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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO,CIÊNCIAS
CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS

PEDRO LUCAS CAMPOS GIROTO


LYSSANDRA FERREIRA BORGES

RESUMO DOS PONTOS 1 AO 5


DIREITO TRIBUTÁRIO

GOIÂNIA
2023
PONTO 1: ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

A atividade financeira do Estado entende-se como o conjunto de atos que o


mesmo pratica na obtenção, na gestão e na aplicação dos recursos financeiros de
que necessita para atingir seus objetivos como nação.

Seus objetivos são satisfazer as necessidades de segurança, proteger os


direitos dos associados, satisfazer as necessidades de progresso e auxiliar os
cidadãos a se aperfeiçoarem.

É interessante destacar alguns elementos presentes no seu conceito para


contextualizar a sua importância. São eles:

● Atividade: cabe ao Estado atuar através da receita tributária utilizando


processos administrativos;

● Estatal: elemento que é fortemente caracterizado pela política financeira, e a


sua concepção é vista pelo Estado;

● Recursos: é de suma importância, pois são necessários recursos para


atuação do Estado. É importante analisar as formas de como arrecadá-los e
testá-los.

Compõem a sua atividade financeira a receita, a despesa , o orçamento e


crédito público. Receita e crédito são as duas formas de captar recursos. A receita
possui caráter novo e positivo, não afetando o passivo; por outro lado, o crédito
impacta o passivo, sendo o responsável por afetar a dívida pública.

A receita se divide em duas: a patrimonial, onde a riqueza é originada pelo


próprio Estado, podendo ser por meio de tarifas públicas, aluguéis e dividendos; e a
receita derivada, que provém do patrimônio particular, multas vezes obtida a partir
de atos ilícitos, de tributos, de confisco e reparações de guerra.

Sobre a finalidade das atividades financeiras, podemos eleger quatro esferas


em que cabe ao Estado apontar quais serão suas prioridades. São elas: bem
comum, serviço público, poder de polícia e a intervenção de domínio.

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A atuação do Estado no domínio econômico pode ser considerada qualquer ato
ou medida legal que tem por fim suprimir a iniciativa privada em determinadas áreas,
visando o desenvolvimento nacional e justiça social, assegurando os direitos e
garantias individuais.

O Estado pode interferir na economia indiretamente, servindo como um agente


normativo e regulador de todas atividades econômicas, exercendo as funções de
fiscalizar, incentivar e planejar; sendo determinante no setor público e privado.

Diante do exposto, o Estado é responsável por tomar decisões e planejar para


que tudo ocorra de acordo com seus fins, assumindo a atividade de gerir a gestão
de finanças públicas, e com isso realizar escolhas que visam suprir as necessidades
econômicas e sociais.

PONTO 2: O PODER DE TRIBUTAR

O Estado, de acordo com a Constituição Federal, detém o direito de exigir,


através de formas legais, uma parcela do patrimônio particular dos cidadãos que
contribuem para custear as atividades administrativas estatais.

Sendo assim, o Estado sendo formado território, povo e governo, deve utilizar
do poder de tributar, porém este deve estar dentro dos limites e garantias legais,
para gerar recursos e consequentemente prover as necessidades coletivas dos
cidadãos.

Vale ressaltar que a tributação despótica não deve ser tolerada, como foi citado
no parágrafo anterior, pois se o tributo ultrapassar os limites poderá ser considerado
confisco.

Apesar de que muitos estudiosos vêem a relação do direito tributário como uma
relação de poder, onde este por sua vez é considerado uma obrigação imposta pelo
Estado, vários outros estudiosos apresentam teorias que visam explicar essa
relação jurídica tributária, as quais são: a relação de poder, a relação obrigacional e
a relação procedimental. Após uma análise desse pontos deduzimos que o Estado

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detém o poder de criar leis, porém logo após sua criação o Estado se submete a
elas, ficando no mesmo patamar do contribuinte, gerando uma relação jurídica
obrigacional.

Dentro dessa relação jurídica estão presentes os sujeitos ativos e passivos,


cada um tendo seus direitos e deveres.

Segundo o Art. 119 “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito


público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.” Ou seja, o sujeito
ativo é responsável por cobrar tributo, fiscalizar, constituir crédito tributário mediante
lançamento, inscrever-se em dívida ativa e exigir o pagamento por meio de
ajuizamento de execução fiscal, quando necessário. Sendo assim, é uma pessoa
jurídica de Direito Público, titular da competência para exigir o cumprimento da
obrigação. Portanto o sujeito ativo pode tanto deter a competência de tributar,
quanto de arrecadar os tributos e de fiscalizar todo o procedimento de arrecadação
tributária, e além disso possui o dever de respeitar os direitos do contribuinte, bem
como suas limitações no momento da tributação.

Por sua vez, o Art. 121 diz: "Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa
obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.” Sendo assim é a
pessoa obrigada ao pagamento de tributo, tal pessoa pode ser contribuinte ou
responsável. Passivo contribuinte o cidadão deve contribuir para as despesas
públicas, mantendo uma relação pessoal e direta com o fato gerador; O passivo
responsável por hora é a terceira pessoa escolhida pela própria lei para pagar o
tributo, sem ter realizado o fato gerador. O sujeito passivo possui direito aos
princípios e às imunidades, servindo como normas protetivas aos contribuintes; Por
outro lado detém os dever de pagar o tributo, ou seja, a obrigação tributária, que é
separada em principal e acessória.

A obrigação tributária principal se baseia no pagamento do tributo propriamente


dito. Sendo em alguns casos acrescida de multas ou juros, ela surge através de um
fato gerador e se extingue somente com o seu pagamento. A obrigação tributária é
acessória quando por força de lei, e a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não

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fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo isso dentro do
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O contribuinte é sempre
obrigado a cumprir a obrigação acessória.

Por fim, as limitações do poder de tributar do Estado, que são responsáveis por
criar limites e garantir segurança jurídica aos contribuintes, são elas: competência
tributária, princípios constitucionais tributários e por fim princípios constitucionais
tributários.

PONTO 3: DISCRIMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DE RENDAS

O Federalismo Fiscal tem como principal objetivo alocar a receita tributária e


maximizar a oferta de bens e serviços públicos à população. Dessa forma, seu foco
está em analisar como a federação se organiza entre os diferentes níveis de
governo para que cada ente possa arcar com suas despesas de maneira autônoma.

Para assegurar que a população tenha acesso a bens e serviços públicos de


qualidade e reforçar a responsabilidade de entes políticos, o federalismo promove a
descentralização tanto na competência quanto na distribuição de receitas recebidas.
O propósito é que a autonomia política esteja conectada à autonomia financeira,
garantindo assim a sobrevivência da federação.

Nesse sentido, a discriminação de rendas ganha espaço, visto que é


indispensável a atribuição de competência e distribuição de receitas. Como garantia
da autonomia, é necessário que cada ente saiba que parte da receita lhe compete,
bem como a quantidade que lhe é reservada.

A competência tributária é, portanto, facultativa, indelegável, intransferível e


irrenunciável. E para evitar que haja invasão entre as competências, a Constituição
estipula ao longo dos artigos 153, 155 e 156 as competências respectivas à União,
aos Estados e aos Municípios. Com essa divisão de poder, é possível classificar os
tributos como privativos, comuns e residuais.

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1. Tributos Privativos

São os tributos criados exclusivamente para uma entidade pública. Ex.:


Impostos (federais, estaduais e municipais), empréstimo compulsório e contribuições
especiais.

2. Tributos Comuns

São tributos que podem ser instituídos por qualquer entidade pública da
federação. Ex.: Taxas e contribuições de melhoria.

3. Tributos Residuais

São os tributos gerados a partir de fatos geradores não expressos na


Constituição. Ex.: Tributos relacionados à seguridade social.

Caso ocorra um conflito de competência tributária, a Constituição estipula


critérios de resolução do problema em seu artigo 146, por meio de leis
complementares, e é possível perceber, mais uma vez, quais são os efeitos do
federalismo sobre os atuais modelos de governo.

Diferente da competência tributária, a capacidade tributária de desenvolve em


torno do ato de arrecadar e fiscalizar a tributação. Entretanto, a criação de um tributo
pela união, por exemplo, não implica na obrigatoriedade desta em arrecadar e
fiscalizar tributos. Esta pode, por sua vez, delegar, por meio de reformas tributárias,
por exemplo, que o Estado ou o Município sejam os responsáveis pela cobrança de
determinados impostos.

Seguindo o mesmo raciocínio, as receitas também são distribuídas. No Brasil


a distribuição é feita de forma vertical, isto é, do ente nacional para os entes
subnacionais, e pode ser feita de forma direta ou indireta por meio de transferências
obrigatórias e voluntárias.

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1. Transferências Obrigatórias

Podem ser diretas ou indiretas e decorrem da Constituição Federal ou da lei,


sendo enviadas automaticamente sem a interferência do crivo de uma autoridade, o
que as caracteriza como impessoais.

2. Transferências Voluntárias

São instrumentos de descentralização que dependem de decisão política,


sendo usados geralmente na execução de programas governamentais. Ao contrário
das transferências obrigatórias, estão sujeitas aos interesses do ente político no
poder.

Quanto à distribuição, as transferências podem ser consideradas diretas ou


indiretas. São diretas quando arrecadadas e enviadas diretamente ao ente
correspondente, ficando nos cofres públicos estaduais e municipais, e são indiretas
quando integram, por exemplo, os Fundos de Participação, sendo distribuídos de
forma não equânime que equilibre o desenvolvimento das diferentes regiões da
federação.

PONTO 4: LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

As limitações ao poder de tributar, constituem-se como uma maneira de gerar


obstáculos para que o ente tributante não ultrapasse o exercício de suas tributações,
sendo assim uma forma evitar que o mesmo não aplique uma carga onerosa
insuportável ao contribuinte. Vale ressaltar que essas limitações são estabelecidas
pela própria Constituição Federal, presentes especificamente nos artigos 150 a 152,
portanto, é de se esperar o cumprimento dessas competências jurídicas.

É importante frisar que existem outras limitações que estão fora do Sistema
Tributário Nacional, as quais são: o direito à propriedade, o direito à privacidade, os
postulados da livre iniciativa e o primado do trabalho, a função social da
propriedade, entre outros limitadores pulverizados na Constituição da República.

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O principal objetivo das limitações é manter os direitos fundamentais do
povo, servindo como uma espécie de proteção de suas liberdades individuais. Essas
limitações são propostas através dos princípios e imunidades.

Constituem-se, portanto, em normas legitimadas pela Constituição Federal


que não conferem competências positivas para tributar, mas sim dispositivos que
visam impedir as situações por elas descritas, ou seja, que sejam utilizadas pela
força tributária do Estado.

É importante destacar a diferença entre princípios e imunidades; apesar de


andarem lado a lado, ambos possuem sua peculiaridade. Os princípios sendo
considerados como normas que limitam, regulam a prática de competência tributária,
servindo como forma de interpretar e propor caminhos que devam ser seguidos na
aplicação das leis e resolução de conflitos que surjam durante as relações jurídicas.
As imunidades por outro lado podem ser consideradas regras de exceção, se
caracterizando pela proibição constitucional de tributar determinados fatos ou
pessoas, e neste caso, o fato gerador não chega nem mesmo a se constituir.

As imunidades também podem ser caracterizadas por serem explícitas e


concretas, enquanto os princípios, por muitas vezes, possuem caráter implícito e
abstrato.

PONTO 5: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Os princípios constitucionais tributários permitem que a União, os Estados e


os Municípios sigam corretamente seus papéis quanto à tributação, para que a
Federação funcione de maneira harmônica.

1. Princípio da Legalidade Tributária

É o princípio que possibilita a existência dos demais, e se materializa em


forma de leis e documentos oficiais. Neles estão contidos: a descrição do fato
gerador, a base de cálculo, a alíquota, a identificação do sujeito passivo e a

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identificação do sujeito ativo. A lei, no entanto, não se prende à criação do tributo,
estando presente em todo o caminho percorrido por este.

2. Princípio da Anterioridade

É o princípio que recomenda que a cobrança do tributo seja aprovada,


juntamente com o orçamento, tornando assim a prática de arrecadação mais
democrática, permitindo a fiscalização do sistema tributário.

Tal prática existe para garantir ao contribuinte, segurança política e


previsibilidade, de forma que esteja informado sobre a tributação no exercício
anterior a sua cobrança. O princípio, no entanto, não se aplica a todo tipo de tributo,
estando impostos de importação, por exemplo, livres da Anterioridade.

3. Princípio da Irretroatividade

É decorrente do Princípio da Legalidade, ou seja, a criação de uma nova lei


não pode afetar um fato gerador anterior à promulgação da lei. Sendo assim, em
casos de isenção tributária, os tributos anteriores são submetidos a parcelamentos,
remissão ou anistia; os dois últimos dependentes exclusivamente de lei.

4. Princípio da Isonomia

É uma forma de realização da justiça fiscal, que atua de modo que os


privilégios de algumas categorias, como militares e magistraturas, sejam abolidos.
Esse princípio se baseia na proibição da distinção em razão profissional ou
ocupacional. Um dos exemplos é o Imposto de Renda, o qual incide a receita
independentemente de sua denominação. O princípio tem, portanto, critérios de
pessoalidade, proporcionalidade e progressividade.

5. Princípio da Capacidade Contributiva

É um princípio que envolve justiça e igualdade, apregoando uma tributação


compatível com a capacidade contributiva do indivíduo. O principal agente é o
legislador, que deve estar atento às limitações que envolvem o poder de tributar, de

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modo que quem ganha mais tenha uma tributação maior do que quem ganha
menos. Dessa forma o princípio ganha uma relevância ainda maior, visto que a
dimensão da cobrança de tributos se equipara à capacidade contributiva e
econômica do indivíduo em termos de importância econômica.

6. Princípio da Proibição de Confisco

É o princípio que regula o confisco de bens e imóveis relacionados à dívidas


tributárias, e é também o responsável por proibir exageros e estabelecer a cobrança
de multas.

7. Princípio da Liberdade de Tráfego

É o princípio que visa proteger o pacto federativo, de modo que as relações


entre entes federativos não sejam abaladas por barreiras tributárias relacionadas ao
tráfego de pessoas e produtos entre estados, A cobrança de tributos sobre
operações de exportação se configura em casos de tráfego internacional.

8. Uniformidade dos impostos federais.

É o princípio que mantém uniformes os impostos cobrados em diferentes


regiões do país. De acordo com a Constituição, os instrumentos financeiros e
tributários tem como prioridade diminuir a desigualdade entre os entes federativos,
de modo a promover o desenvolvimento regional, e consequentemente, nacional.

Ademais, para promover a harmonia da Federação, a União não pode


interferir em tributos instituídos pelos Estados ou Municípios, e o mesmo vale no
caminho inverso. A isenção só pode ser dada por quem constituiu o tributo,
garantindo assim uniformidade entre os entes que constituem a federação.

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