de modo a
garantir ou mostrar os direitos das partes, e, assim, atingir a igualdade e a
liberdade entre os cidadãos) quiritário.

Ou seja, perante um determinado facto, a norma adequada e directamente


ligada a ele, mostra a quem deve ser atribuída a legitimidade ou razão; e
assim, desfazendo o equívoco, ou o abuso de poder, a falsidade, ou um
crime, e qualquer prejuízo infligido, ou benefício obtido ilegitimamente
como prejuízo de outrem. As leis são estabelecidas e geridas pelas
autoridades competentes para o efeito, já que, nas relações humanas
acontece o direito e o estado deve garantir a aplicação das normas em
tempo útil, sob pena de prejuízo grave para as partes, a sociedade e a
economia.

A lei é fonte exclusiva e actual do direito fiscal na medida em que é a


constituição que define os princípios fundamentais da organização
financeira, mormente sobre os impostos e o orçamento. É na lei onde
encontramos os preceitos normativos constitucionais tributários que
determinam e regulam o modo de composição ou constituição do Direito
Fiscal.

Convenções internacionais

Também são fontes do direito fiscal na medida em que para além das
normas internas o direito fiscal pode se socorrer de princípios e regras
internacionalmente usadas. Ex. acordos de dupla tributação, através dos
quais os Estados procuram regular os eventuais conflitos de jurisdição
tributária face a lei de cada um dos países.

A doutrina

O termo doutrina provém do latim doctrina (doctrinae), que deriva do


verbo docére (ensinar), a doutrina jurídica ou ainda direito científico é o
conjunto de estudos elaborados por inúmeros juristas, cujo objetivo é
sistematizar e explicar todos os temas relativos à matéria do direito.

A doutrina tem fundamental importância tanto na elaboração da norma


jurídica quanto em sua interpretação e aplicação pelos tribunais. A doutrina
assume papel extremamente relevante para o direito e é essencial para
aclarar pontos, estabelecer novos parâmetros, descobrir caminhos ainda não
pesquisados, apresentar soluções justas, enfim, interpretar as normas,
pesquisar os fatos e propor alternativas, com vista a auxiliar a construção
sempre necessária e constante do estado de direito, com o aperfeiçoamento
do sistema jurídico.

Muitos autores há que excluem a doutrina como fonte do Direito, alegando


que, por maior que seja a dignidade de um mestre e por mais alto que seja o
prestígio intelectual de um jurisconsulto, os seus ensinamentos jamais terão
força bastante para revelar a norma jurídica positiva que deva ser cumprida
pelos juízes ou pelas partes “. Miguel Reale
O IMPOSTO
DEFINIÇÃO, ELEMENTOS DO IMPOSTO
Definição: é uma prestação unilateral e definitiva, estabelecida pela lei a
favor de uma pessoa colectiva de direito público, com vista a prossecução
de fins públicos, sem constituir sanção de um acto ilícito.
Elementos do imposto: subjectivo, teleológico e objectivo.
O elemento subjectivo - tem que ver com a pessoa a favor de quem o
imposto é cobrado, no caso é uma pessoa colectiva.
Elemento teleológico – se refere ao fim para o qual o imposto é cobrado,
este fim é a prossecução de interesses ou fins públicos, com a cobrança
dos impostos o Estado visa não só fins redictícios (resultantes da cobrança
de receitas), mas também outros fins como a distribuição equitativa dos
encargos públicos entre os contribuintes, a protecção da economia ex. a
protecção da indústria nacional (agravamento da tributação de produtos
importados e produzidos neste campo da industria.
Elemento objectivo – está relacionado com os aspectos objectivos da
definição e se traduz numa prestação, esta prestação é definitiva,
estabelecida por lei, é unilateral e não constitui sanção a violação de
um acto ilícito.
O imposto enquanto prestação impõem analisar o seguinte: que tipo de
prestação se refere? se refere simplesmente a prestação pecuniária ou não
ou admite outro tipo de prestação?
A maior parte da doutrina defende que o imposto se refere simplesmente a
prestações patrimoniais, todavia nem sempre acontece assim, nem sempre
se traduz num quantitativo em dinheiro ou entrega pecuniária, existem
impostos que se traduzem na entrega de uma coisa ou prestação de uma
actividade, não obstante isso o imposto tem sempre uma natureza
patrimonial.
A título de exemplo temos o imposto sobre o petróleo que não é pago
mediante a entrega de um quantitativo monetário mas através do produto, o
próprio petróleo, é no caso um imposto pago em espécie.
Fala-se na mesma senda do imposto de selo que é pago pela inutilização do
selo, mormente pela remoção da estampilha.
É definitiva – porque o contribuinte quando paga o imposto não tem
direito a qualquer retorno, restituição, devolução, reembolso,
indeminização ou retribuição a cargo do sujeito activo da relação fiscal.
É unilateral ou não sinalagmática - pelo facto de só existir uma
prestação, a efectuada pelo sujeito passivo e não corresponde qualquer
contraprestação.
Por último o imposto não constitui sanção de um acto ilícito, com isto se
quer fundamentar que os fins públicos que o imposto visa satisfazer não
são sancionatórios diferentemente das multas que é uma prestação
unilateral a favor de uma pessoa colectiva de direito público, como sanção
a um acto ilícito ou pela violação de normas e regulamentos
administrativos.
COMPARAÇÃO DO IMPOSTO COM FIGURAS AFINS

Imposto vs taxa

O imposto é uma prestação unilateral e definitiva, estabelecida pela lei a


favor de uma pessoa colectiva de direito público, com vista a prossecução
de fins públicos sem constitui sanção a um acto ilícito.

A taxa é uma prestação estabelecida por lei, a favor de uma pessoa


colectiva de direito público, como retribuição ou contrapartida de um
serviço individualmente prestado, da utilização de bens ou serviços do
domínio público ou da remoção de um limite jurídico à actividade dos
particulares artigo 4º Lei nº 7/11, de 16 de Fevereiro, lei sobre o regime
geral das taxas.

Traços comuns; ambas são prestações, estabelecidas por lei, a favor de


uma pessoa colectiva pública.

Elemento diferenciador é o teleológico, pelo seguinte:

1. O imposto visa a prossecução de fins públicos e não individuais;


2. Não dá direito a uma contraprestação a favor do contribuinte;
3. É unilateral;
4. Imposta por lei, reserva da Assembleia Nacional artigo 165 al o) da
CRA.

Na taxa

1. Existe uma contribuição ao serviço prestado pela pessoa colectiva


(contraprestação) para a remoção, transferência de limite jurídico a
actividade do particular para se ter acesso a um bem do domínio
público, ex. licenças uso e porte de arma, construção, propinas
públicas.
2. Visa a satisfação de interesses particulares;
3. É bilateral ou sinalagmática;
4. É voluntária.

Imposto vs Contribuições para Segurança Social

É uma prestação estabelecida por lei, a favor de uma pessoa colectiva


pública, feita quer pela entidade patronal como pelo trabalhador.

Natureza jurídica

Para certa doutrina tratasse de um imposto, porque afirmam que tem


caracter unilateral.

Para outra tem caracter de taxa – porque entendem que o trabalhador ao


efectuar a prestação receberá no futuro uma contraprestação, não colhe
porque muito subjectiva.

Para o professor Brás Teixeira e para nós é um prémio de seguro público,


e tem natureza diferente conforme se trate de contribuição feita pela
entidade patronal ou pela entidade assalarial (trabalhador).

a) Se nos tivermos a referir à entidade empregadora teria a


natureza de um imposto, pois neste caso a prestação é definitiva,
sem direito a contraprestação, sem indemnização e feita a favor de
uma pessoa colectiva de direito público, para fins públicos.

b) Se estivermos diante da prestação feita pelo trabalhador, não tem


os mesmos elementos do imposto o trabalhador tem direito a uma
contraprestação diferida no tempo, contribui-se na segurança
social na espectativa de obter no futuro uma prestação
correspondente àquela que ao longo do tempo foi paga.

Podemos aferir que se trata de um seguro de direito público, porque na


relação intervém um sujeito de direito público, logo é regida pelo direito
público no caso concreto pelas leis de segurança social sendo um prémio de
seguro público. Artigos 10º e 18º da Lei nº 7/04 de 15 de Outubro, Lei de
Bases da Protecção Social.
Imposto vs Requisição Administrativa

A pesar da concepção primitiva do direito de propriedade corresponder


uma relação imprescritível e inquebrável entre o ser e a coisa, como
atrelamento jurídico incondicional. artigo 14º CRA, A requisição é um
acto unilateral de uma entidade pública feita para determinadas pessoas,
mediante prestação de coisas ou serviços para socorrer necessidades
públicas urgentes, concretas, determinadas e excepcional, existe uma
avaliação administrativa prévia, a prestação é de coisa ou serviço e não é
patrimonial ou pecuniária como no imposto.

. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, requisição administrativa “é o


acto pelo qual o Estado, em proveito de um interesse público, constitui
alguém, de modo unilateral e auto-executório, na obrigação de prestar-lhe
um serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de uma coisa in natura
obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal medida efetivamente acarretar
ao obrigado”.

artigo 14º e 37º CRA

Maria Sylvia Zanella di Piettro, em seu turno, ensina que a Requisição


Administrativa seria o “ato administrativo unilateral, auto-executório e
oneroso, consistente na utilização de bens ou de serviços particulares pela
Administração, para atender a necessidades coletivas em tempo de guerra
ou em caso de perigo público iminente”.

Já Raquel Melo Urbano de Carvalho apregoa que Requisição


Administrativa seria o “ato administrativo que consiste na utilização de
bens ou de serviços particulares pela Administração, para atender
necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo público
iminente, mediante pagamento de indenização a posteriori”.

Imposto vs Empréstimo público forçado

Uma das fontes de financiamento do Estado é o empréstimo, e quando o


mesmo ocorre vislumbra-se uma situação fiduciária ou de confiança
entre o Estado e os particulares, na medida em que o particular empresta
ao Estado no intuito de ser pago e com juros. Todavia em época de
recessão e de inflação o Estado nem sempre é capaz de pagar as suas
dívidas e no entanto os particulares ficam obrigados a emprestar ao Estado
aguardando que este restitua o valor emprestado e há sempre duas
prestações e também uma contraprestação ao contrário do imposto.
Quando o Estado não paga ou restitui a prestação devida não se configura
um imposto mas sim um incumprimento, um inadimplemento do
Estado e o particular pode socorrer-se dos meios postos a sua disposição a
fim de fazer valer o seu direito.

TIPOS/CLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITO PÚBLICO


“Crédito público é a faculdade que tem o Estado de, com base na
confiança que inspira e nas vantagens que oferece obter, mediante
empréstimo, recursos de quem deles dispõe, assumindo, em contrapartida,
a obrigação de restituí-los nos prazo e condições fixados”.
Há nesse caso tipos de créditos públicos, que são:

1.    O empréstimo público: É a operação pela qual o Estado recorre ao


mercado interno ou externo em busca de recursos dos quais necessita,
devido, em regra, a insuficiência da arrecadação tributária, assumindo a
obrigação de devolver o capital nas condições por ele fixadas. Em países
prósperos e desenvolvidos os empréstimos são sacados nas praças
financeiras mais prósperas, pagam-nos com pontualidade e conseguem
juros mais baixos e consequentemente desenvolvem-se rapidamente, porém
nos países mais pobres o que ocorre é que os Estados recorrem a
empréstimos com forma de antecipação de receitas e, portanto não
conseguem pagá-los em dia tornando-se inadimplentes e não conseguindo
desenvolver-se. Com isso, o empréstimo público distingue-se de tributo,
pois não prever devoluções e não são compulsórios. 
·        A sua natureza Jurídica consequentemente é um contrato de adesão, que
se dá dentro de um regime jurídico de direito público, mas não deixa por
isso, de ter natureza contratual, pois o mutuante tem a faculdade de não
aceitar as condições impostas em bloco pelo Estado e desta forma, não
emprestar o dinheiro ou não comprar o título emitido pelo Estado.
Entretanto, sua natureza jurídica não destacará em caso de empréstimos
obrigatórios, como por exemplo, no artigo 148 da CF/88.
·        O empréstimo público classifica-se: Quanto á sua forma, que são
voluntários;Semi-obrigatórios ou Patrióticos e obrigatórios. Quanto à
origem, externo e interno. – Quanto à Competência, Estadual, Federal e
Municipal. E por fim, quanto ao prazo, curto, longo e perpétuo.
·        As condições do empréstimo público, para que a vantagem não seja
exclusivamente os juros, o Estado oferece algumas vantagens, nos
casos:realização dos denominados empréstimos em loteria; concessão de
privilégios fiscais; atribuição de vantagens jurídicas aos títulos. 
·        As garantias do empréstimo público são oferecidas pelo Estado de
ordens deGarantia da devolução da quantia emprestada, que pode ser, por
exemplo, a indicação de fiadores e de Garantia contra a desvalorização da
moeda, como por exemplo, a cláusula de ouro que é vinculado ao
pagamento de cotação internacional de ouro.
·        As formas clássicas de pagamento, de resgate do empréstimo público
são todos os títulos que são resgatados simultaneamente na data do
vencimento; o pagamento em série por meio de sorteios periódicos; os que
por meio do pagamento de rendas vitalícias; e por fim, através de saldos
orçamentários. 
·        A Conversão do empréstimo público é a alteração feita pelo Estado,
após a emissão, de qualquer das condições fixadas para a obtenção do
crédito público, objetivando diminuir a carga anual do encargo que ele
tem de suportar, em contrapartida à subscrição. Podendo ser essa
conversão: Forçada; Facultativa e Obrigatória. No entanto o repúdio da
dívida ocorre quando o Estado, independentemente de quem concedeu o
empréstimo, cancela a dívida, não realizando o pagamento. Consequente,
essa prática desmerece a confiança que o Estado inspira, sendo fica difícil
fazer outro empréstimo.

2- Dívida pública: É considerado tanto em sentido amplo, como em sentido


estrito. Mas no caso de crédito público, só o que interessa é o sentido
estrito, que compreende apenas os débitos oriundos de empréstimos
públicos.
·         É classificado em: Dívida externa e interna será interna quando
decorrer deobrigação assumida no próprio território do Estado por meio
de um empréstimo público interno; é externa quando a obrigação é
assumida pelo Estado fora dos limites de seu território, através de um
empréstimo público externo.
Dívida Administrativa e Dívida Financeira: dívida administrativa resulta
do desempenho das finalidades próprias dos ramos da Administração
Pública e não necessita de lei especial para ser contraída. Já a dívida
financeira é resultado de um empréstimo público devidamente autorizado
em lei especial.
Dívida Voluntária e Dívida Involuntária / Forçada: a dívida forçada é
assumida em razão de um empréstimo público forçado, que resulta de um
ato de império do Estado. A dívida voluntária é concedida
espontaneamente, sem coação, pelos investidores e instituições financeiras
Classificação de impostos

De acordo com a classificação tradicional ou clássica os impostos podem


ser directos ou indirectos.

Critérios de distinção:

1. Critérios de índole económico - subcritérios capacidade


contributiva vs facto gerador da obrigação

É um critério que incide sobre o modo de determinação do


contribuinte.
a) Manifestação da capacidade contributiva (que consiste na
capacidade económica de cada um, capacidade de pagar
impostos), e pode ser aferida (manifesta) de forma imediata
quando é percetível pela existência de uma condição económica
ou da realização e obtenção de determinado rendimento, ex: o
salário auferido, os lucros, os juros, ser detentor de uma casa no
Alvalade.

Portanto os impostos que tributam os rendimentos ou património


são impostos directos, seja ele de trabalho ou de capital, isto porque no
momento da sua prestação há uma manifestação clara da capacidade
contributiva ou económica e constituem formas claras e imediatas de
constatar a capacidade económica do sujeito passivo. Artigo 1º, 11º
CIRT e 1º e 3º 6º, 16º CIPU (C. Impost. Predial ).

Por outro lado, existem imposto que tributam manifestações mediatas


ou indirectas da capacidade contributiva, ex: os impostos que incidem
sob a importação de viaturas de luxo, neste caso a capacidade
contributiva é aferida de forma indirecta, visto que o Estado desconhece
a condição económica do importador, existe apenas um sinal, um índice
ou indicador que de forma indirecta revela a capacidade contributiva,
Ex.2 IVA.

Assim sendo, os impostos que tributam o consumo e a despesa são


designados indirectos.
b) Critério do facto gerador da obrigação fiscal

A relação jurídico-tributária pressupõe a existência de uma condição, uma


situação ou um facto, é necessário que exista um facto que a lei considera
como pressuposto bastante para o nascimento da obrigação jurídico-fiscal,
porém este facto pode ser ocasional, acidental, hipotético ou permanente.

Segundo este critério o imposto seria indirecto se incidisse sobre factos


que surgem de forma ocasional e fortuita.

Ex. imposto sobre doações e sucessões. O imposto sobre o sisa (incide


sobre a transmissão de bens imobiliário a título oneroso), a obrigação fiscal
nestes casos surge de forma ocasional ou não permanente.

Se ao invés disto tivesse uma tendência temporal e permanente, como é o


caso dos salários artigo 14º LGT, e demais rendimentos como os juros, o
lucro, a actividade industrial com as nuances que se impõe (artigo 1º Cod
Imp Ind) o imposto seria directo, visto que o facto jurídico se repete no
tempo e tem caracter de permanência.

Portanto de acordo com o critério económico através do qual se


procura determinar o contribuinte o sistema fiscal angolano é analítico
e cedular isto é tributa-se com base em cédulas a capacidade económica
das pessoas, tributa-se separadamente e individualmente. Podendo a mesma
pessoa ser tributada através de vários impostos. Ex. O imposto sobre o
rendimento de trabalho é uma cédula, o imposto industrial outra, o imposto
sob aplicação de capitais outra, etc. artigo 11º CGT

Ao contrário existem os chamados sistema fiscal de impostos sintéticos


(através do qual se sintetiza as várias formas de manifestação de
capacidade económica ou contributiva, num só imposto), Ex. sistema fiscal
Inglês.

Ora, de acordo com os sistemas fiscais cedulares ou analítico o imposto


directo teria por base um rol nominativo, isto é a administração
tributária detém uma listagem nominal dos vários contribuintes que têm de
pagar o imposto, isto se efectiva através da inscrição dos contribuintes na
Repartição Fiscal, para a obtenção do número de identificação fiscal.
E seria indirecto se o pagamento do imposto não exige nenhuma relação
nominal na medida em que quem paga o imposto é o importador. Ex:
imposto sobre o consumo. Artigo 736º CC.

Critério jurídico

Segundo este critério é o tipo de relação jurídica que constitui a fonte da


obrigação, procura-se através deste critério atender sobretudo a natureza
das prestações, e haveria relações jurídicas tributárias e impostos que
dariam lugar a uma única prestação.

Nesta senda o imposto seria indirecto quando desse lugar a uma


prestação única e isolada, ex: a sisa e o imposto sobre doações e
sucessões artigo 1º CI conjugado com o artigo 12º CGT, artigo 5º CIS.

E opostamente seria directo quando desse lugar a várias prestações,


periódicas e contínuas, trata-se de várias prestações que integram a
mesma relação jurídico-tributária, Ex: o imposto sob o rendimento do
trabalho, o imposto industrial e outros artigo 12º CGT.

NB: em termos de legislação financeira o Orçamento Geral do Estado


adopta o critério da natureza da matéria colectavel, e classifica os impostos
em imposto sobre o rendimento, sobre o património e imposto sobre o
consumo e não o que classifica o imposto em directo ou indirecto artigo?.

Importância prática da adopção da classificação do imposto em directo


e indirecto

1- No tráfego económico internacional os países podem ou não deduzir


os impostos incorporados nos produtos ou mercadorias e nestes
casos apenas os impostos indirectos (imposto sobre o consumo,
sobre importação e exportação e alfandegários) podem ser
repercutidos, na medida em que maior parte dos países ao
exportarem as suas mercadorias as autoridades fiscais desses países
retiram o imposto indirecto, ficando os mesmos lançados no local de
destino e não na sua fonte ou origem.

Este facto gera grandes problemas na medida em que os países


exportadores por vezes não só retiram e devolvem os impostos
indirectos ao exportador como também permitem que os
importadores retirem encargos superiores áqueles que devia pagar
com os impostos indirectos, e gera-se o fenómeno da concorrência
desleal uma vez que o produto chega no país de destino a preço
inferior áquele que seria vendido no país de origem, leva a frequente
guerras comerciais por exemplo entre Estados Unidos e Japão e
Europa e Estados Unidos.
Quando um agrava o imposto sobre aparelhagem acusando o outro
de fazer comercial dumping (exportação a baixo preço de produtos
em superior).

Neste sentido falamos das medidas anti-dumping resultantes do acordo da


Organização Mundial do Comércio (GATT) no seu artigo 6º e visam
proteger o comércio nacional com dumping ou concorrência desleal.

O estado angolano aderio a estas medidas conforme se reflete dos artigos 3º


alínea dd) e 64º nº 5 do Código Aduaneiro.

Também no âmbito dos tribunais por exemplo em França os tribunais com


competência para julgar os conflitos fiscais de imposto directo são uns e os
conflitos de imposto indirecto são outros. (imposto directo tribunais
administrativos e imposto indirectos tribunais comuns).

Segunda classificação

Imposto periódicos vs imposto de obrigação única

O critério fundamental nesta classificação é de saber se as actividades ou


situações sobre as quais recais o imposto são factos isolados.

Assim sendo, seriam periódicos os impostos que se repetem no tempo e


cujas as situações geradoras do mesmo tenha caracter de periodicidade.

E seriam impostos de obrigação única aqueles que não se repetem no


tempo.

Terceira classificação

Imposto estaduais vs imposto não estaduais

O critério de distinção destes dois tipos de imposto é a natureza do sujeito


activo da relação jurídico-tributária.
Se o sujeito activo for o Estado representado pela Administração Tributária
ou Fiscal, mediante a Direcção Nacional dos impostos ou das Alfândegas o
imposto seria estadual.

Se ao invés disso o titular do direito de crédito tributário for uma Autarquia


Local ou colectividades territoriais autónomas e institutos públicos
(instituto nacional de segurança social) o imposto seria não estadual.

É preciso ainda discernir a chamada consignação das receitas tributárias


estaduais, processo através do qual o Estado decide que uma parte das
receitas do imposto deve ser afecta a determinadas províncias ex. receitas
dos diamantes para as Lundas e Muxico e receita dos petróleos para Zaire e
Cabinda, artigo e 9º do Decreto nº 40/18, de 9 de Fevereiro do Regime de
Financiamento Local.

Imposto Principal vs Imposto Acessório

O imposto é principal quando não depende de qualquer outro imposto


para a sua existência, quando é autónomo.

É acessório quando depende de outros impostos, isto é o objecto sob os


quais recai o imposto é matéria colectável de outro imposto. Ex. o ex-
imposto sob resistência popular e o ex-imposto do selo do
povoamento(aplicáveis outrora a nível dos município acrescidos ao
imposto industrial).

Imposto real vs imposto pessoal

O critério de distinção entre os dois tipos de imposto tem que ver com o
facto de o imposto atender ou não a condição do contribuinte, consoante o
imposto tenha ou não consideração a condição do sujeito passivo da relação
jurídico-tributária.

Assim sendo se o imposto atende a condição ou faz referência a situação


pessoal do sujeito passivo da relação tributária o imposto é pessoal. Ex.
imposto sobre o rendimento do trabalho por conta de outrem que varia de
6,5 a 15 porcentos. Artigos 1º, 9º e 16º CIRT

Se ao invés disso fizer referência a matéria colectável, se tributa


objectivamente a matéria colectavel independentemente das condições do
sujeito passivo o imposto seria real. Ex imposto industrial, imposto
predial. São considerados impostos com taxas progressiva, proporcional e
única.

Imposto sobre o Rendimento, Imposto Sobre o Consumo (despesa) e


Imposto sobre o Património

Já dissemos atras que o critério de classificação adoptado pelo orçamento é


o da matéria colectável (colecta =montante da obrigação fiscal, objecto do
imposto, aquilo em incide).

O rendimento é uma das formas de manifestação da matéria colectavel,


através do salário, assim como os juros que constitui um rendimento sob o
capital mutuado, os lucros.

O consumo também é uma forma indirecta de manifestação da capacidade


económica.

O património também é uma forma de manifestação da capacidade


económica ainda que estática.

Portanto se a matéria colectavel for sobre o rendimento teremos imposto


sobre o rendimento, se for sobre o consumo teremos imposto sob o
consumo, e se for sobre o património teremos imposto sobre o património.

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