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Os princípios do direito tributário são as bases fundamentais que orientam a atuação dos
órgãos públicos e dos contribuintes no âmbito da tributação. Dentre os principais princípios,
podemos destacar:
Princípio da legalidade: significa que somente a lei pode criar ou aumentar tributos, e que a
Administração Pública não pode criar tributos por meio de decretos, regulamentos ou qualquer
outra forma.
Princípio da anterioridade: determina que a lei que cria ou aumenta tributos só pode produzir
efeitos no exercício financeiro seguinte àquele em que foi publicada.
Princípio da irretroatividade: estabelece que as leis tributárias não podem retroagir para
atingir fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor.
Anterioridade: a lei tributária só pode produzir efeitos no exercício seguinte à sua publicação.
Irretroatividade: a lei tributária não pode retroagir para atingir fatos ocorridos antes de sua
entrada em vigor.
Isonomia: os contribuintes devem ser tratados de forma igualitária, sem distinção de qualquer
natureza.
É uma questão fundamental do Sistema Tributário Nacional, pois é por meio dela que se
estabelece a distribuição dos recursos arrecadados com a tributação entre as diferentes
esferas de governo.
A Constituição Federal estabelece que a União é responsável pela arrecadação dos tributos
federais (impostos, taxas e contribuições) e pela distribuição de parte desses recursos aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios. A forma de distribuição é estabelecida pela Lei
Complementar nº 62/1989, que instituiu o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O FPE é composto por 21,5% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
e do Imposto de Renda (IR), deduzidos os valores destinados ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento Regional (FNDR). Esse fundo é distribuído aos estados e ao Distrito Federal
de acordo com critérios estabelecidos pela Constituição, levando em consideração a população
de cada unidade federativa e sua renda per capita.
Além disso, a Constituição estabelece outras formas de repartição das receitas tributárias,
como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um imposto
estadual cuja arrecadação é repartida entre o estado de origem das mercadorias e o estado
de destino, no caso de operações interestaduais. Há também o Imposto sobre Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA), que é um imposto estadual e cuja arrecadação é destinada
integralmente aos estados e ao Distrito Federal.
O conceito de tributo é definido pelo Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece que
tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Assim, podemos entender que para que um pagamento seja considerado um tributo, é preciso
que atenda a alguns requisitos básicos:
Prestação pecuniária: a obrigação deve ser de pagamento em dinheiro ou em bens cujo valor
possa ser expresso em moeda;
Compulsoriedade: a obrigação deve ser imposta por lei, não podendo ser facultativa;
Não constituição de sanção: o tributo não pode ser considerado uma penalidade por um ato
ilícito;
A natureza jurídica do tributo é definida pelo seu elemento essencial, que é o critério que
determina a sua essência e o distingue das demais espécies tributárias.
O Código Tributário Nacional estabelece que os tributos podem ser classificados em três
categorias principais, conforme seu elemento essencial:
2.4 Imposto.
Impostos: tributo cujo fato gerador é a situação de fato que a lei define como necessária e
suficiente à sua ocorrência. O imposto não está vinculado a uma atividade estatal específica e
sua arrecadação é destinada ao financiamento das despesas públicas em geral.
2.5 Taxa.
Taxas: tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização
efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição. A taxa está vinculada a uma atividade estatal específica e sua
arrecadação é destinada ao custeio dessa atividade.
O empréstimo compulsório é uma espécie de tributo que pode ser instituída pela União, em
casos de guerra externa ou sua iminência, ou de calamidade pública que comprometa a
capacidade financeira ou de investimento do Estado. O objetivo do empréstimo compulsório é
obter recursos extraordinários para suprir as necessidades financeiras do Estado em situações
de emergência.
O empréstimo compulsório também possui outras particularidades, como a sua base de cálculo
e a forma de restituição aos contribuintes. A base de cálculo do empréstimo compulsório é
definida em lei e pode ser, por exemplo, o valor das vendas de determinado produto ou
serviço. A restituição do valor arrecadado deve ser feita ao final do prazo estabelecido em lei,
com correção monetária e juros. Além disso, a restituição pode ser realizada por meio de
abatimento em tributos a serem pagos pelos contribuintes, desde que isso esteja previsto em
lei.
Em resumo, o empréstimo compulsório é uma espécie de tributo especial que pode ser
instituída pela União em casos de guerra externa ou calamidade pública que comprometa a
capacidade financeira ou de investimento do Estado. Ele possui natureza jurídica de
empréstimo e sua arrecadação deve ser restituída aos contribuintes após o término do
evento que justificou sua instituição.
2.8 Contribuições.
As contribuições têm como finalidade específica o custeio de atividades estatais de interesse
público, sendo que sua instituição deve estar prevista em lei complementar e observar os
requisitos constitucionais de legalidade, anterioridade e nonagesimalidade. Além disso, as
contribuições podem ser cobradas tanto pela União, como pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios.
No que se refere ao tratamento tributário das contribuições, é importante destacar que elas
estão sujeitas aos mesmos princípios e regras aplicáveis aos demais tributos, tais como o
princípio da legalidade, anterioridade, nonagesimalidade, entre outros. Além disso, a
Constituição Federal estabelece que as contribuições não podem ter fato gerador ou base de
cálculo idênticos aos impostos, o que impede a sua utilização como forma de substituição
tributária.
No que tange ao controle das contribuições, é importante destacar que a competência para
julgar as demandas relacionadas às contribuições é atribuída à Justiça Federal. Além disso, as
contribuições podem ser objeto de ações de inconstitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal, com base no controle concentrado de constitucionalidade.
3. Competência tributária.
No Direito Tributário, a competência tributária é a atribuição conferida pela Constituição
Federal aos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para instituir e
arrecadar tributos. A classificação da competência tributária é importante para definir quais
tributos cada ente político pode instituir, bem como para evitar conflitos de competência.
A competência tributária privativa é aquela que pode ser exercida por um único ente político,
mas que permite a delegação ou transferência a outros entes por meio de convênios ou
acordos. São exemplos de competência tributária privativa dos Estados a instituição de
impostos sobre herança e doações e a cobrança de taxas de licença para veículos.
Por fim, a competência tributária residual é aquela que permite aos Estados, Distrito Federal e
Municípios instituir tributos não previstos na Constituição Federal, desde que respeitados os
princípios gerais do Direito Tributário e não invadida a competência tributária exclusiva da
União. Essa competência é denominada residual porque somente pode ser exercida após a
União e os demais entes políticos terem exercido suas competências tributárias.
3.1 Classificação.
A classificação da competência tributária é fundamental para evitar conflitos entre os entes
políticos e para garantir a segurança jurídica na instituição e arrecadação dos tributos.
O exercício da competência tributária também envolve a cobrança dos tributos devidos pelos
contribuintes. Cabe aos entes políticos utilizar os meios legais para cobrar os tributos em
atraso, como a inscrição na dívida ativa, a execução fiscal e a cobrança judicial. A cobrança deve
ser realizada de forma justa e proporcional, garantindo os direitos dos contribuintes e evitando
abusos por parte do Estado.
Por fim, o exercício da competência tributária também abrange a destinação dos recursos
arrecadados aos fins previstos em lei. É importante que os recursos sejam aplicados de forma
eficiente e transparente, garantindo a realização das políticas públicas e o atendimento às
necessidades da sociedade.
Vale ressaltar que a capacidade tributária ativa deve ser exercida de forma adequada e
dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal e pelas leis tributárias. Caso haja
abuso por parte dos órgãos responsáveis pela arrecadação, os contribuintes têm o direito de
recorrer aos órgãos competentes para questionar a legalidade dos atos praticados.
A imunidade tributária difere da isenção de tributos, que é uma forma de redução ou dispensa
do pagamento de tributos concedida por lei. Enquanto a imunidade é um direito previsto na
Constituição e não pode ser revogado por lei ordinária, a isenção é uma concessão legal e
pode ser alterada ou revogada pelo legislador a qualquer momento.
Além disso, é importante destacar que a imunidade tributária não é absoluta e pode ser
interpretada restritivamente pelo Judiciário. Em outras palavras, a interpretação da
imunidade tributária deve ser feita com cautela, para evitar que situações que não se
enquadram no seu âmbito de proteção sejam beneficiadas.
A isenção tributária, por sua vez, é uma forma de redução ou dispensa do pagamento de
tributos concedida por lei. Ela não decorre diretamente da Constituição Federal, mas é uma
forma de incentivo ou benefício fiscal concedido pelo Estado a determinadas pessoas,
empresas ou atividades que atendam a certas condições estabelecidas em lei.
Por fim, a não incidência tributária ocorre quando a hipótese de incidência do tributo
prevista na lei não se concretiza, por não estarem presentes todos os elementos necessários
para sua ocorrência. Ou seja, é uma situação em que a lei não prevê a incidência do tributo,
mas não se trata de uma imunidade ou isenção, uma vez que não há direito constitucional ou
benefício fiscal concedido.
É importante destacar que a diferença entre esses conceitos pode ter consequências práticas
importantes, como o direito de restituição de tributos pagos indevidamente ou a
possibilidade de alteração ou revogação da isenção por lei posterior. Por isso, é fundamental
que os contribuintes e operadores do Direito Tributário conheçam bem essas distinções e suas
implicações.
Uma das principais características das leis complementares é que elas exigem quórum
qualificado para aprovação no Congresso Nacional, ou seja, maioria absoluta dos votos dos
parlamentares em ambas as Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal).
Além das leis ordinárias, os atos equivalentes também são fontes importantes do Direito
Tributário.
Os atos equivalentes são normas elaboradas pelo Poder Executivo que possuem força de lei
em determinadas situações, como os decretos-leis, as medidas provisórias, os decretos e as
portarias.
Os decretos-leis são normas elaboradas pelo Presidente da República que têm força de lei em
casos de urgência e relevância, enquanto as medidas provisórias são editadas pelo Presidente
da República em situações de relevância e urgência e possuem força de lei imediata, mas
devem ser aprovadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias.
Os decretos são normas elaboradas pelo Poder Executivo que regulamentam as leis tributárias
e estabelecem detalhes sobre sua aplicação prática, tais como as normas de arrecadação e
fiscalização dos tributos.
Dentre os atos do poder executivo federal com força de lei material, destacam-se as medidas
provisórias, os decretos e as portarias. As medidas provisórias são editadas pelo Presidente
da República em situações de relevância e urgência e possuem força de lei imediata, mas
devem ser aprovadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Os decretos são normas
elaboradas pelo Poder Executivo que regulamentam as leis tributárias e estabelecem detalhes
sobre sua aplicação prática, tais como as normas de arrecadação e fiscalização dos tributos. Já
as portarias são normas expedidas pelas autoridades fiscais para regulamentar procedimentos
administrativos tributários, tais como os procedimentos de fiscalização e cobrança de tributos.
É importante ressaltar que, para terem força de lei material, os atos do poder executivo federal
devem estar em conformidade com a Constituição Federal e as leis tributárias. Caso
contrário, eles podem ser questionados judicialmente pelos contribuintes.
Em resumo, os atos do poder executivo federal com força de lei material são fontes
importantes do Direito Tributário, pois estabelecem obrigações e direitos para os
contribuintes e regulamentam detalhes sobre a aplicação prática das leis tributárias.
Já as leis complementares são normas elaboradas pelo Congresso Nacional para regulamentar
dispositivos constitucionais e possuem hierarquia superior às leis ordinárias. Elas tratam de
temas específicos, tais como normas gerais de direito tributário, criação e extinção de tributos,
regime de arrecadação, fiscalização e cobrança de tributos.
As leis ordinárias, por sua vez, são elaboradas pelo Congresso Nacional para tratar de temas
de interesse geral. Elas possuem hierarquia inferior às leis complementares e são elaboradas
com base na Constituição Federal e nas leis tributárias já existentes. As leis ordinárias podem
tratar de temas tributários como, por exemplo, a concessão de isenções fiscais ou a criação de
regimes especiais de tributação.
4.7 Convênios.
Os convênios são uma das fontes do Direito Tributário no âmbito da Federação brasileira. Eles
são acordos celebrados entre os entes federativos (União, estados, Distrito Federal e
municípios) com o objetivo de regular assuntos de interesse comum, incluindo a matéria
tributária.
Os convênios são regulamentados pela Lei Complementar nº 24/75, que dispõe sobre a
celebração de convênios para a concessão de isenções fiscais. Além disso, a Constituição
Federal de 1988 estabelece a competência dos estados para celebrar convênios para a gestão e
arrecadação de tributos de competência própria.
Entre os convênios mais comuns no Direito Tributário brasileiro, destacam-se aqueles que
envolvem a concessão de incentivos fiscais, como a isenção de tributos estaduais e
municipais para empresas que se instalam em determinada região ou que realizam
investimentos em determinados setores. Também existem convênios para a uniformização de
procedimentos fiscais entre os entes federativos, facilitando a arrecadação e fiscalização dos
tributos.
Em resumo, os convênios são fontes do Direito Tributário que permitem a cooperação entre os
entes federativos para regular assuntos de interesse comum, incluindo a matéria tributária.
Eles podem envolver a concessão de incentivos fiscais e a uniformização de procedimentos
fiscais, entre outros assuntos.
4.8 Decretos regulamentares.
Os decretos regulamentares também são uma das fontes do Direito Tributário brasileiro. Eles
são editados pelo poder executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) com o
objetivo de regulamentar leis tributárias, detalhando regras, procedimentos e normas para
sua aplicação.
Os decretos regulamentares têm sua base na Constituição Federal, que atribui ao chefe do
poder executivo a competência para regulamentar as leis mediante decreto. Além disso, o
Código Tributário Nacional prevê em seu artigo 97 que a regulamentação da legislação
tributária pode ser feita por meio de decretos.
Dentre os principais temas que podem ser objeto de regulamentação por decretos estão a
instituição e a arrecadação de tributos, a fiscalização e o controle tributário, a concessão de
benefícios fiscais, dentre outros.
Vale ressaltar que, segundo o princípio da legalidade, os decretos regulamentares não podem
inovar na ordem jurídica, criando obrigações ou concedendo isenções que não estejam
previstas na lei. Ou seja, eles não podem contrariar a lei tributária, mas apenas regulamentá-la
de forma mais detalhada.
Essas normas são editadas por autoridades administrativas que possuem competência para
isso, como por exemplo, os secretários estaduais da fazenda, os diretores da Receita Federal,
os delegados da Receita Federal, entre outros. São exemplos de normas complementares as
portarias, os atos declaratórios, as instruções normativas, as resoluções, as ordens de serviço,
entre outras.
As normas complementares têm como objetivo principal detalhar o alcance e a aplicação das
leis tributárias, bem como estabelecer procedimentos e normas para a sua aplicação. Elas
também podem criar obrigações acessórias, ou seja, obrigações que não estão diretamente
relacionadas com o pagamento de tributos, mas que são necessárias para a correta aplicação
das leis tributárias, como a emissão de notas fiscais, a escrituração contábil, entre outras.
Vale ressaltar que as normas complementares não podem inovar no ordenamento jurídico,
criando obrigações ou concedendo isenções que não estejam previstas na lei. Elas devem ser
elaboradas de forma a complementar e a interpretar a legislação tributária de forma a torná-
la mais clara e eficiente.
Em resumo, as normas complementares são uma fonte do Direito Tributário brasileiro que visa
complementar e interpretar as leis tributárias, bem como estabelecer procedimentos e normas
para a sua aplicação. Elas são editadas pela Administração Pública e têm como objetivo
detalhar o alcance e a aplicação das leis tributárias, bem como criar obrigações acessórias. É
importante destacar que elas não podem inovar na ordem jurídica, mas apenas complementar
e interpretar a legislação tributária.
A vigência da legislação tributária inicia-se 90 dias após a sua publicação oficial. O prazo pode
ser reduzido ou ampliado por lei, a depender da matéria regulamentada. Vale lembrar que a
legislação tributária pode ter sua vigência suspensa ou interrompida em alguns casos
específicos.
A aplicação da legislação tributária é regulada pela própria lei tributária, devendo ser
observada sua finalidade e o bem comum. A aplicação das normas tributárias deve ser feita de
acordo com as regras estabelecidas, sendo vedado aos agentes públicos a utilização de
interpretações extensivas ou analógicas que impliquem em cobrança de tributo não previsto
em lei.
A integração da legislação tributária é feita quando uma lei tributária deixa lacunas que
precisam ser preenchidas. A integração é feita por meio de uma das seguintes formas:
analogia, princípios gerais de direito tributário, jurisprudência e equidade.
A analogia é utilizada quando a lei tributária deixa lacunas e existe uma outra lei tributária com
disposições semelhantes, aplicando-se o mesmo entendimento a ambas as leis.
Os princípios gerais de direito tributário são aplicados quando não existe norma específica para
a situação em questão. Nesse caso, deve-se recorrer aos princípios gerais do direito tributário,
tais como o princípio da legalidade, da igualdade, da capacidade contributiva, entre outros.
A jurisprudência é utilizada quando existe decisão judicial que tratou de questão semelhante e
pacificou o entendimento sobre o tema.
Por fim, a equidade é utilizada quando, mesmo após a aplicação das outras formas de
integração, a lacuna persiste. Nesse caso, o juiz ou o administrador público deve buscar a
solução mais justa e razoável para a situação em questão, de forma a atender ao interesse
público.
6. Obrigação tributária.
A obrigação tributária é uma relação jurídica estabelecida entre o sujeito passivo
(contribuinte ou responsável) e o Estado, decorrente do fato gerador da obrigação de pagar
tributos. Em outras palavras, é o vínculo jurídico que surge quando ocorre um fato previsto em
lei como gerador da obrigação tributária, dando ao Estado o direito de exigir do contribuinte o
pagamento do tributo devido.
A obrigação tributária tem como principais elementos o sujeito ativo (o ente federativo que
tem o direito de exigir o tributo), o sujeito passivo (o contribuinte ou responsável pelo
pagamento do tributo), o objeto (o tributo a ser pago), a base de cálculo (o critério utilizado
para determinar o valor do tributo) e a alíquota (a taxa percentual aplicada sobre a base de
cálculo para definir o valor do tributo).
Vale ressaltar que a obrigação tributária pode ser principal ou acessória. A obrigação tributária
principal é aquela que tem como objeto o pagamento do tributo, enquanto a obrigação
tributária acessória tem como objeto o cumprimento de deveres formais, como a entrega de
declarações e o cumprimento de obrigações acessórias.
O fato gerador pode ser uma atividade, um negócio jurídico, uma circunstância, ou qualquer
outra situação prevista na legislação tributária.
Por exemplo, o fato gerador do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
(IPTU) é a propriedade de imóvel urbano; o fato gerador do Imposto sobre a Renda (IR) é o
recebimento de rendimentos; e o fato gerador do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) é a circulação de mercadorias ou a prestação de serviços de transporte
intermunicipal ou interestadual.
O fato gerador pode ser instantâneo, quando ocorre em um único momento, como no caso do
imposto sobre a venda de um produto. Pode também ser continuado, quando a situação que
caracteriza o fato gerador se prolonga no tempo, como no caso do imposto sobre a
propriedade de imóveis.
O conhecimento do fato gerador é essencial para que o contribuinte saiba quando e em que
circunstâncias ele será obrigado a pagar um tributo. Além disso, é importante que o
contribuinte cumpra com todas as obrigações acessórias previstas na legislação tributária, para
evitar problemas com o fisco.
O sujeito ativo é responsável por instituir o tributo, fixar as alíquotas, definir as hipóteses de
incidência e estabelecer as regras de cobrança. Ele também tem o dever de fiscalizar o
cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes e aplicar as sanções previstas em
lei em caso de descumprimento.
O sujeito ativo pode delegar a competência de fiscalização e cobrança dos tributos a outros
órgãos, como é o caso da Receita Federal, que atua em nome da União para fiscalizar e cobrar
os tributos federais.
Em resumo, o sujeito ativo é o ente público que detém o poder de fiscalização e cobrança dos
tributos, e é responsável por instituir e regulamentar as obrigações tributárias.
Por exemplo, no caso do Imposto sobre a Renda (IR), o contribuinte de direito é a pessoa física
ou jurídica que aufere a renda, enquanto o contribuinte de fato é aquele que suporta o ônus
financeiro do tributo, que pode ser a própria pessoa física ou jurídica ou terceiros, como
clientes e fornecedores.
O sujeito passivo também tem o dever de cumprir com as obrigações acessórias previstas na
legislação tributária, como a emissão de notas fiscais, a entrega de declarações e o
recolhimento de tributos retidos na fonte, entre outras.
É importante que o sujeito passivo esteja sempre atento às suas obrigações tributárias, para
evitar problemas com o fisco e possíveis sanções, como multas e juros. Em caso de dúvidas, é
recomendável buscar orientação de um profissional contábil ou advogado especializado em
direito tributário.
6.6 Solidariedade.
A solidariedade na obrigação tributária ocorre quando mais de uma pessoa é responsável
pelo pagamento do mesmo tributo, seja de forma conjunta ou alternativa. É uma situação em
que dois ou mais sujeitos passivos possuem uma obrigação tributária idêntica em relação ao
mesmo sujeito ativo.
Já na solidariedade passiva, o sujeito ativo pode cobrar o tributo de qualquer um dos sujeitos
passivos, que se tornam solidariamente responsáveis pelo seu pagamento. Isso significa que,
se um dos sujeitos passivos pagar integralmente o tributo, ele poderá cobrar dos demais
sujeitos passivos a parte que lhes cabe.
A solidariedade pode ocorrer em diversas situações, como no caso de sócios de uma empresa,
responsáveis solidários pelo pagamento dos tributos devidos pela empresa, ou no caso de
fiadores, responsáveis solidários pelo pagamento de tributos devidos pelo devedor principal.
É importante destacar que, em caso de solidariedade, o sujeito ativo pode cobrar o tributo de
qualquer um dos sujeitos passivos, que deverão resolver a questão entre si para definir quem
efetivamente irá arcar com a responsabilidade pelo pagamento.
No caso do sujeito passivo, a capacidade tributária é a aptidão para ser titular de uma
obrigação tributária. Todos os contribuintes, sejam pessoas físicas ou jurídicas, têm capacidade
tributária para cumprir as obrigações previstas na legislação tributária, como pagar tributos e
cumprir com as obrigações acessórias.
Já no caso do sujeito ativo, a capacidade tributária é a aptidão para instituir e exigir tributos.
Isso significa que apenas o Estado, por meio das suas unidades federativas, municípios e União,
têm capacidade tributária ativa para instituir e exigir tributos.
A capacidade tributária é uma das bases do sistema tributário nacional, e é regulada pela
Constituição Federal e pelas leis tributárias. É importante que os contribuintes e os órgãos
públicos estejam sempre atentos à capacidade tributária, para evitar problemas legais e
garantir o cumprimento das obrigações tributárias.
Existem diferentes tipos de responsabilidade tributária, que podem ser divididos em duas
categorias: responsabilidade solidária e responsabilidade subsidiária.
A legislação tributária prevê diversas hipóteses de responsabilidade tributária, que devem ser
analisadas caso a caso. É importante destacar que a responsabilidade tributária é uma
obrigação legal, e que o não cumprimento das obrigações fiscais pode levar a sanções
administrativas e até mesmo penais, além do próprio pagamento do tributo devido.
Isso significa que, após a morte do contribuinte, seus herdeiros e sucessores respondem pelas
dívidas tributárias deixadas por ele, até o limite do valor dos bens e direitos recebidos por
herança ou legado.
Para evitar a responsabilidade dos sucessores, é importante que o contribuinte esteja em dia
com suas obrigações fiscais e regularize eventuais débitos tributários antes de falecer. Caso
contrário, os herdeiros e sucessores podem ser surpreendidos com dívidas tributárias que
comprometam o patrimônio deixado pelo falecido.
Responsabilidade solidária: quando duas ou mais pessoas são responsáveis pelo mesmo fato
gerador, todas elas são responsáveis solidárias pelo pagamento do tributo devido e das multas
decorrentes da infração. Isso significa que a autoridade fiscal pode cobrar o tributo e as multas
de qualquer uma das pessoas responsáveis.
Responsabilidade por omissão: quando uma pessoa tem a obrigação legal de prestar
informações à autoridade fiscal e não o faz, ela pode ser responsabilizada por infrações
decorrentes da omissão. Por exemplo, um contador que não informa à Receita Federal a
movimentação financeira de um de seus clientes pode ser responsabilizado por infrações
decorrentes dessa omissão.
Responsabilidade por conivência: quando uma pessoa colabora para a prática de uma infração
tributária, ela pode ser responsabilizada por essa infração. Por exemplo, um funcionário que
ajuda o empregador a sonegar impostos pode ser responsabilizado por essa infração.
É importante destacar que a responsabilidade por infrações tributárias é uma obrigação legal, e
o não cumprimento das obrigações fiscais pode levar a sanções administrativas e até mesmo
penais, além do próprio pagamento do tributo devido e das multas decorrentes da infração.
7. Crédito tributário.
O crédito tributário é o direito que o Estado tem de exigir o pagamento de um tributo devido
pelo contribuinte. A constituição do crédito tributário é o processo por meio do qual a
autoridade fiscal verifica se há um tributo devido pelo contribuinte e formaliza a sua exigência,
incluindo o valor do tributo, as multas e os juros devidos.
Notificação: após o lançamento, a autoridade fiscal deve notificar o contribuinte para que ele
tome ciência do valor do tributo devido e das multas e juros aplicáveis. A notificação pode ser
feita de forma pessoal, por correspondência ou por meio eletrônico.
Vale ressaltar que o crédito tributário possui presunção de liquidez e certeza, ou seja,
presume-se que ele está correto e que o contribuinte é devedor do tributo até que ele prove
o contrário. Além disso, o crédito tributário pode ser objeto de parcelamento ou de transação,
em que o contribuinte pode negociar o pagamento do tributo devido com a autoridade fiscal
7.2 Lançamento.
O lançamento é o ato administrativo pelo qual a autoridade fiscal verifica se há um tributo
devido pelo contribuinte, calcula o seu valor, aplica eventuais multas e juros e formaliza a
exigência do pagamento. O lançamento é o momento em que se constitui o crédito tributário,
ou seja, é a partir do lançamento que se inicia a obrigação do contribuinte de pagar o tributo
devido.
O lançamento de ofício é aquele realizado pela autoridade fiscal, de forma unilateral, sem a
participação do contribuinte. Ele ocorre quando o contribuinte não apresenta as informações
necessárias para que a autoridade fiscal faça o lançamento ou quando a autoridade fiscal
entende que as informações apresentadas são insuficientes ou inadequadas. O lançamento de
ofício pode ser feito a qualquer tempo, desde que respeitado o prazo prescricional para a
constituição do crédito tributário.
Por fim, o lançamento por homologação é aquele em que o contribuinte, após realizar o
pagamento do tributo devido, faz a declaração desse pagamento à autoridade fiscal. Nesse
caso, a autoridade fiscal verifica se o valor declarado pelo contribuinte está correto e, se
estiver, homologa o lançamento. O lançamento por homologação ocorre em casos como o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS).
Vale lembrar que o lançamento deve observar as normas legais e regulamentares aplicáveis ao
tributo devido e deve ser fundamentado em critérios objetivos e transparentes. Além disso, o
contribuinte tem o direito de ser notificado do lançamento e de impugná-lo, caso discorde do
valor do tributo devido, das multas e juros aplicáveis.
Algumas das situações que podem levar à suspensão do crédito tributário incluem:
Pagamento do tributo devido: o pagamento do tributo, inclusive das multas e juros, extingue o
crédito tributário;
Remissão: a remissão é a extinção do crédito tributário por ato do poder público, como uma
forma de perdão ou renúncia ao crédito tributário;
Prescrição: a prescrição ocorre quando o Fisco não pode mais exigir judicialmente o
pagamento do tributo em razão do tempo decorrido desde a constituição do crédito
tributário;
Decisão judicial transitada em julgado: uma decisão judicial que não pode mais ser
questionada judicialmente ou em instâncias administrativas pode levar à extinção do crédito
tributário.
Vale lembrar que a extinção do crédito tributário deve ser formalizada por meio de processo
administrativo ou judicial, e que a sua ocorrência deve ser comprovada pelo contribuinte.
Não incidência: é a situação em que não há previsão legal para a cobrança de determinado
tributo em relação a uma determinada situação;
Anistia: é o perdão de créditos tributários, podendo ser concedida por lei em caráter geral ou
específico;
É importante ressaltar que, nos casos de exclusão do crédito tributário, não há a constituição
do crédito tributário, ou seja, o tributo não chega a ser exigível e, portanto, não há que se falar
em cobrança ou extinção.
Preferência: o crédito tributário possui preferência sobre todos os demais créditos, exceto
sobre os créditos trabalhistas;
Universalidade: o crédito tributário abrange não apenas o valor do tributo em si, mas também
os juros, multas e demais acréscimos legais;
Privilégio especial: os créditos tributários gozam de privilégio especial em relação aos demais
créditos, o que significa que, em caso de falência ou insolvência do contribuinte, o pagamento
dos tributos será feito antes dos demais credores;
Hipoteca legal: é a garantia que o Estado tem sobre os bens do contribuinte, que podem ser
penhorados e vendidos para quitação do débito tributário;
Arresto: é a medida judicial que consiste na apreensão de bens do devedor como forma de
garantir o pagamento do débito tributário;
Essas são algumas das principais garantias e privilégios do crédito tributário previstos em lei,
que visam garantir que o Estado possa arrecadar os tributos devidos pelos contribuintes.
A renúncia de receitas tributárias pode ter diversos objetivos, como estimular investimentos
em determinados setores da economia, fomentar a geração de empregos, incentivar o
desenvolvimento regional, entre outros. No entanto, é preciso que essa renúncia seja bem
planejada e executada para não comprometer as contas públicas e prejudicar a arrecadação do
Estado.
A renúncia de receitas tributárias deve ser prevista em lei específica e estar devidamente
justificada em termos de impacto financeiro e social. Além disso, é preciso que sejam
estabelecidos critérios claros e objetivos para a concessão desses benefícios fiscais, a fim de
evitar a concessão de vantagens a grupos ou setores específicos em detrimento dos demais
contribuintes.
É importante destacar que a renúncia de receitas tributárias não é uma forma de perdão da
dívida tributária. O crédito tributário continua existindo, mas o Estado abre mão de cobrar
determinados tributos ou reduzir a carga tributária para incentivar o desenvolvimento
econômico e social.
8. Administração Tributária.
Administração tributária é a área responsável por gerir e fiscalizar o cumprimento das
obrigações tributárias por parte dos contribuintes. Dentre as atividades desempenhadas pela
administração tributária, destacam-se a fiscalização, a gestão da dívida ativa e a emissão de
certidões negativas.
8.1 Fiscalização.
A fiscalização é uma das principais atividades da administração tributária e consiste na
verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. A fiscalização
pode ser realizada de forma presencial ou por meio de sistemas informatizados que permitem
a análise de dados e cruzamento de informações. O objetivo da fiscalização é garantir a justiça
fiscal, coibindo a sonegação e a evasão fiscal.
9. Impostos da União.
O sistema tributário brasileiro é composto por diversos impostos, sendo que os impostos da
União são aqueles que são arrecadados pelo governo federal. Dentre os principais impostos da
União destacam-se:
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): é um imposto federal que incide sobre
produtos industrializados, sejam eles nacionais ou importados. A alíquota do IPI varia de
acordo com o tipo de produto.
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): é um imposto que incide sobre operações
financeiras, como empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras, entre outras.
Imposto sobre Importação (II): é um imposto federal que incide sobre produtos importados. A
alíquota do II varia de acordo com o tipo de produto e com o país de origem.
Imposto sobre Exportação (IE): é um imposto federal que incide sobre produtos exportados. A
alíquota do IE varia de acordo com o tipo de produto.
Imposto Territorial Rural (ITR): é um imposto federal que incide sobre propriedades rurais. A
alíquota do ITR varia de acordo com o tamanho e a localização da propriedade.
Além desses impostos, a União também pode instituir contribuições sociais, como a
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL), que são arrecadadas para financiar a seguridade social e outras
políticas públicas.
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD): é um imposto estadual que
incide sobre a transmissão de bens por herança ou doação. A alíquota do ITCMD varia de
acordo com o valor do bem e com a legislação estadual.
Além desses impostos, os Estados e o Distrito Federal também podem instituir taxas e
contribuições, como a Taxa de Renovação do Licenciamento Anual de Veículo e a Contribuição
de Melhoria, que são arrecadadas para financiar serviços e obras públicas.
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS): é um imposto municipal que incide sobre
a prestação de serviços. O ISS é um imposto não-cumulativo, ou seja, é possível deduzir o valor
pago na aquisição de serviços da base de cálculo.
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU): é um imposto municipal que
incide sobre a propriedade predial e territorial urbana. O IPTU é um imposto progressivo, ou
seja, a alíquota aumenta de acordo com o valor do imóvel.
Além desses impostos, os municípios também podem instituir taxas, como a Taxa de Limpeza
Pública, e contribuições, como a Contribuição de Iluminação Pública, que são arrecadadas
para financiar serviços e obras públicas locais.
12. Lei Complementar nº 123/2006 e suas alterações (Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte),
Resolução CGSN nº 140/2018 (Dispõe sobre o Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
A Lei Complementar nº 123/2006, também conhecida como Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, é uma legislação que estabelece um conjunto
de normas para estimular o desenvolvimento e a competitividade das microempresas e
empresas de pequeno porte no país. A lei prevê diversas medidas, como a simplificação do
processo de abertura e fechamento de empresas, a redução da carga tributária e a concessão
de benefícios fiscais.
Em suma, tanto a Lei Complementar nº 123/2006 quanto a Resolução CGSN nº 140/2018 têm
como objetivo principal estimular o empreendedorismo e a geração de emprego e renda no
país, por meio da criação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento das
microempresas e empresas de pequeno porte.
Definição do fato gerador do imposto: a prestação de serviços listados na Lei, ainda que não
haja transferência de bens.
Fixação da alíquota mínima de 2% e máxima de 5% para o ISSQN, a ser definida por cada
município de acordo com suas necessidades e peculiaridades.
Especificação das atividades sujeitas ao ISSQN, que incluem, por exemplo, serviços de
construção civil, transporte, comunicação, energia, saúde, educação, turismo, entre outros.
Regras para a determinação do local da prestação dos serviços, que pode ser o
estabelecimento do prestador ou o local onde o serviço é efetivamente prestado.
A nova lei estabelece que o ICMS sobre os combustíveis será cobrado somente uma vez e de
forma integral na refinaria ou na saída do importador do combustível do estabelecimento do
remetente, mesmo que a operação de importação ou de venda interestadual tenha se iniciado
em outro país ou estado.
Além disso, a lei prevê que os Estados e o Distrito Federal devem editar normas para simplificar
e harmonizar as obrigações acessórias, como a emissão de documentos fiscais e o
recolhimento do imposto, para garantir a efetividade da cobrança e o pleno acesso à
informação. A lei também determina que os Estados e o Distrito Federal deverão criar um
fundo para compensar as perdas de receitas decorrentes da mudança na forma de cobrança do
ICMS sobre os combustíveis.
Além disso, a lei também altera a Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional) e a Lei
Complementar nº 87/1996 (Lei Kandir), que trata do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS), para garantir que a tributação sobre esses bens e serviços essenciais seja
reduzida ou isenta, conforme o caso.
Vale ressaltar que essa lei complementar também menciona as Leis Complementares nº
192/2022 e nº 159/2017, que tratam de impostos e tributos específicos, com o objetivo de
harmonizar essas leis e garantir que não haja conflitos ou incompatibilidades entre elas.
A Lei Kandir estabelece regras para a cobrança do ICMS, incluindo a definição de alíquotas e a
forma como o imposto deve ser arrecadado e repartido entre os Estados e o Distrito Federal.
Além disso, a norma também prevê isenções e reduções de base de cálculo do ICMS para
determinados produtos e serviços.
Entre as principais disposições da Lei Kandir, destaca-se a previsão de que o ICMS não deve
incidir sobre as exportações de produtos brasileiros para o exterior. Essa medida visa estimular
as exportações e tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.
A Lei Kandir também estabelece regras para a concessão de benefícios fiscais pelos Estados e
pelo Distrito Federal. Segundo a norma, esses benefícios só podem ser concedidos se
estiverem previstos em convênios firmados entre os Estados e o Distrito Federal, e devem ser
submetidos a um processo de aprovação pelo Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz).
A Lei Kandir foi objeto de diversas polêmicas desde a sua promulgação, especialmente em
relação à perda de arrecadação que os Estados e o Distrito Federal teriam com a isenção de
ICMS sobre as exportações. Em 2020, foi aprovada uma lei complementar que prevê a
compensação financeira aos Estados e ao Distrito Federal pelos prejuízos causados pela
isenção do ICMS sobre as exportações.
Através desses convênios, é possível estabelecer regras para concessão de benefícios fiscais
como isenções, reduções de base de cálculo e créditos presumidos, desde que haja
unanimidade dos Estados e do Distrito Federal.
A Resolução do Senado Federal nº 95/1996, por sua vez, dispõe sobre a forma de cálculo do
valor adicionado fiscal utilizado para determinar a distribuição da parcela do produto da
arrecadação do ICMS pertencente aos municípios.