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Actividade financeira do Estado


1.2. Noção de direito fiscal e fiscalidade
1.3. Fontes da fiscalidade
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1. Actividade Financeira do Estado

O Estado, ao prosseguir os seus fins tem, naturalmente, necessidades


económicas cuja satisfação implica realização de despesas, como saide,
educação, defesa da soberania, entre outras. Ora a satisfação destas
necessidades pressupõe a obtenção dos meios indispensáveis para o efeito.
Dai que o Estado e as restantes entidades públicas, desenvolvam uma
actividade que permite:
● A obtenção dos meios económicos que assegurem a satisfação das
necessidades publicas;
● O uso correcto dos meios obtidos; e,
● A coordenação entre os meios e as necessidades públicas a satisfazer.
Na verdade, esta actividade que falamos acima denomina- se de actividade
financeira do Estado.

Entretanto, estes meios económicos obtidos pelo Estado e depois usados para a
satisfação das necessidades públicas, tem a designação de RECEITAS
PUBLICAS. As receitas públicas são geralmente de natureza diversa, para o
nosso caso, interessa conhecer de forma geral os tipos de receitas públicas
mais frequentes dem Moçambique como sejam:

(i) as receitas patrimoniais, que derivam do rendimento do património que o


Estado dispõe, como, lucros ou dividendos, rendas, juros.

1 Aula introdutória de fiscalidade I - elaborado por Santos Janota : 21.04.2020

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(ii) as receitas provenientes de multas, juros de mora,nestes casos as entidades
públicas cobram determinados valores a título de sanções pecuniárias
combinadas para certas condutas ilícitas ou mesmo valores compensatórios por
razões de mora.

(iii) receitas provenientes de empréstimos publicos, voluntários ou forçados,


internos ou externos;

(iv) receitas públicas multilaterais, bilaterais e unilaterais provenientes de países


estrangeiros ou organizações não governamentais, a título de donativos ou
doações (prestações voluntarias) ou ainda a título de indemnizações (prestações
coactivas);

(v) receita provenientes de imposto, que constitui a mais importante receita do


Estado.

Contudo, deve se sublinhar que a actividade financeira do Estado não se exerce


ao sabor das conveniências ou da vontade dos agentes do Estdao, pois tratando
- se de actividade social relevante, está subordinado ao Direito, que disciplina
não só as formas jurídicas de que o Estado pode lançar mão na obtenção de
receitas públicas, e na satisfação de despesas, mas ainda o respectivo
conteúdo.
Assim, sendo a actividade financeira do Estado é regido pelo Direito Financeiro,
que é composto por um conjunto de normas reguladoras desta mesma
actividade.

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Pois diz - se actividade financeira do Estado a acção que este desenvolve no
sentido de realizar despesas públicas e de promover a obtenção dos meios
indispensáveis a acobertua das referidas despesas.

1.2.Direito Fiscal e Fiscalidade

O objecto da nossa disciplina é o imposto.


Entretanto, diz - se direito fiscal um conjunto de normas que disciplinam as
relações que se estabelecem entre o Estado e os outros entes publicos, por um
lado, e os cidadãos, pelo outro, por via do imposto.
Em suma, o direito fiscal é o conjunto de normas que regulam o imposto nas
suas várias fases: incidência, lançamento, liquidação e cobrança.

Ora, a par do direito fiscal a Fiscalidade também tem como objecto o estudo de
imposto.
A fiscalidade traduz - se num conjunto de procedimentos que tem como
finalidade a calculabilidade do imposto, observando a sua tramitação legal,
constituído a partir da relação jurídico fiscal.

Os termos da resolução jurídico - fiscal sao, por um lado, o Estado como sujeito
activo ou credor do imposto e, por outro, o contribuinte ( pessoa singular ou
pessoas colectiva), como sujeito passivo ou devedor do mesmo imposto.

Não podemos deixar de referir que as autarquias hoje, figuraram como sujeito
activo no sistema de impostos locais.

1.3. Fontes da Fiscalidade

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A expressão "fontes de direito", numa acepção técnico - jurídica, refere - se aos
modos de formação e de revelação das regras jurídicas, ou seja, as formas do
seu aparecimento e manifestacao.
Nesta senda, a fonte da nossa disciplina é a lei, jurisprudência e a doutrina.
● A lei: norma jurídica criada e imposta por uma autoridade com poder para
o fazer (poder legislativo;)
● A jurisprudência: orientações que, em matéria de determinação e
aplicação da lei, decorrem da actividade prática de aplicação do direito
pelos órgãos da sociedade para tal encarregados (os tribunais);
● A doutrina: a actividade de estudo teórico ou dogmático do direito.

Contudo, deve se reter que é na lei constitucional que encontramos os princípios


fundamentais por que deve reger - se o sistema fiscal. Tais como: princípios
fundamentais são entre outros, os princípios da legalidade, da igualdade e o da
autorização anual de cobrança.

Questões:

1. O que entendes Por actividade financeira do Estado?


2. Estabeleça a relação entre actividade financeira do Estado, direito
financeiro, direito fiscal e a fiscalidade.
3. O que entendes por imposto?
4. Quais são as fontes da fiscalidade tendo como base o seu objecto de
estudo?
5. Para, além das receitas públicas mencionadas no ponto 1.2. quais seriam
as outras que poderão ocorrer no Estado Moçambicano.

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