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DIREITO E

LEGISLAÇÃO SOCIAL
Prof. Ms.Marcelo Decurcio
Agosto/2023
DIREITO
TRIBUTÁRIO

2º Semestre
CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

• No início da civilização imperava a lei do mais forte, mas com os conflitos que envolviam patrimônio,
por exemplo, fez com que surgisse o primeiro elemento do direito: o respeito pela coisa alheia. Com
isso, o homem começou a compreender que o direito é o respeito à propriedade, à vida e à liberdade
de outrem.

• Surgiu a necessidade de um líder comandar os grupos, tendo regalias de sua posição, mas também
assumiria obrigações para com os seus chefiados, sendo esse o símbolo da autoridade. Ainda o líder
era também o juiz a quem se recorria nas desavenças.

• Com o desenvolvimento dos grupos, cada um contribuía com um pouco para obter a ajuda do chefe,
sendo essa a origem do imposto. A contribuição era obrigatória, onde o retorno era em forma de
contraprestações em ocasiões oportunas.

• Hoje, o indivíduo, ao se sentir ameaçado em seu direito recorre ao Estado, que tem a obrigação de
socorrê-lo, devolvendo-lhe então em serviço o que recebe de impostos.
CONCEITOS-CHAVES DO VOCABULÁRIO DOS TRIBUTARISTAS

• FATO GERADOR: é o evento descrito por lei que, ao ser praticado por alguém, dá origem à
obrigação de pagar determinado tributo.

• INCIDÊNCIA: é a ocorrência do fato gerador, isto é, quando a situação tipificada pela lei é
concretizada.

• NÃO INCIDÊNCIA: é a não ocorrência do fato gerador.

• ISENÇÃO: é a dispensa do tributo devido, mediante determinação legal da autoridade fiscal


competente. A isenção é uma das formas de exclusão do crédito tributário.
• IMUNIDADE: é a eliminação especial, prevista na Constituição Federal, da competência do
Estado para tributar certos fatos, pessoas, ou situações. Ex: a Constituição proíbe a instituição de
impostos sobre templos religiosos de qualquer culto. (art. 150, VI, b, CF).

– OBS: O princípio de imunidade específico em relação ao Imposto de Renda estabelece a não


incidência deste sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão.

• ANISTIA: é uma das formas de exclusão do crédito tributário. Pela Anistia Fiscal, a entidade
estatal titular do crédito tributário perdoa o contribuinte que praticou certa infração. Desse modo,
extingue-se a punibilidade daquele contribuinte (devedor) beneficiado pela anistia.
CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
• O Estado é considerado uma empresa de grande porte que possui seu sistema financeiro para
conseguir sua meta primordial: a realização do interesse público.

• A atividade financeira do Estado desenvolve-se através de três esferas:

− Receita: obtenção de recursos patrimoniais (sua maioria vem através do patrimônio particular, ou
seja, tributos);

− Gestão: administração e conservação do patrimônio público;

− Despesa: utilização das receitas.

• Sem essas três esferas o Estado não pode realizar atividades nos diversos setores.

• Denomina-se, então:

Direito tributário é o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre o Estado,
no seu direito de exigir tributos, o particular, no seu dever de contribuir.
• O objetivo fundamental do Estado é a promoção do bem comum, assim realizando inúmeras atividades
nos setores político, econômico, social, policial, administrativo etc. Vejamos a finalidade básica em
cada um:

− Político: detectar as inclinações da Nação e traduzir os grandes anseios da sociedade.

− Econômico: desenvolver os meios de produção e promover uma distribuição mais justa da renda
nacional.

− Social: cuidar do bem-estar social da população , por meio de medidas de amparo ao trabalho,
educação, saúde pública etc.

− Policial: zelar pela segurança interna e externa do povo, garantindo-lhe a autodeterminação e a


soberania nacional.

− Administrativo: procurar aparelhar-se eficientemente, a fim de atender às atividades dos demais


setores.

• Para o Estado alcançar suas finalidades é necessário a soma de recursos financeiros capazes de
custear suas realizações em prol do bem comum, conhecidos como RECEITA.
RECEITA PARA O DIREITO TRIBUTÁRIO
• A receita precisa ser maior que as despesas para que haja o equilíbrio orçamentário, evitando assim o
déficit e o aumento de impostos e empréstimos, ou seja, a inflação.

• As receitas são previstas pelo orçamento, assim como as despesas anuais do Estado. Assim temos
como definição, que o orçamento é o ato de administração geral pelo qual são resolvidas e autorizadas
previamente e para um período determinado as despesas e as receitas anuais do Estado.

• O Estado obtém sua receita pública tanto da exploração econômica do seu patrimônio como do
recebimento de tributos pagos por seus súditos.

• A receita divide-se em:

− Originária: quando promovida pelo próprio patrimônio do Estado. Ex: Empresas públicas.

− Derivada: quando provém diretamente do patrimônio do particular. Constituída basicamente pela


arrecadação dos tributos, ou seja, impostos, taxas ou contribuições. Ex: Formação dos recursos
financeiros do Estado.
• A obtenção das receitas derivadas (tributos) ocorre por meio das relações jurídicas que se
estabelecem entre o Estado e o particular. O Estado é tratado como sujeito ativo da obrigação
tributária, e pelo nome FISCO. O particular recebe o nome de CONTRIBUINTE e assume a
posição de sujeito passivo. Essa relação, ao ser disciplinada, gera o Direito Tributário, já definido
anteriormente.

– ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

• LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: constitui a fonte principal, pois é através da lei que os tributos
nascem.

• FATO GERADOR: é o evento descrito por lei e que, ao ser praticado por alguém, dá origem à
obrigação.

• SUJEITO ATIVO: é a pessoa jurídica de Direito Público.

• SUJEITO PASSIVO: é a pessoa que tem o dever de pagar, ou seja, o contribuinte


NOÇÃO GERAL DE TRIBUTOS
• Conceito de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN) – artigo 3º :
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

• Para melhor entendermos:

− PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: sendo, o tributo, uma das fontes de receita para a União, estados,
municípios e Distrito Federal, são necessários recursos financeiros, assim não há previsão de
pagamentos de tributos que não seja por dinheiro;

− COMPULSÓRIA: a prestação tributária é obrigatória por força de lei, sendo independente da vontade
do contribuinte;

− EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR: a regra é o pagamento de tributos em


dinheiro, mas em casos excepcionais a lei prevê pagamento diverso (dação em pagamentos) em bens
móveis;
− QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO: o tributo tem como hipótese de
incidência sempre algo lícito, o que o diferencia da penalidade. O fato de contribuinte auferir renda
por meio de um ato ilícito (contrabando, jogos de azar etc.) não tira a incidência do imposto sobre
a renda.

− INSTITUÍDA EM LEI: somente a lei pode instituir tributos, isto é uma consequência do
princípio constitucional da legalidade, prevista na Constituição Federal. Atos do Poder Executivo,
portarias, decretos, instruções normativas, atos declaratórios não podem instituir tributos por não
serem lei.

− COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA:


a autoridade administrativa não pode preencher com seu juízo de valor pessoal, o campo de
incidência nos casos de indeterminação normativa, buscando adequar a cada caso a finalidade da
lei. A lei deve prever adequadamente o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o prazo de
pagamento e o sujeito passivo da obrigação tributária, não devendo nada ficar a critério da
autoridade administrativa. Pesquisa: diferença entre tributo e multa.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
• Apesar do Código Tributário Nacional (CTN), em seu artigo 5º, prever que há somente três
espécies tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria), a Constituição Federal
apresenta mais duas: contribuições sociais e empréstimos compulsórios.

− IMPOSTOS: é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte (Art. 16 CTN). O imposto possui a
característica de não depender de atividade estatal específica. O fato gerador do imposto é uma
situação da vida do contribuinte relacionada ao seu patrimônio. A lei prevê como necessário para
o surgimento da obrigação tributária. Os impostos podem ser federais, estaduais e municipais.
Ex.: ISS (Impostos sobre Serviço).

− TAXAS: o Art. 77 CTN, as define como o tributo que tem como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte. A taxa tem o seu fato gerador vinculado a uma atividade estatal
específica que pode ser o serviço público ou o exercício do poder de polícia.
− CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: é o tributo cuja obrigação tem como fato gerador a
valorização de imóveis decorrente de obra pública. Diferencia dos impostos por ser dependente da
atividade estatal específica, e das taxas por ter atividade estatal distinta. Binômio: obra pública e
valorização imobiliária.

− CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: Os artigos 149 e 195 da Constituição Federal estabelece que


a União pode instituir as contribuições sociais, que se subdividem em:

a) Contribuições sociais de intervenção no domínio econômico: tem finalidade de intervir pela União
com funcionamento extrafiscal (arrecada e regula determinado mercado), e os recursos arrecadados
devem financiar a atividade interventiva. Ex.: CIDE (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico)
Combustíveis.

b) Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas: têm como características


serem instituídas para favorecer categorias profissionais ou econômicas, e estão vinculadas às
entidades representativas desses segmentos sociais. Exemplo: OAB, Conselhos Fiscalizadores...
c) Contribuições da Seguridade Social: têm como característica a vinculação a finalidade dos recursos
que arrecadam. Nos termos do artigo 195 da Constituição Federal, as contribuições sociais serão:

i)Do empregador, da empresa, e da entidade a ela equiparada, incidente sobre: folha de salário e demais
rendimentos do trabalho pago ou creditado a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício; receita ou faturamento; lucro.

ii)Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo sobre a aposentadoria e
pensão.

iii)Sobre receita de concurso de prognósticos.

iv)Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

− EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: nos termos da Constituição Federal, a União pode


instituir os empréstimos compulsórios para atender despesas extraordinárias, decorrente de calamidade
pública, guerra externa ou sua iminência e também no caso de investimento público de caráter urgente e
de relevante interesse nacional. São aplicadas as disposições constitucionais relativas aos tributos e as
normas gerais do Direito Tributário, segundo a EC nº01/69.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
• O Direito Tributário deve ser estudado como ciência e não somente como Legislação, assim
englobando Fontes Reais e Fontes Materiais.

− FONTES REAIS:

• São constituídas dos suportes fáticos (fatos) das imposições tributárias; é a subjacência sobre
que incide a Tributação, afinal a própria riqueza ou complexo dos bens enquanto relacionados
com as pessoas que depois de serem discriminados na Lei Tributária (patrimônio, renda,
transferências) passam a ser os FATOS GERADORES DOS TRIBUTOS, denominados também
como PRESSUPOSTOS DE FATO DA INCIDÊNCIA.

• O FATO que constitui a Fonte Real é de natureza econômica, mas ao submeter-se a Fonte
Formal, que é a Legislação, gera uma eficácia jurídica e ele se transforma em Fato Econômico de
Relevância Jurídica, ou seja, passa a produzir efeito jurídico.

• De apenas fato, passa a ser FATO GERADOR, capaz de compreender o sentido completo.
− FONTES FORMAIS:

•Conhecidas também como forma de Expressão do Direito, são as maneiras de exteriorização, ou


seja, os atos através dos quais o Direito cria corpo no mundo jurídico; são todas as disposições
legislativas que disciplinam ou descrevem o Fato Gerador; são todos os regulamentos que
disciplinam a apuração, avaliação, controle e formalização dos elementos do Fato Gerador.

•As principais fontes formais primárias do Direito Tributário estão previstas na Constituição e no
Sistema Tributário Nacional sendo elas: Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Leis
Complementares desta, os Tratados e os Decretos-Lei, os Decretos Legislativos e as Resoluções
do Senado.

•Como Fontes Formais secundárias, temos ainda: Normas Complementares, Jurisprudência e a


Doutrina que versem, no todo ou em parte sobre Tributos e Relações Jurídicas a eles pertinentes
PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
• A CONSTITUIÇÃO: é ato do poder constituinte, cuja parte tributária vem estabelecendo competência
legislativa, traçando limites fiscais, fazendo a distribuição entre os vários fiscos, federal, estadual e
municipal, dos diferentes impostos, em harmonia com as próprias atribuições de encargos e
competências. Esta fonte é superior a todas as outras.

• AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS: em face da evolução constante da sociedade, torna-se impossível


a imutabilidade da constituição, podendo esta se adequar as mudanças sociais, através de emendas.

• A LEI COMPLEMENTAR: de acordo com o artigo 146, em seus incisos da Constituição Federal, a lei
complementar é competente para dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária, entre os
entes federados, ou seja, entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; regula as limitações
constitucionais ao poder tributário; estabelece normas gerais em matéria de legislação tributária.

• OS TRATADOS E AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS: somente a União tem competência para


celebrá-los com nações estrangeiras. Em matéria Tributária os Tratados e Convenções Internacionais
são importantes para os Impostos sobre o comércio exterior, como por exemplo o Tratado de Roma.
Servem para evitar a bitributação Internacional, ou seja, duplicidade de impostos.
• AS LEIS ORDINÁRIAS: normatizam os tributos. Somente a lei devidamente emanada é a fonte
originária da Obrigação Tributária.
• AS LEIS DELEGADAS: feita pelo Congresso Nacional, seu conteúdo deve ser obedecido, assim o
Direito Tributário terá atos legais, porém a competência tributária não pode ser delegada, ou seja,
não pode ser transferida.
• OS DECRETOS LEGISLATIVOS: em matéria tributária são para aprovação de Tratados e
Convenções feitas pelo Poder Executivo e que por isso mesmo não precisam ser sancionadas
pelo executivo.
• AS RESOLUÇÕES: se expedidas de conformidade com a Constituição, criam obrigações,
inclusive tributárias.
− OBSERVAÇÕES:
1) A legitimidade só existe como Fonte Formal do tributo a Lei. (Princípio da Legalidade do Tributo)
2) Não terá valor uma confissão de dívida de tributo ou uma declaração errônea do contribuinte, se
em face da lei, o tributo.
CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE TRIBUTOS

− IMPOSTOS:

•Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
especÍfica, relativa ao contribuinte. (art.16 CTN).

•É a arrecadação tributária baseada em uma medida geral de capacidade econômica ou contributiva e


em virtude da competência tributária.

•O contribuinte do imposto é devedor independente do fato e da medida em que a administração


pública lhe tenha aproveitado.

•O contribuinte é a pessoa que é titular de direito e obrigações e ela responderá não só com o bem que
tenha sido alcançado, mas com todos os seus bens.

•O Imposto Direto pode graduar a soma devida por um contribuinte, de conformidade com a sua
capacidade. Ex.: Imposto de Renda. O Imposto Indireto liga o ônus tributário a um evento jurídico ou
material, desvinculando-se da capacidade do contribuinte. Ex.: Imposto de Importação.
− TAXAS:

• De acordo com a Constituição Federal em seu artigo 145, inciso II, a taxa é de competência comum, aos três
níveis de governo, mas somente pode ser arrecadada pelo exercício regular do poder de polícia ou pela
utilização de serviços públicos de sua atribuição .

• Para cobrança de taxas não se poderá tomar como base de cálculo o que tenha servido para a incidência dos
impostos.

• As taxas possuem competência comum, mas somente é cobrada através do exercício regular do poder de
polícia, para que seja legítima.

• O poder de polícia é o poder de promover o bem público pela limitação e regulamentação do uso da liberdade e
da propriedade; limita e disciplina direitos, além de regular a prática de ato em relação a segurança, a ordem e
costumes.

• A taxa será devida, sendo utilizada ou não pelo contribuinte

• O artigo 77 da CTN emprega utilização efetiva (quando o fato é usufruído pelo contribuinte a qualquer título) ou
potencial (quando os serviços são postos a disposição dos contribuintes mediante atividade administrativa em
efetivo funcionamento) para o fato gerador.
– CONTRIBUIÇÃO:

• É instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada, e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado.

• Enquanto a taxa está vinculada ao poder de polícia e ao serviço público, a contribuição de


melhoria está vinculada a realização de obra pública.

- CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - Artigo 149 e 195 da CF

- EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – alguns questionam se são ou não tributos. Emenda


Constitucional 01/69, aos empréstimos compulsórios se aplicarão as disposições constitucionais
relativas aos tributos e às normas gerais de Direito Tributário.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
• Limitam o poder do Estado, nos termos do que dispõe a Constituição Federal, Constituição dos
Estados e nas Leis Orgânicas dos Municípios e Distrito Federal, bem como no Código Tributário
Nacional.

• No caso das taxas e contribuições de melhoria, a competência tributária decorre de quem é competente
para prestar o serviço ou exercer o Poder de Polícia, ou a realização da obra pública. No caso dos
impostos, a atribuição de competência para instituí-los é uma forma de limitação do Poder de Tributar,
por exemplo, em estado, ao criar um imposto que é de competência de um município, invade a
competência tributária que a própria Constituição Federal estabelece, o que não pode ser admitido em
nosso ordenamento jurídico.

• A Constituição Federal, além das competências citadas em seu corpo, estabelece uma competência
residual para União, podendo esta instituir, por meio de Lei Complementar, impostos além dos
previstos, desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador e base de cálculo próprios dos
impostos previstos.
– DE ACORDO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, as competências tributárias ficaram estabelecidas:

• À UNIÃO (art.153 CF):

I - importação de produtos estrangeiros - II;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados - IE;

III - renda e proventos de qualquer natureza - IR;

IV - produtos industrializados - IPI;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários - IOF;

VI - propriedade territorial rural - ITR;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

- A União ainda pode instituir (art.154 CF):

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF.
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

• AOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL, cabe instituir impostos (art. 155 CF):

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD;

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior - ICMS;

III - propriedade de veículos automotores – IPVA.

• AOS MUNICÍPIOS, compete instituir (art. 156 CF):

I - propriedade predial e territorial urbana - IPTU;

II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição - ITBI;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar – ISS.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR
• Evita abusos por parte do Estado e garante os direitos dos contribuintes e os interesses sociais, pela
competência não ser absoluta. São alguns princípios limitadores que devem ser observados para
criarem ou modificarem tributos, são eles:

– LEGALIDADE: veda o Estado de exigirem ou aumentarem tributos que não estejam previstos em Lei,
não podendo o Poder Executivo por meio de Decreto, portarias ou outros criar ou majorar um tributo.
Somente as alíquotas podem ser alteradas, a base de cálculo somente pode ser alterada por meio de
lei (ex: art. 150,I, CF), mas a Constituição permite a alteração de alíquotas que não por meio de lei,
uma vez que tais impostos têm como função além da arrecadação, a interferência/controle do domínio
econômico, denominado extrafiscal.

− ISONOMIA: prevê que é vedado instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direito. Ou seja,
todos serão iguais perante a lei, apesar de na prática as pessoas não serem iguais, a lei deve regular
as desigualdades.
− IRRETROATIVIDADE: a Constituição Federal determina que é vedada a cobrança de tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Ou seja, a lei que altera
ou cria determinado tributo não pode retroagir para atingir fatos geradores pretéritos, só tem validade de aplicação
após a sua vigência ou publicação. Há exceção em que ela pode retroagir, é o caso do tratamento benéfico ao
contribuinte.

− ANTERIORIDADE: ao Estado é vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou. Ou seja, qualquer modificação na legislação tributária quer seja para instituir ou
majorar o tributo só poderá valer a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte à data que houve essa modificação ou
criação. O prazo de 90 dias previsto pela Constituição adicionado ao da anterioridade anual, é necessário para evitar
que o legislador tributário, crie ou modifique uma lei no dia 31 de dezembro, e ela passasse a valer no dia 1º de
janeiro, visando a segurança jurídica maior ao contribuinte. Exceções: II, IE, IOF, IPI, I Ext. de Guerra, ICMS
combustível etc.

Exceções: II, IE, IOF, IPI, ICMS Combustível, ...


OBS: para alguns tributos o prazo de noventa dias não é necessário, são exemplos os Impostos de
Importação, Exportação, Sobre Produtos Industrializados, entre outros, tendo esses sua criação ou
majoração exigida de imediato.

OBS: a lei que modificar ou instituir as Contribuições da Seguridade Social, passa a valer 90 dias após a
data de sua publicação, por exemplo, contribuições do empregador, da empresa, do trabalhador.

− PROIBIÇÃO AO CONFISCO: o tributo ao ser criado ou modificado não pode ser excessivamente
oneroso, que possa ter o efeito de penalidade para o contribuinte, não podendo ser então antieconômico.
Na prática isso não vem ocorrendo uma vez que nossa carga tributária é extremamente elevada, com isso
o Estado não enfrenta seu principal problema por aumentar os tributos e não diminuir as despesas/custos.

− LIBERDADE DE TRÁFEGO: o Estado não pode estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou


mercadorias, com a criação de tributos interestaduais e intermunicipais. As operações interestaduais e
intermunicipais podem ser tributadas, mas não pode o tributo ser a inibição da operação. Essa limitação
não impede a cobrança de pedágio pela utilização das vias que são conservadas pelo poder público, e
exploradas pela iniciativa privada.
− IMUNIDADES: são obstáculos que a Constituição prevê, na incidência da regra jurídica para
tributação, pois se imune não pode ser tributado. Por exemplo, uma lei não pode ser tributada.
Imunidade difere-se da isenção e da não incidência tributária.

Isenção tributária é a exclusão da hipótese tributária por meio de lei, e não como a
imunidade que é prevista pela Constituição.

A não incidência são todos os atos que não estão abrangidos pela definição legal da
hipótese de incidência tributária, por exemplo, quem não circula mercadoria não pode ser obrigado a
pagar ICMS.

OBS: Para as contribuições sociais e de intervenção de domínio econômico a Constituição prevê


que não devem incidir para as entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.
OBS: é vedado ao Estado instituir imposto sobre patrimônio, renda ou serviço, templo de qualquer culto,
livro, jornal, instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos. Para ser considerada de
finalidade não lucrativa é preciso atender os seguintes requisitos do artigo 14 do CTN:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.

− OUTRAS LIMITAÇÕES: é proibido à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional o que implique distinção ou preferência em relação ao estado, Distrito Federal ou município, em
detrimento de outro. Também é proibido à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos
agente públicos, em níveis superiores ao que fixar para suas obrigações e para seus agentes. A união
também não poderá isentar de tributos da competência dos estados, municípios e do Distrito Federal. E
para estes últimos é vedado estabelecer diferença tributária entre bens e serviços.
TRIBUTOS MUNICIPAIS

• IMPOSTOS SOBRE A TRANSMISSÃO INTER VIVOS DE BENS IMÓVEIS (ITBI)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência do Município em que se situa o bem,


sendo este o sujeito ativo, e não o domicílio do proprietário

− SUJEITO PASSIVO: qualquer das partes da operação tributária de transmissão do bem imóvel,
podendo ser tanto o transmitente quanto o adquirente da operação. Em regra geral, normalmente
é o adquirente do bem imóvel.

− FATO GERADOR: é a transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre os imóveis, exceto os de garantia, bem
como a cessão de direitos à sua aquisição.

− ELEMENTO ESPACIAL DO FATO GERADOR: é o território do município onde se situa o bem.


− ELEMENTO TEMPORAL DO FATO GERADOR: é o momento da transmissão ou cessão do bem:
assim o ITBI incide sobre:

1)Bens imóveis por natureza: são os que se formaram por força da natureza, compreende o solo com a
sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo
e o subsolo;

2)Bens imóveis por acessão física: tudo que o ser humano pode incorporar permanentemente ao solo,
como semente, os edifícios e construções, de sorte que não se possa retirar sem a sua destruição,
modificação, fratura ou dano;

3)Direitos Reais sobre bens imóveis: são a enfiteuse (permissão dada ao proprietário de entregar a outrem todos os direitos sobre a

coisa de tal forma que o terceiro que recebeu (enfiteuta) passe a ter o domínio útil da coisa mediante pagamento de uma pensão ou foro ao senhorio) ,

servidões, usufruto, uso, habitação e as rendas constituídas sobre os imóveis;

4)Cessão de direitos: quando houver a transmissão de propriedade entre cedente e cessionário, que
pode ser por meio de Lei, acordo, sentença judicial.

OBS: o ITBI não incide sobre direitos reais de garantia, como: anticrese (entrega do bem imóvel pelo
devedor ao credor, para compensar dívida), e hipoteca (direito real de garantia, apesar de vinculado a
dívida, ainda é de posse do proprietário).
− BASE DE CÁLCULO: é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou direitos reais cedidos. Em alguns
municípios é o valor de mercado do bem imóvel.

− ALÍQUOTAS: do ITBI são proporcionais, incidindo em porcentagem única, sobre as bases de cálculo.
São definidas em lei municipal, sendo vedado estabelecer a sua progressividade, uma vez que não há
previsão constitucional para tal.

•IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência do município (sujeito ativo) em que se situa o


imóvel.

− SUJEITO PASSIVO: é aquele que detém qualquer direito de gozo sobre o bem imóvel, seja pleno ou
limitado. Pode ser o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor.

− FATO GERADOR: é a propriedade, o domínio ou a posse do bem imóvel, localizado na zona urbana do
munícipio, e por ficção legal inicia no primeiro dia do ano civil.

OBS: Propriedade (gozo jurídico pleno, abrange o uso, a fruição e disposição do bem imóvel); Domínio útil
(um dos elementos do gozo jurídico da propriedade, ex: enfiteuse, usufruto); Posse (quando alguém age
como se fosse titular do domínio útil, caracterizada pelo usucapião).
− CONCEITO DE ZONA URBANA: para fins de incidência do IPTU, há necessidade da existência de pelo
menos dois melhoramentos construídos ou mantidos pelo Poder Público. São os melhoramentos: meio-fio
ou calçamento, com canalização de águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos
sanitários; rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; escola
primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado.

− ELEMENTO ESPACIAL DO FATO GERADOR: é o território urbano do munícipio em que se situa o


bem.

− ELEMENTO TEMPORAL DO FATO GERADOR: é anual, o legislador elegeu o dia 1º de janeiro de cada
ano para contar como prazo inicial.

− BASE DO CÁLCULO: é o valor venal do imóvel.

− ALÍQUOTAS: a Constituição Federal admite a progressividade da alíquota do IPTU em razão do valor


do imóvel. A lei ordinária Municipal também deverá prever, expressamente, a progressividade, cabendo a
essa norma fixar as alíquotas do IPTU.
• IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN ou ISS)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência do município do local do estabelecimento


prestador, ou na falta do estabelecimento, do local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses
previstas na Lei Complementar nº 116/03, que indicam o local em que será devido o imposto.

− SUJEITO PASSIVO: é o prestador de serviço com ou sem estabelecimento fixo. Não sendo
considerados contribuintes do imposto os que prestam serviços em relação de emprego, os
trabalhadores avulsos e os diretores, membros de conselho consultivo ou fiscal de sociedades.

− FATO GERADOR: é a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem


estabelecimento fixo, de serviços de qualquer natureza não compreendidos na competência
tributária estadual, definidos em Lei Complementar pela União Federal.

OBS: Não é fato gerador do ISS: prestação de serviço a si próprio; prestação de serviço decorrente de
vínculo empregatício; prestação de serviços por prestadores de trabalho avulso e por sócios ou
administradores de sociedade; prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação (sujeitos a ICMS); prestação de serviços para o exterior; prestação de serviços pelo
próprio Poder Público.
Ainda, para melhor entender o fato gerador, é preciso definir os seguintes conceitos:

1) PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS: são os produtos que tenham sido submetidos a qualquer operação
que lhes modifique a natureza ou a finalidade, ou que se aperfeiçoem para o consumo servindo-se de
matéria-prima, que é a substância bruta principal e essencial com que é produzida ou fabricada alguma
coisa.

2) MERCADORIAS: são os bens móveis objeto do comércio.

3) SERVIÇOS: são bens imateriais, de conteúdo econômico, prestados a terceiros. A lei complementar nº
116/03, estabeleceu quais seriam os serviços/obrigação de se fazer tributados pelo ISS.

− BASE DO CÁLCULO: é o preço de serviço, assim não pode os serviços gratuitos sofrerem incidência
do tributo.

− ALÍQUOTAS: pode ser fixa ou proporcional. Será fixa para os casos dos profissionais liberais que
pagam um valor único periodicamente para o município, e proporcional para os demais serviços
estabelecidos pela lei complementar nº 116/03, e pela lei ordinária municipal.
TRIBUTOS ESTADUAIS
• IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência estadual, sendo devido no local em que o


veículo (sujeito ativo) é registrado e licenciado. Portanto o sujeito ativo é o estado em que se situa
o bem.

− SUJEITO PASSIVO: é o proprietário do veículo automotor, pessoa física ou pessoa jurídica.

− FATO GERADOR: é a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie (automóvel,


motocicleta, caminhão, aeronave etc.) por meio de Certificado de Registro de Veículo (CRV).

− ELEMENTO TEMPORAL DO FATO GERADOR: O IPVA é anual, pode ser cobrado no dia 1º de
janeiro de cada ano, ou na data que a lei estadual fixar. Para os veículos novos é na data da
aquisição e para os veículos importados é na data do desembaraço aduaneiro.

− BASE DE CÁLCULO: é o valor venal do veículo ou o preço comercial de tabela (valor de


mercado) estabelecidos pelos Estados. É utilizado tabelas anuais elaboradas e publicadas.
− ALÍQUOTA: será estabelecida por Lei Ordinária Estadual, não havendo alíquota máxima, cabendo ao
Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas ao tributo. 1,5% a 4%.

•IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU


DIREITOS (ITCMD)

− COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E SUJEITO ATIVO: é o tributo de competência estadual e do Distrito


Federal, podendo ser sujeito ativo um ou outro, onde ocorre o processo de inventário ou a doação.

− SUJEITO PASSIVO: são sujeitos passivos: o herdeiro ou o legatário, nos casos de transmissão causa
mortis; qualquer das partes da doação (doador ou donatário) nos temos que definir a lei.

− FATO GERADOR: o fato gerador é transmissão de propriedade de quaisquer bens (bens móveis,
imóveis, veículos, valores financeiros, títulos de crédito etc.); transmissão de direitos em decorrência de
falecimento de seu titular, ou de transmissão ou cessão gratuitas.

− ELEMENTO ESPACIAL DO FATO GERADOR: Se for bem imóvel o imposto compete ao estado da
situação do bem; se for bem móvel, títulos de crédito, o imposto compete ao estado em que se processar
o inventário ou arrolamento, ou domicílio do doador.
− ELEMENTO TEMPORAL DO FATO GERADOR: é o momento da transmissão ou como estabelecer a Lei Estadual.

− BASE DE CÁLCULO: é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos e da doação.

− ALÍQUOTAS: são fixadas pelos estados, respeitando a alíquota máxima de 8% ficada pelo Senado Federal.

•IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE


SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO (ICMS)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência estadual, sendo o sujeito ativo o Estado em que ocorreu a
circulação de mercadoria ou a prestação de serviço.

− SUJEITO PASSIVO: poderão ser pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;
importadores de bens de qualquer natureza; prestadores de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal;
prestadores de serviço de comunicação.

OBS: O legislador pode estabelecer o responsável tributário para recolher o ICMS. Pode ocorrer independente da
ocorrência do fato gerador, também denominada substituição tributária para frente, por exemplo: temos o segmentos
automobilístico, no qual a indústria automobilística recolhe o ICMS pela concessionária.
OBS: a chamada substituição tributária regressiva, ou para trás, em que ocorre o fato gerador, mas o pagamento
do tributo fica postergado ou diferido (diferimento) para a etapa seguinte, é o caso do segmento de leite, sucata,
cana, em que o legislador, por força de comodidade, elege o fabricante da indústria para efetuar o recolhimento do
ICMS.

− FATO GERADOR: é a circulação de mercadoria ou a prestação de serviço interestadual ou intermunicipal de


transporte e de comunicação, ainda que iniciados no exterior. Devendo ocorrer a mudança da titularidade e a
circulação física do bem. Tem, como fato gerador:

1) A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS: qualquer ato ou negócios que implique na circulação de mercadorias da


produção até o consumo, sendo mercadorias os bens móveis que podem ser comercializados, devendo a atividade
ser habitual e com finalidade lucrativa, não devendo o ICMS incidir sobre: coisas corpóreas que não sejam
mercadorias/não particulares; na alienação de bens fixos; na simples transferência de mercadoria de um para outro
estabelecimento da mesma empresa; nas remessas de mercadorias para demonstração e/ou consignação; na
integralização de bens pela pessoa jurídica para a constituição ou ampliação de uma outra empresa; na mudança
integral do estabelecimento da pessoa jurídica, com deslocamento do seu patrimônio para outro local.
2) A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL: a
prestação de serviços de transporte entre municípios do mesmo estado ou entre estados
diferentes é o fato gerador do ICMS. Desta forma, o transporte dentro do mesmo município não
esta sujeito ao ICMS, mas sim ao ISS.

3) A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO: todo serviço de comunicação está sujeito


ao ICMS nos temos da Lei Complementar nº 87/96 – prestação de serviços onerosos de
comunicação, por qualquer meio.

− BASE DE CÁLCULO: poderá ser o valor de operação, no caso de operação de circulação de


mercadoria; o preço do serviço, no caso de transporte intermunicipal e interestadual; valor da
mercadoria ou bem importado no caso da importação.

− ALÍQUOTAS: podem variar em função de seletividade e da essencialidade da mercadoria ou do


serviço. Tem porcentagens exatas para cada operação, por exemplo: 7% para operações
interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços para contribuintes dos estados das
regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e Espírito Santo.
• NÃO CUMULATIVIDADE: o ICMS é um imposto não cumulativo, podendo o contribuinte
compensar o que for devido em cada operação com o montante cobrado, nas operações
anteriores, pelo seu estado ou por outro. Cabe a lei estabelecer as hipóteses em que o crédito é
permitido.

TRIBUTOS FEDERAIS
• IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é cobrado quando bens procedentes de outros países são
desembaraçados no Brasil é de competência da União Federal. Tem função extrafiscal cuja
finalidade é proteger a indústria nacional.

− SUJEITO PASSIVO: pode ser o importador ou quem a lei a ele equiparar; o arrematante de
produtos apreendidos ou abandonados; o destinatário de remessa postal internacional indicado
pelo respectivo remetente; o adquirente de mercadoria em entreposto aduaneiro.
− FATO GERADOR: é a entrada real ou ficta de produto estrangeiro em território nacional. O legislador
definiu que o elemento temporal do fato gerador do II é o início do despacho aduaneiro, configurado com
a apresentação ou registro da Declaração de Importação. O imposto deve ser convertido em moeda
nacional, à taxa de câmbio vigente, no momento da entrada no país da mercadoria importada. Não deve
englobar as mercadorias estrangeiras que ingressarem temporariamente como por exemplo: retorno de
mercadoria enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado.

− BASE DE CÁLCULO: deve ser através:

1)Da quantidade da mercadoria expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil
(TAB), quando a alíquota for específica;

2)Da expressão monetária do produto importado, valor constante na fatura comercial do lugar de
expedição das mercadorias, acrescido das despesas de fretes e seguro até a entrega no porto ou local de
destino no Brasil;

3)Do preço de arrematação do bem adquirido em licitação, não sendo o preço normal ou de referência da
mercadoria
− ALÍQUOTAS: podem ser:

1)Específicas: em valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode
se referir a metragem, peso, entre outros;

2)Ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor de operação;

3)Mista: combinação das duas formas anteriores

OBS: aplica-se a alíquota vigente na data do “desembarco” da mercadoria no Brasil.

•IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da União Federal e incide sobre a exportação


de produtos nacionais (produzidos dentro do Brasil) ou nacionalizados (mercadoria importada a título
definitivo e exportada para o exterior).

− SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa física ou jurídica que promova a saída do produto nacional ou
nacionalizado do território nacional para o território estrangeiro.

− FATO GERADOR: é a saída do território nacional para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados
− ELEMENTO TEMPORAL: é o momento da liberação pela autoridade aduaneira ou a data de embarque
ou saída constante da Declaração de Exportação, caracterizado pela emissão da Guia de Exportação.

− BASE DE CÁLCULO: é o normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria ao tempo da exportação,
em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas do
Conselho Monetário Nacional (CMN). A base cálculo pode ser:

1)A quantidade da mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil
(TAB), quando alíquota for específica;

2)A expressão monetária do produto exportado, quando a alíquota for ad valorem (que incide sobre o
valor aduaneiro do produto exportado;

3)O preço de arrematação do bem adquirido em licitação, não sendo o preço normal ou de referência da
mercadoria.

− ALÍQUOTAS: podem ser: Específica (quando o valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de
medida prevista em lei, que pode se referir a metragem, peso, entre outros) ou Ad valorem (aplicação de
alíquota sobre determinado valor de operação).
• IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO, SEGURO OU SOBRE OPERAÇÕES
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é o imposto que incide sobre as operações financeiras, é de


competência da União Federal. A arrecadação ocorre nas operações realizadas por instituições
financeiras, como bancos, corretoras de valores mobiliários, seguradoras, entre outras.

− SUJEITO PASSIVO: pode ser a pessoa física ou jurídica tomadoras de crédito; comprovadores ou
vendedores de moeda estrangeira para operações de câmbio; pessoa física ou jurídica nas
operações de seguro; adquirente de títulos ou valores mobiliários e instituições financeiras; as
instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuar a primeira aquisição de ouro, ativo
financeiro, ou instrumento cambial.

− FATO GERADOR: pode ser dividido em quatro geradores:

1) Operações de crédito: sua efetivação ocorrerá pela entrega total ou parcial do montante ou do
valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;
2) Operações de câmbio: sua efetivação ocorrerá pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, de
documento que a represente, ou sua colocação a disposição do interessado, em montante equivalente à
moeda estrangeira ou nacional, entregue ou posto à disposição;

3) Operações de Seguro: sua efetivação ocorrerá pela emissão da apólice, do documento equivalente, ou
o recebimento do prêmio, na forma da lei;

4) Operações relativas a títulos e valores mobiliários: ocorre com a emissão, transmissão, pagamento ou
resgate desses na forma da lei.

− BASE DE CÁLCULO: será nas seguintes operações:

1) DE CRÉDITO: onde o montante da operação, compreendendo o principal e juros;

2) DE CÂMBIO: o montante da operação em moeda nacional, recebido ou posto à disposição;

3) DE SEGURO: o montante do prêmio;

4) DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS: sendo valor nominal mais ágio, se houver na emissão; o
preço, o valor nominal, ou o valor da cotação em bolsa; o respectivo preço (no pagamento ou resgate).
− ALÍQUOTAS: são proporcionais e variam conforme a natureza das operações, podendo ser
operações de crédito, de câmbio, de seguro, relativas a títulos ou valores mobiliários, como ouro
(ativo financeiro ou instrumento cambial).

•IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da União Federal, tendo finalidade


extrafiscal visando desestimular a formação de propriedades improdutivas.

− SUJEITO PASSIVO: é aquele que detém qualquer direito de gozo, relativo ao imóvel rural, seja
ele pleno ou ilimitado, podendo ser o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor.

− FATO GERADOR: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel localizado fora da zona
urbana do município em 1º de janeiro de cada ano. O imóvel para ser considerado da Zona Urbana,
deve ter os pelo menos dois dos seguintes requisitos: meio-fio ou calçamento, com canalização de
águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos sanitários; rede de iluminação pública,
com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; escola primária ou posto de saúde a uma
distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado.
− ELEMENTO TEMPORAL DO FATO GERADOR: o fato gerador ocorre no dia 1º de janeiro de
cada ano.

− ELEMENTO ESPACIAL DO FATO GERADOR: a propriedade, o domínio útil, ou a posse de


imóvel objeto de incidência do ITR deve estar localizado fora da zona urbana do município.

− BASE DE CÁLCULO: é o valor fundiário do imóvel, que corresponde ao valor da terra nua, que
deverá refletir o preço de mercado de terras apurado em 1º de janeiro de cada ano, devendo ser
excluído desse valor as construções, instalações, benfeitorias, culturas permanentes e temporárias,
pastagens cultivadas e melhoradas e florestas plantadas.

− ALÍQUOTAS: são proporcionais e progressivas, segundo o grau de utilização da área rural.

− IMUNIDADES AO ITR:

1)Pequena gleba rural (ex.: trinta hectares localizado em qualquer outro município), desde que seu
proprietário a explore só ou com sua família, e não possua outro imóvel;

2)Imóveis rurais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;


3) Imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que
vinculados às sua finalidades essenciais ou às delas decorrentes;

4) Imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,


relacionados às suas finalidades essenciais.

OBS: As instituições de educação ou de assistência social, para imunidades devem prestar serviços
para os quais houverem sido instituídas e os colocar à disposição da população em geral, em
caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos, e entender alguns requisitos,
como por exemplo: não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
título; aplicar integralmente, no país, seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus
objetivos institucionais; apresentar anualmente declaração de rendimentos, em conformidade com o
disposto em ato da Secretaria da Receita Federal; entre outros.
− ISENÇÃO DO ITR: são isentos de impostos:

1)Imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária, caracterizados pelas


autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes
requisitos: seja explorado por associação ou cooperativa de produção; fração ideal por família
assentada não ultrapasse os limites da pequena gleba rural; assentado não possua outro imóvel.

2)Conjunto de Imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total em cada região observe o
respectivo limite da pequena gleba rural, desde que, cumulativamente, o proprietário: o explore só
ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; não possua imóvel urbano.

•IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da União, e recai sobre produtos da


indústria, que busca a tributação pela essencialidade do produto, ou seja, os gêneros de primeira
necessidade como os da cesta básica devem ter tributação menor e os supérfluos, como o cigarro,
têm tributação elevada.
− SUJEITO PASSIVO: é o contribuinte do IPI, podendo ser o importador, o industrial, o comerciante
de produtos sujeitos a impostos, ou o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

−FATO GERADOR:

1) Poderá ocorrer nas hipóteses de importação; saída de estabelecimento industrial ou equiparado


de produto industrializado; aquisição em leilão de produto abandonado ou apreendido; entre outras
especificadas pela lei.

2) Poderá ocorrer no retorno de mercadoria, ressalvados as hipóteses: de retorno de mercadoria


enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; retorno de mercadorias por defeito
técnico para reparo ou substituição; retorno de mercadoria em fase de modificação na sistemática
da importação do país importador; retorno da mercadoria, por motivo de guerra ou calamidade
pública; retorno de mercadoria, por outros fatores, alheios à vontade do exportador.
− OBS: Conceito de industrialização: é o produto que tenha sido submetido a qualquer operação
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como:

1)Transformação: processo mecanizado, automatizado exercido na matéria-prima, ou produto


intermediário, que lhe dá nova forma e finalidade, recebendo nova classificação fiscal.

2)Beneficiamento: processo em que ocorre a modificação, aperfeiçoamento, embelezamento ou


alteração de funcionamento de um produto já existente.

3)Montagem: reunião de produtos e peças já existentes, em nova sistematização, resultando em


produto novo, quanto à ampliação, funcionamento ou finalidade.

4)Acondicionamento ou Recondicionamento: processo de alteração de embalagem visual do


produto, ou seja, a modificação da apresentação do produto consumido, criando nova proposta de
consumo, novo visual e novo estímulo à aquisição.

5)Renovação ou Recondicionamento: é a renovação exercida em um produto usado ou inutilizado,


restaurando-lhe a utilização, como se novo voltasse a ser.
− BASE DE CÁLCULO: varia conforme a hipótese de incidência, podendo ser: o valor da operação de
saída do produto do estabelecimento do contribuinte; o preço normal, acrescido do próprio imposto de
importação, das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais; o próprio preço de arrematação, no caso
de produto apreendido, abandonado ou levado a leilão.

− ALÍQUOTAS: variam, tendo em vista a essencialidade do produto, ou seja os produtos essenciais


como a cesta básica, que tem uma alíquota reduzida e os supérfluos, como é o caso do cigarro, têm
uma alíquota maior.

− NÃO CUMULATIVIDADE: o IPI deverá ser imposto não cumulativo, podendo o contribuinte
compensar o que for devido em cada operação com o montante cobrado na operações anteriores. A lei
estabelece quais são as hipóteses em que há direito ao crédito do IPI. Desta forma, o IPI é um tributo
que deve incidir sobre valor agregado, assim evitando a tributação em cascata.

•IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA (IRPF) E DA PESSOA JURÍDICA (IRPJ)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da União, e incide sobre renda e proventos


de qualquer natureza.
− SUJEITO PASSIVO: o contribuinte do imposto de renda é a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou
de proventos de qualquer natureza. Podendo a lei atribuir à fonte pagadora da renda a responsabilidade
pela retenção e recolhimento do imposto.

− FATO GERADOR: é a aquisição de disponibilidade econômica de renda (decorrente do capital, do


trabalho ou da conjugação de ambos) e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos todos os
acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. Exemplo: renda de capital (aluguel,
royalties, lucros etc.); renda do trabalho (salário, honorários etc.); dos proventos de qualquer natureza
(aposentadoria, pensão, doação etc.).

OBS: Disponibilidade Econômica difere de Disponibilidade Jurídica. A primeira é a obtenção do usar,


gozar e dispor dinheiro ou coisas conversíveis, que represente efetivo acréscimo patrimonial, a segunda é
a obtenção de direito de créditos não sujeito a condição suspensiva, representados por títulos ou
documentos de liquidez e certeza.

− BASE DE CÁLCULO: é a soma dos fatores negativos e positivos que agregam o patrimônio do sujeito
passivo. Sendo o montante real, arbitrado ou presumido, da renda e do provento de qualquer natureza.
− FATO GERADOR DO:

IRPF: é a receita líquida (rendimentos deduzidas as despesas de gastos autorizados, por exemplo, médicos,
dependentes etc.) auferida pelo contribuinte, que determinam a base de cálculo.

IRPJ: o fato gerador pode ser dividido em lucro real, presumido ou arbitrado.

1)Lucro real: é o lucro líquido do período apurado na escrituração comercial, denominado lucro contábil,
ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Este
pode ser apurado trimestral ou anualmente.

2)Lucro presumido: é a forma simplificada de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda em que o
legislador elegeu como base de cálculo a receita bruta (faturamento) e demais rendimentos ou ganhos de
capital, restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao regime de apuração de tributação com base no
lucro real. Este tem período de apuração trimestral.

3)Lucro arbitrado: é recurso utilizado pelas autoridades fiscais, quase sempre como última alternativa, que só
deve ser aplicado quando houver ausência absoluta de confiança na escrituração contábil do contribuinte.
Pode ainda ser utilizado pelo fisco no caso em que o contribuinte se recusar ou dificultar o acesso da
autoridade fiscal à documentação comprobatória das atividades.
− ALÍQUOTAS: devem obedecer aos princípios da universalidade, generalidade, progressividade e da
capacidade contributiva, não sendo iguais entre as pessoas físicas e jurídicas.

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

•CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da Receita Federal do Brasil – RFB, e incide


sobre o lucro auferido pela pessoa jurídica.

− SUJEITO PASSIVO: é a pessoa jurídica que aufere lucro, não podendo ser a pessoa física.

− FATO GERADOR: é o lucro auferido pela pessoa jurídica. O lucro para fins de tributação dessa
contribuição social é apurado a partir do lucro contábil, apurado na demonstração de resultado.

− BASE DE CÁLCULO: é o lucro auferido pelo sujeito passivo, sendo o montante real, arbitrado ou
presumido, já indicados no slide anterior.

−ALÍQUOTAS: sendo qualquer o Lucro, é aplicado 9%.


CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da Receita Federal do Brasil, e incide sobre o


faturamento apurado pela pessoa jurídica ou sobre a folha de salários no caso de entidades sem fins
lucrativos.

− SUJEITO PASSIVO: o contribuinte da COFINS no caso da pessoa jurídica de direito privado é a pessoa
jurídica que apura faturamento. E no caso de entidades sem fins lucrativos, conforme listado abaixo,
utiliza-se a folha de salários: templos de qualquer culto; partido políticos; instituições de educação e
assistência social, entre outros.

− FATO GERADOR: é o faturamento apurado pela pessoa jurídica de direito privado, assim entendido a
venda de mercadorias e a prestação de serviços. No caso das entidades sem fins lucrativos, é a folha de
salários.

− BASE DE CÁLCULO:

1) Entidades sem fins lucrativos: a base de cálculo é a remuneração paga, devida ou creditada aos
funcionários (não integram a base de cálculo o salário família, o aviso prévio indenizado e o FGTS pago
na rescisão contratual
2) Entidades de Direito Privado: utilizam o faturamento auferido pelo sujeito passivo, podendo ser
pelo regime cumulativo e não cumulativo.

CUMULATIVO: é o faturamento apurado pela pessoa jurídica, representado pelo resultado da venda
de mercadorias e ou da prestação de serviço, podendo ser deduzidos na base de cálculo de vendas
canceladas, descontos incondicionais, receita de venda do ativo permanente, reversões de
provisões e recuperação de créditos baixados como perda, entre outros. Essa apuração é mensal.

NÃO CUMULATIVO: a base de cálculo é também o faturamento apurado pelo contribuinte, com as
mesmas deduções autorizadas e previstas pelo regime cumulativo. O legislador definiu como
faturamento a totalidade de receitas auferidas pelo contribuinte, tendo na Lei nº 10.637/02 a
definição dos contribuintes que não estão no regime não cumulativo.

−ALÍQUOTAS: para o PIS são: Folha de Salários (1%), Cumulativo (0,65%), Não cumulativo
(1,65%)
CONTRIBUIÇÃO AO FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)

− COMPETÊNCIA E SUJEITO ATIVO: é de competência da Receita Federal do Brasil, e incide


sobre o faturamento apurado pela pessoa jurídica.

− SUJEITO PASSIVO: o contribuinte da COFINS no caso da pessoa jurídica de direito privado é a


pessoa jurídica que apura faturamento.

− FATO GERADOR: é o faturamento apurado pela pessoa jurídica de direito privado, assim
entendido a venda de mercadorias e a prestação de serviços.

− BASE DE CÁLCULO: utiliza-se o faturamento auferido pelo sujeito passivo, podendo ser pelo
regime cumulativo e não cumulativo, ambos já citados no slide anterior.

− ALÍQUOTAS: para o COFINS cumulativo são 3% e não cumulativos são 7,6%.


PRINCIPAIS IMPOSTOS
• IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: que considera a entrada no território Nacional o produto manifestado, ou seja, que
constam nos documentos fiscais e cambiais.

• IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO: protege os produtos nacionais, visando também manipular o controle da balança de
pagamentos.

• IMPOSTO SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA:

− Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural: compete a União e incide sobre a propriedade territorial rural.

− Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana: compete ao município, e incide sobre a propriedade predial e
territorial situada na zona urbana.

− Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos: transmite a qualquer título, da
propriedade ou domínio de bens imóveis, por natureza ou por acessão física, seja por meio de venda, doação etc.

− Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza: compete a União, onde por renda entende-se o produto do
Capital do trabalho ou da combinação de ambos; por proventos entende-se ganhos que não se caracterizam como
fruto do capital ou do trabalho.
OBS: para pessoas físicas os rendimento referentes a salários, soldos, proventos, aluguéis, capital
etc. devem ser apresentados anualmente através da Declaração de Rendimentos, onde se apura os
ganhos obtidos no período Base (ano anterior da declaração), onde são demonstrados também as
aquisições e vendas de bens, rendimentos não tributáveis e pagamentos a terceiros.

•IMPOSTO NA FONTE: é uma antecipação do Imposto de Renda, efetuada compulsoriamente,


antes da apuração do imposto, visando suprir antecipadamente o caixa do Tesouro. As modalidades
de antecipação são: uma compensável na Declaração de Rendimentos; outra exclusiva na fonte
sem compensação.

•IMPOSTO SOBRE A PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO

− Imposto sobre Produtos Industrializados: é de competência da União, e incide sobre os produtos


industrializados.

− Imposto sobre Operações Relativas sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

− Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro Relativos a Título e Valores Mobiliários.
• IMPOSTO DE RENDA: compete a União, realizando a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica.

• IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS: compete dos Estados e do Distrito


Federal, interferindo na saída e entrada de mercadorias.

• IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS: compete aos municípios, prestando serviços por empresa ou profissional
autônomo, de serviço constante em uma lista, onde podemos ter alguns exemplos como:

− Médicos, dentistas e veterinários;

− Enfermeiros, protéticos (prótese dentária), obstetras, psicólogos, entre outros;

− Laboratório de análises clínicas e eletricidade médica;

− Despachantes, economistas e contadores;

− Engenheiros, arquitetos e urbanistas;

− Desinfecção e higienização;

− Entre outros.
• Pesquisa realizada pelo Prof. Marcelo Decurcio

Obras consultadas:

- ANAN Junior, Pedro; MARION, José Carlos. Direito Empresarial e Tributário: para cursos de
administração, contabilidade e economia. Campinas: Editoria Alínea, 2010. 188 p.

- COTRIN, Gilberto Vieira. Direito e legislação: Introdução ao Direito. 20. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 1997. 303 p.

- DOWER,Nelson Godoy Bassil. Direito e legislação. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 260 p.

→ Datilografia: Gabriela Decurcio – Julho/2016

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