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Capítulo 1

 Receitas Originárias: são aquelas nas quais não há o poder de império estatal, predominando o
regime jurídico de Direito Privado. Ex: aluguéis e receitas de empresas públicas e sociedades de
economia mista;
Receitas Derivadas: são aquelas que derivam do poder de império do Estado, que usa suas
prerrogativas de direito público para obrigar o particular a contribuir. Ex: tributos, multas, etc.

 Finalidade fiscal: objetivo primário é arrecadar (ICMS, IR, ISS, etc);


Finalidade extrafiscal: a finalidade primária é intervir em uma situação social ou econômica (II, IE,
IOF, ITR);
Finalidade parafiscal: o objetivo é arrecadar, mas o produto da arrecadação é destinado a ente
diverso daquele que institui a exação (contribuições corporativas cobradas pelo Estado e
repassadas para CREA, CRM, etc).

 Tributo: toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída por lei e cobrada mediante atividade plenamente
vinculada.

 A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela
lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

 Tributo vinculado X Tributo de arrecadação vinculada: tributo vinculado é aquele em que o fato
gerador é vinculado a determinada atividade estatal (taxas), enquanto arrecadação vinculada diz
respeito ao destino dos recursos arrecadados (empréstimos compulsórios).

 Teoria da pentapartição: impostos, taxas, contribuições de melhoria (previstos no CTN),


empréstimos compulsórios e contribuições especiais (previstos na CF). O rol das 5 espécies
previstos na CF é exaustivo.

 Imposto: tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

 Imposto real X Imposto pessoal: os impostos reais não levam em consideração aspectos pessoais,
subjetivos, do contribuinte (IPI, IPVA, IPTU), enquanto os impostos pessoais sim (IR).

 Taxas: têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.

 Especifico X Divisível: específico é algo que pode ser destacado em unidades autônomas de
intervenção (o contribuinte sabe pelo que está pagando), enquanto divisível é algo suscetível de
utilização separadamente, por cada um de seus usuários (o Estado pode identificar os usuários do
serviço). Em outras palavras: “eu vejo e você me vê”.
 As taxas não podem ter fato gerador idêntico ao de imposto, no entanto é constitucional a adoção
no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto.

 Taxa X Preço público: taxas são compulsórias, estão submetidas a regime tributário, de direito
público. Preço público é facultativo, a relação é contratual, de direito privado.

 É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas
de consumo.

 Contribuições de Melhoria: é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

 Em geral, a contribuição de melhoria é cobrada após a obra e a consequente valorização,


entretanto excepcionalmente poderá ser cobrada em face da realização de parte da obra, desde
que inequívoca sua valorização.

 O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária, porém a base de cálculo é o


quantum de valorização do imóvel (diferença entre antes e depois da obra).

 Empréstimos Compulsórios: instituído pela União, por lei complementar, para atender despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, além de
investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

 Contribuições Especiais: são classificadas em Contribuições Sociais, Contribuições Corporativas,


CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e COSIP (Contribuição para Custeio do
Serviço de Iluminação Pública).

 A contribuição social é espécie tributária que tem como fato gerador a atuação indireta do poder
público.

 As contribuições residuais, os empréstimos compulsórios e o imposto sobre grandes fortunas


devem ser instituídas por lei complementar.

 Somente a União pode instituir contribuições sociais, com exceção do custeio da previdência e
assistência social dos servidores públicos das demais unidades da Federação.

 É firme a orientação no sentido da ilegitimidade do Ministério Público para propor ação civil pública
com objetivo tipicamente tributário.
Capítulo 2

 Princípio da legalidade: é proibido que os entes federados exijam ou aumentem tributo sem lei que
o estabeleça.

 Além de exigir ou aumentar, somente a lei pode estabelecer a extinção ou a redução de tributo
(respeitando as devidas exceções), bem como seu fato gerador, alíquota e base de cálculo.

 São exceções ao princípio da legalidade a majoração de II, IE, IPI, IOF, ICMS-monofásico, além da
CIDE-Combustíveis (nesse caso só é possível reduzir e restabelecer as alíquotas, aumentar jamais).

 Pelo seu aspecto compulsório, as multas também devem ser.

 A atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo e a fixação do prazo para


recolhimento não estão sujeitas ao princípio da legalidade.

 O princípio da legalidade não impede que regulamento defina conceitos jurídicos indeterminados
adotados pela lei em matéria tributária, portanto isso é perfeitamente possível.

 A necessidade de a medida provisória ser convertida em lei até o último dia do exercício financeiro
(ressalvadas as exceções do II, IE, IPI, IOF, ICMS-mono e CIDE-Comb) se aplica somente aos
impostos.

 A CF estabelece que normas gerais em matéria tributária devem ser tratadas em lei complementar.

 Princípio da Isonomia: os contribuintes em situação equivalente devem ser tratados da mesma


forma, enquanto os desiguais devem ser tratados de forma desigual.

 Na fixação de alíquotas sobre a percepção cumulativa de valores, é preciso levar em consideração


os exercícios envolvidos (receber tudo e ser taxado de uma vez no mesmo exercício é uma afronta
ao princípio da isonomia).

 O direito de abater parte da CONFINS mediante a CSLL é constitucional. Não fere a isonomia na
situação de uma empresa deficitária não poder fazer tal abatimento, uma vez que este se trata
apenas de uma tentativa de atenuar a carga tributária.

 Princípio da Não Surpresa: o contribuinte não pode ser surpreendido pelo aumento da carga
tributária. Tal princípio traduz-se nos princípios da irretroatividade, anterioridade e noventena.

 O princípio da não surpresa não impede mudanças no prazo para pagamento de tributo no mesmo
ano financeiro.

 Tal princípio também não proíbe a redução ou extinção de desconto legalmente previsto, uma vez
que segundo o STF isso não é majoração de tributo.
 Exceções à anterioridade do exercício financeiro: II, IE, IOF e IPI, empréstimos compulsórios, ICMS-
monofásico, CIDE-combustível e contribuições para financiamento da seguridade social.

 Exceções à anterioridade nonagesimal: II, IE, IOF, empréstimos compulsórios, IR, IPTU e IPVA.

 No caso da conversão de MP em lei, o prazo dos 90 dias começa a contar a partir da edição da
própria MP, desde que não haja mudança relevante no texto, e não da data da conversão em lei. O
STF considerou que nesse caso não haveria surpresa para o contribuinte.

 Princípio do Não Confisco: é vedado aos entes utilizar tributo com efeito de confisco.

 O efeito confiscatório é um conceito indeterminado. Na fixação desses valores, é preciso considerar


a totalidade da carga tributária, e não somente um tributo isolado.

 Embora a CF atribua o princípio do não confisco somente aos tributos, segundo o STF tal princípio
também é aplicável no caso das multas. Em tese, estas devem ter como limite o valor da própria
obrigação principal (100% no máximo).

 Princípio da Liberdade de Tráfego: os entes não podem estabelecer limitações ao tráfego de


pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

 Pedágio é preço público (tarifa).

 Princípio da Uniformidade Geográfica: a União não pode estabelecer tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional ou fazer distinção entre Estados, DF e municípios.

 Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda: a União não pode tributar a renda das
obrigações da dívida pública dos Estados, DF e municípios em valores maiores aos seus (o que
tornaria seus títulos mais atrativos) ou tributar os proventos dos servidores desses entes em valor
superior aos seus próprios servidores (o que deslealmente atrairia os melhores candidatos).

 Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas: o poder de isentar decorre do poder de tributar,


desta forma a União não pode estabelecer isenções de tributos de competência dos Estados, DF e
municípios.

 É exceção a esse princípio a concessão de isenção por parte da União ao ICMS (de competência
estadual) que incide nas operações de exportação.

 Princípio da Não Discriminação baseada na Procedência ou Destino: Estados, DF e municípios não


podem estabelecer diferenças tributárias entre bens e serviços de acordo com sua procedência
destino. Isso também é aplicável no âmbito externo, de forma que deve haver equivalência de
tratamento entre o produto importado, quando ingressa no território nacional, e o nacional.

 Todo tipo de benefício fiscal (isenção, anistia, remissão, etc.) deve ser estabelecido por meio de lei
específica. Isso se dá com o intuito de impedir a inclusão de benefício fiscal "escondido" em outra
lei.
 No entanto, segundo o STF é permitida a existência de benefício fiscal em lei sobre assunto onde há
pertinência temática.

 A concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS deve ser feita com a deliberação conjunta dos
Estados e DF (a CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária). Isso tem o objetivo de evitar a
guerra fiscal entre os Estados.

 Nesse sentido, o STF já considerou constitucional uma isenção de ICMS do Estado do Paraná sem a
tramitação na CONFAZ. Tratou-se de isenções referentes ao ICMS nas contas de água e energia de
templos religiosos. A ideia era a de que tal situação não representava nenhum risco de guerra fiscal
ou ameaça ao pacto federativo, afinal as igrejas não "fugiriam" para o Paraná por causa disso.

 Imunidade x Isenção: a imunidade está ligada à não incidência, isto é, à ausência da realidade fática
da hipótese prevista na lei tributária. Imunidade é uma não incidência constitucionalmente
qualificada. Já a isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo. Neste caso, o ente tem
competência para cobrar, mas opta por assim não o fazer.

 Imunidade Recíproca: os entes não podem instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços
uns dos outros. Isso vale somente para impostos, não valendo para taxas, nem contribuições de
melhoria. É cláusula pétrea, pois protege o pacto federativo.

 Segundo o STF, a imunidade recíproca abrange autarquias e fundações públicas, desde que seu
patrimônio, renda e serviços estejam afetados às suas finalidades essenciais.

 O Supremo também vem decidindo que é possível haver imunidade recíproca nos casos de
empresas públicas e até mesmo sociedades de economia mista, desde que não haja a finalidade de
obtenção de lucro e a atividade corresponda à própria atuação estatal (ex: Correios).

 A ECT (Correios), por sinal, possui imunidade em todas suas atividades, e não somente nas
principais. O STF decidiu pela imunidade como uma forma de a empresa manter seus serviços, já
que é deficitária na maioria do Estados.

 Nos casos de arrendamento e cessão de bens públicos não há imunidade, uma vez que estender
tais prerrogativas a particulares que exploram atividades econômicas com fins lucrativos não faria o
menor sentido. No caso de exploração de atividade econômica, se nem as entidades da ADM
pública gozam de tal prerrogativa, quanto mais os particulares...

 Estados estrangeiros também possuem imunidade no que se refere a impostos e taxas.

 Imunidade Religiosa: é proibida a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.

 Até mesmo imóveis de entidades religiosas que estejam sendo alugados estão imunes à cobrança
de IPTU, pois segundo o STF tais bens não deixam de estar vinculados às finalidades essenciais do
ente.

 A imunidade religiosa também se estende a cemitérios que funcionem como extensões das
entidades religiosas (caso do cemitério britânico da Igreja Anglicana em Salvador).
 Imunidade dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades educacionais e
assistenciais sem fins lucrativos: tem a finalidade de evitar que o Estado faça da cobrança de
tributos uma espécie de interferência nos partidos políticos, sindicatos (somente de trabalhadores,
a parte mais fraca) e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos.

 Até mesmo imóveis dessas entidades que forem alugados a terceiros estão imunes à cobrança de
IPTU, desde que o valor seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

 Imunidade Cultural: visam facilitar o acesso à cultura e o acesso à informação, tornando imunes
livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão.

 O conceito de "papel" foi amplificado pelos julgados mais recentes do STF, de forma que se passou
a considerar imunes os livros digitais, audiobooks e inclusive os leitores de livros eletrônicos (e-
readers).

 Imunidade da Música Nacional: também visam promover o acesso à cultura, mas diferentemente
da imunidade dos livros, que não faz distinção entre autores brasileiros e estrangeiros, a imunidade
da música faz.

 Para gozar da imunidade, o fonograma ou videofonograma deve ser feito no Brasil, além de conter
obra musical de autores brasileiros ou obras em geral (estrangeiras) interpretadas por artistas
brasileiros.

 Para não prejudicar a exclusividade da Zona Franca de Manaus, tal imunidade não contempla a
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Capítulo 3

 O Código Tributário Nacional foi editado como lei ordinária e recepcionado com força de lei
complementar pela Constituição de 1967, muito antes da CF de 88.

 O exercício do poder de instituir tributos é uma faculdade, isto é, os entes não são obrigados a
criarem os impostos previstos na CF.

 No entanto, a LRF passou a quase "obrigar" os entes a criarem seus respectivos tributos no
momento em que proibiu transferências voluntárias entre entes federados que deixem de instituir
os impostos de sua competência.

 Sendo assim, sob a ótica da LRF, um ente que não institui seus impostos é considerado
irresponsável.

 A competência tributária é indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar e fiscalizar


tributos, ou executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.

 Em outras palavras: a competência é indelegável, porém a capacidade ativa pode ser delegada.
 Em se tratando de matéria tributária, pode-se dizer que as competências privativas são, na
verdade, exclusivas, já que não são passíveis de delegação. Mesmo assim, a CF e a doutrina as
chamam de privativas.

 Somente a União tem competência residual para criar novos impostos, sempre por meio de lei
complementar, e competência extraordinária.

 Desta forma, os Estados, DF e municípios não podem criar nenhum novo tipo de imposto.

 Bis in Idem X Bitributação: ocorre Bis in idem quando um mesmo ente institui dois tributos sobre o
mesmo fato jurídico, já a Bitributação acontece quando dois ou mais entes diferentes instituem
tributos sobre o mesmo fato jurídico.

 O Bis in idem não possui expressa proibição na CF, tanto é que a União está autorizada a cobrar
duas contribuições (PIS e COFINS) sobre a mesma coisa, que é o faturamento ou a receita das
empresas.

 No entanto, a Bitributação não é permitida, a não ser em casos específicos:


 Quando a União institui imposto extraordinário de guerra e usa o mesmo fato gerador de
um imposto estadual, por exemplo (vale lembrar que a União pode usar qualquer imposto,
compreendido ou não em sua competência);
 Quando dois países tributam a mesma coisa (geralmente a renda). Neste caso, a
bitributação é legítima, a não ser que tais nações tenham alguma espécie de tratado
internacional.

 Não estão sujeitas ao princípio da legalidade a atualização do valor monetário da base de cálculo e
a fixação do prazo para recolhimento do tributo.

 A aprovação parlamentar de tratados e convenções internacionais se dá por meio de decreto


legislativo.

 Na legislação tributária, os tratados internacionais revogam ou modificam a legislação tributária


interna. No entanto, não se trata, a rigor, de uma revogação, mas sim de uma suspensão da eficácia
da norma incompatível. Tanto é que caso o tratado seja denunciado (revogado), tais normas
readquirirão sua eficácia.

 Como os tratados internacionais em matéria tributária não estão relacionados aos direitos
humanos, possuem posição hierárquica de uma lei ordinária.

 Decisões tomadas por órgãos de jurisdição administrativa não integram a legislação tributária,
gerando efeito apenas aos casos concretos.

 Usos e costumes não podem inovar em matéria sujeita a reserva de lei, muito menos derrogar
disposições legais. Contudo, podem ser invocados para proteger o contribuinte de repentinas
mudanças de interpretação por parte da Administração.

 Os convênios entre os Estados não estão sujeitos à aprovação das Assembleias Legislativas. É
inconstitucional porque fere o princípio da separação dos poderes.
 A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e pendentes.

 Não é possível cobrar nenhum imposto relativo a fatos geradores pretéritos. Segundo o CTN, as
exceções à irretroatividade são apenas estas:
 Quando a lei for meramente interpretativa;
 Quando houver legislação mais benéfica no que se refere a penalidades e infrações.

 No entanto, para o contribuinte se beneficiar de legislação mais benéfica, é preciso que seu ato não
tenha sido fraudulento, nem tenha implicado em falta de pagamento de tributo.

 Isso quer dizer que não há retroatividade em relação ao tributo em si, seja a legislação melhor ou
pior. Em outras palavras, o indivíduo deve pagar o valor do tributo da época de seu fato gerador e
ponto final. Caso esteja devendo tributo de 2018 e em 2019 tal alíquota tenha sido reduzida, o
contribuinte não poderia se beneficiar de tal mudança, por exemplo.

 Prazo para entrada em vigor das normas complementares:


 Atos administrativos: na data de sua publicação;
 Decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa: 30 dias;
 Convênios entre União, Estados, DF e Municípios: na data neles prevista.

Capítulo 4
 Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
 Suspensão ou exclusão do crédito tributário;
 Outorga de isenção;
 Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

 A ideia por trás da interpretação literal aqui é impedir a ampliação dessas exceções (suspensão ou
exclusão, isenção e dispensa).

 Interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto a:


 Capitulação legal do fato;
 Natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
 Autoria, imputabilidade ou punibilidade;
 Natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

 Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária


utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
1. Analogia;
2. Princípios gerais de direito tributário;
3. Princípios gerais de direito público;
4. Equidade.

 Os princípios gerais do Direito Privado podem ser usados na pesquisa da definição, conteúdo e
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para a definição dos respectivos efeitos
tributários.
 Da mesma forma, a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado.

 O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

 O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

Capítulo 5

 Obrigação tributária principal: é aquela que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária. É a própria entrega de dinheiro ao Estado.

 As multas não são tributos, mas a obrigação de pagá-las é obrigação tributária principal.

 Obrigação tributária acessória: tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas
no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. São obrigações instrumentais, deveres
burocráticos que visam facilitar o cumprimento das obrigações principais e a fiscalização.

 É possível haver obrigação acessória sem a principal . Exemplo: dever das entidades de assistência
social sem fins lucrativos de manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. Isso é uma obrigação acessória, sem a
principal, já que tais entidades são imunes.

 Fato gerador da obrigação principal: é a situação definida em lei como necessária E suficiente à sua
ocorrência.

 Fato gerador da obrigação acessória: é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

 Elisão X Evasão X Elusão Tributária:


 Elisão é o uso de meios lícitos para fugir da tributação. Consiste na prática de atos ou
negócios que visem uma incidência menos onerosa do tributo (ex: optar pelo IR simples ou
detalhado, optando pelo que incida menos imposto);
 Evasão é o uso de meios ilícitos para escapar da tributação. É a tentativa de evitar o
conhecimento do nascimento da obrigação tributária pela autoridade fiscal (ex: não declarar
produto comprado no exterior com o intuito de não pagar imposto);
 Elusão é uma forma abusiva de elisão. Trata-se de um abuso das formas, com o fim de
escapar artificiosamente da tributação (ex: o comprador e o vendedor de um imóvel fazem
uma sociedade de faixada e a desfazem logo em seguida, transferindo o imóvel de mãos e
evitando o pagamento de ITBI).

 A elisão abusiva (elusão) deve ser coibida, por ofender um sistema tributário criado sob as bases da
capacidade contributiva e isonomia tributária.

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